segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

VÍDEO: Cármen Lúcia diz que estaria presa se golpe tivesse se concretizado


      A ministra Carmén Lúcia, do STF. Foto: Fellipe Sampaio/STF

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), fez uma defesa firme da democracia durante participação na FliRui, a 1ª Festa Literária da Fundação Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro, no sábado (29). Em discurso, ela afirmou que, caso a tentativa de golpe no país tivesse sido bem-sucedida, estaria presa e impedida de exercer suas funções no STF.

“Outro dia alguém me perguntava por que julgar uma tentativa de golpe, se foi apenas tentativa. Meu filho, se tivessem dado golpe, eu estava na prisão, não poderia nem estar aqui julgando”, afirmou.

A fala ocorreu dias após o STF determinar o início da execução das penas do núcleo considerado crucial da trama golpista. Entre os condenados está o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que cumprirá 27 anos e 3 meses de detenção na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília.

Segundo a ministra, os planos do grupo incluíam a neutralização de ministros da Corte, algo documentado durante as investigações.

“Nesses julgamentos que estamos fazendo no curso deste ano, havia documentado em palavras, por exemplo, a tentativa de ‘neutralizar’ alguns ministros de Supremo. Portanto, estava em palavras, as ordens eram dadas em palavras. A mesma coisa é a sentença, ela vem em palavras. Nós nos comunicamos pela palavra. A palavra traduz a alma de uma pessoa”, disse.

Em sua fala, Cármen Lúcia alertou ainda para o risco permanente de retrocessos democráticos, afirmando que ditaduras são como “ervas daninhas”: “A erva daninha da ditadura é igualzinha, não precisa de cuidado. Ela toma conta, ela surge do nada. Pra gente fazer florescer uma democracia na vida da gente, no espaço da gente, é preciso construir todo dia, é preciso trabalhar todo dia”.

Para ela, a democracia exige esforço contínuo. “Por isso é que eu digo que democracia é uma experiência de vida que se escolhe, que se constrói, que se elabora. E a vida como a democracia se faz todo dia. A gente luta por ela, a gente faz com que ela prevaleça”, afirmou.

As condenações do núcleo golpista, que incluíram crimes como organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado, seguem gerando reações entre apoiadores do ex-presidente.

Desde a prisão preventiva decretada por Alexandre de Moraes, uma série de habeas corpus começou a ser enviada por simpatizantes de Bolsonaro ao STF.

Cármen Lúcia, porém, decidiu não analisar de imediato esses pedidos. Em despachos assinados na terça-feira (25), ela determinou que a defesa oficial do ex-presidente seja ouvida antes de qualquer deliberação. Segundo a ministra, pedidos feitos por pessoas que não integram a equipe jurídica constituída podem prejudicar a estratégia processual.

“A atuação da defesa técnica, validamente escolhida pelo paciente, deve ser resguardada contra iniciativas paralelas que possam comprometer sua estratégia processual”, registrou.

A ministra também ressaltou que há dúvida sobre a legitimidade dos impetrantes, já que não há prova de autorização de Bolsonaro. Ela ordenou que a defesa se manifeste em até 24 horas, e somente após essa verificação os pedidos seguirão para análise. O STF já rejeitou diversas ações semelhantes, apresentadas por apoiadores que não têm vínculo formal com o processo.

Fonte: Brasil 247

Apoio evangélico pode viabilizar aprovação de Messias para o STF

Senadores evangélicos podem se tornar decisivos na aprovação do indicado pelo presidente Lula, apesar da resistência de Alcolumbre

      Brasília (DF) - 08/05/2025 - O ministro Jorge Messias (AGU) (Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil)

Aliados do advogado-geral da União, Jorge Messias, avançam nas negociações para assegurar os votos necessários à sua aprovação no Senado e acreditam que um apoio silencioso poderá ser determinante nessa etapa. Segundo Malu Gaspar, do jornal O Globo, a disputa poderá ter forte influência da bancada evangélica.

