A Polícia Federal considerou “fantasiosa” a versão sobre o monitoramento de Alexandre de Moraes indicada por Mauro Cid
Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Foto. Edilson Rodrigues-Agência Senado
A Polícia Federal considerou
“fantasiosa” a versão sobre o monitoramento do ministro do Supremo Tribunal
Federal (STF) Alexandre de Moraes indicada por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens
de Jair Bolsonaro. Ele afirmou em depoimento que o monitoramento do magistrado
tinha o objetivo descobrir se ele realizava encontros secretos com o então
vice-presidente Hamilton Mourão, hoje senador.
De acordo com a jornalista Bela Megale, em sua coluna no
jornalO Globo, “os investigadores
identificaram que o codinome ‘professora’ era usado pelo assessor do
ex-presidente para se referir a Moraes. A PF, porém, não acreditou em uma
palavra do ex-ajudante de ordens sobre esse tema. Os investigadores têm provas
indicando que o objetivo do monitoramento seria prender o magistrado assim que
Jair Bolsonaro assinasse o decreto do golpe”.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo
Embora tenha conquistado notoriedade
digital, as menções ao governador gaúcho são predominantemente negativas
Eduardo Leite (Foto: Reprodução)
O governador mais citado do
Brasil nas redes sociais em maio, após a catástrofe ambiental que atinge o Rio
Grande do Sul, foi Eduardo Leite (PSDB), indica análise qualitativa da Quaest.
O tucano concentrou 48% de todas as menções a governadores, muito à frente dos
20% de Tarcísio.
No entanto, o governador conseguiu uma popularidade
negativa, como relata a jornalista Malu Gaspar, em sua coluna no jornal O Globo. “O sentimento em relação a Leite
nas redes sociais foi majoritariamente negativo no mesmo período em que sua
popularidade digital se expandiu. O levantamento revela que as principais
críticas ao governador gaúcho se referem à alteração do Código Ambiental do Rio
Grande do Sul durante seus dois mandatos, e à escolha de uma entidade privada
para administrar as doações via Pix ao governo estadual, além de acusações de
autopromoção durante a tragédia”.
"Já o pico de buscas pelo nome de Eduardo Leite no Google
se deu no dia 15 de maio, enquanto repercutia a fala em que o governador
manifestou preocupação quanto ao impacto das doações de outros estados sobre o
comércio local durante uma entrevista à Band", destaca a jornalista.
A fala de Leite foi duramente criticada e o tucano teve
que pedir desculpas após o episódio.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo
Fake news foi desmascarada, à época, pelo
Brasil 247
Tarcísio de Freitas (Foto: Patricia Cruz/Governo do Estado de SP)
Após uma série de
polêmicas envolvendo a divulgação de informações falsas sobre investimentos
estrangeiros em São Paulo, o secretário de Negócios Internacionais do governo
Tarcísio de Freitas (Republicanos), Lucas Ferraz, foi
finalmente exonerado do cargo. A decisão, que reflete os
desdobramentos de uma crise iniciada em abril do ano passado, foi publicada no
Diário Oficial do estado.
A controvérsia teve início quando Ferraz se envolveu em
uma polêmica a respeito da estatal ucraniana Antonov, após alegações de que a
empresa deixou de investir US$ 50 bilhões no Brasil devido a declarações do
presidente Lula (PT) que teriam relativizado a responsabilidade da Rússia na
guerra na Ucrânia.
A divulgação dessas informações, amplamente divulgadas pela CNN
Brasil, foi desmascarada à época pelo Brasil 247, que revelou a farsa
por trás da notícia. A Antonov negou categoricamente ter representantes no
Brasil e desmentiu as alegações, levando a um embate entre o governo estadual e
federal.
O caso gerou um clima de tensão entre Tarcísio de Freitas
e o presidente Lula, com ministros do governo federal acusando o governo
paulista de propagar informações falsas para prejudicar a gestão federal. A
situação, que se tornou politicamente delicada, resultou na demissão de Ferraz,
que acabou sendo escanteado de atividades importantes e viu sua pasta ser
considerada para extinção.
