domingo, 23 de novembro de 2025

“Ex-presidente de extrema-direita”: como imprensa internacional noticiou prisão de Bolsonaro


      Jair Bolsonaro atrás de grades. Foto: reprodução

A prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na manhã deste sábado (22), repercutiu imediatamente na imprensa internacional. Veículos de diversos países destacaram o simbolismo político da detenção, o momento em que ela ocorreu e os desdobramentos da crise institucional que envolve o ex-chefe do Planalto desde sua condenação por tentativa de golpe de Estado.

Nos Estados Unidos, o jornal The Washington Post enfatizou que a prisão ocorre “dias antes de ele começar a cumprir sua pena de 27 anos de prisão por liderar uma tentativa de golpe”. O periódico destacou ainda que Moraes “raramente toma decisões aos sábados, a menos que haja riscos de segurança envolvidos”, interpretando a detenção como uma ação emergencial diante do risco de fuga.

Em outro trecho, o Post escreveu: “A prisão preventiva deste sábado não significa que Bolsonaro permanecerá na sede da Polícia Federal para cumprir sua pena. A lei brasileira exige que todos os condenados iniciem suas penas na prisão”.

Na França, a rede France 24 afirmou que Bolsonaro foi condenado “por uma tentativa frustrada de golpe de Estado” e destacou que ele aguardava julgamento de recursos. Para o canal, a detenção é mais um capítulo da crise gerada após a derrota eleitoral de 2022.

Cobertura na prisão de Bolsonaro no France 24. Foto: reprodução

Os jornais argentinos também deram destaque ao caso. O Clarín lembrou que, na véspera da prisão, a defesa do ex-presidente havia solicitado ao STF autorização para que Bolsonaro cumprisse “sua pena de 27 anos de prisão em casa por motivos de saúde”.

Em nova matéria, o diário observou que “relatos indicam que ele tentou romper sua tornozeleira eletrônica”, mencionando o registro do sistema de monitoramento. Já o La Nación apontou que Bolsonaro enfrenta sequelas da facada de 2018 e que sua defesa cita “razões humanitárias” para evitar uma unidade prisional.

O britânico The Guardian publicou uma reportagem intitulada “Ex-presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro preso no Brasil”. O jornal destacou que Bolsonaro foi levado de sua residência para a Superintendência da Polícia Federal, a cerca de 11 quilômetros do centro de Brasília, e lembrou que apoiadores planejavam uma “vigília” convocada por Flávio Bolsonaro.

The Guardian descreveu Bolsonaro como “ex-presidente de extrema-direita”. Foto: reprodução
“O protesto havia sido convocado pelo filho de Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro, em um vídeo publicado nas redes sociais”, escreveu o Guardian.

The Guardian em matéria sobre a prisão de Bolsonaro. Foto: reprodução


O canal catariano Al Jazeera noticiou que Bolsonaro foi preso “dias antes da sua sentença de 27 anos de prisão” e ressaltou que ele vinha cumprindo prisão domiciliar desde agosto. A emissora reforçou o caráter preventivo da nova ordem, decretada após a Polícia Federal relatar risco imediato de fuga.

Na Espanha, o jornal El País estampou em sua página principal a manchete “Polícia prende o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro após meses de prisão domiciliar”. Segundo o veículo, Bolsonaro havia sido condenado em setembro a 27 anos de prisão “por uma tentativa fracassada de golpe de Estado”, sendo agora detido em meio a novo episódio de instabilidade política.

A emissora estadunidense CBS News também noticiou a prisão, lembrando que Bolsonaro é aliado do ex-presidente estadunidense Donald Trump, que classificou seu julgamento como uma “caça às bruxas”.

A CBS também destacou que “Bolsonaro foi mencionado em uma ordem executiva de julho do governo dos EUA que aumentou em 50% as tarifas sobre diversas exportações brasileiras”, medida revogada parcialmente por Trump na sexta-feira.

O israelense The Times of Israel publicou: “Ex-presidente do Brasil Bolsonaro preso dias antes de começar a cumprir sua pena de 27 anos de prisão”.

