Unifesp lança Acervo da Pandemia nesta quarta-feira
Neste 12 de março, há exatos cinco anos da primeira morte por covid-19 no Brasil, ocorre o lançamento do Acervo da Pandemia, um repositório digital de documentos que expõem o negacionismo e a política da morte no país durante a crise sanitária.



“O material do acervo foi reunido e analisado com base em critérios científicos. Ele comprova como um sistema [de poder formado por agentes públicos e privados] coordenado e articulado, que beneficiou interesses econômicos e políticos, colocou em risco a vida da população brasileira ao incentivar práticas anticiência, como o uso de medicamentos ineficazes, a negação da vacina e o boicote a medidas sanitárias”, divulgou o SoU_Ciência.
A iniciativa se baseia no conceito de necropolítica, do historiador camaronês Achille Mbembe, que explica como determinados agentes do poder decidem quem vive e quem morre em uma sociedade.
“Alguns desses materiais contêm discursos autoincriminatórios e evidenciam as condutas que levaram à ampliação do número de mortes evitáveis no Brasil”, ressaltou a instituição.
São cerca de 250 registros documentais, incluindo textos, vídeos e áudios que comprovam a atuação do governo do então presidente Jair Bolsonaro e de seus aliados na disseminação de desinformação e no enfraquecimento das medidas de combate à covid-19. Disponível gratuitamente, o conjunto de registros traz discursos e condutas negacionistas, disseminados no período de 2020 a 2022, contrários à ciência e à defesa da vida.