A exoneração de Ferraz ocorreu em meio a
questionamentos da imprensa sobre sua permanência no cargo e reflete o desgaste
político causado pela disseminação de fake news sobre investimentos
estrangeiros em São Paulo. Agora, o governo estadual busca superar essa crise e
restabelecer a confiança em sua gestão internacional.
Cidade passou por enchentes em dezembro de 2022. Em 8 de janeiro de 2023, Lula verificava os danos causados quando ocorreu a tentativa de golpe bolsonarista em Brasília
Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Reprodução)
O presidente Lula
(PT) lança nesta sexta-feira (24) em Araraquara, no interior de São Paulo, as
obras de macrodrenagem e reurbanização em áreas afetadas por enchentes
devastadoras em dezembro de 2022. Este evento marca o retorno de Lula à cidade,
onde, em 8 de janeiro de 2023, estava verificando os danos das enchentes quando
ocorreu a invasão às sedes dos Três Poderes em Brasília por bolsonaristas
golpistas.
O desastre que abalou Araraquara deixou seis mortos e
centenas de desabrigados, destacando a urgência de medidas de prevenção e
recuperação, relata o Metrópoles. O presidente volta à cidade
num momento crítico, pois o Rio Grande do Sul enfrenta históricas enchentes.
Segundo a Defesa Civil do RS, 469 municípios foram atingidos, com mais de 2
milhões de pessoas afetadas, 163 mortes confirmadas e 581 mil desalojados.
Em declarações recentes, Lula destacou que a tragédia no Rio
Grande do Sul “mudou o paradigma” na abordagem dos desastres climáticos no
Brasil, exigindo respostas rápidas e eficazes para futuras crises. Este
compromisso está refletido no novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo
PAC), que inclui medidas de prevenção como obras de contenção de encostas e a
construção de moradias seguras, com um investimento total de R$ 1,7 bilhão.
Além do início das obras em Araraquara, a agenda de Lula
nesta sexta-feira inclui uma visita a uma escola de ensino fundamental para
participar de uma ação de saúde bucal com os alunos. Mais tarde, o presidente
segue para Guariba, onde inaugurará a nova planta industrial de etanol da
Raízen.
No sábado (25), Lula estará em Guarulhos
para a abertura de trechos da rodovia Presidente Dutra. O evento contará com a
presença do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e
diversos ministros.
O país retorna a uma condição de maior
normalidade, na qual as frentes frias chegam pelo Sul e conseguem avançar para
as demais regiões
(Foto: Marcelo Camargo/ Abr)
O Brasil deve
registrar temperaturas abaixo da média nos próximos dias, após um mês com a
atuação de mais uma onda de calor, informou o Climatempo, de acordo com
informações publicadas no G1.
A frente fria deve avançar pelo país a partir desta
sexta-feira (24) e deve trazer chuva e frio para todos os estados do Sul, São
Paulo, sul do Rio de Janeiro e de Minas Gerais e sul dos estados do
Centro-Oeste até o dia 27 de maio.
Com isso, o país retorna a uma condição
de maior normalidade, na qual as frentes frias chegam pelo Sul e conseguem
avançar para as demais regiões.
Questão está inserida no contexto do
projeto de lei que institui o Programa de Mobilidade Verde e Inovação (Mover),
que precisa ser votado até o fim de maio
Arthur Lira e Lula (Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados)
A taxação de compras
internacionais online de até US$ 50 (cerca de R$ 253), como as realizadas em
plataformas como Shein e Shopee, tornou-se um ponto de discórdia entre o
presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e o governo Lula (PT).
O embate ocorre no contexto do Projeto de Lei (PL) 914/2024, que institui o
Programa de Mobilidade Verde e Inovação (Mover).
