domingo, 20 de julho de 2025

Entenda por que Fux ainda não votou sobre restrições a Bolsonaro no STF

 

Os ministros do STF Luis Fux e Alexandre de Moraes. Foto: Fellipe Sampaio /STF
Deve ser concluído até segunda-feira (21), o julgamento virtual da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal, que analisa as sanções impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. O ministro Luiz Fux, último a votar, ainda não se manifestou. Ele afirmou a colegas que está gripado, mas garantiu que registrará seu voto dentro do prazo, conforme o colunista Guilherme Amado para o Platobr.

A análise ocorre em meio a um conflito diplomático envolvendo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, além da cassação do visto americano do ministro Alexandre de Moraes. As decisões tomadas por Moraes contra Bolsonaro também motivaram uma resposta do governo americano.

Três ministros já acompanharam o relator Alexandre de Moraes: Flávio Dino, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia. O placar está em 4 a 0, consolidando maioria pela manutenção das restrições ao ex-presidente. Caso Fux não vote até o fim do prazo, será considerado ausente, conforme o regimento interno do STF.

Moraes determinou buscas em endereços ligados a Bolsonaro e a instalação de tornozeleira eletrônica na última sexta-feira (18). Também proibiu o ex-presidente de manter contato com seu filho Eduardo Bolsonaro, de sair de casa à noite e aos fins de semana e de se aproximar de representações diplomáticas estrangeiras.

Jair Bolsonaro sendo conduzido pela Polícia Federal após dois mandados de busca e apreensão em sua residência. Foto: Wilton Junior/Estadão
Segundo o relator, Bolsonaro e Eduardo estariam tentando atrapalhar a ação penal em andamento no STF e articulando com autoridades estrangeiras medidas que poderiam pressionar o Judiciário brasileiro e violar a soberania nacional. As restrições foram remetidas para validação da 1ª Turma.

A decisão gerou reação imediata dos Estados Unidos. O secretário de Estado, Marco Rubio, suspendeu o passaporte do ministro, de familiares e de aliados no STF. A medida aumentou a tensão entre os dois países.

Em seu voto de 13 páginas, Flávio Dino concordou com os argumentos de Moraes sobre os riscos de uma eventual fuga de Bolsonaro para os Estados Unidos. Cristiano Zanin seguiu o mesmo entendimento, e Cármen Lúcia considerou “adequadas” as providências impostas.

Desde o início da ação penal contra Bolsonaro e outros 30 réus, a 1ª Turma tem confirmado de forma unânime as decisões do ministro relator Alexandre de Moraes. Luiz Fux, no entanto, tem se posicionado em alguns momentos como voz divergente em julgamentos relacionados aos atos de 8 de Janeiro.

Fonte: DCM com informação do site PlatôBR

Carro usado compensa? Veja as manutenções ignoradas que podem custar caro


    Mecânico com veículo durante conserto. Foto: Divulgação / Fonte: iCarros

Manutenções negligenciadas em carros usados continuam sendo um problema recorrente no Brasil em 2025. Muitos proprietários ainda se orgulham de dizer que apenas trocam o óleo do motor, mesmo em veículos com mais de 100 mil km rodados. Essa prática, comum entre quem pretende vender o carro, indica descuido e pode trazer dores de cabeça ao próximo dono.

Especialistas alertam que qualquer automóvel exige cuidados além das trocas de óleo e filtros. O manual do fabricante traz cronogramas que, se ignorados, podem gerar reparos caros, como os do câmbio automático, cujos consertos podem ultrapassar R$ 10 mil. Trocas preventivas do lubrificante, recomendadas entre 40 mil e 100 mil km dependendo do uso, evitam falhas na transmissão.

Por exemplo, a correia dentada deve ser substituída não apenas pela quilometragem, mas também pelo tempo de uso, já que a borracha resseca. Em um carro de 2020 com apenas 50 mil km, é necessário seguir a recomendação do fabricante, mesmo que o manual indique substituição apenas após 120 mil km ou cinco anos. Negligenciar esse item pode causar danos graves ao motor.

Outros serviços essenciais incluem descarbonização de motores com injeção direta, inspeção do líquido de arrefecimento e ajuste das folgas de válvulas em motores com tuchos mecânicos. Essas manutenções, muitas vezes ignoradas em oficinas particulares, garantem desempenho e consumo corretos, além de evitarem problemas recorrentes em veículos com quilometragens acima dos 50 mil km.

Fonte: DCM

“Preta do cabelo duro”: Erika Hilton processa Antônia Fontenelle após ataque racista e transfóbico

 

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) e a apresentadora Antônia Fontenelle. Fotomontagem: Câmara dos Deputados/Youtube

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) acionou a Justiça para pedir uma indenização de R$ 50 mil contra a apresentadora Antônia Fontenelle. A parlamentar afirma ter sido alvo de comentários ofensivos com teor racista e transfóbico em um vídeo publicado no YouTube na última quinta-feira, 17.

