quinta-feira, 24 de julho de 2025

Governo Trump e embaixada dos EUA atacam Moraes: ‘coração da perseguição’ a Bolsonaro

Alexandre de Moraes, ministro do STF. Foto: reprodução

O Escritório de Diplomacia Pública do Departamento de Estado dos Estados Unidos afirmou nesta quinta-feira (24), por meio de sua conta oficial na rede X, que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), estaria no centro de uma “campanha de censura e perseguição” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo o órgão, as ações do magistrado afetam inclusive a liberdade de expressão dentro do território norte-americano.

“Alexandre de Moraes é o coração pulsante do complexo de perseguição e censura contra Jair Bolsonaro, que por sua vez restringiu a liberdade de expressão na América. Graças à liderança do presidente Trump e do secretário Marco Rubio, estamos atentos — e estamos tomando providências”, diz a publicação. O escritório integra a estrutura do Departamento de Estado dos EUA e responde ao secretário de Estado.

A postagem foi feita em resposta a um texto do próprio secretário Marco Rubio, publicado dias antes. Nele, Rubio declara que o governo Trump não tolerará ações de estrangeiros que limitem a liberdade de expressão protegida por lei nos Estados Unidos. O secretário também classificou a atuação de Moraes como parte de uma “caça às bruxas política”.



Apesar da retórica, os norte-americanos ainda não informaram quais medidas efetivas estão em estudo. No entanto, o gesto amplia a pressão diplomática sobre o Brasil num momento em que as tensões bilaterais crescem, impulsionadas pela decisão dos EUA de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto.

A Casa Branca trata a tarifação como parte de sua nova política comercial, mas o governo Lula vê o gesto como uma retaliação direta ao andamento dos processos contra Bolsonaro no STF. Até o momento, o Itamaraty não se manifestou sobre a nova declaração do Departamento de Estado. Em pronunciamentos anteriores, o governo brasileiro reforçou que decisões do Supremo são prerrogativas constitucionais e que pressões externas violam princípios básicos da diplomacia internacional.

Fonte: DCM

VÍDEO – Ex-assessor de Bolsonaro leva bronca de auxiliar de Moraes: “Vai concluir?”


O antigo assessor para assuntos internacionais de Jair Bolsonaro, Filipe Martins. Foto: Divulgação

O ex-assessor internacional de Jair Bolsonaro, Filipe Martins, protagonizou momentos de tensão durante seu depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (24). A sessão, conduzida pelo juiz auxiliar Rafael Henrique Janela Tamai Rocha, integrante do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, faz parte da fase de interrogatórios dos réus ligados aos núcleos 2 e 4 da investigação sobre tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Martins divergiu diversas vezes do juiz ao relatar as condições de sua prisão preventiva. Ao ser advertido por estar sendo “circular”, ouviu de Rocha: “Aqui não é momento para ficar dando aula sobre o que é utilitarismo ou não, o que é pragmatismo ou não. Vamos concluir, por favor. Aqui é sobre fatos”.

O ex-assessor insistiu em continuar sua fala, questionando: “Mas a minha palavra compete ao senhor?”, o que levou o juiz a reagir com firmeza: “O interrogado não sou eu, o interrogado é o senhor”.

O advogado de defesa, Jeffrey Chiquini, interveio em defesa de Martins, afirmando que “uma semana não seria suficiente” para um réu do porte de seu cliente. O juiz respondeu que o tribunal não dispunha de todo esse tempo. Chiquini então replicou: “Se for necessário, ficaremos um mês fazendo a defesa”.



Durante o interrogatório conduzido pela representante da Procuradoria-Geral da República (PGR), Gabriela Starling, o clima voltou a esquentar. A acusação mencionou o uso de ERBs (Estações Rádio Base) para rastreamento de localização e alegou que Martins teria manipulado o sinal do celular para encobrir presença em reuniões suspeitas com Bolsonaro. A defesa contestou a tese e exigiu provas da suposta “ilação” feita pela acusação.

Martins negou qualquer relação com a chamada “minuta do golpe” e rebateu as acusações da Polícia Federal sobre sua suposta fuga do país no fim de 2022. Ele afirmou que esteve isolado em condições precárias durante sua prisão, o que também foi alvo de contestação por parte do juiz: “O senhor que está dizendo que era solitária”.

A sessão foi marcada por embates recorrentes entre o réu, seu advogado, o juiz e a representante do Ministério Público. Ainda assim, o interrogatório prosseguiu e Martins manteve a negativa sobre qualquer participação em planos de ruptura institucional.

