sexta-feira, 28 de novembro de 2025

“Maior conquista”: Lula fará pronunciamento nacional sobre isenção do IR


O presidente Lula durante a cerimônia de sanção do Projeto de Lei que amplia a faixa de isenção e institui a tributação mínima do IR. Foto: Divulgação

O presidente Lula gravou um pronunciamento que será exibido em rede nacional de rádio e televisão no domingo (30), às 20h30, para anunciar a sanção da lei que isenta do pagamento de Imposto de Renda trabalhadores que recebem até 5 mil reais.

Segundo a Folha de S. Paulo, o governo considera a medida um dos principais marcos do atual mandato. Lula afirma que a mudança, proposta por ele e aprovada pelo Congresso, representa “a maior conquista” de sua terceira gestão à frente do país.

A gravação foi feita no Palácio do Planalto, diretamente da mesa de trabalho do presidente, com um mapa-múndi ao fundo. O cenário foi escolhido para reforçar, segundo auxiliares, a imagem de liderança internacional que Lula busca consolidar ao mesmo tempo em que promove ações voltadas ao público interno.

O discurso deverá destacar o impacto da nova faixa de isenção na renda das famílias e na popularidade do governo. A ampliação da isenção tem sido tratada como a bandeira mais forte do Planalto para impulsionar o projeto eleitoral de Lula em 2026.

Integrantes da equipe econômica afirmam que a mudança devolve poder de compra e corrige uma defasagem acumulada ao longo dos anos. Aliados avaliam que o anúncio em rede nacional, em horário nobre, deve marcar simbolicamente o início da estratégia de comunicação voltada à reeleição.


O pronunciamento, no entanto, ocorre em um momento de forte tensão entre o Executivo e o Congresso Nacional. Nesta semana, os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, optaram por não comparecer à cerimônia de sanção da lei, gesto interpretado como sinal claro de descontentamento com o governo.

As razões para o atrito são variadas, mas, no Senado, a mais evidente é a indicação de Jorge Messias ao Supremo Tribunal Federal. Alcolumbre defendia publicamente o nome do senador Rodrigo Pacheco para a vaga e não escondeu a frustração com a decisão de Lula. O episódio ampliou o desgaste entre o Planalto e o presidente do Senado.

Inconformado, Alcolumbre colocou em votação uma série de pautas que elevam despesas públicas, as chamadas pautas-bomba, ao mesmo tempo em que articula movimentos para dificultar a aprovação de Messias na Casa. A ofensiva acirrou a disputa de bastidores e elevou a temperatura política às vésperas do pronunciamento presidencial.

Nos bastidores do governo, a avaliação é que a exibição em cadeia nacional pode ajudar a recuperar a iniciativa política em meio à crise. A expectativa do Planalto é que o anúncio da isenção do IR repercuta de forma positiva entre trabalhadores assalariados, reforçando a narrativa de que o governo busca aliviar o peso tributário sobre a renda.

Fonte: DCM com informações da Folha de S. Paulo

Nikolas revela com quem falou no celular durante visita a Bolsonaro

Deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) usa celular durante visita ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Reprodução/TV Globo


O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes exigiu explicações da defesa de Jair Bolsonaro após imagens mostrarem o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) usando um celular durante visita ao ex-presidente, no dia 21 de novembro. O vídeo, registrado pela TV Globo, motivou o questionamento porque Bolsonaro está proibido de usar ou ter acesso a aparelhos telefônicos.

À coluna de Igor Gadelha no Metrópoles, Nikolas afirmou que apenas “atendeu” uma ligação do próprio cunhado. O deputado disse que a conversa foi breve e que Bolsonaro “não usou o celular, não tocou no celular e não se comunicou por meio dele”.

Ele alegou que o aparelho permaneceu o tempo todo sob seu controle e que o ex-presidente não participou da chamada. A defesa de Bolsonaro reforçou essa versão ao STF, insistindo que “não houve contato visual” entre o ex-presidente e o aparelho.

Nikolas Ferreira e Jair Bolsonaro durante visita do deputado. Foto: Mateus Bonomi/Reuters
Segundo os advogados, Bolsonaro “sempre cumpriu” as medidas cautelares e não teve acesso, “direta ou indiretamente”, a celulares durante o período em prisão domiciliar.

