sábado, 10 de maio de 2025

“Acordão” para reduzir penas de golpistas é “suicídio institucional”, dizem juristas


Bolsonaristas durante atos golpistas em Brasília, em 8 de janeiro de 2023. Foto: Reprodução

Um artigo publicado pelo advogado Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do grupo Prerrogativas, e pelo jurista Lenio Streck, na Folha de S.Paulo na última sexta-feira (9), destaca que não é adequado um acordo para reduzir as penas dos bolsonaristas envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro, em Brasília, e classifica essa ideia como um “prenúncio de um suicídio institucional”.

Confira trechos:

É da natureza da política buscar a conciliação em situações de forte antagonismo. Por isso, os ensaios para um eventual acordo entre o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal para reduzir as penas do “processo de 8 de janeiro” podem até parecer legítimos.

No entanto, trata-se exatamente do contrário. A criação de um novo tipo penal por conveniência política, reduzindo penas que hoje vão até 20 anos para penas de 2 a 6 anos, será o prenúncio de um suicídio institucional decorrente desse tsunami político, com resultados desastrosos para o país.

A credibilidade de qualquer sistema jurídico se fundamenta na previsibilidade e na segurança jurídica. Em outras palavras, na garantia de que as regras do jogo não devem mudar de acordo com o placar. É o que esse verdadeiro “acordão” propõe: abrir espaço para excepcionalidades, justificadas por circunstâncias políticas do momento.

Fazer revisões extraordinárias de uma pena mediante acordos políticos afeta a própria independência e a harmonia entre os Poderes. Como pretender que convivam harmonicamente se permitimos que a competência de um seja usurpada pelo outro? (…)

Um acordo dessa natureza, pretendendo criar um novo tipo penal para “ação coletiva influenciada por multidão”, com penas muito mais brandas, pode transformar golpe de Estado em um crime insignificante.

Na prática é um “liberou geral”, uma espécie de salvo-conduto para delinquir. É a democracia contra ela mesma.

Ainda que a proposta tente diferenciar líderes e participantes, mantendo penas mais severas para os primeiros, ela envia um sinal perigoso à sociedade: o de que tentar acabar com a democracia pode ter consequências mínimas.

A bolsonarista Débora Rodrigues dos Santos, que pichou a frase “perdeu, mané” na estátua “A Justiça” durante os atos golpistas de 8 de janeiro, em Brasília. Foto: Reprodução

Há um aspecto ainda mais grave, porque o precedente abrirá caminho para outras revisões. Permitida a revisão de penas na área criminal, faltará apenas um pequeno passo para fazê-lo na área eleitoral —quem pode o mais, certamente pode o menos, dirão. Ingenuidade acreditar no contrário.

Impossível ignorar, também, a seletividade penal. No sistema prisional brasileiro há milhares de mulheres —majoritariamente pobres, pretas e periféricas— que poderiam se beneficiar de remissão de pena ou prisão domiciliar por serem mães de crianças pequenas, como ocorreu com Débora Rodrigues dos Santos, a “Débora do batom”, condenada pelo 8 de janeiro e beneficiada por um regime de prisão domiciliar por ter filho menor de 12 anos. Estranhamente não se fala disso. (…)

Numa palavra: acordos políticos para revisão de penas impostas pela Justiça não trarão pacificação, mas sim a reabertura de uma perigosa fissura institucional que pode se transformar em um abismo para a própria democracia.

Fonte: DCM

Lula defende cautela nas ações contra fraudes no INSS e responsabiliza governo Bolsonaro

Presidente afirma que quadrilha foi formada em 2019, critica “pirotecnia” nas investigações e diz que ressarcimento depende da apuração total das fraudes

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante entrevista coletiva.Rússia - Moscou (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

Em entrevista coletiva neste sábado (10), durante o último dia de sua viagem à Rússia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) justificou a demora do governo em apresentar respostas mais contundentes sobre a crise das fraudes no INSS. Segundo ele, o objetivo foi evitar “pirotecnia” que pudesse prejudicar a efetividade das investigações. As declarações foram feitas após questionamentos da imprensa sobre a atuação do governo diante dos descontos fraudulentos em benefícios previdenciários e a reparação às vítimas. As informações são do jornal O Globo.

“Tanto a Controladoria-Geral da União quanto a Polícia Federal foram a fundo para chegar no coração da quadrilha. Se tivesse feito um carnaval um ano atrás, possivelmente teria parado no carnaval, como acontece em todas as denúncias. Você faz um show de pirotecnia em uma semana, na outra semana sai da pirotecnia e esquece”, afirmou Lula.

A crise no INSS se intensificou após uma operação da Polícia Federal, deflagrada no mês passado, revelar um esquema de fraudes envolvendo descontos indevidos em aposentadorias e pensões. Pressionado por críticas da oposição, que cita dados da CGU indicando um aumento no número de denúncias durante seu governo, Lula rebateu dizendo que o esquema fraudulento começou na gestão anterior. “Nós resolvemos desmontar uma quadrilha que foi criada em 2019. E vocês sabem quem governava o Brasil em 2019”, disse, em alusão ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Sobre o ressarcimento das vítimas, o presidente declarou que o governo ainda precisa dimensionar a abrangência da fraude antes de tomar decisões sobre a devolução dos valores. “Devolver ou não vai depender de você constatar a quantidade de pessoas que foram enganadas. A quantidade de pessoas que teve o seu nome em uma lista sem que eles tivessem assinado. Porque aqueles que assinaram, sabe, autorizaram”, explicou.