Fonte: DCM

Eduardo pode provocar prisão de Bolsonaro se burlar cautelar, alerta Moraes

Caso Eduardo Bolsonaro republique sobre seu pai, poderá ser configurado novo descumprimento da ordem judicial

   Eduardo e Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução)

Eduardo Bolsonaro violou as medidas cautelares impostas a Jair Bolsonaro ao divulgar, nas redes sociais, trechos de um discurso feito pelo pai na Câmara dos Deputados, em uma tentativa deliberada de contornar a proibição de uso de redes sociais imposta ao ex-mandatário, alertou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta-feira (24).

“Não há dúvidas de que houve descumprimento da medida cautelar imposta, uma vez que as redes sociais do investigado Eduardo Nantes Bolsonaro foram utilizadas a favor de Jair Messias Bolsonaro dentro do ilícito modus operandi”, escreve Moraes na decisão.

O ministro ressalta que a publicação ocorreu “momentos após o acontecimento”, e configura “a tentativa de burlar a medida cautelar”.

Com isso, caso Eduardo Bolsonaro republique sobre seu pai, poderá ser configurado novo descumprimento da ordem judicial — o que abriria caminho para a decretação de prisão.

Na decisão, Moraes disse ainda não ter dúvida de que Jair Bolsonaro violou a proibição de utilizar as redes sociais, mas que o episódio foi pontual e não seria o bastante para decretar a prisão preventiva.

Moraes apontou para publicação de Eduardo Bolsonaro na rede social Facebook, feita momentos depois de uma ida do ex-presidente ao Congresso, onde Jair Bolsonaro mostrou a tornozeleira eletrônica que foi obrigado a usar e deu declarações à imprensa.

Fonte: Brasil 247

'Trump, nossa soberania é feita pelo povo brasileiro, e aqui ninguém põe a mão', afirma Lula

Presidente reage à carta de Donald Trump e exige respeito à Justiça, à economia e às decisões internas do Brasil

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante cerimônia de entregas do governo federal ao Vale do Jequitinhonha - Parque de Eventos de Minas Novas, Minas Novas-MG (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Durante pronunciamento nesta quinta-feira (24), no Vale do Jequitinhonha (MG), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) rebateu com firmeza as declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que publicou em seu site uma carta com ameaças diretas ao Brasil. O documento, que não foi enviado por canais diplomáticos formais, gerou forte reação do líder brasileiro.

"Eu, de surpresa, recebi uma carta do presidente Trump. Mas não como uma carta que eu mando para os outros presidentes. Eu recebi pelo jornal, porque ele publicou uma carta no site dele fazendo uma ameaça ao Brasil", revelou Lula, diante de uma plateia que o ovacionou. Na publicação, Trump exige o fim do que chamou de "perseguição" a Jair Bolsonaro (PL), critica a regulação das big techs no Brasil e ameaça aplicar tarifas de 50% sobre produtos brasileiros caso não haja resposta até o dia 1º de agosto.

☆ "Desrespeito com o Brasil e a Justiça brasileira" - Lula classificou a atitude de Trump como afrontosa e mentirosa, criticando ponto a ponto a carta. "Foi a primeira coisa que ele fez, um desaforo, desrespeito com o Brasil e com a Justiça brasileira", afirmou. "Depois ele disse: 'nossas big techs, nossas empresas, não podem ser controladas, não pode ter controle porque isso é ferir a liberdade de expressão'. Não. O que queremos é evitar a liberdade de agressão. [...] Nós vamos proteger nosso povo e aqui dentro do Brasil elas serão regulamentadas."

O presidente também desmentiu a acusação de que os Estados Unidos estariam sofrendo prejuízos comerciais nas relações bilaterais. "É mentira. Em 15 anos, os americanos tiveram superávit de US$ 410 bilhões em negócios com o Brasil", pontuou.

☆ "Imperador do mundo nós não queremos" - A carta de Trump foi acompanhada de uma ameaça explícita de sanções caso o governo brasileiro não respondesse até 1º de agosto. Lula, no entanto, reagiu com ironia e altivez: "Eu não sou mineiro, mas sou bom de truco. E se ele estiver 'trucando', ele vai tomar um 6".

Lula ressaltou que o Brasil mantém uma tradição diplomática de diálogo e que aguardava respostas concretas dos Estados Unidos a propostas já enviadas. "No dia 16 de maio**,** mandamos uma carta para eles pedindo explicação das propostas que tínhamos feito. Não responderam."

☆ Defesa da soberania brasileira - Encerrando sua fala com uma convocação simbólica à população, Lula fez um apelo direto ao presidente dos Estados Unidos. "Presidente Trump, a nossa soberania é feita por esse povo brasileiro, que trabalha, que produz", disse. E completou: "Temos 8,5 milhões de km² para proteger, 8,5 mil km de fronteira marítima para proteger, 16,7 mil km de fronteira terrestre, a maior floresta do mundo, 12% da água doce do mundo, 215 milhões de pessoas, todo o nosso petróleo, todo o nosso ouro, todos os minerais ricos que vocês querem — e aqui ninguém põe a mão. Esse país é do povo brasileiro."