No documento enviado ao ministro, a defesa afirmou que o encontro ocorreu “às claras”, sustentando que todo o episódio foi visível e sem qualquer irregularidade. “Tratou-se, inequivocamente, de encontro realizado às claras […] sem uso ou mesmo contato visual com o aparelho celular do deputado federal”, escreveu a equipe jurídica.

Nikolas já havia se manifestado sobre o episódio e atacou o ministro Alexandre de Moraes. Na quarta (26), ele afirmou que “criminosos usam celular na cadeia para comandar facções inteiras e ninguém da Suprema Corte dá 24h para explicar nada. Não é justiça, é teatro para intimidar”.

A visita havia sido autorizada pelo Supremo e ocorreu antes de Bolsonaro tentar violar a tornozeleira eletrônica usando um ferro de solda, o que levou à sua prisão preventiva no dia seguinte.

Fonte: DCM

Cinco PMs são presos por crimes durante massacre no RJ


      Policiais civis e militares do Rio de Janeiro durante massacre. Foto: Antônio Lacerda/EFE

A Corregedoria da Polícia Militar do Rio de Janeiro prendeu cinco PMs do Batalhão de Choque nesta sexta (28), suspeitos de crimes cometidos durante massacre na megaoperação Contenção, que completou um mês e deixou 122 mortos nos complexos da Penha e do Alemão. A investigação aponta indícios de irregularidades registrados por câmeras corporais, incluindo o suposto furto de um fuzil apreendido após um confronto.

Três dos cinco presos foram identificados como o sargento Eduardo de Oliveira Coutinho, o subtenente Marcelo Luiz do Amaral e o sargento Diogo da Silva Souza. Outros cinco policiais são alvo de mandados de busca e apreensão, sob investigação da 1ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar.

A PM afirmou em nota que “não compactua com possíveis desvios de conduta” e que pune com rigor quando as irregularidades são comprovadas.

A decisão judicial relata que os policiais recolheram um fuzil após o tiroteio, mas não registraram a apreensão. Imagens mostram diálogos em que os agentes discutem desmontar a arma, colocá-la em mochilas e transportá-la para outro local.

Corpos em sacos no pátio do IML após megaoperação da polícia no Rio. Foto: Janaina Quinet/Reuters
Em um dos trechos, Coutinho diz: “Eu vou tirar e colocar na minha mochila de novo, está separado”, e mais adiante: “Vou colocar lá atrás do banco”. Outro policial sugere ir “para um lugar deserto, colocar na caçamba”.

O juiz Thales Nogueira Cavalcanti Venancio Braga afirma que as gravações não esclarecem o destino do fuzil e classificou a conduta como “gravíssima violação” aos deveres funcionais, com risco concreto à ordem pública militar.

Segundo o relatório da operação, o Batalhão de Choque fez 27 prisões e registrou uma morte por intervenção policial, além de apreender 22 fuzis e outras armas — nenhum dos investigados aparece como responsável pelos 22 fuzis oficialmente recolhidos.

Ao todo, 210 policiais do Choque participaram da operação, atuando principalmente nas ruas da Penha que dão acesso à Vila Cruzeiro. O relatório da megaoperação foi incluído pela Promotoria do Rio nos autos enviados ao STF no âmbito da ADPF 635, que acompanha ações policiais no estado.

Fonte: DCM

"Nikolas recebeu apoio e recursos da máfia do combustível", denuncia Rogério Correia

Rogério Correia apresentou ações na PGR contra Nikolas Ferreira e detalha suspeitas sobre financiamento de campanha

        O deputado federal Rogério Correia - 06/10/2025 (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) afirmou que o também deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) teria recebido apoio político e recursos de grupos ligados à chamada “máfia do combustível” em Minas Gerais. Em entrevista ao Boa Noite 247, ele relatou que já move três ações contra o parlamentar na Procuradoria-Geral da República (PGR), duas delas em segredo de justiça, e advertiu que “esse Nikolas tem feito muita coisa errada” e precisa ser permanentemente fiscalizado.

Ao longo da entrevista, Correia descreveu suspeitas de lavagem de dinheiro, questionou a atuação da Câmara dos Deputados diante de parlamentares condenados que continuam com mandato e voto ativo, e analisou a crise política em torno do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do bloco do Centrão.

◉ Ações contra Nikolas Ferreira e ligação com máfia do combustível

Logo no início, o deputado contou que já são três procedimentos contra Nikolas Ferreira em tramitação na PGR, sendo dois unificados e sob sigilo. Ele lembrou o episódio em que o colega gravou um vídeo alarmista sobre o Pix, alegando falsamente que o sistema seria taxado, o que, segundo Correia, atrapalhou mecanismos de controle contra lavagem de dinheiro.