Lula classificou o golpe como “um assalto a aposentados e pensionistas” e destacou a gravidade do crime por atingir diretamente os cidadãos. “O que eu acho mais grave: eles não foram no cofre do INSS, eles foram no bolso do povo. Isso nos deixa mais revoltados e por isso vamos a fundo para saber quem é quem nesse jogo e se tinha alguém do governo passado envolvido nisso. Não tenho pressa”, concluiu.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Kassab defende candidatura própria do PSD e diz que não integra governo Lula

Presidente do PSD afirma que partido terá nome à Presidência em 2026 e cita Eduardo Leite e Ratinho Jr. como opções com apoio unânime na sigla

        Gilberto Kassab (Foto: Reprodução/GloboNews)

O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, afirmou neste sábado (10) que o partido pretende lançar candidatura própria à Presidência da República em 2026 e reiterou que não faz parte do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A declaração foi feita durante o evento de filiação do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, ao PSD. As informações são do site Metrópoles.

“O que tem balizado a postura do PSD é a coerência. (…) Eu, aqui, fiquei com o Tarcísio [de Freitas, governador de São Paulo], não estou no governo Lula”, disse Kassab, que é atualmente secretário de Governo de Tarcísio. Embora o PSD ocupe três ministérios na Esplanada, Kassab afirmou que sua posição pessoal está alinhada ao governo paulista e que a aproximação com o Planalto foi conduzida por outras lideranças da legenda. “Quando o governo me chamou para conversar, eu disse ao presidente: o nosso líder Antônio Brito [deputado federal] e o líder Otto Alencar [senador] apoiaram o senhor, converse com eles. Terá nossa compreensão”, relatou.

Durante o ato de filiação, Kassab destacou que o PSD agora conta com dois nomes cotados internamente para disputar a Presidência: além de Ratinho Jr., governador do Paraná, agora também Eduardo Leite. “Ganhamos mais um candidato a presidente. Nós tínhamos o Ratinho e agora temos o Eduardo Leite. (…) São duas pessoas que é um privilégio para qualquer partido tê-los filiados em seus quadros. Os dois têm dentro do partido unanimidade em relação às suas qualidades”, afirmou.

Mesmo com a intenção declarada de ter uma candidatura própria, Kassab não descartou a possibilidade de apoiar Tarcísio de Freitas, caso o governador de São Paulo entre na disputa presidencial. “Todos sabem que existe um entendimento que, se for possível estarmos todos juntos, teremos um projeto único para o Brasil. E os grandes líderes do país são os governadores. Em especial nos grandes estados. Então, se o governador de São Paulo se dispor a ser candidato e tenha realmente uma sinergia, é mais do que natural que a gente entenda como algo viável apoiar a candidatura do Tarcísio”, ponderou.

Recém-filiado ao PSD, Eduardo Leite sinalizou disposição para disputar uma candidatura presidencial, afirmando sentir-se preparado para liderar um projeto nacional. Ele também declarou que deseja participar de prévias contra Ratinho Jr., caso o partido opte por esse mecanismo de escolha. “Me sinto pronto para liderar esse projeto. Mas defendo que o partido decida em conjunto qual nome é mais viável para representar o PSD em 2026”, disse o governador gaúcho.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Hugo Motta é pressionado por aliados e oposição após derrota da Câmara no STF

Decisão da corte acirra tensão entre Poderes e expõe desgaste do presidente da Casa com setores do centrão e da direita bolsonarista

Presidente da Câmara, Hugo Motta (Foto: Kayo Magalhaes/Agência Câmara)

A atuação do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), na tentativa de sustar a ação penal contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), gerou desconforto entre aliados e provocou reação imediata da oposição após o Supremo Tribunal Federal (STF) reverter a decisão da Casa. A condução do episódio fragilizou politicamente o parlamentar paraibano, que agora tenta evitar que a crise institucional avance. A reportagem é da Folha de S.Paulo.

“Se Motta for sensato, vai evitar a escalada da crise”, disse, reservadamente, um líder do centrão, avaliando que o presidente da Câmara pode ter ido longe demais ao pautar e aprovar com rapidez o relatório que suspendia a ação penal contra Ramagem. O movimento, interpretado como aceno à oposição bolsonarista, reacendeu a tensão entre Legislativo e Judiciário e foi derrubado por maioria formada na Primeira Turma do STF.

Horas antes da decisão, em entrevista ao Valor Econômico, Motta demonstrava confiança de que o Supremo manteria a decisão da Câmara. O resultado oposto, porém, acentuou a cobrança pública sobre sua liderança. “Com a palavra, o presidente Hugo Motta. Vai defender a soberania do Parlamento ou assistir calado?”, questionou o líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), ao comentar a decisão da corte que desautorizou a tentativa de barrar o processo contra outros investigados no caso da trama golpista de 2022, como o ex-ministro Braga Netto e o ex-presidente Jair Bolsonaro.

O mal-estar é ainda maior entre deputados governistas, que viram na articulação de Motta um risco desnecessário de conflito entre os Poderes. “STF forma maioria e derruba ‘trem da anistia’. Bolsonaro e seus generais terão que responder por seus crimes”, celebrou o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ). Para ele, a tentativa de sustar toda a ação penal “é ilegal e inconstitucional”.

Aliados de Motta apostam que ele não insistirá na judicialização do tema para não ampliar o desgaste. A Câmara ainda pode recorrer com embargos de declaração, mas o próprio entorno do presidente da Casa reconhece que não há ambiente para retomar o embate, especialmente após o voto duro do ministro Flávio Dino. “A Câmara tentou promover indevida ingerência em um processo judicial de competência exclusiva do Supremo Tribunal Federal”, escreveu Dino.

