terça-feira, 15 de julho de 2025

Anderson Torres usou passagem aérea falsa para justificar ausência no 8 de janeiro, diz PGR

Procuradoria afirma ao STF que ex-secretário de Segurança do DF tentou justificar ausência com documento falso e ignorou alertas

               Anderson Torres (Foto: Ton Molina / STF)

A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusou o ex-ministro da Justiça Anderson Torres de apresentar um bilhete de passagem falso para justificar sua ausência no dia 8 de janeiro de 2023, data dos atos golpistas em Brasília. Na ocasião, Torrres era sercretário de Segurança Pública do Distrito Federal. As informações são do g1.

Segundo o órgão, o localizador de passagem “MYIDST”, indicado por Torres, não está vinculado a seus dados pessoais e não há registros de bilhetes emitidos em seu nome no voo G3-9460, da Gol, no trecho Brasília-Orlando.

De acordo com a PGR, a falsificação do documento representa uma tentativa de se afastar das responsabilidades sobre os atos do dia 8. Torres havia alegado que a viagem aos Estados Unidos estava programada desde julho de 2022 e que a passagem havia sido comprada em novembro. Ele tomou posse como secretário em 2 de janeiro de 2023, trabalhou até o dia 6 e afirmou que estaria de férias a partir do dia 9.

A defesa do ex-secretário argumenta que a substituição no comando da pasta já havia sido prevista e que o então secretário interino, Fernando Oliveira, assumiu as funções ainda no dia 6. Também foi mencionada a existência de um Plano de Ações Integradas (PAI), elaborado previamente, que teria sido suficiente para evitar os atos se tivesse sido seguido à risca.

Apesar dessas alegações, a PGR sustenta que alertas sobre a possibilidade de manifestações violentas já estavam sendo distribuídos à Secretaria de Segurança Pública do DF. No dia 6 de janeiro, a pasta recebeu relatório da Força Nacional com informações sobre riscos, inclusive menções à expressão “Tomada de Poder” e ao aumento no número de ônibus com manifestantes se dirigindo a Brasília. Mesmo assim, o efetivo policial no dia 8 foi considerado insuficiente e houve demora na atuação das forças de segurança.

A Procuradoria afirma que Anderson Torres já apresentava um histórico de omissões no cargo e que sua conduta beneficiou o avanço dos atos golpistas. A tese da defesa, de que ele apenas estava ausente por coincidência, foi rejeitada pelo Ministério Público, que entende haver conivência ou, no mínimo, negligência grave.

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, declarou que só soube da viagem de Torres no dia 7 de janeiro, quando ele já se encontrava nos Estados Unidos. Ibaneis afirmou ter sido “pego de surpresa” com a ausência e citou uma quebra de confiança como motivo para exonerar o ex-secretário. Uma análise do celular do governador revelou que o contato do substituto foi compartilhado por Torres apenas um dia antes dos ataques, o que também foi citado pela PGR como sinal de descaso com a função.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Nenhum comentário:

Postar um comentário