domingo, 31 de março de 2024

Para 53%, não há chance de uma nova ditadura no Brasil, indica o Datafolha

 

Em 2018, quando Bolsonaro foi eleito, 31% achavam que havia um risco real de volta à ditadura - foi o maior índice já registrado pelo Datafolha

(Foto: Rubens Gallerani Filho/Audiovisual/PR)

 

Pesquisa realizada pelo Datafolha trouxe à tona uma visão ampla sobre a percepção dos brasileiros em relação à possibilidade de um retorno à ditadura no país. Os resultados, os mais otimistas dos últimos dez anos, revelaram que a maioria (53%) não enxerga chances reais de um retrocesso democrático. O estudo, conduzido entre os dias 19 e 20 de março, ouviu 2.022 pessoas em 147 cidades brasileiras, apresentando uma margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos, segundo o jornal O Globo.

Os dados evidenciam uma mudança positiva na percepção pública em comparação com levantamentos anteriores. Em agosto de 2022, por exemplo, 49% dos entrevistados expressaram a mesma opinião, indicando um aumento de quatro pontos percentuais na confiança em relação à estabilidade democrática do país.

A pesquisa também revelou que, atualmente, apenas 20% dos entrevistados acreditam na possibilidade real de um retorno à ditadura. Esse número é o mesmo registrado na pesquisa anterior. Além disso, 22% dos participantes acreditam que há pouco risco de retrocesso democrático - na pesquisa anterior, eram 25%.

Durante as eleições de 2018, quando Jair Bolsonaro (PL) foi eleito presidente, os números indicavam uma percepção mais alarmante em relação à possibilidade de um retorno à ditadura. Naquela época, 31% dos entrevistados viam essa possibilidade como real, o maior índice registrado pela série histórica do Datafolha. No entanto, ao longo dos anos, essa percepção parece ter se modificado, refletindo uma maior confiança na estabilidade democrática do país.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

 

"Não existe um 'poder militar'. O poder é apenas civil", afirma Dino em voto no STF

 Ministro se manifestou no julgamento de ação que trata dos limites constitucionais da atuação das Forças Armadas e sua hierarquia em relação aos Poderes

Flávio Dino
Flávio Dino (Foto: Gustavo Moreno/SCO/STF)

 Em voto apresentado neste domingo (31), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino reiterou sua posição em relação aos limites constitucionais da atuação das Forças Armadas e sua hierarquia em relação aos Poderes, acompanhando o voto do ministro Luiz Fux. Este posicionamento ocorreu durante a análise da ação direta de inconstitucionalidade (ADI) movida pelo PDT em 2020, em sessão de plenário virtual, iniciada na sexta-feira (29) e com término previsto para 8 de abril.

Segundo o Metrópoles, Dino destacou a ausência de um "poder militar" no regime constitucional brasileiro, ressaltando que o poder é exclusivamente civil. Ele enfatizou que, segundo o artigo 142 da Constituição Federal, a função militar é subalterna aos poderes civis. “Lembro que não existe, no nosso regime constitucional, um ‘poder militar’. O poder é apenas civil, constituído por três ramos ungidos pela soberania popular, direta ou indiretamente. A tais poderes constitucionais, a função militar é subalterna, como aliás consta do artigo 142 da Carta Magna". O ministro defendeu veementemente a eliminação de qualquer interpretação que extrapole ou deturpe o verdadeiro sentido do mencionado artigo constitucional.

Dino determinou ainda que a íntegra do acórdão, além de ser encaminhada à Advocacia-Geral da União (AGU), seja também enviada ao ministro da Defesa, com o intuito de promover a disseminação dessas informações para todas as organizações militares, incluindo escolas de formação e aperfeiçoamento. “A notificação visa expungir desinformações que alcançaram alguns membros das Forças Armadas – com efeitos práticos escassos, mas merecedores de máxima atenção pelo elevado potencial deletério à Pátria”, defendeu Dino.