Bolsonaro no Al Jazeera. Foto: reprodução
Fonte: DCM

Prefeito bolsonarista esconde que recebeu R$ 20 milhões para a Saúde


        O presidente Lula e o prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini. Foto: Divulgação

A Prefeitura de Cuiabá autorizou a entrada de mais de R$ 20 milhões em emendas federais para a Saúde, mas fez isso sem qualquer anúncio público. O dinheiro, encaminhado pela bancada federal de Mato Grosso, apareceu apenas em um suplemento da Gazeta Municipal desta terça-feira, 18, sem detalhamento de uso, cronograma ou metas.

As resoluções, assinadas pela presidente do Conselho Municipal de Saúde, Danielle Pedroso Bertucini, limitam-se a homologar as emendas, sem explicar como a verba será aplicada no atendimento à população.

Os valores contemplam especialidades que têm longas filas na capital. São R$ 3,9 milhões para cardiologia, R$ 2 milhões para otorrinolaringologia, R$ 5,7 milhões para oftalmologia, R$ 5,3 milhões para ginecologia e R$ 4 milhões para ortopedia.

Todo o montante é destinado ao Programa Mais Acesso a Especialistas (PMAE), criado para ampliar consultas e cirurgias. Sem transparência, porém, não há garantia de que a ampliação realmente ocorrerá. A publicação não informa quais hospitais receberão recursos, quantas consultas serão abertas, quantas cirurgias serão feitas ou quais profissionais serão contratados.

Central de Regulação do SUS em Cuiabá. Foto: Divulgação

Não há referência a processos de licitação, metas de desempenho, critérios de distribuição ou datas para início da execução. Segundo o texto, nada esclarece “quem vai fiscalizar” ou como a população poderá acompanhar a aplicação dos valores.

O conteúdo destaca números milionários sem qualquer contrapartida de informação ao cidadão. Para quem depende do SUS, isso reforça um padrão presente na gestão: o dinheiro chega, mas a execução é lenta e pouco explicada. Falta clareza sobre como esses recursos podem aliviar as filas de espera, que seguem aumentando em áreas sensíveis como oftalmologia, ortopedia e ginecologia.

A escolha por publicar as homologações em suplemento, sem divulgação oficial, agrava a sensação de falta de transparência. O ato aparece escondido, como se não envolvesse uma das maiores injeções de recursos na saúde municipal deste ano

Enquanto isso, a rotina na rede de saúde continua marcada por atrasos. Consultas especializadas levam meses para serem agendadas e exames ficam represados. Pacientes, especialmente crianças e idosos, seguem enfrentando a desorganização do sistema. A verba poderia ajudar a reduzir essa pressão, mas, sem explicação concreta, não há previsão de quando, ou se, isso acontecerá.

Fonte: DCM

VÍDEO – Carol comemora prisão de Bolsonaro após bronze no Mundial de vôlei de praia


      A jogadora de vôlei Carol Solberg – Reprodução/sportv

Carol Solberg e Rebecca ficaram com o bronze no Mundial de vôlei de praia em Adelaide após vencerem Thamela e Vic por 2 sets a 0, com parciais de 21/18 e 22/20. A partida foi marcada por disputa intensa e rallys longos, garantindo à dupla um lugar no pódio da etapa australiana. A vitória confirmou o bom momento das brasileiras na competição.

Após o jogo, Carol voltou a se posicionar politicamente. Durante a entrevista em quadra, ela comemorou a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com um grito de “Bolsonaro na cadeia”, retomando uma postura que se tornou pública em 2020, quando puxou “Fora, Bolsonaro” ao vivo durante o Circuito Brasileiro. Na época, a jogadora foi julgada e absolvida pelo STJD do vôlei.

A manifestação desta vez ocorreu logo depois da conquista da medalha, reforçando o histórico de Carol em se expressar em competições esportivas. O posicionamento político veio acompanhado da celebração pelo resultado em Adelaide, onde ela e Rebecca asseguraram o terceiro lugar com atuação consistente nos dois sets.

Fonte: DCM

Embaixada dos EUA ataca Moraes após prisão de Bolsonaro – o preso que queimou sua tornozeleira

Representação diplomática estadunidense sai em defesa de um delinquente que tentou destruir a própria tornozeleira eletrônica

       Donald Trump e Alexandre de Moraes (Foto: Reuters/Kevin Lamarque | Luiz Silveira/STF)

Um tweet publicado pela embaixada dos Estados Unidos neste fim de semana desencadeou forte reação política no Brasil. Na mensagem, a representação diplomática atacou diretamente o ministro Alexandre de Moraes, afirmando que ele seria um “violador de direitos humanos sancionado” e acusando o Supremo Tribunal Federal de “vergonha e descrédito internacional”. O episódio ocorre após a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, executada pela Polícia Federal no sábado (22). As informações sobre a tentativa de Bolsonaro de violar sua tornozeleira eletrônica constam de relatório da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seap) divulgado após decisão de Moraes que retirou o sigilo do material.