O processo aponta que Fontenelle usou termos pejorativos ao falar da aparência de Erika, referindo-se a ela como “preta do cabelo duro” e ironizando o tamanho do nariz. O vídeo permanece disponível e já acumulava mais de 34 mil visualizações até a noite do dia 19.

As declarações surgiram durante críticas da apresentadora ao voto de parlamentares contrários ao projeto de lei 1.112/23, do deputado Alfredo Gaspar (União-AL). O texto prevê que condenados por crimes hediondos cumpram ao menos 80% da pena em regime fechado antes de pedir progressão. Erika Hilton se posicionou contra a proposta, o que motivou os ataques.

No registro, Fontenelle disse que a deputada “quer ser uma branca loira” e que “nunca será”. Também afirmou: “Vocês são pretos, do cabelo duro, como todos os pretos são” e completou com outro ataque: “Parem de querer ser brancos e loiros porque vocês não são”.

Em tom de provocação, a apresentadora chegou a ameaçar Erika. “Se vier para cima de mim, eu puxo a peruca e te deixo careca”, declarou. Para a defesa da parlamentar, essas falas violam sua honra e identidade e evidenciam discriminação por raça e gênero.

Com a repercussão, Fontenelle publicou em suas redes sociais um trecho do mesmo vídeo alegando que estava sendo injustamente acusada de racismo. Segundo ela, o conteúdo mostraria o “contexto real” de suas falas.

O processo, protocolado em São Paulo, apresenta transcrições das falas como provas. Os advogados de Erika Hilton afirmam que os ataques foram amplamente disseminados nas redes e configuram danos morais pela violência simbólica das expressões usadas. A apresentadora não se justificou sobre a repercussão do caso até o momento.

Veja o vídeo:

Fonte: DCM

Lula viaja ao Chile e reúne frente de esquerda contra extremismo e tarifaço de Trump

 

Lula no BRICS. Foto: Reprodução
O presidente Lula chegou neste domingo (20) a Santiago, no Chile, para participar do encontro “Democracia Sempre”, que reunirá chefes de Estado progressistas para discutir estratégias contra o avanço global do extremismo e da desinformação.

A reunião, marcada para segunda-feira (21), será realizada no Palácio La Moneda, sede do governo chileno, e contará com a presença de Gabriel Boric (Chile), Gustavo Petro (Colômbia), Yamandú Orsi (Uruguai) e Pedro Sánchez (Espanha). O encontro ocorre em meio à crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos após o tarifaço imposto por Donald Trump a produtos brasileiros.

O governo Lula pretende tratar no encontro sobre o uso de tarifas como arma política por Trump, que condicionou a retirada de sanções econômicas ao fim de investigações judiciais que envolvem Jair Bolsonaro.

O Palácio do Planalto enxerga a ofensiva americana como uma tentativa explícita de ingerência na soberania brasileira e um ataque ao próprio regime democrático do país. O Brasil também busca apoio para regulamentar o funcionamento das redes sociais e criar regras internacionais para a inteligência artificial, temas que preocupam pela capacidade de fomentar o extremismo político.

Os presidentes Lula e Donald Trump. Foto: Reprodução
Além de discutir o enfrentamento à extrema direita e às fake news, os líderes progressistas vão propor soluções para o fortalecimento do multilateralismo e a redução das desigualdades sociais, pilares apontados como essenciais para conter o avanço do radicalismo. A diplomacia brasileira teme que as eleições presidenciais de 2026 possam ser contaminadas por interferências externas via manipulação digital, favorecendo o retorno da extrema direita ao poder.

O evento no Chile é uma continuidade dos debates iniciados por Lula e Sánchez na Assembleia-Geral da ONU em 2024. Na época, o presidente brasileiro alertou que o avanço da ultradireita é consequência de uma crise democrática mundial e que “recuar não apazigua ânimos violentos”. O objetivo agora é criar uma resposta coordenada e permanente entre os países que defendem valores democráticos, justiça social e governança global responsável.

As propostas debatidas em Santiago serão levadas à 80ª Assembleia-Geral da ONU, em setembro, em Nova York. A expectativa é reunir líderes de outros países além do campo progressista, para fortalecer um pacto global em defesa da democracia.

Mesmo sem confirmação de uma declaração específica sobre Trump, o governo brasileiro espera que o encontro consolide um eixo de resistência política à ofensiva autoritária e econômica do atual governo dos Estados Unidos.

Fonte: DCM

Felipe Neto manda Carluxo para a “pqp” após queixa de perseguição ao inelegível

Felipe Neto e Eduardo Bolsonaro (Foto: Reprodução)

O influenciador Felipe Neto respondeu uma publicação do vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), feita após a Polícia Federal realizar uma operação que atingiu Jair Bolsonaro. Em sua resposta, Felipe Neto lembrou que sua mãe precisou deixar o Brasil em 2019, após ameaças de morte que recebeu.