No STF, o relator Alexandre de Moraes destacou que o Legislativo só pode sustar ação penal em condições muito específicas. “Os requisitos do caráter personalíssimo e temporal, previstos no texto constitucional, são claros e expressos, no sentido da impossibilidade de aplicação dessa imunidade a corréus não parlamentares e a infrações penais praticadas antes da diplomação”, afirmou Moraes.

A estratégia adotada por Motta, aprovada por 315 deputados em plenário, mirava na suspensão da ação penal apenas contra Ramagem, mas com potencial de travar também processos de outros envolvidos. O próprio Supremo já havia alertado a Câmara de que não há base constitucional para esse tipo de paralisação ampla.

Quando assumiu a presidência da Câmara, no início do ano, Motta apresentou como prioridade o restabelecimento do diálogo entre os Poderes, especialmente após a crise das emendas parlamentares. A forma como conduziu a votação agora coloca essa promessa sob suspeita, tanto entre seus aliados quanto entre adversários. A expectativa, no momento, é de que ele adote uma postura mais cautelosa nos próximos movimentos para conter a erosão de sua liderança.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

AGU pede bloqueio de bens de mais 14 investigados por fraude no INSS

Suspeitos teriam repassado R$ 23,8 milhões a agentes públicos

       (Foto: Agência Brasil )

Wellton Máximo, da Agência Brasil - A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu à Justiça Federal nesta sexta-feira (9) o bloqueio de bens de mais seis empresas e oito pessoas investigadas por descontos irregulares em benefícios de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O órgão entrou com pedido de mudança na ação cautelar ajuizada na quinta-feira (8) contra as associações investigadas.

A medida atende a pedido da Controladoria-Geral da União (CGU), que identificou a necessidade de incluir novas pessoas jurídicas e físicas no pedido de indisponibilidade de bens e ativos financeiros. Com base na Lei nº 12.846/2013, conhecida como Lei Anticorrupção, a AGU também solicitou o bloqueio das atividades financeiras e a suspensão dos sigilos bancários e fiscal dos investigados.

As empresas e seus sócios que figuram no novo pedido são acusados de serem intermediárias de pagamentos de vantagens indevidas a agentes públicos vinculados ao INSS e a outras pessoas físicas a elas relacionadas. Até o momento, informou a AGU, o repasse de valores indevidos a esses agentes públicos está estimado em R$ 23,8 milhões.

“As investigações em curso revelam fortes indícios de que as empresas mencionadas participaram diretamente da intermediação de valores milionários”, informou a AGU na petição de aditamento. “Essa engenharia financeira sustentava o esquema criminoso, que consistia em repassar os valores indevidamente descontados pelas associações e pagar vantagens ilícitas a agentes públicos que permitiam ou facilitavam esses descontos.”

Em relação ao bloqueio de bens dos sócios das empresas citadas, a AGU baseia-se no argumento de que “as pessoas jurídicas foram utilizadas como instrumento para práticas ilícitas de natureza penal, administrativa e civil, servindo como meio para captação de vantagens provenientes de recursos indevidamente extraídos dos benefícios de aposentados e pensionistas”.

No caso dos agentes públicos investigados na Operação Sem Desconto, a AGU instaurou procedimento preparatório para ajuizar ação por improbidade administrativa.

Na petição original da ação cautelar proposta na quinta-feira, a AGU requereu, além dos R$ 23,8 milhões, o bloqueio de R$ 2,56 bilhões em bens móveis e imóveis e a quebra de sigilos bancário e fiscal de 12 entidades associativas e seus dirigentes.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

STF exibe voto de Fux contra manobra da Câmara no caso de Ramagem, mas registro é retirado do sistema

O julgamento ocorre no plenário virtual da Corte e segue até a próxima terça-feira (13)

Luiz Fux - 26/03/2025 (Foto: Rosinei Coutinho/STF)

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) já formou maioria para derrubar a decisão da Câmara dos Deputados que suspendeu uma ação penal contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), o ex-mandatário Jair Bolsonaro (PL) e outros seis investigados. Nesta sexta-feira (9), porém, o sistema da Corte chegou a registrar o voto do ministro Luiz Fux contra a manobra parlamentar, mas o registro foi retirado minutos depois.

O julgamento ocorre no plenário virtual do STF e segue até a próxima terça-feira (13). Fux incluiu a manifestação perto das 16h, consolidando os três votos necessários para formar maioria. Minutos depois, no entanto, o registro foi retirado do sistema — o que, segundo a Corte, pode ter sido um erro técnico. Apesar disso, o ministro Flávio Dino já havia apresentado seu voto no mesmo sentido, mantendo a maioria.

Mais tarde, o magistrado também se manifestou na linha da maioria, seguindo o entendimento de que a suspensão determinada pelos parlamentares só pode valer para Ramagem — e apenas em relação a crimes supostamente cometidos após ele ter assumido o mandato, em dezembro de 2022.

Até o fim da sessão, os ministros podem alterar a posição, retirar o voto, pedir tempo para análise do caso ou pedir destaque, o que levaria o julgamento ao plenário físico.

Fonte: Brasil 247

Legislativo usurpa o poder do Judiciário ao tentar suspender ação contra Ramagem pela trama golpista, diz Psol

Partidos tentam derrubar suspensão de ação penal contra Alexandre Ramagem

        CCJ da Câmara (Foto: Lula Marques/Agência Brasil)

Conjur - O Partido Democrático Trabalhista (PDT), a Rede Sustentabilidade e o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) acionaram o Supremo Tribunal Federal para questionar a decisão da Câmara dos Deputados de determinar a suspensão da Ação Penal 2.668 em relação ao deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ). As siglas pedem uma medida liminar para limitar o alcance da determinação ou para suspendê-la na íntegra.