Parlamentares próximos a Messias analisam que parte expressiva dos senadores evangélicos — inclusive figuras alinhadas ao bolsonarismo — tende a votar a favor do indicado, embora dificilmente admita essa posição publicamente. O voto secreto previsto para a sessão do dia 10 cria ambiente propício para dissidências longe do escrutínio de eleitores e da pressão do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).

Nos bastidores, líderes evangélicos afirmam que o clima é de cautela. Um integrante da Frente Parlamentar Evangélica resumiu a tensão ao dizer: “Os senadores não podem declarar apoio para o Messias para não se queimar com os seus eleitores bolsonaristas nem se indispor com Davi. A pressão está grande e ninguém quer sofrer represália do Alcolumbre".

Levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) mostra que a representação evangélica no Senado cresceu significativamente, passando de sete para 13 parlamentares entre 2018 e 2022. São justamente esses senadores que têm pautas estratégicas em disputa no Supremo Tribunal Federal (STF), como aborto, união homoafetiva, pesquisas com células-tronco e debates sobre “ideologia de gênero”. Um assessor próximo a Messias avalia que esse apoio pode ser decisivo: “Esse apoio pode fazer a diferença, porque nossa previsão é de um placar apertado.” Nos cálculos internos, aliados acreditam em algo entre 45 e 48 votos — Messias precisa de 41 para assumir a vaga no STF.

⊛ A disputa dos números e a reação de Alcolumbre

O grupo articulado por Davi Alcolumbre trabalha com uma projeção bem menos otimista para o indicado de Lula. Segundo essa ala, Messias teria hoje entre 28 e 31 votos firmes e dificuldade para conquistar parte da bancada evangélica, apesar da atuação da senadora Eliziane Gama (PSD-MA), uma de suas principais apoiadoras.

Entre os obstáculos está a resistência de setores conservadores que identificam Messias como um nome vinculado ao PT e ao presidente Lula, e não como representante de valores religiosos. Um senador bolsonarista sintetizou essa visão, afirmando: “Não convence esse aspecto de Messias ser evangélico, isso não vira voto para ele aqui, porque as condutas dele demonstram alinhamento ideológico político ao PT e ao Lula, não religioso".

⊛ A ofensiva de Mendonça e os novos cabos eleitorais

Um dos principais articuladores pró-Messias entre os evangélicos é o ministro do STF André Mendonça, indicado ao tribunal por Jair Bolsonaro (PL) em 2021. Tanto Mendonça quanto Messias chefiaram a Advocacia-Geral da União e enfrentaram resistências internas comandadas por Alcolumbre. Na época, o agora presidente do Senado adiou por mais de quatro meses a sabatina de Mendonça, trabalhando nos bastidores para tentar substituí-lo por Augusto Aras.

Para Messias, a estratégia de Alcolumbre mudou. O senador marcou a sabatina para o dia 10, concedendo pouco tempo para o indicado percorrer gabinetes e consolidar alianças. O Palácio do Planalto, por sua vez, ainda não enviou formalmente a indicação ao Senado, o que foi interpretado como uma tentativa de atrasar o processo — mas Alcolumbre já sinalizou que dará continuidade à votação, afirmando que a publicação no Diário Oficial legitima a realização da sabatina.

Além de Mendonça, o ministro Kassio Nunes Marques — também indicado por Bolsonaro e com forte interlocução no campo conservador — atua na busca de apoio para Messias. A aposta de líderes evangélicos é que sua chegada ao STF ajude a reforçar uma ala mais resistente ao avanço de pautas progressistas, principalmente em temas como descriminalização do aborto e participação de crianças em eventos do orgulho LGBTQIA+.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Preso, Bolsonaro será substituído na campanha de 2026 por boneco de papelão e IA

Tecnologia pode, por outro lado, gerar complicações jurídicas para o PL e candidatos

     Flávio Bolsonaro e totem de Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução/X/@FlavioBolsonaro)

A cúpula do PL tem buscado alternativas para enfrentar a próxima disputa eleitoral sem a presença física de Jair Bolsonaro (PL), preso desde agosto. As informações foram divulgadas pela Folha de São Paulo e apontam que dirigentes analisam desde o uso de bonecos em tamanho real até ferramentas de inteligência artificial para simular mensagens de apoio do líder político.