De acordo com a embaixada, os Estados Unidos estariam “profundamente preocupados” com a decisão judicial que levou à prisão de Bolsonaro, que já cumpria prisão domiciliar “sob rígidas restrições de comunicação”. A mensagem ainda afirma que “não há nada mais perigoso para a democracia do que um juiz que não reconhece limites para seu poder”, em clara afronta ao Supremo Tribunal Federal.



☉ Bolsonaro tentou abrir a tornozeleira com ferro de solda

O relatório da Seap, agora público por decisão de Moraes, é explícito: Bolsonaro utilizou um ferro de solda para tentar abrir a tornozeleira eletrônica. O próprio ex-presidente admitiu a avaria em um vídeo enviado ao STF.

“[Foi] curiosidade”, disse Bolsonaro, explicando que tentou abrir o equipamento na tarde de sexta-feira (21). A violação foi registrada às 00h07 de sábado (22) pelo Centro Integrado de Monitoração Eletrônica (CIME). Horas depois, já pela manhã, Bolsonaro foi preso preventivamente.

Segundo o documento técnico, a equipe identificou “marcas de queimadura em toda a circunferência” da tornozeleira. Ao ser questionado, Bolsonaro confirmou que havia usado um ferro de solda para tentar abrir o dispositivo. O equipamento foi imediatamente substituído.

☉ Riscos de fuga e convocação de mobilização por Flávio Bolsonaro

Na decisão que decretou a prisão preventiva, Moraes apontou dois elementos principais: a violação da tornozeleira e o risco de tumulto — ou mesmo de tentativa de fuga — provocado pela convocação feita por Flávio Bolsonaro. O senador chamou nas redes sociais uma “vigília de orações” para a porta da casa onde o pai cumpria prisão domiciliar desde 4 de agosto.

O ministro avaliou que a movimentação poderia criar ambiente propício para obstrução da Justiça ou para uma eventual fuga do réu, condenado por participar da trama golpista que culminou na invasão de prédios dos Três Poderes.

☉ Condenação na trama golpista e fase final de recursos

Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão pela Primeira Turma do STF por sua participação no golpe que tentou impedir a posse do presidente Lula. A Corte rejeitou na semana passada os embargos de declaração apresentados por Bolsonaro e outros seis réus, mantendo as penas e abrindo caminho para a execução em regime fechado.

Termina neste domingo (23) o prazo para a apresentação dos últimos recursos. Se forem rejeitados, as prisões serão imediatamente executadas.

A defesa do ex-presidente pediu na sexta-feira (21) a concessão de prisão domiciliar humanitária alegando que Bolsonaro teria “doenças permanentes” que exigiriam acompanhamento médico intenso. O pedido foi negado por Moraes.

☉ Investigações envolvendo Eduardo Bolsonaro e lobby com governo Trump

Bolsonaro já estava em prisão domiciliar por descumprir medidas cautelares impostas no inquérito que apura a atuação do deputado Eduardo Bolsonaro junto ao governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para promover retaliações contra o governo brasileiro e contra ministros do STF.

Esse inquérito, que apura tentativa de interferência estrangeira para pressionar e desestabilizar instituições brasileiras, já havia motivado as restrições impostas ao ex-presidente.

☉ Um ataque diplomático à Justiça brasileira

A manifestação da embaixada dos EUA em defesa de Bolsonaro e contra o ministro Alexandre de Moraes representa um movimento inédito e de forte gravidade diplomática. Ao ignorar o fato documentado de que o ex-presidente tentou destruir um equipamento de monitoração judicial com um ferro de solda, a representação estadunidense optou por respaldar um condenado por tentativa de golpe de Estado — e agora por tentativa de violação da tornozeleira eletrônica.

A reação do Itamaraty e do Supremo Tribunal Federal ao ataque público dos Estados Unidos deve dominar o debate político nos próximos dias.