Felipe Neto não poupou críticas e recordou quando Carlos Bolsonaro o denunciou com base na Lei de Segurança Nacional por ter chamado Jair Bolsonaro de “genocida” durante a pandemia. Em tom agressivo, Neto escreveu: “Você acionou a Lei de Segurança Nacional contra mim e mandou beijos debochados pra minha mãe quando ela teve que sair do Brasil por ameaças de morte. Vá pra puta que te pariu, seu desgraçado”.

Carlos Bolsonaro, por sua vez, demonstrou indignação com a operação da PF, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes. Ele afirmou estar revoltado com o que chamou de perseguição ao seu pai e criticou as prisões de apoiadores do ex-presidente após os ataques de 8 de janeiro.

Fonte: DCM

Tarifaço de Trump põe em risco 77 mil toneladas de frutas brasileiras; entenda

Mangas separadas para o comércio. Foto: Reprodução/Cezar Augusto Libório

A sobretaxa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos Donald Trump, ameaça 77 mil toneladas de frutas brasileiras destinadas ao mercado norte-americano. A medida entra em vigor em 1º de agosto e já provocou a suspensão de embarques de frutas, pescados, grãos e carnes.

Segundo levantamento do canal GloboNews, o setor de frutas concentra o maior risco: 36,8 mil toneladas de manga, 18,8 mil de frutas processadas, principalmente açaí, 13,8 mil de uva e 7,6 mil de outras variedades. Cerca de 2,5 mil contêineres estão prontos para exportação, mas dependem de solução diplomática.

De acordo com a Abrafrutas, o volume armazenado seria suficiente para abastecer, por um ano, capitais como Salvador, Manaus e Recife. Se convertido em suco, renderia 38,5 milhões de litros, o equivalente a um copo para mais de 192 milhões de pessoas. O segundo semestre, responsável pelo maior faturamento da fruticultura, pode sofrer um colapso.

A manga é o item mais afetado, já que o período de exportação, entre agosto e outubro, coincide com o início da sobretaxa. O presidente da Abrafrutas, Guilherme Coelho, afirma que não há mercado interno ou logística para redirecionar os produtos e alerta para risco de desemprego. O governo brasileiro tenta negociar com Washington o adiamento da tarifa por 90 dias.

Fonte: DCM com informações da GloboNews

Moraes ordena inclusão de entrevistas e posts de Eduardo Bolsonaro em ação no STF

 

O ministro Alexandre de Moraes, do STF – Foto: Reprodução
Neste sábado (19), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou que entrevistas e postagens feitas por Eduardo Bolsonaro (PL) sejam anexadas ao Inquérito 4.995, que investiga o deputado licenciado por suposta tentativa de obstruir investigações sobre a trama golpista. A decisão ocorre após o endurecimento das medidas contra Jair Bolsonaro (PL).

O magistrado argumenta que Eduardo aumentou seus ataques ao STF após a imposição de medidas cautelares contra o pai. “O investigado intensificou as condutas ilícitas objeto desta investigação, por meio de diversas postagens e ataques ao STF nas redes sociais”, afirmou o ministro na decisão.

Uma das postagens anexadas mostra Alexandre de Moraes com orelhas do Mickey Mouse, ironizando as sanções aplicadas pelos Estados Unidos.

Na legenda, Eduardo escreveu: “Talvez o Moraes não sabe se o Filipe Martins foi ou não aos EUA, mas agora todo mundo sabe que o Moraes não vai”. A imagem foi publicada após o anúncio da suspensão do visto americano do ministro.

Post de Eduardo Bolsonaro no X – Foto: Reprodução

O senador norte-americano Marco Rubio afirmou que os vistos de Moraes, de membros do STF e de seus familiares foram suspensos em resposta à “caça às bruxas política” contra Jair Bolsonaro.

Rubio declarou que a decisão foi tomada para proteger direitos básicos e interesses dos cidadãos americanos diante do que chamou de perseguição judicial no Brasil.

A medida foi justificada pelo Departamento de Estado com base na Lei de Imigração e Nacionalidade, que permite barrar a entrada de estrangeiros considerados prejudiciais à política externa dos EUA.

Moraes foi o responsável por aplicar a Bolsonaro o uso de tornozeleira eletrônica e restringir o acesso dele às redes sociais, medidas que desencadearam as manifestações de Eduardo e as ações retaliatórias por parte do governo de Donald Trump.

Fonte: DCM

José Maria Marin, ex-presidente da CBF, morre aos 93 anos em São Paulo

Nos últimos anos, o ex-dirigente enfrentava problemas de saúde. Em 2023, sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) que o levou à internação em São Paulo

     José Maria Marin, ex-presidente da CBF (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

O ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, morreu neste fim de semana aos 93 anos, informa o jornal O Globo. A causa da morte ainda não foi informada oficialmente.

