terça-feira, 30 de dezembro de 2025

Vice-governador aciona Conselho de Ética após Bilynskyj chamar Maranhão de “bosta”

O vice-governador do Maranhão, Felipe Camarão (PT), e o deputado federal Paulo Bilynskyj (PL) – Reprodução

O vice-governador do Maranhão, Felipe Camarão (PT), anunciou nas redes sociais que protocolou uma representação no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados e uma notícia-crime no Ministério Público Federal contra o deputado federal Paulo Bilynskyj (PL-SP) por declarações consideradas ofensivas ao estado nordestino.

Segundo Camarão, as falas de Bilynskyj ultrapassam o limite da opinião política e configuram ofensas criminosas e quebra de decoro parlamentar, que agora deverão ser apuradas pelo Parlamento e pela Procuradoria-Geral da República.

● Xenofobia e comparação entre estados

O episódio teve origem em uma participação de Bilynskyj em um podcast, na qual o deputado fez comparações pejorativas entre o Maranhão e Santa Catarina, gerando repercussão negativa entre parlamentares e lideranças políticas do Maranhão.

“A extensão territorial brasileira gera muita heterogeneidade, esse é o problema. Então você pode ver, por exemplo, que Santa Catarina é extremamente homogêneo, né? Por ser extremamente homogêneo, se Santa Catarina tivesse mais liberdade para legislar, você teria leis muito melhores para aquele estado. Agora compara Santa Catarina com o Maranhão. Compara. É o mesmo país. Dá para comparar? Não dá, né? O Maranhão é uma bosta. Como você vai comparar com Santa Catarina?”, disparou o bolsonarista.

Autoridades maranhenses classificaram a fala como preconceituosa e xenofóbica, afirmando que ela desrespeita o povo e a realidade social do estado. A bancada federal do Maranhão também anunciou ações formais contra o parlamentar junto ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara.

● Reações da política maranhense

Camarão afirmou que o Maranhão é “terra de história, cultura, trabalho e resistência” e que não pode ser alvo de chacota ou estigmatização. Outros membros da bancada maranhense endossaram a iniciativa de buscar sanções, que podem variar de censura escrita até suspensão ou cassação do mandato, caso o Conselho de Ética conclua pela gravidade da conduta.

Por sua vez, Bilynskyj tem se defendido alegando que suas opiniões estão amparadas pela Constituição e que não se referiu à população local, mas avaliou aspectos administrativos e socioeconômicos, posição reiterada por seus assessores em comunicados posteriores.

Fonte: DCM

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