Segundo ele, a desinformação não foi um episódio isolado, mas dialogaria com interesses de grupos criminosos:

“Eu tô com três processos contra o Nícolas… e já estão dois em segredo de justiça que são relativos àquela questão do Pix, que ele agiu boicotando o sistema de triagem, inclusive contra lavagem de dinheiro.”

Rogério afirmou ter vinculado essa atuação a operações do Primeiro Comando da Capital (PCC) e à atuação de redes criminosas em Minas Gerais. Ao aprofundar a apuração, diz ter encontrado indícios de que postos de gasolina ligados à “máfia do combustível” teriam financiado a campanha de Nikolas:

“Depois de toda aquela relação com o PCC, fui resgatar o que ele tinha de postos de gasolina que apoiaram a campanha, de pessoas ligadas à máfia do combustível, recurso para campanha. Esses dois processos estão unificados e estão em segredo de justiça na PGR.”

Ele relatou que a Procuradoria está analisando as denúncias e reiterou a necessidade de acompanhamento permanente da conduta do parlamentar mineiro.

◉ Suspeitas de articulação de fuga e ligação com Donald Trump

Rogério Correia também explicou que, além das ações já em curso, apresentou nova representação à PGR, desta vez em conjunto com o deputado Reimont, para investigar o episódio em que Nikolas teria levado um celular a uma reunião com Jair Bolsonaro, no mesmo dia em que o ex-presidente tentou fugir usando tornozeleira eletrônica.

O deputado associou isso à declaração do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, que afirmou ter falado com Bolsonaro por telefone, reforçando a necessidade de quebra de sigilo telefônico:

“É uma suspeita muito grande de que essa história mal contada do Trump que fala o seguinte: ‘Eu falei com esse senhor ontem à noite, espero revê-lo em breve’. Se quebrar o sigilo, nós vamos saber se essa suspeita procede.”

Correia mencionou ainda relatos sobre uma possível rota de fuga envolvendo uma fazenda ligada à família Piquet, nas proximidades de Unaí (MG), com pista de pouso que poderia ser usada em eventual tentativa de fuga aérea rumo à embaixada dos Estados Unidos:

“Diz que tem um aeroporto lá perto… que poderia estar também acionado, tem um pouso em que ele poderia dali tentar algum tipo de fuga de um helicóptero para a embaixada norte-americana.”

◉ Cobrança por cassação de Ramagem e crítica à inércia da Câmara

A entrevista avançou para o tema da decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que determinou o cumprimento da pena do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) e comunicou ao presidente da Câmara sobre a perda de mandato. Rogério Correia foi enfático ao afirmar que a Constituição não deixa margem para outra medida:

“Olha, não tem outra decisão a não ser realmente decretar o fim do mandato deles.”

Ele lembrou que, nos casos de condenação criminal com trânsito em julgado ou perda de direitos políticos, a perda de mandato é consequência direta da decisão judicial, e que a Câmara teria apenas de cumprir o que está na Constituição, sem espaço para manobras políticas.

O deputado criticou a demora para tratar da situação de Carla Zambelli, já condenada, e apontou que o mesmo rigor deve se aplicar a Ramagem. Ele também chamou atenção para o fato de que parlamentares foragidos seguiram votando do exterior, o que considera inaceitável:

“Nós temos uma situação curiosa em que existe uma deputada foragida com condenação criminal transitada em julgada… e agora com Ramagem, essa moda não pode pegar.”

Segundo ele, a Casa precisa criar mecanismos de controle para impedir que deputados com restrição judicial de saída do país continuem votando do exterior, como ocorreu em casos recentes:

“Se ele tá proibido de sair do Brasil, como é que ele tá votando do exterior? A Câmara teria que ter algum controle disso.”

◉ Crise política com Hugo Motta e solidariedade a Lindbergh Farias

Questionado sobre o rompimento anunciado pelo presidente da Câmara, Hugo Motta, com o líder do PT, Lindbergh Farias, Rogério Correia afirmou que a crise é política e não pessoal, e prestou solidariedade ao colega de partido.

Ele destacou que o presidente da Câmara não pode escolher com quais líderes de bancadas decide dialogar:

“Primeiro é prestar minha solidariedade ao Lindbergh, porque não pode o presidente da Casa dizer com qual líder ele conversa, não conversa, aceita ou não aceita o papel que está sendo exercido. Isso é um problema interno da bancada do Partido dos Trabalhadores.”

