Jeldêam Álves atuava há 12 anos na Fundação Padre Anchieta, responsável pela TV Cultura
Um editor-chefe da Rede Câmara, vinculada à TV Cultura, foi demitido após a vereadora Janaína Paschoal (PP) relatar desconforto com postagens feitas por ele em suas redes sociais privadas. A informação foi publicada originalmente pelo portal Metrópoles.
Jeldêam Álves atuava há 12 anos na Fundação Padre Anchieta, responsável pela TV Cultura, que mantém contrato com a Câmara Municipal de São Paulo para produzir conteúdos institucionais. Ele afirma que não foi informado oficialmente sobre os motivos da demissão, comunicada em abril, e só compreendeu a razão após declarações públicas da parlamentar nesta quinta-feira (24), durante reunião do recém-criado Conselho Editorial da Rede Câmara.
“Obviamente que não vou dizer nomes, não vou expor pessoas. Mas eu preciso pedir que aqueles funcionários que estejam na atividade aqui na Casa tenham cautela com a sua vida pessoal”, afirmou Janaína. “Todos nós temos a nossa liberdade, nossa vida, mas não dá para ter alguém numa TV pública, por exemplo, fazendo striptease nas redes, ou se exibindo. ‘Ah, mas é na rede privada, no canal privado’. Desculpa, não dá.”
A vereadora reforçou que o comportamento em questão não configura crime, mas que considera “incompatível” com a atuação em uma emissora pública. “Sendo uma pessoa adulta, que não está atuando em redes infantis, não é crime. Mas é um comportamento incompatível. Então, quero deixar avisado antes. Se isso eventualmente acontecer, eu vou ter que pedir para a TV Cultura retirar a pessoa aqui”, declarou.
Em suas redes sociais, Jeldêam Álves costuma publicar vídeos e fotos de sunga ou cueca, com poses sensuais — sem nudez explícita. Ele também trabalha com divulgação de marcas de roupas íntimas masculinas. Segundo o ex-funcionário, o afastamento foi comunicado por meio de um ofício assinado pelo presidente da Câmara, vereador Ricardo Teixeira (União Brasil), e que trazia como parte interessada a própria Janaína Paschoal.“Ela criou esse conselho editorial e fez esse pedido. Não imaginava muito bem o que poderia ter sido, mas como ela expôs isso na reunião, algumas pessoas ligaram meu nome e acabou me expondo. Agora, juntando os pontos, acredito que tenha sido uma questão moral mesmo. Não sei, homofobia, alguma ideologia que ela não tenha visto compatível com a minha, além desse preconceito com o meu outro trabalho”, declarou Álves ao Metrópoles.
Ele diz que pretende entrar na Justiça contra a demissão: “Estou desempregado há algum tempo, com medo de isso prejudicar minha carreira, de conseguir voltar a trabalhar”.
Procurada pela reportagem, Janaína negou ter solicitado formalmente o desligamento do funcionário, mas confirmou que levou o caso à Presidência da Câmara. “Foi um caso específico, isolado, e já foi solucionado. Não posso falar nada além disso. Só achei importante registrar, para que não se repita. Não era funcionário da Câmara. Apenas prestava serviços aqui e foi afastado da Casa.” A assessoria da Presidência da Câmara afirmou que, como contratante, a Casa pode “solicitar à Fundação Padre Anchieta a substituição de qualquer profissional, a qualquer momento, de acordo com seus critérios”.
Já a Fundação Padre Anchieta, por meio de nota, informou que o colaborador foi desligado durante a gestão anterior, em maio, como parte de uma “reestruturação do quadro funcional”. A entidade, no entanto, não mencionou qualquer relação com a queixa da vereadora.
Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles
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