Arthur Lira insiste na inclusão da taxação no texto do PL
e condiciona a votação do projeto à aprovação desse imposto, segundo relata o Metrópoles. Em uma movimentação quase
inédita, PT e PL se uniram contra a taxação das compras internacionais,
seguindo orientação do governo. Na quarta-feira (22), o governo orientou sua
base aliada a votar contra o trecho da taxação, refletindo a preocupação com a
repercussão negativa entre os eleitores.
Na quinta-feira (23), o presidente Lula indicou que a tendência
é “vetar ou negociar” a isenção para compras em sites como Shein, Shopee e
AliExpress. No Palácio do Planalto, a avaliação é de que a taxação poderia
prejudicar a popularidade do presidente.
O lobby das empresas nacionais tem se intensificado sobre
os deputados. Grandes marcas nacionais estão pressionando os parlamentares a
votarem a favor da taxação das compras internacionais, argumentando que a
medida é necessária para proteger a indústria local.
O Mover, prioridade do Executivo, especialmente do
vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços
(MDIC), Geraldo Alckmin (PSB), visa criar incentivos fiscais para a
descarbonização da indústria de veículos. A proposta original do governo não
incluía a taxação das compras internacionais, mas o relator do projeto
acrescentou o trecho para acelerar a discussão sobre o tema.
Desde o fim do ano passado, o Mover está em vigor devido a
uma Medida Provisória (MP) editada pelo governo. No entanto, a validade da MP
expira em 31 de maio, o que pressiona o Executivo a obter a aprovação do PL
pela Câmara e pelo Senado na próxima semana. Sem essa aprovação, o programa
terá que ser paralisado até que o Congresso o analise.
Líderes acreditam que haverá ambiente
favorável na segunda-feira (27) para aprovar a proposta, mesmo com a taxação
inclusa. Lira afirmou que aplicará medidas administrativas, incluindo descontos
salariais, se necessário, para garantir o quórum necessário para a votação.
Atualmente, o jornalista com aparições na
GloboNews, em telejornais locais e nacionais
O repórter da Globo, Filipe
Matoso foi atropelado nas proximidades do Palácio do Planalto, em Brasília, no
início da tarde desta quinta-feira (23). Atualmente, o jornalista com aparições
na GloboNews, em telejornais locais e nacionais.
De acordo com oMetrópoles, o Corpo de
Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) detalhou que, ao ser atendido,
Filipe apresentava um corte na cabeça, mas estava consciente, orientado e foi
levado para o Hospital de Base (HBDF). O condutor do veículo permaneceu no
local, prestou ajuda e não se feriu.
Uma pesquisa do instituto Atlas Intel, encomendada pela CNN Brasil e divulgada na quinta-feira (23), indica que os gaúchos avaliam a gestão do governo Lula (PT) na crise climática como superior à do governo estadual, liderado por Eduardo Leite (PSDB).
De acordo com a pesquisa, 19% dos residentes no Rio Grande do Sul consideram a gestão federal ótima e 12% a classificam como boa, resultando em 31% de avaliação positiva. Em contrapartida, a administração estadual recebeu 11% de ótimo e 13% de bom, totalizando 24% de avaliação favorável.
Pesquisa Atlas. Foto: reprodução
Quando perguntados sobre quem está cumprindo melhor suas responsabilidades na crise climática, 38,5% dos entrevistados afirmaram que os governos federal e estadual têm desempenho semelhante. Já 25,8% acreditam que a gestão de Leite está respondendo melhor, enquanto 23,5% consideram a administração de Lula como mais eficaz no cumprimento de suas obrigações.
Pesquisa Atlas. Foto: reprodução
Sobre as responsabilidades do governo de Eduardo Leite, 48,3% dos entrevistados disseram que a administração estadual “tem grande culpa” pela falta de prevenção que resultou nas inundações, enquanto 39,8% consideram que o governo Leite “tem alguma culpa, mas não foi o fator determinante”.