O ministro Luís Roberto Barroso também já havia se posicionado em consonância com o relator. Ainda aguarda-se o voto dos demais oito magistrados para que o julgamento seja concluído.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

 

Pelo menos 2 milhões de munições foram vendidas irregularmente no Brasil durante o governo Bolsonaro, aponta auditoria do TCU

 

Munições foram vendidas a CPFs de menores de 18 anos e até mesmo de pessoas já falecidas

Bolsonaro e protesto de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro em favor da liberação das armas
Bolsonaro e protesto de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro em favor da liberação das armas (Foto: REUTERS/Andressa Anholete | REUTERS/Adriano Machado)

 

Um relatório de auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) revelou uma situação alarmante: mais de 2 milhões de munições foram vendidas de forma irregular no Brasil durante o governo Jair Bolsonaro (PL). Os dados, provenientes do Sistema de Controle de Venda e Estoque de Munições (Sicovem), utilizado pelo Exército, apontam para uma série de irregularidades que levantam preocupações sobre a segurança pública no país, informa a Folha de S. Paulo.

Uma das descobertas foi o uso de CPFs de menores de 18 anos e até mesmo de pessoas falecidas para adquirir munições. Além disso, houve casos em que as munições foram vendidas sem o devido registro da arma correspondente, enquanto em outros casos, as munições adquiridas não correspondiam aos calibres das armas registradas. Por exemplo, foi possível comprar munição de fuzil 5,56 mm utilizando o documento de uma arma calibre 22.

Foram identificadas 164 vendas a 151 CPFs de menores de 18 anos, além de 6.669 munições destinadas a pessoas falecidas. Outras 30.409 munições foram liberadas para armas que já constavam no sistema como perdidas, roubadas ou furtadas. Além disso, cerca de 267.993 munições foram destinadas a colecionadores e armas de acervo de coleção que, na prática, não podem ser utilizadas para outros fins. Esses dados foram compilados pelo Instituto Sou da Paz.

O Sicovem, sistema utilizado pelo Exército, deveria funcionar como uma ferramenta de controle em tempo real da venda de munições, visando evitar desvios e garantir a segurança pública. No entanto, os dados revelam falhas significativas no sistema, que permitiram essas irregularidades. Implantado em 2007 por força de portaria do Ministério da Defesa, o Sicovem pertence à Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC), que detém praticamente o monopólio da venda de munições para uso não militar no país. 

Fonte: Brasil 247

 

Datafolha: para 59%, Lula acerta ao vetar eventos do governo sobre os 60 anos do golpe militar de 1964

 

Vista como um aceno aos militares, determinação do presidente foi de que o governo não realizasse atos em alusão à data

Presidente Lula e militares
Presidente Lula e militares (Foto: Ricardo Stuckert/Pr)

 

Pesquisa realizada pelo Datafolha revela que 59% dos brasileiros aprovam o veto imposto pelo presidente Lula (PT) a eventos relacionados aos 60 anos do golpe militar de 1964 em órgãos do governo. O presidente foi elogiado por sua decisão por uma ampla maioria, enquanto 33% consideram que ele agiu de forma inadequada. O levantamento contou com a participação de 2.002 entrevistados, nos dias 19 e 20 de março, em 147 cidades, segundo a Folha de S. Paulo.

Os resultados da pesquisa mostram uma divisão clara entre os diferentes segmentos da sociedade brasileira. Entre aqueles que se identificam como petistas, 77% aprovaram a decisão de Lula, enquanto apenas 19% discordaram. Por outro lado, entre os bolsonaristas, 49% consideraram o veto como uma má decisão, enquanto 42% o apoiaram.

Os evangélicos, geralmente próximos do bolsonarismo, demonstraram uma divisão similar, com 52% apoiando o veto e 38% discordando. A maior aprovação ao veto veio daqueles com menos instrução, com 66% de aprovação. Mesmo entre aqueles que se declaram politicamente neutros, a maioria (53%) apoiou a decisão de Lula, enquanto 36% discordaram.

O veto de Lula causou desconforto entre a base mais à esquerda do presidente, porém, muitos observadores apontam que faz parte de um esforço de acomodação com as Forças Armadas, especialmente após o envolvimento de militares em atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro de 2023.