São duas ações sobre o tema, a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 1.225, apresentada por PDT e Rede, e a ADPF 1.226, movida pelo PSOL. Os processos ainda não foram distribuídos.

Para o PDT e a Rede, a decisão da Câmara não preenche os requisitos constitucionais para a sustação de processos penais no Supremo. De acordo com os partidos, as imunidades garantidas aos parlamentares só valem a partir da diplomação. “Antes desse momento não são parlamentares, não exercem mandato legislativo”, argumentam eles.

As legendas apontam que, no caso concreto, a diplomação de Ramagem como deputado ocorreu em 16 de dezembro de 2022 e a denúncia contra ele abrange crimes praticados antes das eleições daquele ano.

Já o PSOL destaca que a prerrogativa da Câmara de suspender o trâmite de ações penais é uma exceção pontual e deve ser adotada apenas diante de acusações que possam comprometer o exercício do mandato. Segundo argumenta, não há foro por prerrogativa de função para esses ilícitos penais, e o Legislativo usurpa o poder do Judiciário quando pretende suspender o processo também em relação a réus não parlamentares.

Conforme a legenda, os crimes contra o Estado de Direito imputados na denúncia são graves, e os acusados deveriam ser regularmente processados pelo Judiciário. Outro ponto citado foi o possível risco de uma anistia indevida aos demais réus na ação penal, em função do caráter amplo da resolução da Câmara. “Entre esses corréus, figura Jair Bolsonaro, que não ocupa qualquer cargo parlamentar ou outra posição que lhe confira foro privilegiado ou imunidade formal”, afirma o PSOL.

Ação penal

No dia 26 de março, a 1ª Turma do STF recebeu integralmente a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra Alexandre Ramagem, diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo de Jair Bolsonaro, pelos delitos de organização criminosa armada; tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União; e deterioração de patrimônio tombado. Com ele, foram denunciadas mais sete pessoas, entre elas o próprio Bolsonaro.

Em seguida, o ministro Cristiano Zanin, presidente do colegiado, informou o fato à Câmara dos Deputados para que a casa legislativa pudesse se manifestar sobre a aplicação da regra constitucional em relação ao deputado, especificamente em relação aos crimes praticados após a diplomação: dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo para a vítima e deterioração de patrimônio tombado.

Nesta quinta-feira (8/5), o presidente da Câmara, deputado Hugo Motta, encaminhou ofício ao STF informando que a casa, em sessão do dia anterior, “resolveu pela sustação da ação penal decorrente do recebimento da denúncia contida na Petição nº 12100, em curso no Supremo Tribunal Federal”.

Após o comunicado, Zanin convocou sessão virtual extraordinária a partir desta sexta-feira (9/5) para analisar a aplicação ao caso da regra que permite suspender a tramitação de processos penais. O julgamento vai até as 11h de terça-feira (13/5). Com informações da assessoria de imprensa do STF.

ADPF 1.225
ADPF 1.226

Fonte: Brasil 247

STF tem maioria para condenar Zambelli a 10 anos de prisão por invasão a sistema do CNJ

Corte também condenou a deputada à perda do mandato pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica

        Carla Zambelli. Foto: Pablo Valadares / Agência Câmara

André Richter – Repórter da Agência Brasil
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou nesta sexta-feira (9) maioria de votos para condenar a deputada Carla Zambelli (PL-SP) a 10 anos de prisão pela invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ocorrido em 2023.

Até o momento, o relator do caso, Alexandre de Moraes, e os ministros Flávio Dino e Cristiano Zanin se manifestaram a favor da condenação pelos crimes de invasão a dispositivo informático e falsidade ideológica. Faltam os votos de Luiz Fux e Cármen Lúcia.

Além disso, os ministros acolheram a parte do voto de Moraes que autoriza a perda do mandato da deputada após o fim de todos os recursos possíveis.

Conforme denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), Zambelli foi a autora intelectual da invasão para emissão de um mandado falso de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. Segundo as investigações, o hackeamento foi executado por Walter Delgatti, que é réu confesso.

A decisão do STF também condena o hacker a 8 anos e 3 meses de prisão e ao pagamento de R$ 2 milhões por danos morais coletivos, valor que deverá ser dividido com a parlamentar.
Defesa

Em nota à imprensa, a defesa de Carla Zambelli contestou a realização de um julgamento virtual para condenar a deputada. Os advogados também consideraram "absolutamente injusto" que a parlamentar seja condenada "sem provas irrefutáveis".

"Absolutamente injusto que a deputada tenha sido julgada e condenada sem provas irrefutáveis e induvidosas, ainda mais por fatos que desconhecia, como, por exemplo, os alvarás falsos que o mitômano Walter [Delgatti] fez para seu primo e terceiras pessoas. Saliente-se que jamais se deixará de acreditar na Justiça e se espera que algum dos ministros possa pedir vista e examinar todos os argumentos lançados pela defesa e, futuramente, modifique o rumo sugestionado pelo relator", declararam os advogados.

Eleições

Carla Zambelli responde a outro processo criminal no STF. Em agosto de 2023, Zambelli virou ré no Supremo pelo episódio em que ela sacou uma arma de fogo e perseguiu o jornalista Luan Araújo às vésperas do segundo turno das eleições de 2022.