No que se refere ao governo federal, 51,4% dos entrevistados afirmaram que a gestão petista “tem alguma culpa, mas não foi o fator determinante”, enquanto 29,9% consideram que o governo Lula “tem grande culpa”.
Pesquisa Atlas. Foto: reprodução
Foram ouvidas 3.920 pessoas, online, em todo o estado, entre os dias 14 e 21 de maio. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Renata Protta mostra itens inusitados que encontrou no meio de doações – Reprodução/Instagram
Uma voluntária identificada como Renata Protta, que está ajudando na triagem das doações enviadas para abrigos no Rio Grande do Sul, expôs em suas redes sociais uma série de itens inusitados e em péssimo estado que estão sendo destinados às vítimas das enchentes.
Entre as doações, a mulher encontrou produtos como uma algema de sex shop de pelúcia, fantasia de presidiário, acessórios para vaquejada, colar havaiano, mala com senha, cartão de plano de saúde, puxa-saco mofado e até uma árvore de Natal.
Renata compartilhou um vídeo em suas redes sociais, no qual descreve a situação: “Seria engraçado se não fosse trágico. Decidi compartilhar com vocês algumas das bizarrices que achei fazendo triagem para as doações pro Rio Grande do Sul”.
Na última semana, os Correios suspenderam temporariamente o recebimento de doações de roupas para as vítimas das inundações no Rio Grande do Sul. A empresa informou que as roupas já representam 70% dos donativos arrecadados nas agências em todo o Brasil, considerando que o estoque atual é suficiente para atender à demanda.
Em nota oficial, a empresa pede que a população priorize a doação de itens como água potável, alimentos não perecíveis, ração para animais, materiais de limpeza e higiene pessoal. As doações podem ser entregues em mais de 10 mil agências dos Correios no Brasil, que realizarão o transporte gratuito dos itens para a Defesa Civil em terras gaúchas.
Para facilitar a triagem, os Correios solicitam que:
Cestas básicas sejam entregues fechadas ou com alimentos reunidos em sacos transparentes.
Itens de higiene pessoal sejam organizados em kits, também em sacos transparentes.
Todos os itens estejam separados por categorias e embalados em caixas ou sacolas bem vedadas.
Evite-se o uso de sacolas de papel, que se rasgam facilmente.
A pastora de 58 anos apontada como cúmplice do pastor Sinval Ferreira, preso na quarta-feira (22)por suspeita de violação sexual mediante fraude e extorsão no Distrito Federal, alegou que apenas “simulava” sexo com os fiéis. Segundo o delegado Marcos Vinícius Miranda, responsável pelas investigações, o religioso afirmou em depoimento que a mulher “se baseia no profeta Habacuque” e realiza “obra de imitação”.
“Ele disse que os atos sexuais com ele foram todos consentidos. Em relação à pastora, disse que ela se baseia no profeta Habacuque e que faz obra de imitação. Assim, ela apenas simulava ter sexo com os fiéis”, explicou o delegado ao Globo.
O pastor alegava ter visões de um futuro sombrio que envolviam a morte de parentes das vítimas. Para “salvar” as pessoas desse destino trágico, ele as coagia a participar de atos sexuais, incluindo sexo oral.
Silvio Santos com a esposa, Íris Abravanel, e as filhas – Reprodução
Nesta quinta-feira (23), um suposto testamento de Silvio Santos veio à tona, revelando como o dono do SBT pretende dividir sua fortuna. De acordo com informações de Pedro Freire, da coluna Financeira, o apresentador já teria organizado a distribuição de seus bens entre sua esposa Íris Abravanel e suas seis filhas, buscando evitar conflitos familiares futuros.
Casado com a autora de novelas desde 1981, após se divorciar de Maria Aparecida Vieira, ele é pai de Cintia, do primeiro casamento, e de Silvia, Renata, Rebeca, Patrícia e Daniela, fruto da atual união. O comunicador, que atualmente tem 93 anos, teria definido em seu testamento que cada uma das filhas receberá cerca de R$ 100 milhões em dinheiro. Além disso, sua companheira também receberá uma parte significativa do montante.
