Ministro da Fazenda diz que o governo do Rio “tem feito praticamente nada” para combater o contrabando que financia o crime organizado
Haddad acusa Cláudio Castro de inércia diante de fraudes com combustíveis (Foto: REUTERS/Adriano Machado)
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou nesta quarta-feira (29) a atuação do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, no enfrentamento às fraudes com combustíveis e ao contrabando que financia o crime organizado. As declarações foram dadas na portaria do Ministério da Fazenda, em Brasília, durante conversa com jornalistas.
Segundo o g1, Haddad afirmou que o governo federal e o Ministério da Fazenda têm trabalhado para sufocar o crime organizado “na fonte”, atacando diretamente o financiamento das milícias e do tráfico de drogas. O ministro lamentou, contudo, a falta de engajamento do governo fluminense nesse esforço.
◈ "Andar de cima"
“Eu penso que o governador [do Rio de Janeiro] poderia nos ajudar em relação a isso. O governo do estado tem feito praticamente nada em relação ao contrabando de combustíveis, que é como você irriga o crime organizado”, declarou Haddad. Ele destacou que o combate a esse tipo de fraude é essencial para atingir “o andar de cima do crime”, ou seja, quem movimenta o dinheiro que abastece as organizações criminosas.
O titular da Fazenda informou que sua pasta está “atuando forte” no Rio de Janeiro, especialmente no combate ao financiamento ilegal por meio da adulteração e do contrabando de combustíveis. Haddad lembrou que, recentemente, quatro navios foram apreendidos em operações contra o esquema, e que há atualmente “uma guerra jurídica” pela liberação das mercadorias retidas.
◈ Problema crônico
Para o ministro, o problema é antigo e exige uma resposta mais firme do governo estadual. “O dinheiro, no caso do Rio de Janeiro, todo mundo sabe que está vindo do contrabando de combustível, da fraude tributária, da simulação de refino, da distribuição de combustível batizado. Penso que o governador deveria acordar para esse problema, que é crônico no Rio de Janeiro, e nos ajudar a combater o andar de cima”, reforçou, de acordo com a reportagem. .
As declarações de Haddad ocorrem em meio à maior operação policial da história do estado, realizada nos complexos do Alemão e da Penha, onde as forças de segurança tentam prender cerca de 100 integrantes do Comando Vermelho. O governo do Rio informou que pelo menos 60 suspeitos e quatro policiais morreram na ação. Os números ainda não incluem os cerca de 55 corpos levados por moradores à Praça da Penha nesta quarta-feira (29).
◈ Ajuda federal
Mais cedo, o governador Cláudio Castro havia afirmado que o estado enfrenta o crime organizado “sem ajuda federal”, alegando que o Rio “está sozinho” na luta contra as facções. Em resposta, integrantes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT) afirmaram que os ministérios da Justiça e da Defesa mantêm ações de cooperação no estado, além de diversas medidas conjuntas em andamento.
Fonte: Brasil 247 com informações do G1
 
 
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