A ideia de recorrer à produção digital de conteúdos com a imagem e a voz do ex-presidente chegou ao presidente da sigla, Valdemar Costa Neto. Mas a proposta divide o partido: setores temem que o recurso abra espaço para que candidatos não autorizados explorem a figura de Bolsonaro de maneira indevida, além do risco de ataques de adversários que, mesmo diante da transparência sobre o uso de IA, poderiam classificar as peças como enganosas.

Professor da USP e pesquisador da área, Juliano Maranhão avalia que a técnica pode ser admitida, desde que siga as normas do TSE. Ele ressalta que é obrigatório indicar o uso da ferramenta e evitar qualquer conteúdo que induza o eleitor a acreditar que Bolsonaro esteja em liberdade. "Não poderia ser usada para enganar o eleitor. Pelo fato de estar preso, se passar a impressão contrária, aí poderia ser questionado se não estaria desinformando, passando uma percepção equivocada", afirmou.

Maranhão acrescenta que, caso candidatos não autorizados utilizem inteligência artificial para simular apoio de Bolsonaro, o PL pode acionar a Justiça Eleitoral para derrubar publicações que configurem desinformação.

Enquanto a sigla debate os limites da tecnologia, aliados têm recorrido a outros expedientes para manter a presença simbólica de Bolsonaro. Imagens de papelão e banners passaram a aparecer com frequência em eventos do PL desde sua prisão. Em uma vigília organizada em 22 de agosto pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), por exemplo, o parlamentar discursou e fez orações ao lado de uma réplica em tamanho real do pai. A mobilização, inclusive, foi citada nos fundamentos do pedido de prisão preventiva decretado horas depois.

Em meio às tentativas de preservar a influência do ex-presidente, apoiadores buscam novas formas de demonstrar lealdade. O vice-prefeito de São Paulo, coronel Mello Araújo (PL), publicou montagens digitais com Bolsonaro e disse ter feito isso por conta própria, como forma de endossar o aliado. Deputados ligados ao bolsonarismo também receberam, em grupos de WhatsApp, links para plataformas que permitem inserir a imagem do ex-presidente em fotografias pessoais.

A ausência física de Bolsonaro preocupa principalmente candidatos dependentes de sua presença nas redes e de forte apelo ideológico. Somente no primeiro semestre de 2024, ele percorreu mais de 20 cidades em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, principais colégios eleitorais do país — um movimento difícil de ser reproduzido pela militância.

Setores do PL avaliam que nomes como Michelle Bolsonaro e o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) terão menos disponibilidade para suprir esse espaço, já que ambos estarão concentrados em suas próprias campanhas em 2026 — ela ao Senado pelo Distrito Federal e ele na tentativa de reeleição. A expectativa é que, no segundo turno, ambos possam assumir papéis mais robustos em disputas estaduais e nacional.

Entre aliados, permanece a narrativa de que a prisão de Bolsonaro teria como objetivo fragilizar candidaturas da direita, tese repetida desde o início do ano. Em paralelo, lideranças do centrão pressionam o PL a definir, ainda em 2025, um nome capaz de herdar o espólio político do ex-presidente e iniciar uma campanha mais organizada para o Planalto.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Tarcísio intensifica articulações por anistia para não romper com bolsonarismo

Governador tenta avançar debate sobre perdão aos envolvidos no 8 de janeiro e nega pretensões eleitorais

Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas 31/10/2024 REUTERS/Adriano Machado (Foto: Adriano Machado)

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tem ampliado sua atuação em defesa de uma anistia para todos os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, inclusive Jair Bolsonaro (PL). A movimentação, relatada pelo jornal O Globo, ocorre em um momento político delicado e exige do governador esforço contínuo para equilibrar apoio à família Bolsonaro e diálogo institucional com diferentes atores de Brasília.