Correia explicou que as críticas feitas pela bancada do PT dizem respeito a decisões políticas de Hugo Motta, como a nomeação do deputado Derrite para a relatoria de projeto de lei do governo Lula sobre facções criminosas e a condução do caso Ramagem. Ao mesmo tempo, ele eximiu o presidente da Câmara de conivência com a fuga do parlamentar:

“Eu eximo de responsabilidade o presidente Hugo Motta… O Ramagem teve uma atitude de foragir enganando a todos.”

Para o petista, o conflito central não é pessoal, mas decorre da posição do Centrão, que estaria oscilando entre compor com a extrema direita ou com o governo, mirando as eleições de 2026.

◉ O dilema do Centrão entre Lula e a extrema direita

Rogério Correia descreveu o cenário de disputa pela liderança política nas próximas eleições presidenciais. Segundo ele, parte expressiva do Centrão estaria inclinada a se alinhar com a extrema direita em torno do governador Tarcísio de Freitas, numa estratégia em que esses partidos se enxergam como protagonistas da futura coalizão de poder.

“O Centrão fez uma opção inicial… de tentar uma composição com a extrema direita em nome do Tarcísio, que eles acham que terão sobre ele algum controle.”

No entanto, ele ponderou que o fortalecimento de Lula nas pesquisas e a resistência do bolsonarismo em “passar a bola” ao Centrão criam fissuras no bloco, inclusive por regiões, especialmente no Nordeste, onde a rejeição ao antipetismo é maior.

Correia destacou que, embora a direita e a extrema direita somem votos na Câmara, a variável decisiva será a reação da sociedade em ano eleitoral:

“A equação não é só quantos votos se tem no Congresso, mas como vai se comportar a população diante disso em véspera de eleição.”

◉ Governo Lula, agenda econômica e derrota da “PEC da bandidagem”

Na avaliação do deputado, apesar das derrotas pontuais no Congresso, o governo Lula teria saído mais forte junto à opinião pública em embates recentes, especialmente no episódio da chamada “PEC da bandidagem” e do Projeto de Lei da anistia a golpistas:

“Aquele projeto que eles chamavam de dosimetria e que a gente chamou da PEC da bandidagem… foi uma derrota histórica para eles nas ruas.”

Ele ressaltou que o desgaste social foi tão grande que a anistia não avançou e o projeto de “dosimetria” acabou barrado no Senado. Em paralelo, Correia citou entregas do governo Lula em políticas sociais, obras de infraestrutura e medidas econômicas, como a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil, além da inflação em queda:

“Os programas sociais chegam agora numa dimensão maior… a inflação baixou… o presidente Lula vai entregar o Brasil com a inflação mais baixa que se tem na história desde o Plano Real.”

◉ Corte de renúncias fiscais e reforço do orçamento social

Como presidente da Comissão de Finanças e Tributação (CFT), Rogério Correia informou que conseguiu aprovar um projeto que prevê corte linear de 10% nas renúncias fiscais — benefícios tributários e incentivos — que hoje somariam quase R$ 800 bilhões ao ano.

De acordo com ele, a proposta pode abrir espaço fiscal de cerca de R$ 20 bilhões para o orçamento da União, a serem destinados a políticas sociais em 2026:

“É fundamental ser votado agora, porque significa mais 20 bilhões para os cofres da União para o orçamento em questões sociais pro ano que vem.”

Para o deputado, é nesse tipo de agenda que deveria se construir um pacto mínimo na Câmara até o fim do ano, priorizando matérias consensuais que “ajudem o Brasil”, enquanto a anistia a golpistas não teria “o menor clima” para ser votada.

◉ Banco Central, juros altos e convocação de Galípolo

Na reta final da entrevista, o tema mudou para a política monetária. O comentarista lembrou que o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que a instituição mira o centro da meta de inflação de 3%, e não apenas o teto da banda, num contexto em que o Brasil já opera com uma das maiores taxas de juros reais do mundo.

Rogério Correia considerou a situação “profundamente preocupante” e relatou que se reuniu com Galípolo para discutir o tema, defendendo que o Congresso entre no debate:

“Eu estive com o presidente do Banco Central Galípolo ontem para discutir vários temas. Um foi desse.”