A perseguição começou após Zambelli e Luan trocarem provocações durante um ato político no bairro dos Jardins, em São Paulo.

Até o momento, o Supremo registrou placar de 5 votos a 0 para condenar a parlamentar a 5 anos e 3 meses de prisão em regime semiaberto. No entanto, um pedido de vista do ministro Nunes Marques adiou a conclusão do julgamento.

Fonte: Brasil 247

Trama golpista: STF tem maioria para restringir decisão da Câmara que livra Ramagem de ação penal

Ramagem é réu no STF por conta de seu envolvimento nos atos antidemocráticos do governo Bolsonaro; placar é de 4 a 0

         Alexandre Ramagem (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

André Richter - Repórter da Agência Brasil
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou nesta sexta-feira (9) maioria de votos para restringir a decisão da Câmara dos Deputados que suspendeu a ação penal contra o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) no caso da trama golpista do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Com placar de 4 votos a 0, o colegiado está confirmando o entendimento do Supremo sobre a matéria para estabelecer que, apesar de estar prevista na Constituição, a suspensão do processo criminal não pode ser feita na íntegra pela Câmara.

Ramagem deve continuar respondendo por três crimes: golpe de Estado, organização criminosa armada e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.

No entanto, ficam suspensas duas acusações: dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima e deterioração de patrimônio tombado.

Os votos foram proferidos pelos ministros Alexandre de Moraes, relator do caso, Cristiano Zanin, Luiz Fux e Flávio Dino. O julgamento virtual prossegue para a tomadas do voto da minsitra Cármen Lúcia.

Entenda

No mês passado, o Supremo enviou um ofício à Câmara para informar que os deputados não poderiam suspender a íntegra do processo da trama golpista contra o deputado, que é um dos réus do núcleo 1.

A possibilidade de suspensão de processos contra deputados federais e senadores está prevista na Constituição. Conforme o Artigo 53, a Câmara e o Senado podem suspender uma ação penal contra um parlamentar.

No ofício enviado à Câmara, o STF disse que, apesar da permissão constitucional, somente os crimes que teriam sido cometidos por Ramagem após o mandato podem ser suspensos. O marco temporal é a diplomação, ocorrida em dezembro de 2022.

Segundo o Supremo, a suspensão vale para os crimes de dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima e deterioração de patrimônio tombado.

Pelo entendimento, Ramagem deve continuar a responder pelos crimes de golpe de Estado, organização criminosa armada e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.

Antes de ser eleito, Ramagem foi diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e foi acusado de usar a estrutura do órgão para espionar ilegalmente desafetos de Bolsonaro. O caso ficou conhecido como "Abin Paralela".

Ontem (8), o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), comunicou o Supremo sobre a decisão da Câmara que, na quarta-feira (7), deliberou pela suspensão.

"Comunico a Vossa Excelência que esta Casa, em sessão deliberativa extraordinária realizada no dia 7 de maio de 2025, resolveu pela sustação da ação penal decorrente do recebimento da denúncia contida na petição n. 12.100, em curso no Supremo Tribunal Federal", diz o ofício.

O texto aprovado abriu brecha para a suspensão de todas as acusações contra Ramagem e contra todos os demais réus do núcleo 1 da trama golpista, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

O ministro Alexandre de Moraes fez uma questão de ordem e pediu o julgamento da questão para evitar a manobra da Câmara.

Núcleo 1

Os oito réus compõem o chamado “núcleo crucial” do golpe, o núcleo 1, tiveram a denúncia aceita por unanimidade pela Primeira Turma do STF em 26 de março. São eles:

● Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
Walter Braga Netto, general de Exército, ex-ministro e vice de Bolsonaro na chapa das eleições de 2022;
● General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
● Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência - Abin;
Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;
● Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
● Paulo Sérgio Nogueira, general do Exército e ex-ministro da Defesa;
● Mauro Cid, delator e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

sexta-feira, 9 de maio de 2025

Zambelli se diz “perseguida” após Moraes pedir sua prisão por 10 anos


           A deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP). Foto: Zeca Ribeiro/Agência Câmara

Alvo de um julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) que pode condená-la a 10 anos de prisão, a deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) disse ter recebido com “inconformismo” o voto do ministro Alexandre de Moraes, que defendeu a pena. Ela é ré por invasão do sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e falsidade ideológica, junto do hacker Walter Delgatti Neto.

“Em respeito à população brasileira e à confiança que quase 1 milhão de eleitores depositaram em mim, venho expressar meu mais profundo sentimento de inconformismo diante do voto”, disse Zambelli em nota enviada ao portal Metrópoles.

A parlamentar alega que Moraes “ignorou os fatos e a ausência de provas nos autos” ao pedir sua condenação, chamada de “injusta” por ela. “Estou sendo vítima de uma perseguição política que atenta não apenas contra minha honra pessoal, mas contra os princípios mais elementares do Estado de Direito”, prosseguiu.

Além de Moraes, relator do caso, o ministro Flávio Dino também votou para condená-la a 10 anos de prisão. A deputada tenta se vitimizar e diz que a possível condenação é uma “tentativa clara de silenciar uma mulher de direita, deputada eleita pelo povo, que não se curva diante de abusos de poder”.

Fonte: DCM

Paraná em Ação facilita vida de famílias paranaenses ao garantir direitos das crianças

O programa, desenvolvido semanalmente em diferentes cidades do Estado, é uma feira gratuita de serviços públicos, centralizados em um só lugar. Entre eles, a confecção da Carteira de Identidade para crianças, que oferece benefícios diretos às famílias, pois os pequenos passam a ser reconhecidos oficialmente como cidadãos.

