O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou sua chefe de gabinete ao Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, para avaliar o local onde o ex-presidente Jair Bolsonaro poderá cumprir pena pela trama golpista de 2022, conforme informações da Folha de S.Paulo.
A visita, acompanhada pela juíza Leila Cury, da Vara de Execuções Penais do DF, ocorreu na última semana e incluiu inspeções em áreas consideradas mais seguras do presídio.
A auxiliar de Moraes, Cristina Kusahara, vistoriou três pontos da Papuda, com destaque para o bloco Fox do PDF 1, destinado a presos em regime fechado e de maior vigilância.
A ala abriga detentos considerados vulneráveis e oferece celas menos lotadas, o que facilita a adaptação para prisões especiais — condição aplicável ao ex-presidente. No mesmo local já estiveram Luiz Estevão, Geddel Vieira Lima e Márcio Junqueira.
Segundo servidores penitenciários, o bloco Fox está passando por melhorias estruturais, incluindo a substituição de vasos sanitários, obra que deve ser antecipada diante da possibilidade de novos presos de alta notoriedade. Cada bloco do PDF 1 dispõe de áreas para banho de sol, sala de aula e visitas íntimas, conforme prevê a Lei de Execuções Penais.

Outras opções avaliadas
Cristina também visitou o 19º Batalhão da Polícia Militar do DF, conhecido como Papudinha, onde o ex-ministro Anderson Torres ficou detido preventivamente em 2023.
A Polícia Federal (PF), por sua vez, mantém uma cela adaptada em sua superintendência em Brasília, com televisão, cama, geladeira e banheiro — semelhante ao espaço usado por Lula em Curitiba.
Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão por liderar a tentativa de golpe de Estado. Como militar reformado, ele tem direito a cumprir pena em unidade militar, mas ministros do STF e generais consideram inviável uma prisão no Comando Militar do Planalto, por risco de aglomeração de apoiadores.
A defesa do ex-presidente tenta garantir que ele permaneça em prisão domiciliar, alegando problemas de saúde, como câncer de pele e crises de soluço.
Decisão final próxima
Moraes é o responsável por definir o destino de Bolsonaro e dos demais condenados. O STF começa a julgar nesta sexta-feira (7), em plenário virtual, os recursos dos primeiros sete condenados do núcleo central da trama.
A expectativa é que as decisões sejam concluídas até dezembro, abrindo caminho para o início do cumprimento das penas ainda neste ano.
Além de Bolsonaro, também foram condenados pela tentativa de golpe de Estado Almir Garnier Santos (ex-chefe da Marinha), Mauro Cid (tenente-coronel do Exército), Walter Braga Netto (ex-ministro da Defesa), Paulo Sérgio (ex-ministro da Defesa), Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin e deputado federal), Augusto Heleno (ex-ministro do GSI) e Anderson Torres (ex-ministro da Justiça).

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Foto: Reprodução
Fonte: DCM com informações da Folha de S. Paulo
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