Lula já havia sido criticado recentemente por suas declarações sobre a ditadura militar, ao afirmar que "faz parte da história". Além disso, o adiamento da recriação da Comissão de Mortos e Desaparecidos também gerou descontentamento.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

sábado, 30 de março de 2024

Athletico vence Maringá e coloca uma mão na taça do Paranaense

 

Pablo mais uma vez decide e Furacão depende de um empate para conquistar o bicampeonato

Maringá x Athletico.
Christian na marcação de Max Miller. (Foto: Ernani Ogata/Código19)

O Athletico está muito perto do bicampeonato paranaense. Com mais uma participação decisiva de Pablo, o Furacão venceu o Maringá por 1×0 na tarde deste sábado (30), no estádio Willie Davids. Foi o camisa 92, destaque do time no Estadual, quem marcou de falta o gol da vitória. Mesmo jogando a parte final do confronto com dez jogadores – Pedro Henrique foi expulso -, o Furacão garantiu o triunfo.

O jogo da volta da final do Campeonato Paranaense será no próximo sábado (6), às 17, na Ligga Arena. Com o resultado, o Athletico joga pelo empate para ser bicampeão paranaense. Ao Maringá, só a vitória interessa – por um gol de vantagem, leva a decisão para os pênaltis; por dois ou mais, ganha o título. Antes, entretanto, o Furacão estreia nesta terça (2), às 21h30, na Copa Sul-Americana, enfrentando o Sportivo Ameliano, no estádio General Pablo Rojas (a Nueva Olla, do Cerro Porteño), em Assunção, no Paraguai.

O jogo do Athletico

Cuca surpreendeu e o Athletico entrou no Willie Davids com um time misto – Leo Godoy, Kaique Rocha, Fernandinho, Zapelli e Mastriani não começaram. Com uma formação mais marcadora, inclusive com Hugo Moura, o Furacão conseguiu impedir o jogo intenso do Maringá e foi levando o jogo no seu ritmo. Os donos da casa tinham muita dificuldade para atacar, enquanto o Rubro-Negro não acelerava. Tanto que a etapa inicial teve poucas chances reais de gol. Cada time teve uma oportunidade, mas a partida ficou no 0x0.

No segundo tempo, o Maringá passou a pressionar mais. Avançando o time, o Dogão começou a rondar mais a área de Bento. Cuca resolveu então colocar Alex Santana e Felipinho, tentando fazer o Athletico equilibrar as ações. O jogo estava aberto, e o melhor caminho rubro-negro era com Canobbio em cima de Tito. E após uma falta do zagueiro dos donos da casa, Pablo resolveu cobrar direto uma falta lateral. E acertou o ângulo aos 33 minutos. O gol que decidiu o jogo e deixou o Furacão com uma mão no bicampeonato.

Ficha técnica

CAMPEONATO PARANAENSE

Final – Jogo de ida

MARINGÁ 0x1 ATHLETICO

Maringá

Dheimison; Ronald, Tito (Negueba) e Max Miller; Marcos Vinícius, Rodrigo, Zé Vitor (Lucas Bonifácio), Iago Santana e Caíque (Júlio Rodrigues); Serginho (Robertinho) e Bruno Lopes (Mirandinha).

Técnico: Jorge Castilho

Athletico

Bento; Madson, Pedro Henrique, Thiago Heleno e Esquivel; Hugo Moura, Erick (Felipinho) e Christian (Alex Santana); Canobbio (Kaique Rocha), Julimar e Pablo (Mastriani).

Técnico: Cuca

Local: Willie Davids (Maringá)

Árbitro: Selmo Pedro dos Anjos Neto

Assistentes: Luis Henrique Campanhoni Amadori e Diego Fortunato

VAR: Adriano Milczvski

Gol: Pablo 33 do 2º

Cartões amarelos: Marcos Vinícius, Max Miller, Tito, Caíque, Júlio Rodrigues (MFC); Erick, Pedro Henrique, Thiago Heleno, Felipinho (CAP)

Cartão vermelho: Pedro Henrique

Renda: R$ 464.300,00

Público pagante: 13.238

Público total: 13.777

Fonte: BandaB

 


Prefeito de Paris homenageia Sócrates ao invés de Neymar e declara apoio a Lula

 

Inauguração de rua em homenagem ao ídolo brasileiro Sócrates. Foto: Divulgação

Por Luiza Ramos

O prefeito do município, Karim Bouamrane, celebrou a ideologia e os talentos em campo de Sócrates, falecido em 2011, quem considera seu ídolo de infância. E sinalizou um claro apoio político a esquerda brasileira e a Lula.