Em tom firme, Lula também reforçou sua disposição para manter relações diplomáticas respeitosas: "A única coisa que eu peço ao governo americano é que respeite o povo brasileiro como eu respeito o povo americano. O Trump foi eleito para ser presidente deles. Imperador do mundo nós não queremos. Nós somos donos do nosso nariz. Se quiserem negociar, nós queremos negociar. Temos os melhores negociadores do mundo."

Fonte: Brasil 247

Tarifas de Trump causam estragos no cinturão citrícola do Brasil

Nova taxação de 50% sobre o suco brasileiro, em vigor a partir de agosto, pressiona produtores e ameaça exportações ao maior mercado do setor

      Colheita de laranja em Minas Gerais (Foto: Reuters/Adriano Machado)

Por Ana Mano
SÃO PAULO (Reuters) - O plano do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma nova tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros a partir de 1º de agosto pode devastar o cinturão citrícola do Brasil, uma vez que as fábricas reduzem os trabalhos e os produtores de laranja consideram deixar as frutas apodrecerem em meio a uma queda acentuada nos preços.

"Eu vejo que pode realmente já ficar fruto no pé por não ter mercado e você não vai gastar para tirar e não ter para quem vender", disse o produtor Fabrício Vidal em sua fazenda em Formoso (MG).

As novas tarifas podem impossibilitar a entrada de suas frutas nos Estados Unidos, que compram 42% do suco de laranja exportado pelo Brasil, um comércio avaliado em cerca de US$1,31 bilhão na safra encerrada em junho.

Neste mês, os preços da laranja no Brasil caíram para 44 reais a caixa, quase metade do que eram há um ano, de acordo com medições do Cepea, da Universidade de São Paulo (USP), ilustrando como as políticas comerciais disruptivas de Trump podem semear o caos antes mesmo de serem implementadas.

"Cada dia que vai chegando mais perto da entrada em vigor das tarifas aumenta a ansiedade em relação ao que pode acontecer", disse Ibiapaba Netto, diretor-presidente do CitrusBR, que representa exportadores de suco de laranja, em entrevista à Reuters.

✱ IMPACTO PARA OS CONSUMIDORES

A produção de suco de laranja dos EUA caiu para o menor nível em meio século na safra 2024/25, com um volume estimado em 108,3 milhões de galões, de acordo com dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos citados pelo Cepea em relatório recente, que mostra que as importações representarão 90% do abastecimento dos EUA até setembro.

Os consumidores norte-americanos sofrerão o impacto, assim como os produtores brasileiros de laranja. Metade do suco de laranja que os norte-americanos bebem vem do Brasil, vendido por marcas como Tropicana, Minute Maid e Simply Orange.

O Brasil, que produz 80% do suco de laranja do mundo, também será difícil de substituir.

Os EUA se tornaram mais dependentes das importações de suco de laranja nos últimos anos devido à doença "greening" nas lavouras cítricas, furacões e adversidades climáticas.

Mas a nova tarifa sobre as importações brasileiras representa um aumento de 533% em relação ao imposto de US$415 por tonelada já atualmente cobrado quando o suco entra no país.

Na semana passada, a Johanna Foods, produtora e distribuidora de sucos de frutas de Nova Jersey, contestou na Justiça as tarifas propostas sobre o suco de laranja brasileiro, alegando que elas causariam "danos financeiros significativos e diretos" à empresa e aos consumidores dos EUA.

As tarifas também podem significar problemas para Coca-Cola e Pepsi, que respondem por cerca de 60% do suco de laranja vendido nos Estados Unidos, disse Netto. Nenhuma das empresas respondeu a pedidos de comentário.

✱ SEM RESPOSTA FÁCIL

O Brasil não terá facilidade em substituir os consumidores norte-americanos, que estão entre os mais ávidos consumidores de suco de laranja do mundo.

Normalmente, apenas países de renda mais alta importam suco de laranja, limitando o potencial de alcance do Brasil em novos mercados. O suco de laranja brasileiro é vendido somente para cerca de 40 países, o que representa cerca de um terço dos destinos que compram carne brasileira, por exemplo, segundo dados comerciais.

Netto, da CitrusBR, observou que altas tarifas já aplicadas por mercados como Índia e Coreia do Sul, bem como a baixa renda familiar na China, prejudicaram o comércio com o Brasil.

A União Europeia, por sua vez, já compra cerca de 52% do total das exportações brasileiras, o que torna improvável que os países de lá ajudem a compensar o Brasil por negócios perdidos com os EUA.

As empresas ficarão com poucas opções.