Tarcísio conduz esse processo com discrição para evitar qualquer ruído que possa ser interpretado como tentativa de ocupar o espaço político de Bolsonaro. Pessoas próximas ao governador dizem que ele tem reiterado, em encontros reservados, que sua posição se baseia em “lealdade e gratidão”.

Nos últimos dias, Tarcísio retomou ligações para parlamentares do Republicanos, como o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e buscou interlocução com o senador Ciro Nogueira (PP-PI) e com o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ). A percepção no Congresso é que ele tenta fazer a pauta avançar, mas sem assumir protagonismo explícito.

Ao mesmo tempo, o governador reforçou sinais de solidariedade à família Bolsonaro. Conversou com o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), dialogou com a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e pediu autorização para visitar o ex-presidente na sede da Polícia Federal. Segundo aliados, essa aproximação buscou evitar desgastes num momento considerado sensível.

As articulações incluíram, ainda, conversas com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Tarcísio buscou avaliar alternativas jurídicas que pudessem amenizar a situação de Bolsonaro, incluindo um eventual retorno à prisão domiciliar. Mas, após a tentativa de rompimento da tornozeleira eletrônica, o ambiente na Corte segue pouco receptivo.

Em declarações públicas, Tarcísio tem enfatizado que não age guiado por cálculo eleitoral. “Vou trabalhar para que a anistia seja pautada, para que possa ser aprovada. Não estou preocupado com desgaste. Eu falo com frequência com o Flávio Bolsonaro, e ele sabe que pode contar comigo”, afirmou. E completou: “[A prisão do Bolsonaro] não muda nada. Não tenho ansiedade. Pode ser janeiro, fevereiro ou março. Vai dar tempo. A gente precisa é construir o projeto vitorioso”.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Senado deve votar PL Antifacção nesta semana e governo apela por "bom senso"

Relator no Senado, Alessandro Vieira deve se opor ao relatório de Guilherme Derrite na Câmara e recuperar parte da essência do projeto do governo

       Alessandro Vieira e Randolfe Rodrigues (Foto: Roque de Sá/Agência Senado)

O Senado se prepara para analisar nesta semana o Projeto de Lei 5.582/25, conhecido como PL Antifacção, em meio a uma intensa disputa entre o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a oposição sobre os rumos da segurança pública no país. Segundo o Metrópoles, a votação deve ocorrer na quarta-feira (3).

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), confirmou que o texto chegará ao plenário após passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A relatoria ficará a cargo do senador Alessandro Vieira (MDB-SE), ex-delegado e de perfil moderado, que deve apresentar um parecer diferente daquele aprovado na Câmara.

O projeto foi enviado pelo governo federal em 1º de novembro, como resposta à crise provocada pela chacina policial no Rio de Janeiro. A proposta original criava novas tipificações penais, aumentava penas relacionadas a facções criminosas e fortalecia medidas de sufocamento econômico dessas organizações.

Paralelamente, tramitava na Câmara uma iniciativa apoiada pela oposição que buscava equiparar facções a grupos terroristas. O texto tinha como relator o então secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite (PP-SP), que, após uma série de versões preliminares, ampliou o escopo do projeto e o transformou no chamado Marco Legal de Combate ao Crime Organizado.

A condução do tema gerou atrito entre o Planalto e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Embora tenha optado por dar andamento à proposta do governo, Motta manteve Derrite como relator, o que irritou setores governistas. Nas primeiras versões do texto, Derrite tentou restringir a atuação da Polícia Federal, enfraquecer mecanismos de rastreamento financeiro pelo Banco Central e pelo Fisco e inserir dispositivos que aproximavam condutas de facções da legislação antiterrorismo.