“Seria homenagear Sócrates ou Neymar. Lula ou Bolsonaro. A escolha parece óbvia”, disse. “Viva a democracia e os valores do amor que Sócrates pregava”, bradou em outro momento o político francês de 51 anos.

Bouamrane cortou a faixa da inauguração ao lado da ministra francesa dos Esportes, Amélie Oudéa-Castéra, e do ex-jogador de futebol Raí, irmão de Sócrates, que compareceu com a família e os filhos.

“É uma emoção muito grande, muito forte. Eu digo, não é à toa que essa homenagem é em Saint-Ouen, que é na França, é o país que representa a igualdade, solidariedade, fraternidade (…) É uma homenagem não menos do que o Sócrates merece, não menos que seus valores que sua luta merecem. Ces’t l’amour revolutionaire, é o amor revolucionário. Que veio para inspirar e revolucionar a cidade dos Jogos Olímpicos”, celebrou Raí ao lado da ministra e do prefeito do município, a quem se refere como um amigo.

A comitiva do Comitê Olímpico do Brasil (COB), que está na França para os últimos ajustes nas instalações do Time Brasil para os Jogos Olímpicos de Paris, esteve na inauguração da via. O presidente do COB, Paulo Wanderley, abriu a cerimônia agradecendo pela parceria com a prefeitura da cidade.

Relações Brasil-França

O presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), Marcelo Freixo, lembrou o papel de um esportista brasileiro no mundo. “O esporte não começa e não termina numa competição ou em um jogo, o papel do esporte é muito maior numa sociedade como a brasileira e o Sócrates sempre teve essa dimensão e essa representação. Ele falou da democracia, ele sabia do seu papel social e lutou sua vida inteira por um Brasil mais justo”, declarou em meio aos agradecimentos.

Freixo recordou que 2025 é o ano do Brasil na França e adicionou ainda que a França é um dos países que mais envia turistas de toda Europa para o Brasil.

O presidente da Embratur lembrou bem-humorado fotos dos momentos recentes do presidente francês, Emmanuel Macron, que esteve no Brasil em sua primeira visita oficial este mês ao país, na companhia do presidente Lula, que viraram memes nas redes sociais.

“As fotos do Macron com o Lula fizeram sucesso e agora essa homenagem ao Sócrates, é um momento muito importantes das relações entre os dois países”, concluiu Freixo.

A festa de inauguração

Na parte da tarde, o evento teve ainda a inauguração de uma arte especial feita pela artista brasileira Rafa Mon. Uma tela com o rosto de Sócrates colorido, de cerca de 500m², ficará afixada em um edifício de Saint-Ouen virado para a divisa com Paris.

Representantes do Movimento dos Sem Terra (MST) estiveram no local com uma grande bandeira e camisetas do Sócrates.

Em seguida, um cortejo de carnaval com dezenas de músicos e dançarinos saiu pelas ruas de Saint-Ouen, como parte da programação festiva do dia divulgada pela prefeitura local.

Fonte: DCM

11% dos brasileiros acreditam que vacinas são usadas para implantar chips nas pessoas

 

Vacinação no Brasil. Foto: Divulgação

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva/QuestionPro revelou que uma parcela significativa da população brasileira ainda acredita em mitos prejudiciais sobre vacinas. Os resultados destacam preocupações em relação a possíveis efeitos colaterais e teorias da conspiração relacionadas à imunização.

De acordo com os dados coletados, 12% dos entrevistados acreditam que as vacinas podem causar autismo, enquanto 26% expressaram dúvidas sobre essa afirmação. Essa crença, amplamente desmentida pela comunidade científica, continua a persistir entre parte da população.

Outra descoberta é que 11% dos participantes da pesquisa acreditam na teoria infundada de que as vacinas são utilizadas para implantar chips nos corpos das pessoas. Além disso, 19% demonstraram incertezas em relação a essa questão, refletindo uma falta de confiança no processo de imunização.