Além do valor em dinheiro, a herança de Silvio Santos inclui a transferência de imóveis e empresas, elevando ainda mais o valor total que será deixado para suas herdeiras. De acordo com a revista Forbes, o comunicador possui uma fortuna estimada em R$ 1,6 bilhão.
Suspeito de ter atacado Isabelly Aparecida Ferreira Moro, de 23 anos, em Jacarezinho (PR). Foto: Reprodução
A Polícia Civil divulgou nesta quinta-feira (23) imagens do suspeito deter atacado Isabelly Aparecida Ferreira Moro, de 23 anos, Jacarezinho, no Paraná. A jovem foi atacada na rua com ácido na tarde de quarta-feira (22), quando voltava da academia. Segundo a polícia, o autor do crime estava disfarçado com uma peruca loira. A delegada Caroline Fernandes afirmou que as imagens foram divulgadas para ajudar na identificação do homem.
“Uma pessoa disfarçada com uma peruca loira e roupa preta foi ao encontro da vítima e arremessou contra sua face e sua boca alguma substância corrosiva, que lhe causou ferimento grave. Essa pessoa suspeita esteve em vários locais da cidade até chegar até onde ela arremessou essa substância corrosiva”, explicou a delegada.
A jovem está internada em estado grave na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Universitário de Londrina. De acordo com a Polícia Militar do Paraná, Isabelly sofreu queimaduras no rosto, no peito e na boca, além de ter ingerido parte da substância, o que agravou o quadro de saúde.
Após vários dias sem chuva, a cidade de Porto Alegre teve um dia de precipitação prolongada e intensa ao longo de toda esta quinta-feira (23). Por causa disso, ruas e avenidas ficaram alagadas e, em alguns bairros, especialmente no centro-sul e sul da capital, que já tinham secado após as enchentes do início do mês, voltaram a ficar inundados e pessoas tiveram de ser retiradas de suas casas.
O cirurgião dentista Brígido Ribas, morador do bairro Cavalhada, na zona sul da capital, viu sua casa ser invadida pelo arroio (córrego) que dá nome ao bairro. A última vez foi justamente no dia 1º de maio, logo no início do ciclo devastador de inundações na cidade. Ele teve que subir os móveis e abrir as portas para a água passar.
A casa do dentista Brígido Ribas ficou alagada em Porto Alegre. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
"Agora choveu de novo, o parece um pouco pior do que da outra vez, porque tem ondas lá atrás da casa, eu vi pelo vidro da porta que tem ondas do arroio pra dentro da minha, para cima da minha casa. Daí, eu deixei toda aberta, o portão e a porta da casa, porque a água tá passando por dentro. O que eu pude subir das minhas coisas, eu subi. Vamos ver se dessa vez vão aguentar. Da última, eu consegui salvar a maioria dos móveis e eletrodomésticos", afirmou à Agência Brasil.
Ribas e a esposa foram obrigados a sair de casa e vão dormir no vizinho. Segundo ele, é a quarta vez, em quatro anos, que as águas do arroio, que passa atrás de sua casa, transbordam para dentro do imóvel. Ele vive no local desde 2011, mas o transtorno só começou em 2020.
"Acabou a paciência de ficar nessa casa. A gente tem que ir para um apartamento, não dá. A casa é boa, tem árvores frutíferas no quintal, mas não dá para ficar repetindo esse tipo de situação, porque começa a chover e a gente já não consegue dormir", contou.
A poucas ruas dali, Guiomar Meireles viu a água do arroio Cavalhada subir mais de meio metro. Não era a primeira vez, mas agora ela pôde levar os seus sete cachorros.