      Foto: Gabrielle Sversut/SESP

O Paraná em Ação, programa desenvolvido pela Secretaria da Justiça e Cidadania com outros órgãos públicos, fortalece o vínculo familiar e promove a cidadania. Através das suas iniciativas, tem contribuído de forma significativa para facilitar a vida das mães e pais paranaenses e garantir direitos às crianças.

O programa, desenvolvido semanalmente em diferentes cidades do Estado, é uma feira gratuita de serviços públicos, centralizados em um só lugar. Entre eles, a confecção da Carteira de Identidade para crianças, que oferece benefícios diretos às famílias, pois os pequenos passam a ser reconhecidos oficialmente como cidadãos, facilitando o acesso a diversos direitos, como matrícula escolar, atendimento médico e participação em programas sociais.

Para as famílias, essa ação representa mais do que a simples emissão de um documento: é uma forma de garantir o reconhecimento legal de seus filhos, proporcionando segurança e tranquilidade.

Patrícia Sodré dos Santos mora em Londrina, no Norte do Estado, e é mãe de um menino autista de 9 anos de idade, o Antony. Eles participaram de uma das edições da feira para a emissão da Carteira de Identidade e da Carteira do Autista, o que para ela foi muito importante.

“Quem é mãe atípica sabe o quanto é complicado e custoso providenciar documentos, exames, enfim, fazer toda a parte administrativa dos nossos filhos. E através do Paraná em Ação a Secretaria da Justiça trouxe até a minha comunidade a possibilidade de fazer os documentos, o que foi bem mais fácil do que ter que agendar e ir até os órgãos”, contou. “Foi uma das pouquíssimas ações em que eu, enquanto mãe, e meu filho fomos bem tratados. Então eu só tenho a agradecer”.

A Carteira do Autista garante direitos às pessoas autistas e suas famílias, como o atendimento prioritário em espaços públicos e privados, oferecendo identificação das pessoas com transtorno do espectro autista. A emissão do documento é feita 100% online, oferecendo mais comodidade e segurança para a pessoa autista e seus familiares.

As Carteiras de Identidade também são muito procuradas. Esse trabalho conta com apoio da Polícia Civil. Só neste ano, foram feitos 3.965 documentos através do Paraná em Ação em oito municípios.

Para o secretário da Justiça e Cidadania, Santin Roveda, é o Governo indo até aqueles que mais precisam. “São ações da Secretaria da Justiça que efetivamente valorizam as famílias. O objetivo do nosso trabalho é fazer a diferença na vida das pessoas, promovendo direitos, cidadania e fortalecendo os laços familiares”, destacou.

Rebeca Caroline Ribeiro, de Grandes Rios, no Vale do Ivaí, é mãe de Maria Clara Massaro, de dois anos, e elas também utilizaram os serviços da feira. A pequena fez a carteira de identidade e ficou muito feliz. “Foi muito fácil de fazer, ela ficou supercalma, deu risada. E o documento vai facilitar em relação à identificação dela para acesso aos serviços essenciais, incluindo saúde, educação e transporte. Penso até em situações de emergência, o que garante a identificação rápida”, explicou.

Fonte: AEN

STF decide derrubar manobra da Câmara pró-Ramagem

O deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ). Foto: Divulgação

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta sexta-feira (9) para derrubar a decisão da Câmara dos Deputados que havia determinado a suspensão total da ação penal contra o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), réu no caso da trama golpista que mirava a manutenção do ex-presidente Jair Bolsonaro no poder após as eleições de 2022.

Com os votos dos ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Luiz Fux, o Supremo decidiu que Ramagem continuará a responder por três crimes considerados mais graves: tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e participação em organização criminosa.

Por outro lado, os ministros acolheram parcialmente o pedido da Câmara e determinaram a suspensão da ação penal apenas em relação aos crimes de dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado, ambos supostamente cometidos após a diplomação do parlamentar.

A decisão foi proferida no plenário virtual da Corte e ainda aguarda os votos dos outros dois ministros da Turma, Flávio Dino e Cármen Lúcia. No entanto, a maioria já consolidada garante a validade do entendimento até o momento.

O Supremo também deixou claro que a imunidade parlamentar, prevista no artigo 53 da Constituição, não se estende a outros réus da ação penal, como o ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), Ramagem e Bolsonaro integravam um “núcleo crucial” dentro de uma organização criminosa que teria planejado ações para deslegitimar o processo eleitoral e impedir a posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.

       A Primeira Turma do STF. Foto: Divulgação

O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, afirmou em seu voto que a imunidade só pode ser aplicada a infrações cometidas após a diplomação do parlamentar e não pode ser estendida a corréus que não ocupam mandato eletivo. “Os requisitos do caráter personalíssimo e temporal, previstos no texto constitucional, são claros e expressos”, escreveu Moraes.

O ministro Cristiano Zanin reforçou o posicionamento e alertou para os riscos de estender a imunidade indevidamente. “A suspensão integral da Ação Penal nº 2.668 culminaria em efeitos indesejáveis para corréus que, mesmo sem imunidade, teriam seus processos suspensos enquanto durar o mandato parlamentar correspondente”, declarou.

Na semana anterior, a Câmara dos Deputados havia aprovado uma resolução determinando a suspensão completa da ação penal movida pelo STF contra Ramagem, sob o argumento de que a Constituição garante esse direito aos parlamentares. A Casa alegou que todos os cinco crimes imputados ao deputado estariam protegidos pela imunidade parlamentar.