Nos últimos anos, Marin enfrentava problemas de saúde. Em 2023, sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) que o levou à internação em São Paulo. Desde então, seu estado era considerado delicado, exigindo acompanhamento médico constante.

Marin presidiu a CBF entre 2012 e 2015, período que coincidiu com investigações de corrupção no futebol internacional. Ele foi preso nos Estados Unidos em 2015, acusado de lavagem de dinheiro e outros crimes. Foi condenado, cumpriu parte da pena em território americano e, posteriormente, retornou ao Brasil, onde permaneceu em prisão domiciliar.

Marin também tem trajetória na política institucional, fora do esporte. Foi deputado estadual por São Paulo, vice-governador do estado e chegou a ocupar temporariamente o cargo de governador na década de 1980.

Fonte: Brasil 247 com informação do jornal O Globo

Grupo Prerrogativas denuncia “chantagem escancarada” de Trump contra o Brasil

Entidade condena sanções dos EUA a ministros do STF e taxação de exportações; novas retaliações podem ser anunciadas nos próximos dias

       Donald Trump na Casa Branca (Foto: REUTERS/Nathan Howard)

O grupo jurídico Prerrogativas divulgou neste sábado (19) uma nota pública conclamando a sociedade brasileira a reagir às sanções impostas pelo governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra autoridades do Supremo Tribunal Federal (STF) e contra o Brasil. O conteúdo foi publicado após a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, informar que novas medidas punitivas estão sendo preparadas e poderão ser anunciadas a partir da segunda-feira (21).

Na sexta-feira (18), o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, comunicou a suspensão dos vistos de entrada nos EUA do ministro Alexandre de Moraes e de outros integrantes do STF. Além disso, Trump determinou a imposição de uma tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras, com vigência a partir de 1º de agosto, em resposta à suposta perseguição judicial contra Jair Bolsonaro.

Na avaliação do Prerrogativas, que mantém alinhamento com o governo Lula, a decisão representa “um ato sem precedentes de violação do respeito mútuo que as instituições de Estado de países independentes devem resguardar em suas relações bilaterais”.

O grupo também acusa o governo norte-americano de tentar interferir de forma ilegítima no funcionamento da Justiça brasileira, com objetivo de proteger aliados políticos. “A aplicação de tais sanções, confessadamente, traduz uma insólita tentativa de interferência em procedimentos legais regularmente conduzidos em nosso país, com objetivos espúrios de favorecimento pessoal e político de agentes devidamente identificados”, diz o texto.

A nota ressalta que esses agentes têm atuado como “fomentadores de atos lesivos à soberania e aos interesses econômicos do Brasil”, o que, segundo o grupo, “evidencia a gravidade da subversão praticada”.

O Prerrogativas conclui pedindo uma resposta firme da população: “Que a sociedade brasileira ofereça uma altiva e contundente resposta à insensata escalada de pronunciamentos, ameaças e ataques protagonizados pelo governo do presidente Donald Trump contra as instituições e os interesses do nosso país”. Segundo o coletivo, os atos do governo dos EUA configuram “ações desleais, antipatrióticas e traiçoeiras”, com o objetivo de “beneficiar, por meio de escancarada chantagem, pessoas e segmentos que atentaram contra o Estado de Direito e a Democracia no Brasil e agora pretendem escapar da sua correspondente responsabilização criminal”.

A perspectiva de novas retaliações, revelada pela coluna Painel, envolve interlocutores do governo norte-americano que estariam em contato direto com lideranças bolsonaristas. Esses contatos indicam que outras sanções podem ser anunciadas já nos próximos dias.

Fonte: Brasil 247

Bolsonaristas querem sanções mais duras dos EUA para “linchar” Alexandre de Moraes

Aliados de Bolsonaro esperam que punições econômicas e restrições internacionais façam opinião pública se voltar contra ministro do STF

        Ministro Alexandre de Moraes, do STF 09/06/2025 (Foto: REUTERS/Diego Herculano)

Bolsonaristas estão apostando em um novo pacote de sanções internacionais liderado pelo governo do presidente dos EUA, Donald Trump, como uma estratégia para ampliar a pressão contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e reverter o atual cenário de opinião pública, que majoritariamente apoia a atuação do magistrado em defesa da ordem democrática e da soberania nacional.

De acordo com o Painel da Folha de S.Paulo, os bolsonaristas acreditam que novas punições — especialmente se atingirem a economia, o funcionamento de satélites e sistemas GPS, ou ainda impuserem restrições a viagens internacionais de cidadãos brasileiros — poderão gerar uma reação popular contrária ao ministro do STF. “Se vierem essas sanções, o povo vai querer linchar o Moraes — no sentido figurado, é claro”, afirmou, sob condição de anonimato, um dirigente bolsonarista citado pela coluna.