"Eu [já] fiquei com 75 centímetros de água dentro de casa, mas nunca saí porque eu ligava, a Defesa Civil e os bombeiros queriam me resgatar só eu, e meus cachorros, não. E eu disse: 'Aqui ninguém larga a pata de ninguém'. Dessa vez, eu pedi socorro e fui ouvida. Estou eu aqui na rua com os meus cachorros, à espera de um abrigo", relatou, enquanto cuidava dos animais, acompanhada por homens da Guarda Civil Metropolitana.
No mesmo bairro, era possível ver blindados do Exército, incluindo um veículo anfíbio, circulando por vias já cobertas por água e oferecendo auxílio para a saída dos moradores.
Militares do Exército resgatam moradores de Porto Alegre. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
Lixo nas ruas e casas de bomba
Segundo o Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) da capital, nas áreas onde não há estação de drenagem, a chuva deságua por gravidade no córregos. "Como o nível destes arroios está elevado, as águas da chuva não têm para onde escoar. Por isso, acabam retornando pelas bocas-de-lobo", informou o órgão, em postagens nas redes sociais.
Moradores tiveram que deixar casas após arroio transbordar e água invadir bairro. Idosa é resgatada. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
Em coletiva de imprensa, o prefeito da capital gaúcha, Sebastião Melo, disse que a gestão municipal sabia que havia a possibilidade de mais chuva forte e não foi pega de supressa.
"Essa chuva se concentrou muito durante a manhã, especialmente no Belém Novo. A notícia que me traz o Inmet [Instituto Nacional de Meteorologia] é que só na região sul [de Porto Alegre] choveu 100 milímetros. Então, o que era um problema das áreas alagadas estendeu-se praticamente para toda a cidade com essa chuvarada e aí, nós temos sérios problemas, além das áreas alagadas", afirmou.
Melo também anunciou a suspensão das aulas em Porto Alegre e o fechamento das comportas do Guaíba, porque a água parou de escoar e voltou a entrar na cidade. Algumas escolas podem funcionar como abrigo temporário enquanto estiverem fechadas para os estudantes.
O governo federal liberou mais R$ 1,8 bilhão para ações de reconstrução no Rio Grande do Sul. A autorização do crédito extraordinário foi feita por meio da edição da Medida Provisória 1.223/2024, publicada na noite desta quinta-feira (23).
A MP entra em vigor imediatamente, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional para não perder a validade.
A maior parte do montante irá para ações da Defesa Civil e o Auxílio Reconstrução, somando mais de R$ 1,4 bilhão. Os recursos autorizados hoje poderão também ser usados para volta das atividades de universidades e institutos federais, assistência jurídica gratuita, serviços de conectividade, fiscalização ambiental, aquisição de equipamentos para conselhos tutelares e atuação das polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública.
No último dia 11, o governo federal já havia destinado R$ 12,1 bilhões, também por MP, ao estado, para abrigos, reposição de medicamentos, recuperação de rodovias e outros.
Veja como será distribuição do crédito extraordinário de R$ 1,8 bilhão:
- Retomada de atividades das universidades e institutos federais (R$ 22.626.909)
- Fortalecimento da assistência jurídica integral e gratuita (R$ 13.831.693)
- Suporte aos serviços de emergência e conectividade (R$ 27.861.384)
- Ações de fiscalização e emergência ambiental (R$ 26.000.000)
- Aquisição de equipamentos para Conselhos Tutelares (R$ 1.000.000)
- Ações da Defesa Civil (R$ 269.710.000)
- Auxílio Reconstrução (R$ 1.226.115.000)
- Ações integradas das Polícias Federal, Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública (R$ 51.260.970).
De acordo com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o crédito visa atender "a diversas despesas relativas ao combate às consequências derivadas da tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul, tanto no aspecto de defesa civil e logística, como também o enfrentamento das consequências sociais e econômicas que prejudicam toda a população e os entes governamentais”.
No total, já foram destinados R$ 62,5 bilhões ao estado, arrasado pelas chuvas, conforme a Presidência da República.