Seringa com chip. Foto: Divulgação

O surgimento dessas alegações está relacionado à disseminação de mensagens em áudio e vídeo nas redes sociais frequentemente utilizadas por bolsonaristas.

Essas mensagens afirmam erroneamente que as vacinas contra a Covid-19 contêm um chip em forma líquida, com uma codificação que permite a leitura por inteligência artificial, supostamente facilitando o controle sobre aqueles que foram vacinados.

A mensagem falsa completa é a seguinte: “O plasma dessa vacina, que é o líquido, vem com uma codificação que traz uma leitura para inteligência artificial, então eles têm o nosso controle através disso. É como se fosse um chip, mas de forma líquida, que é o plasma”.

Fonte: DCM

Chefe da AGU cita Bíblia contra populismo penal de Tarcísio e Zema: ‘Não matarás’


O advogado-geral da União, Jorge Messias. Foto: Renato Menezes/AGU

 Jorge Messias, o advogado-geral da União, citou um trecho da Bíblia para criticar a política penal dos governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB). Evangélico, ele citou o mandamento bíblico “não matarás” para criticar os políticos bolsonaristas.

“Populismo penal, à semelhança do que se observou em tempos bíblicos, mata inocentes, mas não reduz a criminalidade. A violência deve ser combatida por uma política de segurança eficiente, com uma polícia equipada, organizada e valorizada”, escreve no X (ex-Twitter).

Ele compartilhou um editorial do jornal Estadão sobre o tema, que criticou governadores por proposta de aumento do tempo de prisão de criminosos. Em seu post, Messias cita o capítulo 23 do livro de Lucas, na Bíblia.

“É preciso também ter capacidade para construir políticas públicas que levem ao povo Esperança na forma de emprego, habitação, saúde e educação. Saúdo o Programa Pé-de-meia, lançado nessa nesta semana pelo presidente Lula. Vamos lembrar que a insegurança pública é irmã da insegurança alimentar. Vamos virar esse jogo unindo, e não dividindo nosso povo. Paz e Bem!”, completa.

A publicação foi feita após uma comitiva de governadores do Sudeste e do Sul ir a Brasília para pedir medidas de endurecimento do combate à criminalidade. Além de Zema, Tarcísio e Leite, conversaram com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, os governadores do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), e do Rio, Cláudio Castro (PL).

Entre as medidas solicitadas estão a criação de critérios para um juiz poder soltar um suspeito em audiência de custódia, permissão para que policiais realizem prisões em flagrante com base em “elementos subjetivos” e tornar homicídios cometidos por facções criminosas como qualificados, aumentando o tempo de prisão.

Fonte: DCM

Moraes nega cafeteira, ventilador e mais para militares golpistas presos


O ministro Alexandre de Moraes. Foto: Abdias Pinheiro/TSE

 O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), vetou itens solicitados pelos coronéis Marcelo Câmara, ex-assessor de Jair Bolsonaro, e Bernardo Corrêa Netto, presos na Operação Tempus Veritati. Sob custódia do Exército, eles pediram itens que não são fornecidos pelo comando do batalhão.

O ex-assessor de Bolsonaro pediu autorização para que familiares levassem torradeira, chaleira e ventilador a ele. Moraes negou as solicitações e alegou “absoluta ausência de previsão legal” para a entrega do material.

Corrêa Netto, por sua vez, tinha uma lista mais ampla, que contava com itens como cafeteira, rádio-relógio, cabides e jogos como palavras cruzadas e sudoku. Os itens também foram vetados pelo magistrado.

Moraes autorizou, no entanto, a entrega de uma Bíblia (sem capa dura, zíper ou qualquer tipo de anotação), canetas azuis, meias, lençóis e itens de limpeza e higiene pessoal. Para essa lista, o ministro alegou que os objetos atendem “ao princípio da dignidade da pessoa humana”.

Os coronéis Marcelo Câmara e Bernardo Corrêa Netto. Foto: Reprodução

Câmara, além da investigação sobre trama golpista, é alvo dos inquéritos que apuram o caso de espionagem ilegal de autoridades da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e a venda de joias recebidas de presente pelo ex-presidente. Ele continua preso.

