Generais próximos ao ex-ministro Augusto Heleno acreditam que ele não cumprirá em regime fechado a pena de 21 anos de prisão imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito do golpe. Segundo Igor Gadelha, do Metrópoles, o grupo avalia que o ministro Alexandre de Moraes deverá autorizar a prisão domiciliar, levando em conta a idade avançada de Heleno, de 77 anos, e problemas de saúde que ele enfrenta.
A expectativa entre os militares é de que o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Jair Bolsonaro possa cumprir a pena em casa, sob monitoramento.
Apesar das restrições médicas citadas por aliados, Heleno segue mantendo uma rotina discreta em Brasília. Segundo relatos, ele tem sido visto em padarias e supermercados da capital federal, evitando aparições públicas desde a condenação.
O erro de Heleno
Generais da reserva próximos a Heleno consideram que o principal erro do ex-ministro foi permanecer no governo após a entrada do Centrão, ainda em 2020. Para oficiais que conviveram com ele durante o governo Bolsonaro, essa decisão foi o ponto de virada que o aproximou das articulações políticas e, posteriormente, das investigações do STF.
“Se ele tivesse entregue o cargo naquele momento, poderia ter se livrado da condenação”, relatou uma fonte militar ao colunista Igor Gadelha.

Condenado pela Primeira Turma do STF, Heleno recebeu pena de 21 anos de prisão, além de 84 dias-multa, cada um calculado com base no valor de um salário mínimo. A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa o general da reserva de integrar o núcleo estratégico da organização criminosa que planejou a tentativa de ruptura democrática.
Segundo a denúncia, ele teria atuado na elaboração de estratégias destinadas a deslegitimar as instituições e sustentar a narrativa golpista.
Entre as evidências citadas pela PGR está uma agenda apreendida na casa de Heleno, que continha anotações consideradas de teor golpista.
O documento foi usado para reforçar a acusação de que o ex-ministro participou de reuniões e articulações que antecederam os atos antidemocráticos investigados pelo Supremo. A condenação representou uma das penas mais severas entre os ex-integrantes do governo Bolsonaro denunciados no inquérito.
Fonte: DCM
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