O STF, no entanto, entendeu que a suspensão só pode ser aplicada a crimes cometidos após a diplomação, ocorrida em dezembro de 2022. Dessa forma, os ministros consideraram ilegal a tentativa de bloquear o processo em relação a crimes anteriores a esse marco, como a tentativa de golpe de Estado.

O julgamento segue no plenário virtual do STF e os demais ministros da Primeira Turma têm até terça-feira (14) para registrar seus votos. A tendência, porém, é que o entendimento consolidado pela maioria seja mantido.

Com isso, Alexandre Ramagem permanece réu por crimes graves no STF, enquanto os dois delitos considerados de menor gravidade ficam suspensos até o fim de seu mandato.

Fonte: DCM

STF tem 2x0 para limitar decisão da Câmara que suspendeu ação penal contra Ramagem

Os ministros Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin já votaram

      Alexandre Ramagem (Foto: Agencia Brasil-EBC)

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes votou nesta sexta-feira (9) para restringir os efeitos da decisão da Câmara dos Deputados que suspendeu uma ação penal contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), Jair Bolsonaro (PL) e outros seis réus. A Corte já soma dois votos contra a determinação da Casa.

Para Moraes, a suspensão determinada pelos parlamentares só pode valer para Ramagem — e apenas em relação a crimes supostamente cometidos após ele ter assumido o mandato, em dezembro de 2022.

Com isso, o magistrado defende que o processo siga normalmente para os crimes de Ramagem que teriam ocorrido antes da diplomação. O deputado seguiria réu por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e envolvimento em organização criminosa armada.

"Os requisitos do caráter personalíssimo (imunidade aplicável somente ao parlamentar) e temporal (crimes praticados após a diplomação), previstos no texto constitucional, são claros e expressos, no sentido da impossibilidade de aplicação dessa imunidade a corréus não parlamentares e a infrações penais praticadas antes da diplomação", considerou Moraes.

O posicionamento foi acompanhado pelo ministro Cristiano Zanin, que alertou que a decisão da Câmara "culminaria em produzir efeitos não desejáveis em relação a corréus custodiados que, mesmo não possuindo imunidade material, teriam o trâmite das imputações que lhes pesam suspenso enquanto durar o mandato parlamentar correspondente".

O julgamento começou nesta sexta-feira no plenário virtual do Supremo. Ainda falta o voto dos ministros Cármen Lúcia, Luiz Fux e Flávio Dino.

Fonte: Brasil 247

Fumacê chegou a 105 bairros e segunda etapa prevê aplicação em outras 168 comunidades de Apucarana



A aplicação de fumacê, que foi intensificada a partir do mês de abril, tem prosseguimento em Apucarana. Nos próximos dias, a aplicação acontecerá em outros 168 bairros. A Autarquia Municipal de Saúde orienta a população a deixar as portas e janelas dos imóveis abertas para que o produto de combate ao mosquito entre nas casas.

O prefeito Rodolfo Mota afirma que o fumacê – pulverização de inseticida para o combate do mosquito Aedes aegypti – é uma das ações que integram a campanha Guerra contra a Dengue. “No mês de abril, em parceria com a 16ª Regional de Saúde o trabalho foi intensificado. Na primeira fase, 105 bairros foram atendidos e agora nesta nova etapa, que tem início nesta sexta-feira, mais 168 serão abrangidos”, informa Rodolfo Mota.

O secretário municipal de Saúde, Guilherme de Paula, lembra que o fumacê é aplicado em dois períodos do dia. “Na parte da manhã, sempre das 5 às 8 horas, e na parte da tarde, das 16h30 até 21 horas. É importante a população deixar as portas e janelas dos imóveis abertas. O fumacê se dissipa rápido”, observa. De acordo com o secretário, a aplicação não faz mal ao ser humano e também a nenhum tipo de animal de estimação, como cachorro, gato ou pássaro. No entanto, a recomendação é trocar a água dos bebedouros após a pulverização e que os apicultores protejam as suas colméias.

Matheus Machado da Ponte, coordenador do Controle de Endemias da Autarquia Municipal de Saúde, também pede para que a população dos bairros fique atenta quanto a questões de trânsito. “Em vias com sentido único de tráfego, é necessário que a caminhonete trafegue na contramão para poder fazer a aplicação do fumacê, pois o equipamento utilizado para espalhar o produto é fixo e direcionado apenas para um lado”, esclarece.

Na tarde desta sexta-feira (09/05), o fumacê será aplicado nas regiões do Distrito do Pirapó, Sol Nascente, Vila Regina/ Colônia dos Novos Produtores, Residencial Interlagos e Distrito de Vila Reis. “Já na manhã deste sábado (10/05), na área central de Apucarana e região da Prefeitura, além dos bairros Bom Jesus, Aclimação e 28 de Janeiro”, cita o coordenador municipal de endemias.

