Acordo entre blocos pode expandir exportações e mitigar impactos das tarifas norte-americanas
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e Ursula von der Leyen (Foto: Ricardo Stuckert / PR)
O acordo de livre comércio entre a União Europeia (UE) e o Mercosul deu um passo importante para sua concretização, após a validação do texto final pelo Conselho da União Europeia, na quarta-feira (3). A formalização do acordo ocorre em meio à crescente guerra tarifária iniciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que impacta diretamente as relações comerciais internacionais, relata o Metrópoles.
O pacto, que visa eliminar progressivamente tarifas sobre até 92% das exportações entre os dois blocos, entrou em negociação em 1999 e teve seu fechamento definitivo em 2024, durante a cúpula do Mercosul no Uruguai. O acordo, agora, aguarda a aprovação do Parlamento Europeu para entrar em vigor. Para que isso aconteça, 15 dos 27 países da União Europeia precisam aprovar a medida. O passo recente no processo é visto como uma oportunidade de consolidar as relações comerciais entre a UE e os países do Mercosul, mas ainda existem desafios pela frente.
● Tarifas e impactos econômicos
O avanço do acordo ocorre em um momento de forte pressão tarifária imposta pelos Estados Unidos. A atual escalada de tarifas de Trump afetou países ao redor do mundo, com destaque para o Brasil, que enfrenta uma alíquota de 50% sobre suas exportações para o mercado norte-americano. Em contraste, produtos europeus tiveram um aumento de 15% nos impostos aplicados. Essa situação tem levado economistas a ver o acordo entre a UE e o Mercosul como uma forma de contornar as dificuldades impostas pelo protecionismo americano.
● Perspectivas para o Brasil e a UE
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou a expectativa de que o acordo seja finalizado até o final de 2025, quando o Brasil terminará a presidência rotativa do Mercosul. A movimentação em torno do pacto é uma estratégia do governo brasileiro para lidar com os impactos das tarifas norte-americanas, que têm dificultado as negociações com os Estados Unidos. Caso o acordo seja ratificado, as projeções indicam um aumento superior a US$ 7 bilhões nas exportações brasileiras para a União Europeia no curto prazo, além de um impacto positivo de R$ 37 bilhões sobre o Produto Interno Bruto (PIB) até 2044.
Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles
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