O texto aprovado na Câmara em 18 de novembro criou o tipo penal de “Domínio Social Estruturado”, endureceu penas e instituiu bancos nacional e estaduais de dados sobre organizações criminosas. O ponto de maior conflito com o governo ocorre na destinação dos bens apreendidos: quando a investigação é conduzida por órgãos estaduais, os valores vão para fundos estaduais; quando há participação da Polícia Federal, os recursos seguem para o Fundo Nacional de Segurança Pública. O Executivo afirma que essa divisão fragiliza o financiamento da PF.

No Senado, o governo tenta reverter o que considera distorções introduzidas pela Câmara e recuperar parte da proposta enviada originalmente. O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), afirmou que o diálogo com o relator é positivo e disse esperar a retomada do “bom senso” no texto final.

Alessandro Vieira, que também é relator da CPI do Crime Organizado, ainda não apresentou seu parecer. Com histórico de críticas a soluções consideradas meramente retóricas na segurança pública, o senador deverá definir nos próximos dias quais ajustes serão levados ao plenário.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Interesse pelo fundão eleitoral acelera definição do Orçamento de 2026

Parlamentares pressionam aprovação ainda em dezembro para assegurar o mesmo valor do fundo usado em 2024

       Congresso Nacional - 16/09/2024 (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

O Congresso Nacional intensifica as negociações para votar o Orçamento de 2026 antes do início do recesso parlamentar, previsto para 23 de dezembro. A movimentação ocorre em meio ao interesse direto de deputados e senadores que disputarão a reeleição e buscam assegurar o Fundo Especial de Financiamento de Campanha, relata o Metrópoles.

A tendência é que o montante destinado ao fundo eleitoral seja congelado no mesmo valor das eleições municipais de 2024: R$ 4,9 bilhões. Um dirigente partidário afirmou que a Comissão Mista de Orçamento (CMO) trabalha para manter o valor sem aumento real, apesar da instrução normativa aprovada pelo colegiado em 30 de setembro para ampliar a reserva destinada ao fundo.

● Pressa e cortes para viabilizar o fundo

A estratégia do Congresso é votar o Orçamento em 17 de dezembro. Para que o fundo eleitoral seja contemplado integralmente, o relator Isnaldo Bulhões (MDB-AL) propôs cortes em outras áreas previstas para 2026. Entre os ajustes estão uma redução de R$ 2,9 bilhões nas emendas de bancada e menos R$ 1 bilhão nas despesas discricionárias — aquelas cuja alocação depende de decisão do governo federal.

O avanço da votação do Orçamento também depende da conclusão da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que estabelece parâmetros para os gastos do ano seguinte e define o superávit necessário para manter as contas públicas equilibradas. Como 2026 será ano eleitoral, o governo busca uma margem fiscal que permita acomodar despesas obrigatórias após a aprovação da ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.

● Debate sobre novas fontes de arrecadação

Para compensar a queda de receita gerada pela medida, o presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Renan Calheiros (MDB-AL), apresentou uma proposta que eleva a taxação aplicada a bets e fintechs. No caso das casas de apostas, a alíquota passaria de 12% para 24%, de forma escalonada entre 2026 e 2028. Já para as fintechs, a tributação subiria de 9% para 15%.

A expectativa de arrecadação é de R$ 4,98 bilhões em 2026, com potencial de atingir R$ 18,04 bilhões ao final de três anos. O texto, entretanto, permanece parado na CAE e deve ser votado nesta terça-feira (2).

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

VÍDEO – Câmeras das fardas flagram PMs furtando em megaoperação no Rio: “Pega, pô”


Câmeras corporais flagram ação ilegal de PMs durante megaoperação nos Complexos do Alemão e da Penha, no Rio, em outubro. Foto: Reprodução

Câmeras acopladas às fardas flagraram policiais militares cometendo furtos e ocultando armas durante a megaoperação nos Complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, em outubro, revelando uma série de ações ilegais registradas pelo próprio equipamento obrigatório. As imagens levaram a Corregedoria da PM a abrir investigação e prender os agentes envolvidos.