O deputado disse que convidou o presidente do BC para comparecer à Comissão de Finanças e Tributação, provavelmente no dia 17, após a reunião do Copom, a fim de prestar esclarecimentos sobre os juros e a meta de inflação:

“No dia 17 ele está convidado, vamos ver se a gente enfrenta esse assunto aqui… esse debate tem que ser feito.”

Ele alertou que, mantido o arrocho monetário, o país pode enfrentar problemas de crescimento e, na sequência, de emprego, anulando parte dos avanços obtidos nos indicadores econômicos.

◉ Segurança pública, barragens e risco ambiental em Paracatu

O programa também registrou perguntas de internautas sobre temas diversos, como operações policiais em comunidades do Rio de Janeiro e o risco de rompimento de barragens de mineração em Minas Gerais.

Um espectador que atuou como juiz substituto em Paracatu (MG) alertou para o perigo envolvendo a barragem de rejeitos da mineradora de ouro na região. Rogério Correia, que preside a comissão externa das barragens na Câmara, confirmou a preocupação e lembrou que o colegiado acompanha de perto empreendimentos com risco elevado:

“São mais ou menos 42 barragens que têm risco de rompimento. Essa [em Paracatu] tem que estar sempre sob vigilância.”

Ele explicou que a barragem — que utiliza mercúrio na mineração de ouro — é monitorada e que, em caso de colapso, haveria impacto direto sobre o rio São Francisco, com consequências ambientais devastadoras.

O deputado destacou ainda que a comissão acompanhou todo o processo de repactuação do crime da Vale em Mariana, retomado recentemente após anos de paralisação durante o governo Jair Bolsonaro:

“Essa comissão é muito importante… acompanhamos, por exemplo, todo o processo de repactuação do crime da Vale em Mariana… Aliás, o governo Bolsonaro parou tudo, né?”

Ao encerrar, Rogério Correia reforçou a necessidade de vigilância institucional sobre crimes ambientais, financiamento de campanhas por redes criminosas e o cumprimento rigoroso das decisões judiciais envolvendo parlamentares condenados, apontando que a credibilidade das instituições depende justamente da resposta a esses casos. Assista:

 

Fonte: Brasil 247

The Guardian: apoio a Bolsonaro 'se desfaz como espuma' após prisão

Jornal britânico analisa reação tímida da direita e aponta erosão da força política do clã Bolsonaro após início da pena de 27 anos

Bolsonaristas em frente a sede da Polícia Federal em Brasília (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

A cena que marcou os primeiros dias de Jair Bolsonaro (PL) atrás das grades foi bem diferente das manifestações que marcaram sua trajetória nos últimos anos. Em reportagem publicada nesta sexta-feira (28), o jornal britânico The Guardian descreve a solidão que cerca o ex-presidente neste início de cumprimento da pena de 27 anos por tentativa de golpe.

Segundo a análise do The Guardian, apenas algumas dezenas de apoiadores apareceram diante da base da Polícia Federal em Brasília, onde Bolsonaro ocupa uma pequena sala usada como cela. Entre eles estava Arley Xavier, de 21 anos, que insistia em negar o fim do ciclo bolsonarista: “Não acabou. Ainda há muito que Jair Messias Bolsonaro precisa fazer no Brasil … Não, não acabou”, declarou o jovem, conclamando conservadores a irem à capital em protesto.

Durante seu governo, entre 2019 e 2023, Bolsonaro mobilizava multidões em cidades como Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. Mas a energia que antes impulsionava sua militância não apareceu desta vez. Com chuva e clima frio no Centro-Oeste, o ambiente ao redor do ex-chefe do Executivo refletiu desânimo e desarticulação.

A prisão de Bolsonaro e de cinco aliados — enquanto o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) fugiu pela Amazônia rumo aos Estados Unidos — não encerra a extrema direita brasileira, segundo a análise britânica. Seus seguidores ainda alimentam a esperança de um eventual indulto, sobretudo se um conservador vencer as eleições presidenciais do próximo ano. Apesar disso, o jornal destaca que a reação quase inexistente ao encarceramento surpreendeu até analistas experientes.

Um dos trechos centrais da reportagem cita o cientista político Christian Lynch, que avalia que o domínio da família Bolsonaro sobre a direita perdeu força: “Eu diria que a liderança da família Bolsonaro na direita está chegando ao fim e você poderia dizer que o bolsonarismo está chegando ao fim”, afirmou. Ele comparou a cena atual com o momento em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se entregou à polícia em 2018, recebido por uma multidão de apoiadores que o carregou nos ombros. Para Lynch, a diferença está na capacidade histórica do PT de organizar uma base sólida, algo que Bolsonaro nunca construiu de forma consistente. “O bolsonarismo é como espuma que se desfaz… A direita vai permanecer. Mas o bolsonarismo vai passar”, completou.