Ainda segundo o Painel, diplomatas e funcionários do Departamento de Estado dos EUA informaram interlocutores bolsonaristas que novas medidas punitivas estão previstas para os próximos dias, intensificando a ofensiva contra Moraes. A escalada inclui não apenas sanções individuais, mas também restrições que podem impactar amplamente setores estratégicos e a vida cotidiana dos brasileiros.

Fonte: Brasil 247 com informações da coluna Painel, da Folha de S. Paulo

Tarifaço de Trump e possível de fuga enterram chance de pena mais branda para Bolsonaro, avaliam juristas e ministros do STF

Agora, além de responder por tentativa de golpe, Bolsonaro está sob suspeita de obstrução de Justiça, coação no curso do processo e atentado à soberania

          Jair Bolsonaro durante interrogatório no STF (Foto: Gustavo Moreno/STF)

Uma nova frente de investigação aberta contra Jair Bolsonaro (PL) — envolvendo sua suposta articulação para que os Estados Unidos pressionassem o Supremo Tribunal Federal (STF) — agravou ainda mais o cenário jurídico do ex-presidente. Segundo reportagem publicada pelo jornal O Globo, ministros da Corte, integrantes da Polícia Federal (PF) e especialistas em Direito veem nos novos elementos uma barreira para qualquer tentativa de suavizar a eventual pena no julgamento da trama golpista, previsto até setembro.

A operação da PF na última sexta-feira (18), autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, culminou na apreensão do celular de Bolsonaro, de um pen drive escondido em um banheiro e de US$ 14 mil em espécie. Ele também passou a usar tornozeleira eletrônica, deve permanecer em casa no período noturno e está proibido de manter contato com autoridades estrangeiras e demais investigados, incluindo o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), seu filho. A Procuradoria-Geral da República (PGR) considera que as medidas são necessárias para garantir a aplicação da lei penal e evitar fuga do réu.

☆ Pressão internacional e sanções como retaliação - De acordo com a PF, Bolsonaro teria atuado para que o governo dos Estados Unidos adotasse sanções contra o Brasil, caso o processo no STF contra ele não fosse arquivado. A articulação teria contado com a ajuda de Eduardo Bolsonaro e se concretizado parcialmente quando o presidente dos EUA, Donald Trump — atualmente no exercício de seu segundo mandato —, declarou que o julgamento de Bolsonaro deveria ser “interrompido imediatamente”.

Após a fala de Trump, Bolsonaro e seu filho passaram a defender abertamente a tese de anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, como condição para o fim das sanções. Para membros do STF e da PGR, a manobra foi interpretada como tentativa clara de coação institucional e interferência estrangeira em um processo conduzido por instâncias legítimas da Justiça brasileira.

☆ Risco de aumento da pena e novo entendimento - A nova investigação reduziu as chances da defesa de Bolsonaro conseguir uma pena menor. Até então, aliados especulavam sobre a possibilidade de o ex-presidente obter um voto divergente na Primeira Turma do STF ou até mesmo uma condenação menos severa — especialmente depois de ele adotar um tom mais ameno em depoimento recente ao ministro Moraes.

Agora, além de responder por tentativa de golpe de Estado, Bolsonaro também está sob suspeita de obstrução de Justiça, coação no curso do processo e atentado à soberania nacional. Para uma ala do STF, a hipótese de pena branda se tornou remota, ainda que a possibilidade de prisão domiciliar não esteja descartada por razões humanitárias, devido à idade do ex-presidente (70 anos) e problemas de saúde.

A decisão de Moraes que autorizou a operação da última sexta classificou as ações do ex-presidente como “expressos atos executórios e flagrantes confissões”.

Discussão penal: concurso de crimes - Outro ponto relevante diz respeito à possibilidade de Bolsonaro ser condenado por dois crimes previstos na Lei de Defesa do Estado Democrático de Direito — a tentativa de golpe de Estado e a abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Embora relacionados, a PGR sustenta que são crimes distintos e que devem ser punidos separadamente.

A interpretação é de que o crime de abolição violenta protege a estrutura institucional da República, enquanto o de golpe de Estado tem como alvo a derrubada do governo de plantão, ainda que as instituições continuem existindo. Com isso, abre-se margem para o concurso material das penas, ou seja, a soma das condenações.

Até o momento, o entendimento majoritário no STF, no âmbito dos processos relacionados aos atos de 8 de janeiro, é o de aplicar as penas de forma conjunta. No entanto, com os fatos recentes, a tendência é de que esse posicionamento seja mantido, reforçando a gravidade das acusações e o risco real de Bolsonaro enfrentar uma condenação severa.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Governo Lula trata tarifas de Trump como irreversíveis e prepara retaliação

Brasil vê caráter explicitamente político das tarifas e não espera um recuo de Donald Trump

      Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Diante da aproximação do prazo de 1º de agosto para o início da cobrança de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros pelos Estados Unidos, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já trata a medida como praticamente irreversível. Segundo reportagem da BBC News Brasil, membros do núcleo mais próximo do Planalto avaliam que dificilmente o presidente norte-americano Donald Trump voltará atrás, como ocorreu em episódios anteriores envolvendo países como China e União Europeia.

