domingo, 26 de outubro de 2025

As apostas de militares sobre a prisão de Heleno por tentativa de golpe de Estado


         Augusto Heleno durante interrogatório na Primeira Turma do STF. Foto: Foto: Ton Molina/STF

Generais próximos ao ex-ministro Augusto Heleno acreditam que ele não cumprirá em regime fechado a pena de 21 anos de prisão imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito do golpe. Segundo Igor Gadelha, do Metrópoles, o grupo avalia que o ministro Alexandre de Moraes deverá autorizar a prisão domiciliar, levando em conta a idade avançada de Heleno, de 77 anos, e problemas de saúde que ele enfrenta.

A expectativa entre os militares é de que o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Jair Bolsonaro possa cumprir a pena em casa, sob monitoramento.

Apesar das restrições médicas citadas por aliados, Heleno segue mantendo uma rotina discreta em Brasília. Segundo relatos, ele tem sido visto em padarias e supermercados da capital federal, evitando aparições públicas desde a condenação.

O erro de Heleno

Generais da reserva próximos a Heleno consideram que o principal erro do ex-ministro foi permanecer no governo após a entrada do Centrão, ainda em 2020. Para oficiais que conviveram com ele durante o governo Bolsonaro, essa decisão foi o ponto de virada que o aproximou das articulações políticas e, posteriormente, das investigações do STF.

“Se ele tivesse entregue o cargo naquele momento, poderia ter se livrado da condenação”, relatou uma fonte militar ao colunista Igor Gadelha.
O general Augusto Heleno e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: reprodução

Condenado pela Primeira Turma do STF, Heleno recebeu pena de 21 anos de prisão, além de 84 dias-multa, cada um calculado com base no valor de um salário mínimo. A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa o general da reserva de integrar o núcleo estratégico da organização criminosa que planejou a tentativa de ruptura democrática.

Segundo a denúncia, ele teria atuado na elaboração de estratégias destinadas a deslegitimar as instituições e sustentar a narrativa golpista.

Entre as evidências citadas pela PGR está uma agenda apreendida na casa de Heleno, que continha anotações consideradas de teor golpista.

O documento foi usado para reforçar a acusação de que o ex-ministro participou de reuniões e articulações que antecederam os atos antidemocráticos investigados pelo Supremo. A condenação representou uma das penas mais severas entre os ex-integrantes do governo Bolsonaro denunciados no inquérito.

Fonte: DCM


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