Os vídeos exibidos pelo Fantástico no último domingo (30/11) mostram o sargento Marcos Vinícius Ferreira Silva Vieira encontrando um fuzil AK-47 na cozinha de uma casa invadida por traficantes. Ele e o sargento Charles William Gomes dos Santos escondem a arma em uma mochila.

“Fodase, fecha de qualquer jeito”, diz um deles. O Ministério Público afirma que o ato configura peculato. “Eles foram denunciados por peculato”, afirmou a promotora Allana Poubel.

Além do fuzil, câmeras registraram policiais retirando peças de uma caminhonete na comunidade, como retrovisores e a tampa do motor, colocando-as dentro da viatura. “Aqui uma pecinha que eu preciso”, diz um agente em um dos vídeos.

PM do Bope também foi flagrado cometendo furtos

A Corregedoria também flagrou um policial do Bope selecionando itens para levar, como radiotransmissor e a capa de um colete à prova de balas. Um outro sargento da PM, Diogo da Silva Souza, é acusado de não entregar um fuzil encontrado após troca de tiros.

Diante dos objetos apreendidos sobre uma mesa, ele pergunta: “Vê se tem uma coisinha pra levar”. O sargento responde: “Pega, pô”. O agente do Bope, que estava sem identificação, diz que quer apenas o colete, mas no fim acaba escolhendo outro item: “O radinho também vou levar!”.

Segundo a promotora, “também é uma denúncia de furto, de peculato”, além de recusa de obediência por obstrução intencional das câmeras corporais.

Prisões

Foram presos o subtenente Marcelo Luiz do Amaral e os sargentos Eduardo de Oliveira Coutinho, Diogo da Silva Souza, Charles William Gomes dos Santos e Marcos Vinícius Ferreira Silva Vieira.

A defesa de Diogo alegou falta de fundamentação jurídica e disse que as imagens ainda precisam passar por perícia. Os demais não foram localizados.

A PM informou que todos responderão a processo administrativo disciplinar, paralelo às ações judiciais. As apurações seguem para verificar se outros agentes atuaram de forma ilegal.

“A imagem também vai servir para proteger o bom policial e expor o mau comportamento”, afirmou a porta-voz da corporação, Claudia Moraes.

Assista abaixo:

Fonte: DCM

Colunista da Folha é atacada por deputado bolsonarista


           Gustavo Gayer, deputado federal bolsonarista. Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados

O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) atacou a colunista Lygia Maria, da Folha de S.Paulo, nas redes sociais no domingo (30). O motivo da reação foi um texto em que a jornalista discute supostos abusos do Supremo Tribunal Federal e afirma, já no título, que “não há justificativa para os abusos do STF”, uma formulação que, na prática, reforça a tese da extrema-direita contra a Corte.

“Canalhas!”, iniciou Gayer. “Vocês passaram os últimos 6 anos tentando convencer o Brasil que ‘há justificativas para os abusos do STF’. Na verdade chegavam ao ponto de dizer que nem sequer havia abusos”, escreveu no momento de surto.


A colunista, no entanto, reconhece que os supostos “abusos” foram essenciais para punir os golpistas comandados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas com o adendo de que seria a hora da Corte voltar à sua funcionalidade, comparando com a Operação Lava-Jato.

“Trata-se, porém, de uma ideia perigosa, já que incita a hipertrofia da mais alta corte do país —que há anos falha em sua autocontenção— e a fragilização de princípios fundamentais do Estado democrático de Direito que se alega proteger”, diz.

“Além disso, deficiências e erros no processo são capazes de reverter decisões no futuro, como mostra o desmonte da Lava-Jato promovido pelo Supremo”.

Por fim, Lygia Maria responsabiliza a imprensa e “parte da sociedade” pelas condutas do Supremo que, segundo ela, tentam “justificar os excessos”, afirmando que as “exceções tendem a virar regra”.

