sexta-feira, 26 de dezembro de 2025

Quem é o bolsonarista Silvinei Vasques, ex-diretor da PRF preso


        Silvinei Vasques durante cerimônia do governo Bolsonaro em 2021. Foto: Divulgação

Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), foi preso no Paraguai na sexta (26) ao tentar embarcar para El Salvador. Ele havia rompido sua tornozeleira eletrônica e deixado o Brasil sem autorização judicial.

Vasques foi abordado pelas autoridades paraguaias no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, onde estava tentando sair do país com um passaporte paraguaio, que não correspondia à sua identidade. Após a prisão, ele foi identificado e deverá ser expulso do Paraguai e entregue às autoridades brasileiras.

Natural de Ivaiporã, no Paraná, Vasques ingressou na PRF em 1995 e construiu uma carreira de 27 anos na corporação. Durante o governo Bolsonaro, ele foi nomeado diretor-geral da PRF, cargo que ocupou até dezembro de 2022, quando se aposentou voluntariamente.

Após deixar a PRF, assumiu a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Inovação de São José, em Santa Catarina, mas pediu exoneração em 2025, após ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pela trama golpista.

Vasques foi condenado por improbidade administrativa por usar a estrutura da PRF para fins eleitorais, em apoio à reeleição de Jair Bolsonaro em 2022. O Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) concluiu que ele promoveu confusão intencional entre sua função pública e manifestações políticas, como publicações nas redes sociais com a farda da PRF e participação em eventos com pedidos explícitos de voto. Ele foi multado em R$ 546,6 mil e proibido de contratar com o poder público por quatro anos.

Post de Silvinei Vasques pedindo voto para Jair Bolsonaro em 2022. Foto: Reprodução


Em outro processo, o STF o condenou a 24 anos e seis meses de prisão por sua participação em uma trama golpista que visava reverter o resultado das eleições presidenciais de 2022. Vasques foi considerado parte de um “núcleo 2” da organização criminosa responsável por ações operacionais para dificultar o voto, especialmente no Nordeste, e monitorar autoridades públicas.

Ele também foi condenado a contribuir com uma indenização coletiva de R$ 30 milhões e teve seus direitos políticos suspensos.

Vasques já havia sido preso preventivamente em 2023, mas deixou a prisão em agosto daquele ano sob medidas cautelares. As decisões judiciais indicam que ele ultrapassou os limites de seu cargo, ao atuar politicamente e integrar ações que ameaçaram o Estado Democrático de Direito.

Fonte: DCM

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