A análise também lembra que aliados próximos enfrentam seus próprios dilemas. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) vive nos Estados Unidos desde fevereiro e pode ser preso se retornar ao Brasil, por causa de uma investigação sobre interferência no julgamento do pai.

Brian Winter, editor-chefe da Americas Quarterly, afirmou ao Guardian que a atual fase é “muito perigosa” para a família. Segundo ele, Bolsonaro e seus filhos teriam cometido um “erro crítico” ao concentrar sua comunicação na ideia de perseguição política e ao pressionar Donald Trump — presidente dos Estados Unidos — a impor sanções ao Brasil. “A comunicação deles tem sido tão focada na própria vitimização … que fica a dúvida se deixaram de falar o suficiente sobre os desafios enfrentados pelos brasileiros. Talvez, como resultado, tenham perdido o contato com o povo”, avaliou.

A reportagem recorda ainda que prognósticos sobre o fim de lideranças políticas no Brasil costumam falhar. Lula, por exemplo, foi tido como politicamente morto após sua prisão injusta, mas retornou ao Planalto em 2022. O jornalista e escritor Bernardo Mello Franco destacou casos como o de Getúlio Vargas, deposto em 1945 e eleito novamente cinco anos depois. Mesmo assim, ele ponderou: “Não estou comparando Bolsonaro com Getúlio ou Lula, porque acho que ele é uma figura politicamente menor, em todos os sentidos”, observou, lembrando que as regras de progressão de pena podem permitir que Bolsonaro deixe a prisão em seis ou sete anos — ainda mais jovem que Lula hoje.

Já o comentarista Octavio Guedes, da GloboNews, avalia que o retorno político de Bolsonaro é improvável. Para ele, a “reação zero” à prisão mostra que o país vive uma fase “pós-Bolsonaro”, embora as ideias que marcaram o movimento permaneçam vivas e possam ser canalizadas por novas lideranças. Ele citou uma frase atribuída a Benito Mussolini: o líder fascista dizia não ter criado o fascismo, mas apenas extraído as ideias já presentes no inconsciente coletivo italiano — analogia que Guedes enxerga no bolsonarismo.

Dois dias após o início da pena, a promessa de uma reação expressiva se desfez tão rápido quanto a “espuma” que inspirou o título da análise britânica. Apenas um manifestante tentou se acorrentar a uma pilastra do Congresso — e acabou preso, numa cena que sintetizou o esvaziamento da força popular que um dia acompanhou o ex-presidente.

Fonte: Brasil 247

Nunes Marques e Mendonça divergem de Moraes em julgamento de golpista do 8/1

Os ministros Nunes Marques e André Mendonça, indicados de Bolsonaro, em solenidade no TSE. Foto: Antônio Augusto/TSE

O julgamento do bolsonarista Renato Marchesini Figueiredo no Supremo Tribunal Federal (STF) expôs um novo embate entre Alexandre de Moraes e os ministros Kassio Nunes Marques e André Mendonça. Ele, que foi preso em frente ao Quartel-General do Exército um dia após os atos de 8 de Janeiro, foi condenado pela Corte, mas a decisão ocorreu em meio a críticas da ala indicada por Jair Bolsonaro.

As divergências envolveram desde o enquadramento criminal até a própria competência do STF para julgar o caso. Nunes Marques abriu a divergência defendendo a absolvição. Para ele, o Supremo “não pode se arvorar de juízo universal” em processos ligados ao 8 de Janeiro.

O ministro afirmou que não havia vínculo entre o réu e autoridades com foro privilegiado e que o caso deveria tramitar em instâncias inferiores. O magistrado também ressaltou o fluxo constante de pessoas no acampamento militar, onde muitos “apenas pernoitavam”.

Em sua avaliação, esse cenário enfraqueceria a acusação por associação criminosa e incitação, já que não seria possível afirmar que todos os presentes tinham envolvimento estável com o movimento golpista. Mendonça acompanhou a divergência com críticas ao conteúdo da denúncia. Ele afirmou que a peça acusatória era genérica e não individualizava condutas, além de carecer do nível de prova exigido para condenação.