Fonte: Brasil 247

“A Justiça decidiu e todo mundo sabe o que ele fez”, diz Lula sobre a prisão de Bolsonaro

Em coletiva na África do Sul, presidente afirma que Justiça foi soberana ao decretar prisão preventiva do ex-mandatário brasileiro

Presidente Lula discursa durante reunião do G20 na África do Sul (Foto: Reprodução/Youtube)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, neste domingo (23), que Jair Bolsonaro foi preso após um processo longo e transparente, ressaltando que “a Justiça decidiu e todo mundo sabe o que ele fez”. A declaração foi dada durante coletiva de imprensa na reunião do G20 na África do Sul.

Lula reiterou que não comenta decisões da Suprema Corte, mas frisou que o caso passou por um amplo percurso judicial. “A Justiça tomou uma decisão, ele foi julgado, teve a presunção de inocência, foram praticamente dois anos e meio de investigações, delações, julgamentos”, afirmou. “A Justiça decidiu e está decidido, ele vai cumprir a pena que a Justiça determinou e todo mundo sabe o que ele fez.”

O presidente também respondeu às críticas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que condenou a decisão do STF. “Acho que não tem nada a ver. Acho que o Trump tem que saber que somos um país soberano, que nossa Justiça decide”, disse Lula.

A prisão preventiva de Bolsonaro ocorreu na manhã de sábado (22), quando ele foi levado para a Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, após decisão do ministro Alexandre de Moraes. O STF acatou o pedido da PF ao apontar risco de fuga e violação da tornozeleira eletrônica.
Fonte: Brasil 247

Bolsonaro estava em “surto” e ouviu “vozes” vindas da tornozeleira, dizem aliados


      O ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Divulgação

Aliados de Jair Bolsonaro afirmam que o ex-presidente atravessou um “surto” no momento em que usou um ferro de solda para queimar a tornozeleira eletrônica que monitorava seus movimentos. Pessoas próximas relatam que Bolsonaro disse ter ouvido vozes vindas do equipamento, o que aumentou a preocupação sobre seu estado emocional. Com informações do Estadão.

A versão passou a circular com mais força depois que veio a público o vídeo em que ele admite ter “metido ferro” no dispositivo. Antes da gravação se tornar conhecida, aliados negavam qualquer violação.

Alguns chegaram a tratar o episódio como invenção, apesar de o ministro Alexandre de Moraes ter usado a suspeita de adulteração como um dos fundamentos para decretar a prisão preventiva. Renato Bolsonaro, irmão do ex-presidente, disse que a história não passava de “história da Chapeuzinho Vermelho”.

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, afirmou ao Estadão que a situação revela um estado emocional “totalmente alterado”. Segundo pessoas próximas, o episódio teria sido um surto isolado, sem relação com tentativa de fuga.

Eles argumentam que, se Bolsonaro tivesse intenção de escapar, teria removido o equipamento no momento de sair, e não muitas horas antes. Nas redes sociais, o deputado estadual Lucas Bove reforçou esse argumento ao dizer que não faria sentido danificar o equipamento com tanta antecedência.

“Se você estivesse com uma tornozeleira eletrônica e quisesse fugir em meio a uma vigília, mexeria no computador de monitoramento do equipamento 24h antes do evento ou cortaria rapidamente o aro segundos antes da fuga, com tudo pronto para zarpar?”, escreveu.


A defesa tem evitado detalhar o que ocorreu. O advogado Paulo Bueno afirmou apenas que a tornozeleira teria sido usada para “causar humilhação” ao ex-presidente, sem comentar diretamente as imagens anexadas ao processo.

O relatório enviado ao Supremo pela Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal mostra o dispositivo com queimaduras em toda a circunferência.

O documento indica que o sistema detectou a violação às 00h07 do sábado, 22, momento em que a equipe de policiais penais que acompanhava a rotina do ex-presidente foi acionada. O registro também aponta que o alerta ocorreu de forma automática, como previsto no monitoramento do equipamento.

Segundo o relatório, Bolsonaro conversou com uma policial quando a equipe chegou à residência. Nas imagens, ele explica o que fez. “Meti ferro quente aí. Curiosidade. (…) Ferro de solda”, afirmou. O ex-presidente tentou minimizar o dano, dizendo que não havia rompido a pulseira: “Não rompi a pulseira não. Está tranquilo aí”.