Embora a diplomacia brasileira siga apostando em uma saída negociada, fontes ouvidas pela reportagem em caráter reservado revelam que as sinalizações mais recentes da Casa Branca reforçam o entendimento de que a imposição tarifária deve ser mantida. Entre os indícios estão postagens de Trump atacando o Supremo Tribunal Federal (STF) e a revogação de vistos de ministros da Corte, como Alexandre de Moraes, e do procurador-geral da República, Paulo Gonet.

☆ Tarifa com motivação política - Um dos pontos mais sensíveis identificados por auxiliares de Lula é o caráter explicitamente político das sanções. Segundo um interlocutor do presidente ouvido pela BBC, ao atrelar as tarifas ao julgamento de Jair Bolsonaro pelo STF, Trump abandona qualquer justificativa econômica. “A forma como o Brasil tem tratado o ex-presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado em todo o mundo durante seu mandato, inclusive pelos Estados Unidos, é uma vergonha internacional. Este julgamento não deveria estar acontecendo. É uma caça às bruxas que deve acabar IMEDIATAMENTE!”, escreveu Trump em carta enviada na semana passada.

Apesar do histórico de recuos da atual gestão norte-americana em relação a outros países — como no caso da China, onde tarifas chegaram a ser reduzidas após negociações bilaterais —, a percepção no Palácio do Planalto é de que, com o Brasil, o cenário é diferente. Um dos fatores seria a tentativa de interferência na eleição presidencial de 2026, na qual Bolsonaro, atualmente inelegível, poderia ter sua reabilitação judicial pressionada por meio de medidas econômicas.

☆ Estratégia tripla: negociação, mobilização e retaliação - Mesmo diante da dificuldade de comunicação com o governo Trump, o Brasil mantém canais formais abertos com o USTR (Escritório do Representante de Comércio dos EUA), sob a liderança do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). Além disso, o governo tem reforçado ações em duas outras frentes: sensibilização de políticos e empresários norte-americanos e preparação de retaliações.

Uma missão parlamentar liderada pelo senador Nelsinho Trad (PSD-MS) viajará a Washington nos próximos dias com o objetivo de convencer congressistas e membros do governo norte-americano a reavaliar os impactos das tarifas. Internamente, o Planalto também orienta empresários brasileiros a mobilizarem seus parceiros comerciais nos EUA para exercerem pressão contrária à medida.

“Queremos mostrar que as tarifas vão afetar diretamente o consumidor norte-americano médio, encarecendo itens do cotidiano como café e suco de laranja”, explicou um assessor do governo.

Em paralelo, técnicos da Presidência, do Ministério da Fazenda e do MDIC estudam opções legais e econômicas para uma eventual retaliação. Em pronunciamento em rede nacional, Lula classificou a medida como "chantagem inaceitável" e garantiu que o Brasil usará "todos os instrumentos legais" para reagir, incluindo a Lei da Reciprocidade e ações na Organização Mundial do Comércio (OMC).

☆ Divergência sobre medidas contra empresas americanas - Em evento da UNE em Goiânia, Lula sinalizou que o governo avalia ampliar a taxação de empresas digitais dos EUA. “Eu queria dizer para vocês que a gente vai julgar e vai cobrar impostos das empresas americanas digitais”, disse o presidente. No entanto, no dia seguinte, o Ministério da Fazenda publicou nota oficial negando que o governo avalie controlar dividendos ou adotar medidas mais rigorosas de retaliação.

Fontes do Planalto afirmam que qualquer decisão nesse sentido só será anunciada após o aval direto de Lula, justamente para evitar exposição prematura de estratégias em um cenário ainda imprevisível. Nos bastidores, especula-se que as represálias brasileiras poderiam envolver a quebra de patentes de medicamentos e direitos autorais de produtos culturais.

☆ Interferência bolsonarista nos EUA - O governo brasileiro também vê com preocupação a atuação de figuras próximas a Bolsonaro no processo de articulação das tarifas, especialmente o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se mudou para os Estados Unidos no início do ano. Segundo uma fonte do governo, as decisões estariam sendo tomadas fora dos canais institucionais habituais, com forte influência do entorno político do ex-presidente.

Esse alinhamento entre bolsonarismo e trumpismo, avaliam interlocutores de Lula, representa mais do que um embate comercial: é um capítulo da disputa geopolítica e ideológica entre os dois líderes e suas respectivas visões de mundo.