Plenário do Supremo Tribunal Federal. Foto: Kebec Nogueira/Metrópoles

No voto vencedor, Moraes sustentou que Marchesini aderiu de forma “consciente” às finalidades do acampamento e integrou uma associação “estavelmente organizada”, voltada à “abolição do Estado Democrático de Direito”. O ministro destacou que o réu incitou a animosidade das Forças Armadas contra os Poderes da República e permaneceu no local mesmo após a depredação em Brasília.

A pena imposta foi de um ano de reclusão, convertida em 225 horas de serviços comunitários, além de um curso presencial de 12 horas sobre democracia e golpe de Estado. O réu também ficou proibido de sair da comarca, acessar redes sociais e manter passaporte ativo. O eventual porte de arma deverá ser revisto.

O STF ainda determinou o pagamento de 20 dias-multa e fixou indenização de R$ 5 milhões por danos morais coletivos, quantia que será dividida entre os condenados nos processos dos atos golpistas. A condenação foi acompanhada por Gilmar Mendes, Edson Fachin, Luiz Fux, Flávio Dino, Cármem Lúcia e Dias Toffoli.

Fonte: DCM

VÍDEO – Paula Fernandes diz que resistiu à pressão do mercado: “Não me prostituí”


     A cantora Paula Fernandes. Foto: Reprodução

Paula Fernandes revisitou a pressão que enfrentou no auge da carreira e voltou a afirmar que manteve o próprio ritmo criativo. Em entrevista ao g1, ela disse: “Eu não me vendi, eu não me prostituí, eu não quis acelerar algo que não era o momento. O meu timing é diferente e eu acho que os meus fãs já entenderam isso”.

A cantora relembrou que, em 2011, vivia uma rotina de mais de 200 shows pelo país após o sucesso de seu álbum ao vivo, impulsionado por músicas como “Pássaro de fogo” e “Jeito de mato”. Com o passar dos anos, Paula adotou visuais mais modernos, mergulhou em sonoridades pop e até explorou uma fase mais sensual em 2024. Agora, em 2025, ela busca retomar a essência daquele período inicial.

Segundo Paula, essa desaceleração foi decisiva para reencontrar o próprio estilo. “Acho que isso era essencial que acontecesse. Esse equilibrar a vida pessoal com a vida profissional, porque eu estava trabalhando como uma camela. E eu precisava desse desacelerar justamente para resgatar a alma da obra”, disse.

A artista também comentou a cobrança constante por novos hits, que considera descolada da forma como trabalha. “As pessoas começaram a me cobrar: ‘tem que ter o hit, o próximo hit’. Espera aí, mas eu não preciso de tempo. Eu não sou assim, sabe?”. Para ela, essa pressão afetou a carreira, embora tenha tentado resistir.

Fonte: DCM

APUCARANA: Capacitação fortalece rede especializada que atende a cada mês 250 situações de violência contra a mulher

Encontro reuniu órgãos de proteção para alinhar procedimentos, reforçar o fluxo de atendimento e a atuação coordenada


Apucarana promoveu nesta sexta-feira (28/11) uma capacitação para a rede especializada de atendimento e enfrentamento à violência contra a mulher, que atende mensalmente cerca de 250 situações de violência. O encontro reuniu órgãos que recebem denúncias e acolhem vítimas, como Polícia Militar, Polícia Civil, Delegacia da Mulher, Guarda Civil Municipal (GCM), Patrulha Maria da Penha, Defensoria Pública e equipe do Centro de Atendimento à Mulher (CAM). O objetivo é alinhar procedimentos, apresentar detalhes dos serviços e fortalecer a articulação entre os setores.

O prefeito Rodolfo Mota salientou o compromisso da gestão com a proteção e o cuidado das mulheres, destacando a importância de políticas públicas integradas. “É preciso prevenir, acolher e ajudar as mulheres a reconstruir suas vidas. A violência doméstica é um problema que exige coordenação entre todos os setores, com um fluxo de atendimento ágil, humanizado e eficiente, para que nenhuma mulher que sofre qualquer tipo de violência fique desamparada”, afirmou.

A secretária da Mulher e Assuntos da Família, Karine Mota, afirma que o objetivo do treinamento é fazer cada órgão compreender o papel do outro e saber exatamente como encaminhar a mulher em situação de violência. “A rede atende, em média, cerca de 250 situações de violência contra a mulher mensalmente, casos que chegam por meio de denúncias em canais como o 153, 180, 100 e 190, Delegacia da Mulher ou diretamente no CAM. Somente ontem foram registrados seis novos casos”, revelou Karine Mota.