Uma delas seria exportar suco de laranja brasileiro pela Costa Rica, o que algumas empresas já fazem para evitar as tarifas atuais, disse Arlindo de Salvo, consultor independente especializado em laranja. Mas não está claro se os exportadores conseguirão fazer isso quando a nova taxa começar a ser aplicada.

A CitrusBR disse que tal "triangulação" via Costa Rica é impossível segundo as regras da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Enquanto as empresas precisam encontrar novos caminhos para os consumidores do suco brasileiro, os agricultores de Formoso temem o pior. Os preços pagos a eles já caíram para cerca de um terço do que os produtores recebiam na mesma época do ano passado, disseram os produtores, fazendo com que o custo da colheita das laranjas quase não valha a pena.

O produtor Ederson Kogler disse que a única solução seria encontrar outros mercados. Mas, acrescentou, "só que são coisas que não acontecem do dia para a noite".

Fonte: Brasil 247 com Reuters

‘Vai para o xilindró sim senhor’, diz Lula sobre o ‘fujão’ Bolsonaro

Presidente critica duramente Bolsonaro e Eduardo por articulação com Trump e cobra punição judicial ao ex-mandatário

      Lula - 24/07/2025 (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Durante visita ao Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, nesta quinta-feira (24), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um pronunciamento incisivo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Lula classificou Bolsonaro como um “fujão” e ironizou sua postura após a derrota nas eleições de 2022. “Nem sei como aquele cara chegou a ser tenente do Exército, porque se borrou todo; perdeu as eleições e ficou dentro de casa chorando, chorando…”, declarou o presidente.

Lula destacou ainda que Bolsonaro tentou impedir sua posse por meio de articulações golpistas que, segundo ele, estão sendo apuradas pelas autoridades brasileiras: “Preparam um golpe, nós ficamos sabendo, a polícia investigou, eles mesmos se delataram, ele foi indiciado, o procurador-geral pediu a condenação dele e ele vai, sim senhor, se a Justiça decidir, com base nos autos do processo, vai para o xilindró”.

✱ Críticas a Eduardo Bolsonaro e relação com Trump - Lula também voltou a denunciar a atuação de Eduardo Bolsonaro junto ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que iniciou seu segundo mandato em 2025. O petista afirmou que o deputado atuou de forma irresponsável ao interceder por seu pai no exterior, em uma tentativa de obter apoio contra as investigações em curso no Brasil.

“O filho é deputado federal. O filho abandona o mandato de deputado, vai para os Estados Unidos e fica ‘ô Trump, solta meu pai, solta meu pai, ajuda meu pai, ajuda meu pai’. Coisa de moleque irresponsável, que na hora de falar merda na internet não tem responsabilidade”, afirmou Lula.

Segundo o presidente, esse tipo de atitude compromete a soberania nacional e afronta o respeito devido ao povo brasileiro. “Fez as merdas que fez, pague pelas merdas que fez e respeite os brasileiros”, enfatizou.

✱ “Não fugi, provei minha inocência” - No mesmo discurso, Lula relembrou o período em que esteve preso, por 580 dias, em Curitiba, e afirmou que jamais cogitou deixar o país ou buscar asilo em embaixadas, como muitos o aconselharam à época. “Quando inventaram as mazelas contra mim, quando inventaram as mentiras contra mim, massacraram não a mim, mas muita gente nesse país. [...] E eu dizia: ‘um cara que não morreu de fome até os cinco anos de idade e sobreviveu, não vai correr não. Vou provar minha inocência’”, relatou.

Ao destacar a diferença entre sua postura e a de Bolsonaro, Lula reafirmou que confia na Justiça brasileira, a qual considera independente, e reforçou que o ex-presidente deve ser responsabilizado por suas ações: “Obviamente que depende da Justiça, e no Brasil a Justiça é independente”.

Fonte: Brasil 247

Desaprovação ao governo Lula recua e aprovação sobe, aponta Ipespe

Aprovação do governo sobe a 43%, enquanto desaprovação recua a 51%; Nordeste lidera apoio ao presidente

       Lula com boné "o Brasil é dos brasileiros" (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

A mais recente pesquisa do Instituto Ipespe, divulgada nesta quinta-feira (24), revela uma melhora na percepção da população sobre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). De acordo com o Metrópoles, o levantamento aponta que 51% dos brasileiros desaprovam a atual gestão, uma queda de três pontos percentuais em relação aos 54% registrados em maio.

Por outro lado, a aprovação ao governo subiu de 40% para 43% no mesmo período, consolidando uma tendência de recuperação gradual da imagem da presidência junto à opinião pública. Os dados foram coletados entre os dias 19 e 22 de julho, com entrevistas realizadas com mais de 2 mil pessoas de 16 anos ou mais, em todas as regiões do país.