REGIÕES ONDE SERÁ APLICADO FUMACÊ (2ª etapa)

Núcleo João Paulo (Bairros João Paulo, Mirian, Primavera, Gramados)
▸Osmar Guaraci Freire
▸Vila Apucaraninha (Bairro Vila São Jerônimo, Núcleo Fraternidade, Apucaraninha)
▸10º Batalhão (Bairros Veneza, Pq Industrial Zona Oeste)
▸Paineiras (Bairros Paineiras, Solar Toscana, vila São Jorge)
▸Vila Rural Nova Ucrânia
▸Texas (Bairro Jd Por do Sol, Texas)
▸Vila Reis
▸Vila Operária(JD Maraba)
▸Vila Regina (Bairros Jd. Figueira, Núcleo Nra Aparecida, vila Regina, Franca e Vitória Régia)
▸30º BIMec (Jardim Curitiba)
▸Interlagos
▸Adriano Correia
▸Colônia dos Novos Produtores (Bairros Orlando Bacarin e Colônia N. Produtores)
▸Jardim das Flores (Jd. Flores I-II-III-IV e V)
▸Cemitério da Saudade (Guanabara)
▸Cemitério Cristo Rei (Jardim Eldorado, Vila Operária 2, Jd. Catuaí I-II-III)
▸Bom Jesus (Jd Jardim Flamingos, Jd Laranjeiras, Independência, Res. Milani)
▸Barra Funda
▸Prefeitura
▸Lago Jaboti (Vila São Martins, Jd. Portal do Lago, Jd Europa)
▸Vila Formosa (Vila São Paulo, Vila Brasil, Vila Vitória)
▸Pq Santo Expedito (Jardim Morumbi, Res. Miguel Sochacki, Lot. Cazarin)
▸Jardim Esperança (Jardim Iguatemi)
▸Centro (Vila São José, Vila Agari)
▸Bairro 28 (Vila Social, Vila Vera Cruz, Vila Ivone)
Jardim Aclimação

Fonte: Prefeitura de Apucarana

APUCARANA: Rede de atendimento promove abraço coletivo para proteger crianças e adolescentes contra o abuso sexual


Um abraço coletivo marcou a abertura do Maio Laranja, mês em que estão programadas diversas ações de combate ao abuso e à exploração sexual de crianças a adolescentes. Em um ato simbólico, o prefeito Rodolfo Mota, secretários municipais e entidades que integram a rede de proteção promoveram o abraço de cerca de 200 crianças e adolescentes.

A atividade foi realizada na manhã desta sexta-feira (09/05), na concha acústica da Praça Semiramis Braga (28 de Janeiro). Cerca de 200 crianças, provenientes de escolas da rede municipal, particular e de entidades assistenciais, ocuparam o espaço onde estão os bancos da concha.

Enquanto isso, representantes da rede de proteção, de mãos dadas, formaram um círculo ao redor do grupo, simbolizando um abraço coletivo.

O Maio Laranja em Apucarana é uma iniciativa do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), em parceria com a Secretaria Municipal de Assistência Social, contando ainda com o apoio de algumas empresas parceiras. No início da atividade, a presidente do CMDCA, Ana Paula de Melo Sotério da Costa, convidou cada representante da rede de proteção para se apresentar e assumir um compromisso público: “Eu sou o prefeito de Apucarana, Rodolfo Mota, e estou aqui todos os dias para proteger vocês”.

O “eu protejo vocês” foi repetido pelos demais integrantes da rede, como o vice-prefeito, Marcos da Vila Reis, a secretária da Mulher, Karine Mota, a secretária de Assistência Social, Fabíola Carrero, e demais secretários municipais, além do vereador Moisés Tavares, da juíza da Vara da Infância e Juventude, Carolline de Castro Carrijo e da diretoria e conselheiros do CMDCA, membros do Conselho Tutelar, polícias Militar, Civil e Científica, Guarda Civil Municipal e entidades assistenciais.

“Todos puderam assumir esse compromisso de cuidar das nossas crianças. Nada é feito sozinho. Esse trabalho é feito a muitas mãos. É momento de falar da proteção e da garantia de direitos. E isso não pode se reduzir a um dia ou a um mês. Precisamos cuidar das nossas crianças e adolescentes todos os dias”, frisa Rodolfo Mota.

A secretária municipal da Assistência Social, Fabíola Carrero, ressalta a importância do trabalho integrado e do fortalecimento da rede. “Às vezes, quando ocorre esse tipo de abuso, a criança não tem onde pedir socorro.
Por isso, a importância da rede de proteção, pois são situações que podem chegar ao conhecimento das autoridades por meio da escola, de um agente de segurança, do Conselho de Tutelar, por alguém que a criança entenda que seja de confiança. Por isso, a importância do fortalecimento da rede, para que o fluxo de atendimento possa acontecer visando a proteção imediata”, pontua a secretária.

A presidente do CMDCA lembra que o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes é 18 de maio.
“Durante o mês, além do abraço coletivo, outras ações estão previstas como uma roda de conversa no dia 19 de maio, das 13h30 às 16h30, no Senac, além do Teatro do Trânsito e Semáforo que acontecerá nos dias 19, 22 e 23”, cita Ana Paula.

Estudantes “plantam” flor símbolo da campanha Estudantes dos quintos anos da rede municipal de ensino trabalharam a temática da campanha em sala de aula, nas disciplinas de arte e ensino religioso. “Cada um usando a sua técnica, como o origami, os estudantes foram incentivados a reproduzir a gérbera, flor símbolo da campanha”, disse Jordana Valério Mendes, assessora de arte da Autarquia Municipal de Educação (AME).


O resultado foi cerca de mil flores de papel, plástico e EVA que foram plantadas simbolicamente no gramado da Praça do 28 para chamar a atenção da sociedade. Durante a abertura da campanha Maio Laranja, também houve apresentações de dança de crianças e adolescentes atendidos pelo Centro para o Resgate à Vida Esperança (CEPES) e de arte circense pelos atendidos pelo Comando Anderson de Defesa do Cidadão (COMANDER). Também foram distribuídas bexigas e bonés com a sigla do CMDCA.

Fonte: Prefeitura de Apucarana