Fonte: DCM

Prefeito de Londres muda de ideia e aprova guaraná enviado por Janja: “Boa bebida”


      O prefeito de Londres, Sadiq Khan, que mudou de ideia com relação ao guaraná – Reprodução

O prefeito de Londres, Sadiq Khan, voltou às redes sociais neste domingo para comentar a polêmica em torno do guaraná que experimentou durante a COP30, em Belém do Pará. Depois de viralizar ao dizer que a bebida era “horrível”, ele publicou um novo vídeo afirmando ter mudado de opinião ao provar a versão tradicional enviada pela primeira-dama Janja da Silva. Com informações da Folha de S.Paulo.

Khan explicou que as latinhas de guaraná que recebeu de Janja foram fundamentais para que ele entendesse o verdadeiro sabor da bebida. Segundo ele, a equipe havia lhe servido uma versão quente e zero açúcar durante a COP30, o que contribuiu para a reação negativa que irritou milhares de brasileiros nas redes sociais.

No vídeo, ele agradece o presente e diz que seguiu as orientações dos brasileiros, que recomendaram tomar o refrigerante bem gelado e com uma rodela de laranja. Essa combinação, segundo o prefeito, foi determinante para que ele apreciasse a bebida, ao contrário da experiência anterior.

A primeira avaliação de Khan havia provocado comentários indignados e brincadeiras sobre um suposto “incidente diplomático”. Na ocasião, ele fez caretas ao experimentar o guaraná e afirmou de forma direta que “não conseguia nem fingir” que havia gostado, frase que se espalhou rapidamente pelas redes.

Mesmo criticando o guaraná, Khan já havia elogiado outros itens brasileiros durante sua passagem pelo Brasil. Ele afirmou gostar de brigadeiro, biscoito de polvilho, paçoca, pão de queijo e do Guaravita. O guaraná zero, no entanto, ficou marcado como a escolha errada, segundo o próprio prefeito.

Na nova gravação, Khan aparece vestindo uma camisa vintage da seleção brasileira e reforça que entendeu como a bebida deveria ser consumida. Ele diz claramente: “Eu gostei, eu realmente gostei”, destacando que a versão original é diferente da que provou em Belém.

Ele também comentou que a repercussão foi bem-humorada, mas intensa. O prefeito afirmou ter lido muitos comentários brasileiros e reconheceu que a temperatura e a versão do refrigerante influenciaram sua avaliação equivocada. “Aquilo que você me deu era horrível”, completou ele, se referindo à primeira latinha.

Com a nova declaração, Khan tenta encerrar a discussão causada por sua primeira reação e agradece novamente a Janja pelo envio da bebida correta. O vídeo encerra com ele brindando e dizendo que agora compreende o entusiasmo dos brasileiros com o guaraná.

Fonte: DCM com informações da Folha de S. Paulo

Trump confirma ligação com Maduro em meio à crise entre EUA e Venezuela


       O presidente dos EUA, Donald Trump

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou neste domingo que conversou por telefone com o líder venezuelano Nicolás Maduro. A declaração foi dada a repórteres a bordo do Air Force One, durante o voo de retorno a Washington, após o feriado prolongado do Dia de Ação de Graças. Trump evitou comentar o conteúdo da conversa, limitando-se a dizer que “a resposta é sim”.

Questionado pela imprensa, o presidente afirmou que não classificaria a ligação como boa ou ruim e descreveu o contato como “apenas uma chamada telefônica”. A confirmação ocorreu após o New York Times relatar que os dois haviam conversado ainda na semana anterior, segundo fontes ouvidas pelo jornal.

A revelação surge em um momento de tensão crescente entre Washington e Caracas. No sábado, Trump publicou na Truth Social que o espaço aéreo venezuelano deveria ser considerado “totalmente fechado”. A mensagem foi dirigida a companhias aéreas, pilotos e grupos envolvidos em tráfico de drogas e de pessoas.

Na publicação, Trump escreveu que todos deveriam “considerar o fechamento total do espaço aéreo sobre e ao redor da Venezuela”. A frase foi recebida como uma ameaça direta de endurecimento das restrições aéreas, ampliando a pressão diplomática exercida pelos Estados Unidos.