O Nordeste segue como o principal reduto de apoio ao presidente, com 53% de aprovação. Na outra ponta, a região Sul se mostra mais crítica, com apenas 36% de aprovação e expressivos 57% de desaprovação. No Norte, o percentual de aprovação é de 41%, seguido por 40% no Sudeste e 42% no Centro-Oeste.

A pesquisa tem margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e um intervalo de confiança de 95,45%. O instituto destaca que a variação pode ser maior dependendo do segmento demográfico analisado.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Bolsonaro fala à imprensa após ser autorizado a dar entrevistas, mas evita se alongar

“Vou ver com o advogado o que posso falar", disse Bolsonaro nesta quinta-feira

      Bolsonaro em Brasília, 18 de julho de 2025 (Foto: REUTERS/Mateus Bonomi)

Jair Bolsonaro voltou a dar declarações à imprensa nesta quinta-feira (24), mas evitou se aprofundar nas respostas. A retomada do contato com jornalistas ocorre após a autorização para conceder entrevistas, apesar das medidas cautelares que seguem em vigor contra ele.

À imprensa, o ex-presidente afirmou, na sede de seu partido, o PL, em Brasília-DF: “Vou ver com o advogado o que posso falar". A declaração foi divulgada pelo portal Metrópoles.

Mais cedo, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse não ter dúvida de que o ex-presidente violou a proibição de utilizar as redes sociais, mas que o episódio foi pontual e não seria o bastante para decretar a prisão preventiva.

Moraes apontou para publicação do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro na rede social Facebook, feita momentos depois de uma ida do ex-presidente ao Congresso, onde Bolsonaro mostrou a tornozeleira eletrônica que foi obrigado a usar e deu declarações à imprensa.

Moraes advertiu que "se houver novo descumprimento, a conversão será imediata" das cautelares em prisão preventiva.

Fonte: Brasil 247

Anistia haverá de ser resistida por homens públicos responsáveis, diz Rodrigo Pacheco

Senador reforçou que as instituições brasileiras “funcionam” e reagiram aos ataques antidemocráticos

       Rodrigo Pacheco (Foto: Lula Marques / Agência Brasil)

O senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ex-presidente do Senado, criticou, nesta quinta-feira (24), os pedidos por uma anistia ampla aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de Janeiro. Durante evento com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no interior de Minas Gerais, Pacheco afirmou que a proposta será resistida por “homens públicos responsáveis”.

"Os mesmos que negam a democracia hoje pretendem, repito, uma 'anistia ampla, geral e irrestrita', que haverá de ser resistida por cada um de nós, homens públicos responsáveis", declarou Pacheco.

A fala ocorre em meio à articulação de setores da oposição, que têm pressionado pela anistia como uma das pautas centrais para o segundo semestre legislativo.

Em discurso, o senador reforçou que as instituições brasileiras “funcionam” e reagiram aos ataques antidemocráticos em 2022 e 2023, citando o papel de universidades, sindicatos, partidos e movimentos sociais na defesa da democracia.

Fonte: Brasil 247

Réu no 8 de janeiro, delegado da PF chora no STF e culpa PMDF por omissão

Delegado também disse que foi surpreendido pela ausência de Anderson Torres, então secretário de Segurança Pública, que havia viajado para o exterior

       Delegado de Polícia Federal Fernando de Souza Oliveira (Foto: Reprodução)

O delegado da Polícia Federal Fernando de Souza Oliveira chorou ao prestar depoimento nesta quinta-feira (24), em audiência no Supremo Tribunal Federal (STF), e negou qualquer participação no plano golpista que culminou nos atos de 8 de janeiro de 2023. Réu no processo, Oliveira é acusado de ter se omitido enquanto exercia o cargo de secretário-executivo da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, órgão diretamente envolvido na resposta institucional ao ataque que depredou as sedes dos Três Poderes.

“Jamais arriscaria a minha vida profissional, a minha família, em prol de qualquer ação de qualquer pessoa que não conheço”, disse, emocionado, interrompendo a fala por diversas vezes. “Não conheço qualquer militar ou político.”

No início do depoimento, transmitido ao vivo pelos canais do STF, Oliveira buscou rebater a principal acusação da Procuradoria-Geral da República (PGR): a de que teria sido omisso diante da escalada golpista. Segundo ele, houve uma ruptura por parte da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), que ignorou o planejamento elaborado no Plano de Ação Integrada (PAI) — documento elaborado para proteger a Esplanada dos Ministérios.

“Não sei por que a PM não cumpriu nada que foi estabelecido no PAI”, afirmou.

De acordo com o delegado, ele próprio inspecionou, no dia 8 de janeiro, as barreiras montadas na Esplanada por volta do horário do almoço e foi tranquilizado pelo comando da PM sobre a suficiência da operação. Quando os atos violentos começaram, Oliveira afirmou ter assumido de imediato o gabinete de crise, pedido reforço e acionado o governador Ibaneis Rocha.