Fonte: Brasil 247 com reportagem da BBC News Brasil

Nas redes, 59% apoiam operação da PF contra Bolsonaro, aponta pesquisa Quaest

Levantamento mostra maioria a favor das medidas de Moraes

Bolsonaro concede entrevista coletiva após prestar depoimento à Polícia Federal em Brasília - 05/06/2025 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

Levantamento da consultoria Quaest aponta que 59% das publicações em redes sociais foram favoráveis à operação da Polícia Federal (PF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), enquanto 41% demonstraram críticas à ação autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A análise considerou 1,3 milhão de menções em redes e sites de notícias até as 17h da sexta-feira (18). Segundo a consultoria, o pico de engajamento ocorreu por volta das 10h, com mais de 150 mil menções ao tema em curto intervalo de tempo.

Em grupos públicos de mensagens identificados como alinhados à direita, 32 mil de cada 100 mil mensagens monitoradas tinham críticas ao STF e ao ministro Alexandre de Moraes. Também se destacaram publicações sobre o uso de tornozeleira eletrônica por Bolsonaro (12 mil a cada 100 mil) e críticas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (4 mil a cada 100 mil).

Na sexta-feira (18), Moraes autorizou operação da PF que incluiu busca e apreensão em endereços ligados a Bolsonaro. Foram apreendidos um celular, um pen drive e cerca de US$ 14 mil em espécie na casa do ex-presidente.

Além das buscas, Moraes determinou medidas cautelares como o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno e aos fins de semana. A justificativa apresentada foi o risco de fuga. Bolsonaro é réu em ação penal que apura plano de golpe de Estado e também investigado, ao lado do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por suposto atentado à soberania nacional.

Em entrevista após a operação, Jair Bolsonaro negou que tivesse intenção de sair do país e chamou as medidas de “suprema humilhação”.

Fonte: Brasil 247

"O Eduardo Bolsonaro acabou. Ninguém no PL o quer candidato a presidente", diz dirigente do partido

Deputado atuou nos bastidores do tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos a todas as importações que vierem do Brasil

      Eduardo Bolsonaro (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

A rejeição ao nome de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) como possível candidato à Presidência da República em 2026 vem se consolidando inclusive dentro do próprio Partido Liberal. Em declaração publicada neste sábado (19) pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, um dirigente da legenda foi direto ao comentar os planos do deputado federal, atualmente licenciado do cargo:

"O Eduardo Bolsonaro acabou. Ele quer se candidatar de qualquer maneira. Mas ninguém no partido o quer candidato", disse, em off.

A fala escancara o desgaste político do filho "03" de Jair Bolsonaro. A principal causa do incômodo mais recente foi sua atuação nos bastidores do tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos a todas as importações que vierem do Brasil. O episódio repercutiu mal entre setores empresariais e foi interpretado como sabotagem política contra o governo Lula, com impacto direto sobre a indústria nacional.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Licença de Eduardo Bolsonaro chega ao fim neste domingo; deputado pode perder mandato por ausências

A Constituição determina que o deputado que faltar a um terço das sessões ordinárias da Casa, sem justificativa, pode ter o mandato cassado

     Eduardo Bolsonaro (Foto: Reprodução )

A licença do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) chega ao fim neste domingo (20), e, a partir desta data, eventuais ausências em sessões da Câmara dos Deputados passarão a ser oficialmente contabilizadas, informa o portal g1. O parlamentar, que está nos Estados Unidos desde fevereiro, pode ter o mandato ameaçado caso não justifique as faltas ou não encontre uma saída regimental para se manter afastado.

Eduardo tirou 120 dias de licença sem remuneração e teve outros dois dias justificados por “tratamento de saúde”. Tal movimentação se deu às vésperas da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de tornar seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu por tentativa de golpe de Estado. Embora Eduardo não seja formalmente acusado nesse caso, a Procuradoria-Geral da República (PGR) já investiga sua atuação nos Estados Unidos sob suspeita de crimes como coação no curso do processo, obstrução de investigação e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Durante o período nos EUA, Eduardo Bolsonaro fez reiteradas críticas ao STF e ao ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito contra Jair Bolsonaro. O parlamentar também promoveu tentativas de articulação internacional contra autoridades brasileiras e instituições democráticas, resultando em um anúncio de que os EUA tarifariam todas as importações brasileiras em 50%.

Com o fim do afastamento, Eduardo enfrenta o desafio de justificar sua permanência fora do país. Uma das alternativas estudadas por aliados, ainda segundo o g1, seria propor mudanças no regimento da Câmara para permitir um novo período de licença ou a manutenção do mandato mesmo com residência no exterior, medida que, caso prosperasse, abriria um perigoso precedente institucional.

