De acordo com o empresário, os dois governadores deixaram claro que não têm condições de presidir o Brasil
O empresário João Amoêdo afirmou nesta sexta-feira (18) que os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), se “comportam como cúmplices dos crimes" de Jair Bolsonaro (PL) e deixam claro” não ter “condições de ocupar a Presidência do Brasil”.
Especulados como possíveis presidenciáveis em 2026, os dois governadores defenderam o ex-mandatário após o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes determinar medidas cautelares como o uso de tornozeleira eletrônica. Bolsonaro é réu no inquérito da trama golpista conduzido pelo STF, faz articulações com o governo Donald Trump para que os Estados Unidos anunciem sanções contra o Brasil por conta da ação judicial na Corte brasileira e também apresenta risco de fuga para o exterior.
Segundo o empresário, “as medidas cautelares impostas a Bolsonaro são acertadas e bem fundamentadas”. “Mesmo sendo réu por tentativa de golpe de Estado e com o julgamento em curso, o ex-presidente, seus aliados e familiares continuam atuando contra o bom andamento do processo e contra as instituições brasileiras”, escreveu Amoêdo na rede social X.
O governador Tarcísio de Freitas também usou as redes sociais para demonstrar seu apoio a Bolsonaro. “Não imagino a dor de não poder falar com um filho. Mas se as humilhações trazem tristeza, o tempo trará a justiça. Não haverá pacificação enquanto não encontrarmos o caminho do equilíbrio. Não haverá paz social sem paz política, sem visão de longo prazo, sem eleições livres, justas e competitivas. A sucessão de erros que estamos vendo acontecer afasta o Brasil do seu caminho”, publicou o chefe do Executivo paulista.
“Coragem é um atributo que quem conhece Jair Bolsonaro sabe que nunca lhe faltou. Não faltou quando atentaram contra a sua vida. Não faltou para lidar com as crises sem precedentes que este país passou quando ele era presidente. Não faltou para defender a liberdade, valores, ideais e combater injustiças. E não vai faltar agora, pois ele sabe que estamos e seguiremos ao seu lado. Não conheço ninguém que ame mais este país, que tenha se sacrificado mais por uma causa, quanto Jair Bolsonaro”.
O governador Romeu Zema afirmou que a decisão de Moraes é um “ato absurdo de perseguição política a Jair Bolsonaro”. “Censuraram suas redes, proibiram de falar com o filho e obrigaram a usar tornozeleira eletrônica. Tudo isso num processo cheio de abusos e ilegalidades. Não existe democracia quando a Justiça é politizada”.
No STF, Bolsonaro responde a cinco crimes. São penas que, somadas, podem ultrapassar 30 anos de prisão - golpe de Estado, danos a bens patrimoniais protegidos, crimes contra o patrimônio com agravante de violência, ameaça ao Estado Democrático de Direito e organização criminosa armada.
☆ Entenda
As decisões tomadas pelo ministro do STF Alexandre de Moraes contra Jair Bolsonaro, no inquérito sobre a trama golpista, estão relacionadas a acusações de obstrução da Justiça e coação durante o andamento do processo penal. A Polícia Federal (PF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) apontaram risco de fuga, além da suspeita de que esteja incentivando sanções internacionais contra autoridades brasileiras.
No último dia 9, o presidente Donald Trump anunciou um tarifaço de 50% sobre as exportações brasileiras e citou o inquérito do plano golpista como justificativa para o início da guerra comercial contra o Brasil.
Em sua decisão sobre as medidas cautelares contra Bolsonaro, Moraes afirmou que ex-mandatário e seu filho Eduardo cometeram uma "confissão flagrante" dos crimes de coação processual e obstrução da Justiça. O deputado licenciado pelo PL-SP mora nos Estados Unidos desde março e alega perseguição política. A sua licença do mandato de deputado federal acaba no próximo domingo (20).
O ministro Alexandre de Moraes também mencionou possíveis crimes contra o Estado Democrático de Direito e a soberania nacional, porque Bolsonaro e seu filho teriam vinculado o arquivamento do processo golpista à retirada de tarifas impostas pelos EUA sobre produtos brasileiros.
No STF, Jair Bolsonaro responde por cinco crimes, cujas penas acumuladas podem exceder 30 anos de prisão: organização criminosa armada, ameaça ao Estado Democrático de Direito, dano a bens patrimoniais protegidos, tentativa de golpe de Estado e crimes contra o patrimônio com agravante de violência.
Os EUA, além de citarem o caso de Bolsonaro para justificar aumento de tarifas, iniciaram uma investigação sobre práticas comerciais do Brasil por meio do USTR (Escritório do Representante Comercial dos EUA). Em reação, o governo brasileiro já destacou que responderá à guerra tarifária norte-americana.
☆ Defesa de Bolsonaro
Após receber a tornozeleira na Secretaria de Administração Penitenciária do DF, Bolsonaro disse à imprensa que a medida visava sua "suprema humilhação" e negou querer deixar o país para evitar uma possível condenação.
A defesa do político emitiu uma nota expressando "surpresa e indignação" com as medidas cautelares, afirmando que Bolsonaro sempre cumpriu todas as determinações judiciais até então
Fonte: Brasil 247
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