“Peço desesperadamente que sejam colocadas todas as tropas no Supremo Tribunal Federal e no Palácio do Planalto, porque já estavam entrando no Congresso, e eu queria ali salvar os prédios dos outros poderes”, relatou.

Ele também disse que foi surpreendido pela ausência de Anderson Torres, então secretário de Segurança Pública, que havia viajado para o exterior mesmo ciente da possibilidade de distúrbios no domingo. “Questionei sobre a viagem. Ele disse que confiava na PMDF e no plano, que julgou perfeito.”

Acusações da PGR vão além da omissão

Fernando Oliveira integra o chamado “núcleo 2” da suposta trama golpista, formado por servidores de alto escalão que teriam gerenciado ações para reverter o resultado das eleições de 2022 e manter Jair Bolsonaro no poder. Ele responde a cinco crimes: organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. As penas, somadas, podem ultrapassar 30 anos de prisão.

Além da conduta nos atos do 8 de janeiro, a PGR acusa o delegado de, quando ocupava cargo no Ministério da Justiça, ter ordenado a produção de relatórios para tentar vincular o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva ao crime organizado. Oliveira nega. Disse que entrou no ministério ainda sob gestão de André Mendonça, hoje ministro do STF, e que foi escolhido por seu perfil técnico.

Também justificou a mudança para Brasília por razões pessoais: o casal tentava ter filhos e buscava acesso a melhores tratamentos de fertilidade.

Fonte: Brasil 247 com informações da Agência Brasil

16ª RS vai ampliar oferta de soros para casos de acidentes com animais peçonhentos

 

        Foto: Divulgação 

Em reunião convocada e realizada na manhã desta quinta-feira (24), no Auditório Araucárias, na 16ª Regional de Saúde de Apucarana, representantes dos 17 municípios da região trataram sobre o registro de muitos casos de acidentes com escorpiões, serpentes, Aranhas, lagartas, abelhas e outros. O tema também entrou em pauta, devido ao acidente com um escorpião amarelo que resultou em óbito de uma criança em Cambará, na semana passada.

O diretor da RS, Lucas Leugi, manifestou sua preocupação com o registro de muitos casos, principalmente com escorpiões, serpentes e aranhas nas cidades da região. De janeiro a julho deste ano foram notificados em Apucarana 11 acidentes com escorpiões, 12 com aranhas e 7 com serpentes; já em Arapongas foram 9 acidentes com escorpiões; e em Jandaia do Sul, 10 casos com escorpiões.

“Felizmente, não tivemos óbitos na região de Apucarana, mas é preciso que todas as equipes da saúde pública dos municípios estejam orientadas e treinadas para atuar com rapidez em situações deste tipo”, alertou Lucas Leugi.


O diretor da RS disse que, atualmente, estes tipos de soros são disponibilizados em Apucarana, Arapongas, Kaloré e São Pedro do Ivaí. “A partir de agora, vamos ampliar a oferta para mais pontos de atendimento, levando as doses de soros para cidades que ficam mais distantes, tais como Grandes Rios, Borrazópolis e Faxinal, entre outras”, cita Lucas Leugi.

Ele acrescenta que todas cidades terão que dispor de geladeiras científicas, além de técnicos treinados para atuar nestes casos. “Um documento está sendo formatado para ser avaliado por todos os municípios e, na sequência, ser oficializada a adesão”, assinala.

Com relação aos casos de acidentes com escorpiões, Cacilda Maria do Prado, da Seção de Vigilância Epidemiológica, explicou aos representantes das secretarias municipais de saúde que a gravidade depende da espécie e da quantidade de veneno injetada. As infestações por esse animal peçonhento estão se tornando cada vez mais frequentes nas cidades e os casos mais graves são do escorpião amarelo.

A picada do escorpião ocorre quando a pessoa entra em contato acidental com o animal, que se sente ameaçado – escorpiões não atacam, apenas se defendem. A picada é dolorosa e pode ser acompanhada por outros sintomas.

As infestações tornaram-se mais frequentes devido à expansão das áreas urbanas, ao desmatamento e ao aumento da produção de lixo sem o devido descarte adequado.

O soro antiescorpiônico, desenvolvido para tratar envenenamentos causados por picadas de escorpiões, é disponibilizado em hospitais de referência do Sistema Único de Saúde (SUS) e também em Unidades Básicas de Saúde de alguns municípios. Na maioria dos casos, não há necessidade de utilizar o antiveneno, mas a recomendação é sempre procurar rapidamente para uma avaliação e encaminhamento a um hospital de referência, principalmente no caso de crianças.