Militar da ativa, Corrêa Netto passou a ser investigado após serem encontradas mensagens suas no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, sobre supostas fraudes nas urnas eletrônicas e a divulgação de notícias ofensivas a militares. O coronel foi solto neste mês.

Fonte: DCM

Líder da oposição na Venezuela agradece a Lula por críticas à exclusão de candidata

 Mandatário brasileiro afirmou que a exclusão de Corina Yoris como candidata à presidência do país é grave

María Corina Machado, a líder da oposição na Venezuela, agradeceu na sexta-feira (29) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por ele ter se manifestado contra a ineligibilidade de Corina Yoris, uma aliada que María Corina indicou para concorrer às eleições presidenciais marcadas para este ano no país.

Em uma publicação na rede social X (o antigo Twitter), ela agradeceu não só a Lula, mas também aos presidente Emmanuel Macron (França) e Gustavo Petro (Colômbia) “por suas posições nas últimas horas em que afiram que a nossa luta é justa e democrática. Enquanto vemos como a preocupação internacional aumenta, faço um chamado para que os líderes democráticos do mundo se unam aos esforços dos presidentes e governos em exigir que o regime de Nicolás Maduro permita a inscrição de Corina Yoris como candidata nas próximas eleições presidenciais.

Ela afirmou que ficou claro que “não há razões políticas nem jurídicas que impedem que Corina Yoris possa ser candidata”. María Corina também disse que a ineligibilidade de Corina Yoris e também a própria impossibilidade de se candiatar são contrárias a eleições livres e justas.

Entenda as eleições na Venezuela

A Venezuela promove eleições no dia 28 de julho sob desconfiança da comunidade internacional de que o regime de Nicolás Maduro não assegure votações livres e democráticas — o que contraria um compromisso formal assinado em outubro de 2023.

Maduro concorre ao terceiro mandato consecutivo — o primeiro foi em 2012. A coalizão Plataforma Unitária Democrática, que reúne dez partidos de oposição, disse que não conseguiu registrar a candidatura de Corina Yoris.

Em outubro, o governo Maduro e a oposição assinaram o Acordo de Barbados, segundo o qual haveria eleições democráticas na Venezuela.

O governo do Brasil manifestou seu apoio a ela ao afirmar que não havia motivos para barrar a candidatura de Yoris. O regime de Maduro reagiu dizendo que a nota brasileira parecia ter sido “ditada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos”.

Além do Brasil, ao menos 11 países manifestaram preocupação com as eleições (Estados Unidos, Argentina, Colômbia, Chile, Equador, Costa Rica, Guatemala, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai).

O atual regime político na Venezuela foi pressionado por diversos países a organizar eleições limpas. Os Estados Unidos retiraram sanções econômicas e voltaram a comprar petróleo da Venezuela, a Noruega mediou as negociações entre os membros do atual governo e a oposição, e representantes diplomáticos do Brasil também ajudaram nas discussões.

Depois de muita negociação, governo e oposição venezuelanos assinaram em outubro o Acordo de Barbados, que determinava que haveria eleições democráticas no país.

O acordo previa que todos os candidatos teriam condições de competir e garantias eleitorais.

Segundo observadores internacionais, a Venezuela não organiza eleições realmente competitivas há anos. O país com frequência inabilita candidatos da oposição, usa dinheiro do Estado nas campanhas e não permite um acesso igualitário aos canais de comunicação.

Com a proximidade das eleições, o regime chavista tem dado indícios de que pode não cumprir o acordo.

A primeira mostra disso foi a inabilitação da candidata María Corina Machado.

Quando a oposição resolveu participar das eleições, decidiu fazer prévias para lançar um único nome contra Nicolás Maduro.

María Corina Machado era a favorita. Em junho do ano passado, a Controladoria Geral a inabilitou a ocupar cargos públicos por 15 anos ao dizer que ela era acusada de corrupção durante seu mandato como deputada, entre 2011 e 2014 (o que ela nega).

Ela decidiu concorrer nas prévias mesmo assim – afinal, a Justiça poderia reverter a decisão da Controladoria.