A diretora do Centro de Atendimento à Mulher (CAM), advogada Fernanda de Freitas Araújo, explicou como funciona o atendimento psicossocial e jurídico no CAM, reforçando a importância do trabalho integrado da rede. “O CAM, por exemplo, recebe boletins de ocorrência e as medidas protetivas decretadas pelo Judiciário, iniciando imediatamente a busca ativa para ofertar apoio”, explicou.

Segundo Fernanda, a articulação imediata entre os órgãos garante agilidade e proteção contínua. Ao registrar o boletim de ocorrência, a mulher solicita a medida protetiva, que segue para análise do Judiciário. Quando deferida, a medida é integrada automaticamente ao sistema da rede especializada, permitindo o acompanhamento sigiloso de toda a situação. Além da medida protetiva, a rede mantém monitoramento constante, enquanto o Judiciário pode, conforme a gravidade do caso, determinar a prisão em flagrante ou a prisão preventiva do agressor.

FLUXO DE ATENDIMENTO – como a rede funciona na prática


1 – Acolhimento inicial: a mulher chega a qualquer ponto da rede.
2 – Notificação e avaliação de risco: registro no sistema e identificação do grau de perigo.
3 – Denúncia e proteção legal: encaminhamento para a Delegacia da Mulher, boletim de ocorrência e pedido de medida protetiva.
4 – Acompanhamento integrado: inclusão no CAM, com apoio social, psicológico e jurídico.
5 – Monitoramento: Patrulha Maria da Penha verifica o cumprimento das medidas.
6 – Autonomia: suporte contínuo para reconstrução da vida com segurança e independência.

Fonte: Prefeitura de Apucarana

Moraes vota para condenar 5 PMs por atos golpistas


Bolsonaristas durante o ataque golpista de 8 de janeiro de 2023 em Brasília. Foto: Sergio Lima/AFP

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes votou nesta sexta (28) para condenar cinco dos sete integrantes da antiga cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF) por omissão nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. O julgamento, conduzido pela Primeira Turma da Corte, vai até 5 de dezembro e inclui ainda os votos de Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.

Todos analisam a conduta dos oficiais que ocupavam cargos de comando durante a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes. Moraes propôs pena de 16 anos para Fábio Augusto Vieira, Klepter Rosa Gonçalves, Jorge Eduardo Barreto Naime, Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra e Marcelo Casimiro Vasconcelos. Ele também pediu a perda dos cargos públicos desses réus.

Já Flávio Silvestre de Alencar e Rafael Pereira Martins foram absolvidos pelo ministro. Segundo Moraes, a análise se baseou em mensagens, depoimentos e comparações entre as medidas adotadas pela PMDF e os protocolos que deveriam ter sido seguidos.

Para Moraes, houve “condutas omissivas de contribuição relevante” e “anuência tácita” da cúpula da PMDF diante do risco já conhecido. Ele afirmou que “não houve só falhas pontuais” e que a polícia tinha plena consciência do potencial de violência antes dos eventos. O ministro classificou a omissão como “dolosa e estruturada”, iniciada ainda no período eleitoral de 2022.

O relator votou pela condenação dos réus por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Para Moraes, a resposta estatal deve ser firme para evitar a repetição histórica de movimentos que tentam, segundo ele, “obstruir a manutenção da normalidade democrática”.

Ex-membros da cúpula da PM do DF, réus em ação por omissão no STF. Foto: TV Globo/Reprodução

O ministro escreveu que condenações proporcionais servem para desencorajar a transformação de grupos políticos apoiados por setores militares em organizações criminosas.

Os sete policiais seguem em liberdade provisória com tornozeleiras eletrônicas e uma série de restrições: não podem deixar a cidade, devem permanecer em casa à noite e aos fins de semana e precisam se apresentar à Justiça toda segunda-feira.

Estão proibidos de sair do país, de portar armas, de usar redes sociais e de ter contato com outros investigados. Em outubro, Moraes determinou que o governo do DF envie atualizações diárias sobre as tornozeleiras.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) sustenta que os comandantes se omitiram deliberadamente, mesmo com informações prévias sobre o risco de invasões e destruição. Para o órgão, eles não reforçaram o policiamento, não impediram a invasão e nem atuaram para contê-la, contribuindo para o avanço dos grupos golpistas.

Fonte: DCM