A grande maioria dos acidentes com escorpião não apresenta gravidade significativa. Os acidentados geralmente experimentam dor imediata, vermelhidão e inchaço devido ao acúmulo de líquido, piloereção (pelos em pé) e sudorese (suor), que desaparecem rapidamente. Em crianças pequenas, os sintomas podem ser mais intensos e as consequências mais graves.

É importante destacar que todos os escorpiões são venenosos. Os riscos associados aos acidentes aumentam conforme a quantidade de veneno injetada e a nocividade do veneno de cada espécie para o corpo humano. O efeito da picada é imediato. Em caso de picada por escorpião, a recomendação é procurar imediatamente o hospital de referência mais próximo. Se possível, levar o animal ou uma foto para identificação da espécie. Limpar o local da picada com água e sabão pode ajudar, desde que não atrase a ida ao serviço de saúde.

Como prevenir as picadas de escorpião?

Com alguns cuidados, você previna acidentes em cidades onde há escorpiões:

• Use telas em ralos de chão, pias e tanques;

• Vede as frestas nas paredes e debaixo de portas;

• Afaste camas e berços das paredes;

• Mantenha jardins e quintais livres de entulhos, folhas secas e lixo;

• Empacote o lixo em sacos plásticos bem fechados para evitar baratas;

• Não coloque a mão em buracos, embaixo de pedras ou em troncos apodrecidos;

• Use luvas e botas durante atividades que representem risco.

Fonte: Assessoria de imprensa

Jornada Pedagógica reforça a capacitação, planejamento e valorização dos educadores

Formação reúne mais de 1.200 profissionais e marca o início do segundo semestre letivo na rede municipal de Apucarana


Apucarana está deixando tudo pronto para a retomada das aulas para o segundo semestre, que recomeçam no próximo dia 28 na rede municipal de ensino. Os educadores estão passando por dois dias de capacitação, reforçando o compromisso da atual gestão com o aperfeiçoamento e a valorização profissional. A 2ª Jornada Pedagógica foi aberta nesta quinta-feira e a programação inclui palestras, formações e uma capacitação sobre a Lei Lucas, com o SAMU.

O evento conta com a presença de 1.200 profissionais da educação e a abertura foi prestigiada por diversas autoridades, como o prefeito Rodolfo Mota e o secretário estadual do Trabalho, Qualificação e Renda, Paulo Rogério do Carmo, e a secretária de Educação, Ana Paula do Carmo Donato. A Jornada Pedagógica acontece no Clube de Campo Água Azul e marca o planejamento para a retomada das aulas.

Rodolfo Mota salientou que Apucarana é referência em educação e que, para manter essa posição de destaque, é essencial a união e o trabalho em equipe. “A missão do educador é a missão de todos nós. Quando trabalhamos juntos, todos ganham: alunos, professores, a comunidade e a cidade”, afirmou. O prefeito também enalteceu a profissão e apresentou ao público duas educadoras que marcaram sua infância, ilustrando a importância das memórias afetivas construídas na escola.

O prefeito mencionou ainda que a atual gestão herdou dívidas de INSS acumuladas por mais de 10 anos, ultrapassando somente na Educação os R$100 milhões, e que está ajudando a articular uma mudança na Constituição para viabilizar o parcelamento. Mesmo diante das dificuldades, Mota confirmou investimentos para o segundo semestre, como a entrega das mochilas e regatas, que completam os itens do uniforme escolar.

A secretária de Educação e diretora-presidente da AME, professora Ana Paula, avaliou os primeiros 101 dias letivos como desafiadores, mas positivos. “Foram dias de muita adaptação e planejamento. O nosso foco foi otimizar o tempo dos professores”, ressaltou, agradecendo o empenho dos educadores e o apoio da equipe.

O secretário de Estado do Trabalho elogiou a organização da jornada e reforçou a importância de dividir responsabilidades com os pais. “As famílias muitas vezes depositam toda a expectativa nos professores. É preciso somar as dores, dar boas condições a quem educa e garantir que Apucarana continue sendo referência no Brasil”, afirmou Do Carmo.

A palestra de abertura foi “Do Balbucio à Leitura: Construindo a Fluência Leitora da Creche ao 5º Ano”, com Brunela Santos, que é educadora infantil, pedagoga e bióloga, com especialização em psicopedagogia clínica e institucional. Amanhã (25), o destaque será a formação sobre a Lei Lucas, ministrada pelo SAMU, reforçando o compromisso da rede com a segurança e o preparo em situações de emergência.

Também estiveram presentes no evento os vereadores Danylo Acioli, presidente da Câmara Municipal, Adan Lenharo e Eliana Rocha, que reforçaram o apoio do Legislativo às iniciativas de valorização dos educadores e a necessidade de criar uma rede de proteção e cuidado dos profissionais.