Em outubro, María Corina venceu as prévias com 93% dos votos.

Os planos dela na Justiça, no entanto, não deram certo. Em janeiro deste ano, a Suprema Corte venezuelana manteve a decisão da Controladoria –ou seja, María Corina está inelegível.

Quando isso ocorreu, os EUA chegaram a impor novamente algumas das sanções que haviam retirado em 2023, quando foi assinado o Acordo de Barbados.

Pelas regras do Acordo de Barbados, as eleições deveriam ocorrer no segundo semestre. O regime respeitou esse prazo, mas marcou a votação relativamente cedo, no dia 28 de julho — dia do aniversário de Hugo Chávez.

Até o dia 25 de março era possível fazer inscrições. No entanto, as coligações podem trocar os candidatos até o dia 20 de abril.

Perto do prazo final das inscrições, María Corina nomeou uma outra mulher (com o mesmo nome) para concorrer em seu lugar: Corina Yoris.

Corina Yoris, de 80 anos, nunca foi política — era professora universitária e filósofa.

Ela surgiu no noticiário político no dia 22 de março, ao ser nomeada pela outra Corina como a candidata da oposição unida.

Só que Yoris não conseguiu se inscrever no sistema para registros de candidaturas. Na ocasião, afirmou que chegou a ir pessoalmente ao local, mas, mesmo assim, foi barrada.

Papel do Brasil

O Brasil foi um dos apoiadores do Acordo de Barbados.

Quando María Corina Machado foi impedida de participar, o governo brasileiro ficou em silêncio, mas o Ministério de Relações Exteriores se manifestou quando Corina Yoris foi impedida de concorrer.

O ministério publicou uma nota afirmando que “[o Brasil] observa que a candidata indicada pela Plataforma Unitária, força política da oposição, e sobre a qual não pairavam decisões judiciais, foi impedida de registrar-se, o que não é compatível com os acordos de Barbados. O impedimento não foi, até o momento, objeto de qualquer explicação oficial”.

O governo da Venezuela não gostou e, horas depois, publicou uma nota:

“O Ministério do Poder Popular para as Relações Exteriores da República Bolivariana da Venezuela repudia a declaração cinzenta e intrometida, redigida por funcionários do Itamaraty, que parece ter sido ditada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, onde são emitidos comentários carregados de profunda ignorância sobre a realidade política na Venezuela”.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que ficou surpreso com a decisão de proibir Corina Yoris.

Lula elogiou a decisão de María Corina Machado de indicar Yoris, “Achei um passo importante. Agora, é grave que a candidata não possa ter sido registrada”, disse.

Nos próximos dias deve ocorrer uma reunião entre o embaixador da Venezuela no Brasil, Manuel Vadell, com representantes do governo brasileiro.

A embaixada da Venezuela ligou para o Palácio do Planalto solicitando a reunião.

Registros efetivos

Nicolás Maduro se registrou para concorrer à presidência novamente. O atual presidente da Venezuela fez um ato público no momento de se registrar, fazendo discursos para apoiadores.

Dois grupos de oposição conseguiram se registrar, mas ainda não se sabe se vão realmente concorrer. São eles:

  • Edmundo Gonzáles, um ex-diplomata e membro da Mesa de la Unidad Democrática. De acordo com a agência de notícia Reuters, aliados afirmam que a ideia é reservar o lugar Gonzáles para um substituto em potencial.

  • Manuel Rosales, governador da província de Zulia, do Um Nuevo Tiempo. Uma parte da oposição afirma que Rosales se aproximou do regime chavista. Ele mesmo afirmou que se registrou para que houvesse um candidato de oposição.

Dez outros candidatos de partidos menores foram registrados, mas na Venezuela são considerados aliados do governo.

Os partidos que conseguiram se registrar podem trocar os candidatos até o dia 20 de abril. Portanto, a oposição tem algumas semanas para negociar se Rosales e Gonzáles estarão na cédula ou se vão ceder seus lugares a outros.

Rosales disseque ele está disposto a ceder a vaga, caso a oposição tome uma decisão de forma unificada.

Fonte: Agenda do Poder com informações do g1.