Fonte: DCM com informações do Estadão

VÍDEO: Em ato de Flávio, pastor é agredido ao dizer que Bolsonaro deve ser condenado


Homem que citou Bíblia para defender prisão de Bolsonaro é agredido em vigília

A vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro em frente ao condomínio onde Jair Bolsonaro mora, em Brasília, terminou em confusão na noite deste sábado (21). O ato, oficialmente organizado como uma reunião evangélica para orações pela saúde do ex-presidente, foi interrompido quando um homem que se apresentou como pastor passou a defender publicamente a prisão de Bolsonaro. A manifestação do grupo havia começado de forma pacífica, com cânticos e leituras bíblicas.

O episódio ocorreu por volta das 20h15, quando Ismael Lopes, 34 anos, pediu para discursar e foi chamado ao microfone pelo senador. Em seu breve pronunciamento, Lopes leu uma passagem da Bíblia que dizia que “quem cava covas por elas será engolido”, e logo emendou dizendo que Bolsonaro deveria ser condenado por sua atuação durante a pandemia de Covid-19. A fala surpreendeu os presentes.

Assim que terminou de falar, Lopes saiu correndo em direção à rua, mas foi perseguido por apoiadores do ex-presidente. Testemunhas relataram que ele foi cercado, empurrado, recebeu socos e pontapés e teve a manga da camisa rasgada. A confusão se espalhou rapidamente entre os participantes da vigília, que até então seguiam em oração.


A Polícia Militar do Distrito Federal interveio para dispersar os agressores usando spray de pimenta. Após conter o tumulto, os policiais escoltaram Lopes até um carro de aplicativo, garantindo que ele deixasse o local sem novos ataques. Apesar de pedir calma, Flávio Bolsonaro não conseguiu conter os simpatizantes, que seguiram hostilizando o rapaz.

O senador afirmou repetidas vezes que ninguém deveria ser agredido, mas seu apelo foi ignorado por parte dos presentes. O clima continuou tenso mesmo após a saída de Lopes, com apoiadores comentando que ele “pregou traição” durante um ato religioso. Não houve registro de feridos graves.

Flávio Bolsonaro chora durante vigília

Lopes afirmou à reportagem que é membro da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito, movimento que também participa de eventos promovidos pela primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja. Ele disse não ser pastor, apesar de ter se apresentado como tal, e negou que sua tentativa de discursar fizesse parte de ação coordenada da Frente.

Segundo ele, a ideia de falar durante o ato foi pessoal, mas comunicada a lideranças do movimento antes da vigília. Lopes disse ainda que, para ser ouvido, afirmou representar um grupo evangélico presente em 19 estados, o que chamou a atenção de Flávio Bolsonaro e o levou ao microfone. Ele insistiu que pretendia fazer uma leitura bíblica acompanhada de “verdades sobre o país”.

A vigília havia sido convocada horas depois da prisão preventiva de Jair Bolsonaro, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes. A tensão em frente ao condomínio se intensificou ao longo do dia, e o tumulto deste sábado mostrou o desgaste entre grupos religiosos que se dividem sobre o papel do ex-presidente diante das investigações.

Fonte: DCM

Bolsonaro passa por audiência de custódia neste domingo após ser preso pela PF

Jair Bolsonaro atrás de grades. Foto: reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deverá passar por audiência de custódia neste domingo (23), um dia após ser preso preventivamente por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O procedimento, obrigatório em prisões ordenadas pelo Supremo, serve para que um juiz avalie se a detenção ocorreu dentro da legalidade e se houve respeito aos direitos fundamentais do preso.

Bolsonaro foi detido às 6h deste sábado (22), depois que a Polícia Federal comunicou ao STF a violação da tornozeleira eletrônica às 0h08. Na segunda, os magistrados da Primeira Turma do STF também vão analisar a decisão de prisão preventiva de Jair Bolsonaro determinada por Alexandre de Moraes. A tendência na Primeira Turma da Corte deve ser a manutenção da prisão.

Segundo a investigação, a convocação de uma vigília feita pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) representava risco de tumulto e possível tentativa de fuga.

Moraes afirmou que a medida cautelar foi necessária para garantir a ordem pública e impedir que apoiadores se reunissem na porta do condomínio onde o ex-presidente cumpria prisão domiciliar.

A prisão é preventiva, sem prazo definido, e não está diretamente ligada à condenação de 27 anos e três meses por tentativa de golpe de Estado, cujo prazo de recursos ainda está em curso.