Fonte: Prefeitura de Apucarana

Lula pede a PT e PSB aliança estratégica para fortalecer base no Senado em 2026

Presidente quer articulação unificada nas eleições e alerta para avanço da direita na Casa onde tramitam pedidos de impeachment contra ministros do STF

   Lula após almoço no Palácio do Planalto com lideranças do PSB (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) orientou as cúpulas do PT e do PSB a construírem uma estratégia conjunta para as eleições legislativas de 2026, com foco especial no fortalecimento da base aliada no Senado. As informações são da Folha de S. Paulo.

O pedido foi feito durante um almoço nesta quarta-feira (23), no Palácio do Planalto, com lideranças dos dois partidos. Pelo PSB, participaram o presidente da sigla, João Campos, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, o ministro do Empreendedorismo, Márcio França, e o líder da bancada na Câmara, Pedro Campos (PE). O PT foi representado pela ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.

Durante a conversa, Lula enfatizou a importância de uma atuação coordenada para ampliar o número de parlamentares da base no Congresso Nacional, especialmente no Senado, onde a influência do bolsonarismo segue crescente e se tornou uma preocupação central do Planalto. Um dos motivos é o uso político da Casa Alta como palco de pressões contra o Judiciário, incluindo a tramitação de processos de impeachment contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

A proposta do presidente é que PT, PSB e outros partidos aliados articulem candidaturas competitivas e unificadas nos estados, evitando disputas internas e a fragmentação do eleitorado de esquerda. Segundo os presentes no encontro, o objetivo é formar bancadas mais sólidas que garantam governabilidade e sustentação institucional no próximo mandato.

O diagnóstico traçado no almoço mostrou cenários opostos em regiões distintas do país. No Sul e Sudeste, há carência de nomes com potencial eleitoral competitivo; já no Nordeste, há excesso de bons quadros em partidos distintos, o que pode provocar divisões prejudiciais entre candidatos do mesmo campo político.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

“Justiça é cega, mas não é tola”, diz Moraes em decisão sobre Bolsonaro

Ministro do STF reconheceu violação de cautelares pelo ex-presidente, mas considerou episódio como ato isolado e evitou decretar prisão preventiva

    Alexandre de Moraes (Foto: Gustavo Moreno / STF)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta quinta-feira (24) que "a Justiça é cega, mas não é tola", ao decidir não decretar a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), apesar de reconhecer o descumprimento de medidas cautelares impostas pela Corte. A frase foi destacada na decisão em que Moraes advertiu Bolsonaro por usar, ainda que de forma indireta, as redes sociais — o que está proibido por ordem judicial. As informações são do g1.

“Como diversas vezes salientei na Presidência do Tribunal Superior Eleitoral, a Justiça é cega, mas não é tola”, escreveu o ministro, ao alertar que não serão tolerados “subterfúgios para a manutenção da prática de atividades criminosas”.

Segundo o magistrado, houve de fato uma violação das medidas cautelares, já que um vídeo do ex-presidente foi transmitido nas redes sociais de seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), no mesmo padrão de comunicação em rede já usado em outras ocasiões investigadas.

“Efetivamente, não há dúvidas de que houve descumprimento da medida cautelar imposta, uma vez que as redes sociais do investigado Eduardo Nantes Bolsonaro foram utilizadas à favor de Jair Messias Bolsonaro dentro do ilícito modus operandi já descrito”, afirmou Moraes.

Apesar do reconhecimento da infração, o ministro considerou o episódio uma “irregularidade isolada”, com base na ausência de reincidência e nos argumentos da defesa, que negou intenção deliberada de burlar a decisão. Com isso, Moraes decidiu manter as cautelares em vigor e apenas advertir o ex-presidente. No entanto, fez um alerta direto: um novo descumprimento levará à prisão preventiva imediata.

“Deixo de converter as medidas cautelares em prisão preventiva, advertindo ao réu, entretanto, que, se houver novo descumprimento, a conversão será imediata”, escreveu o ministro.

Bolsonaro foi alvo de novas medidas cautelares na última sexta-feira (18), incluindo o uso de tornozeleira eletrônica, proibição de usar redes sociais — direta ou indiretamente — e de se comunicar com outros investigados. No entanto, no dia 21, ele participou de um evento na Câmara dos Deputados, e imagens da ocasião foram compartilhadas por aliados.

A defesa alegou que Bolsonaro não solicitou a publicação do vídeo, tampouco sabia que a gravação seria usada nas redes sociais. Também sustentou que não houve violação intencional da medida cautelar.

Na decisão, Moraes reforçou que não está proibido que o ex-presidente conceda entrevistas ou participe de eventos públicos, mas destacou que o uso estratégico desses momentos para alimentar redes coordenadas por terceiros configura violação da ordem judicial.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1