A Constituição determina que o deputado que faltar a um terço das sessões ordinárias da Casa, sem justificativa, pode ter o mandato cassado.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

sábado, 19 de julho de 2025

Pedro Serrano defende prisão preventiva de Eduardo Bolsonaro: "ilícitos gravíssimos"

Jurista avalia que decisão do STF contra Bolsonaro é correta, mas critica ausência de prisão preventiva para Eduardo, acusado de articular sanções

   Pedro Serrano, na TV 247 (Foto: Reprodução Youtube)

O jurista Pedro Serrano criticou duramente, em entrevista concedida à TV 247 no YouTube, a conduta do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e defendeu a decretação de sua prisão preventiva. Para o professor de Direito Constitucional, as recentes decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente do ministro Alexandre de Moraes, estão corretas e respaldadas pela lei, mas ainda aquém da gravidade dos crimes atribuídos ao filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.

“Não vejo juridicamente motivo para não decretar a prisão preventiva dele”, afirmou Serrano, destacando o comportamento do parlamentar no exterior, onde tem atuado para pressionar o governo dos Estados Unidos a interferir nas decisões do Judiciário brasileiro. “Ele já declarou publicamente que não volta ao Brasil com medo de ser preso, ou seja, querendo se evadir da jurisdição penal”, apontou.
Risco de fuga e ataque à ordem econômica

Serrano lembrou que Jair Bolsonaro também foi alvo de medidas cautelares por determinação do STF, como o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de se aproximar de embaixadas, em razão do risco de fuga. O jurista frisou que as normas internacionais obrigariam o Brasil a conceder salvo-conduto caso o ex-presidente solicitasse asilo político em alguma embaixada estrangeira.

No entanto, para Serrano, a situação de Eduardo Bolsonaro é ainda mais grave: “Ele atenta contra a ordem econômica nacional, comete ilícitos penais gravíssimos e deveria estar preso preventivamente”, disse, reforçando que a legislação brasileira prevê essa possibilidade não só diante do risco de fuga, mas também em casos de ameaça à ordem econômica e à eficácia do processo penal.

O jurista também criticou o silêncio da mídia tradicional sobre o aspecto econômico: “Ninguém está dizendo que a ordem econômica foi atacada. Houve um ataque imenso contra o Brasil, provocando inclusive sanções econômicas, com apoio do presidente Donald Trump”, destacou.
Conluio familiar e proibição de contato

Durante a análise, Serrano foi questionado sobre a proibição de Jair Bolsonaro manter contato com o filho Eduardo, medida imposta por Alexandre de Moraes. O jurista explicou que a proibição não se dá pela relação de parentesco, mas porque ambos são suspeitos de atuarem em conjunto para obstruir a Justiça.

“Eu posso falar com meu filho a hora que eu quiser. O que não posso é combinar crime com ele”, ironizou Serrano, acrescentando que a regra também se estende a qualquer outro investigado no mesmo processo.

Ele lembrou ainda que há fortes indícios de que o ex-presidente financiou atividades ilegais do filho nos Estados Unidos, inclusive com o envio de R$ 2 milhões. “Quando se configura o financiamento de atividade criminosa, qualquer um que mandar dinheiro para ele poderá ser investigado”, alertou.
Comparações internacionais e crítica à hipocrisia

Serrano fez um contraponto contundente entre a situação brasileira e o sistema jurídico norte-americano. “Nos Estados Unidos, jamais alguém que fez o que Jair Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro fizeram estaria solto. Lá, jornalista é preso por não entregar fonte. Aqui, temos um respeito muito maior aos direitos civis”, afirmou.

Ele também ironizou as reações de aliados de Bolsonaro, classificando como “lamuriência” a narrativa de vitimização do ex-presidente e de seu filho. “Esses sujeitos querem o privilégio de não serem processados, algo que não existe em uma República”, comentou.

O jurista ainda mencionou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva como exemplo de dignidade. Ao recordar falas do petista sobre sua prisão injusta, Serrano destacou a diferença de caráter: “Lula foi preso inocente e não usou tornozeleira porque não admitia ser tratado como criminoso. Bolsonaro, com provas abundantes contra si, está solto com tornozeleira, um luxo que Lula não teve.”
Defesa da soberania nacional

Para Serrano, as ações do STF estão amparadas na defesa da soberania nacional, princípio fundamental da Constituição brasileira. Ele considerou “única” a decisão de Alexandre de Moraes ao enfrentar ataques externos contra a autonomia do Judiciário.

“É inédita a situação de um deputado federal e de um ex-presidente irem ao exterior pedir sanções contra o próprio país para obter privilégios pessoais. Isso é traição à pátria”, denunciou.

O jurista concluiu defendendo o aprofundamento das investigações, incluindo outros aliados da família Bolsonaro, e sugeriu a adoção de ações cíveis para responsabilizar economicamente os envolvidos pelos prejuízos causados ao Brasil.

“O povo brasileiro não pode pagar pelos crimes e pela covardia de quem não quer enfrentar a Justiça”, concluiu Pedro Serrano. Assista:
Fonte: Brasil 247