Quando houver trânsito em julgado, Bolsonaro deverá iniciar o cumprimento da pena em regime fechado. Na prática, a prisão preventiva deve ser imediatamente sucedida pela prisão decorrente da condenação, já que a pena supera oito anos.

Após decretar a prisão, Moraes solicitou uma sessão extraordinária da Primeira Turma do STF para decidir se sua determinação será mantida. A análise ocorrerá na segunda-feira (24), no mesmo dia em que se encerra o prazo para os segundos embargos apresentados pela defesa.

O que intensificou a decisão de prender Bolsonaro foi um relatório da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal, divulgado neste sábado, que apontou “sinais claros e importantes de avaria” na tornozeleira eletrônica. Segundo o documento, o equipamento apresentava “marcas de queimadura em toda sua circunferência, no local do encaixe/fechamento do case”.

Questionado por uma policial penal, o ex-presidente admitiu que utilizou um ferro de solda no dispositivo. No vídeo anexado ao relatório, a servidora pergunta: “O senhor usou alguma coisa para queimar isso aqui?”.

Bolsonaro responde: “Eu meti ferro quente aí. Curiosidade”.

Ela então questiona: “Que ferro foi, ferro de passar?”.

O ex-presidente corrige: “Não, ferro de soldar, de solda”.

A servidora também perguntou se Bolsonaro tentou arrancar a pulseira que prende o equipamento ao tornozelo, e ele negou. No vídeo, ela relata: “Pulseira aparentemente intacta, mas o ‘case’ violado”. Ao ser questionado sobre o horário em que começou a mexer no aparelho, Bolsonaro afirmou: “No final da tarde”.

O relatório indica que o alarme disparou às 0h07, levando a equipe responsável por sua segurança a ser acionada. A escolta confirmou a violação e realizou a troca do equipamento às 1h09. Pouco antes das 2h, Moraes ordenou que Bolsonaro fosse retirado da prisão domiciliar e conduzido à Superintendência da Polícia Federal.

Fonte: DCM

sábado, 22 de novembro de 2025

Sem soluço: Bolsonaro não teve crise durante sua prisão, diz PF

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: Reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não apresentou qualquer crise de soluço no momento em que foi preso pela Polícia Federal neste sábado (22), apesar de a defesa ter citado o problema de saúde para pedir prisão domiciliar humanitária, conforme informações da colunista Carla Araújo, do UOL.

Investigadores que participaram da operação disseram que o ex-capitão estava calmo, sem resistência, e relataram que ele não deu “nem um soluço” durante toda a abordagem.

A noite anterior havia sido marcada por um episódio de soluços. Bolsonaro jantou uma canja com quatro irmãos e dois cunhados e, por volta das 21h45, voltou a apresentar o sintoma, tomando medicação em seguida. Sonolento, adormeceu no sofá e acordou perto da meia-noite “desorientado”, segundo aliados.

No momento da prisão, ele estava acompanhado de Eduardo Torres, irmão de Michelle Bolsonaro, e de um de seus irmãos. A ex-primeira-dama estava no Ceará, em um evento do PL, e foi avisada por telefone.

Defesa citou saúde e pediu prisão domiciliar

A defesa havia solicitado prisão domiciliar humanitária justamente por causa dos problemas de saúde, incluindo as crises recorrentes de soluço. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou o pedido e afirmou que ele havia se tornado “prejudicado” após a conversão da prisão domiciliar em preventiva.

Na decisão divulgada neste sábado (22), Moraes declarou que o requerimento da defesa e todas as autorizações de visita perderam objeto porque a nova ordem de prisão preventiva passou a vigorar na manhã do mesmo dia. O STF considera pedidos prejudicados quando são superados por um fato novo, como ocorreu neste caso.

Prisão não está ligada à condenação

Bolsonaro foi preso preventivamente e levado à Superintendência da Polícia Federal em Brasília. A detenção não está relacionada à condenação de 27 anos e três meses pela tentativa de golpe, que ainda aguarda o fim dos prazos recursais. Quando esses recursos se esgotarem, a execução da pena deverá começar em regime fechado.

Mesmo condenado no mesmo julgamento de integrantes do núcleo central da trama golpista, Bolsonaro foi o único a receber ordem de prisão preventiva. Os demais seguem em liberdade enquanto aguardam novos desdobramentos.

Fonte: DCM com informações do UOL