Donald Trump, presidente dos EUA, e Nicolás Maduro, da Venezuela. Foto: reprodução
O governo venezuelano reagiu imediatamente. Em comunicado divulgado pelo chanceler Yván Gil, Caracas classificou a fala de Trump como uma “ameaça colonialista” que viola a soberania do país. O texto afirmou ainda que a declaração representa um ato “extravagante, ilegal e injustificado” contra o povo venezuelano.

Segundo o chanceler, Trump tenta aplicar de forma extraterritorial uma jurisdição que a Venezuela considera ilegítima. O comunicado acusa os Estados Unidos de manterem uma política permanente de agressão e reforça que o país não aceitará ordens nem interferências de qualquer governo estrangeiro.

A chancelaria venezuelana acrescentou que a postura do governo americano implica também uma suspensão unilateral dos voos de repatriação de venezuelanos enviados regularmente pelos EUA. Para Caracas, a medida confirma a escalada das tensões entre os dois países.

Em sua conclusão, o governo venezuelano afirmou que continuará exercendo sua soberania sobre o espaço aéreo nacional, amparado pelo Direito Internacional. O episódio reforça o desgaste nas relações bilaterais e deve ampliar o clima de instabilidade política e diplomática entre Washington e Caracas nos próximos dias.

Fonte: DCM

Ramagem desafia Alexandre de Moraes a pedir sua extradição aos Estados Unidos

Deputado condenado pelo STF, agora foragido nos EUA, grava vídeo em que acusa o Brasil de “juristocracia” e provoca o ministro do STF

     Alexandre Ramagem (Foto: Fellipe Sampaio/STF)

O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por participação na trama golpista de 8 de janeiro e atualmente foragido nos Estados Unidos, publicou um vídeo neste domingo (30) desafiando o ministro Alexandre de Moraes a formalizar um pedido de extradição. As informações foram divulgadas originalmente pelo portal RT Brasil.

Ramagem fugiu para território norte-americano em setembro, antes da conclusão do julgamento, e passou a ser considerado fugitivo pela Justiça brasileira. No vídeo, divulgado nas redes sociais, ele afirma que uma eventual extradição levaria a Justiça dos EUA a examinar os processos que o condenaram no Brasil.

“Se o senhor Alexandre de Moraes quiser trazer algum pedido para a minha extradição, ele vai ter que remeter para análise de um juiz federal americano toda a ação do golpe que me envolve e o presidente Bolsonaro. Então, eu peço, traga para análise dos norte-americanos essa ação do golpe”, declarou.

O parlamentar também afirmou que, na visão dele, haveria por parte dos Estados Unidos “uma resposta enfática do que é uma juristocracia, uma ditadura, uma arbitrariedade que assola o Brasil agora”.

Condenação, perda de mandato e mandado de prisão

Em 25 de novembro, Moraes tornou definitiva a pena imposta ao deputado: 16 anos, um mês e 15 dias de prisão em regime inicial fechado, além de 50 dias-multa. Com a fuga, o ministro determinou a expedição do mandado de prisão, a inclusão de Ramagem no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões (BNMP) e o envio de ofício à Polícia Federal para adoção das medidas cabíveis.

Moraes também decretou a perda dos cargos de delegado e de deputado federal.

Fonte: Brasil 247 com informações do RT Brasil

"Brasil tem riqueza demais concentrada nas mãos dos super-ricos", diz Lula

Presidente deixa claro que o combate à desigualdade será o principal mote da sua campanha em busca de um quarto mandato

       Lula em seu pronunciamento (Foto: Ricardo Stuckert)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em pronunciamento realizado na noite deste domingo, que o Brasil vive uma ruptura histórica ao finalmente enfrentar o que chamou de “injustiça tributária”, base estrutural da desigualdade no país. As declarações foram feitas após a sanção da lei que isenta do Imposto de Renda todos os trabalhadores que ganham até R$ 5 mil por mês, medida aprovada por unanimidade na Câmara e no Senado e que entra em vigor em janeiro de 2026.

“Mais do que uma correção da tabela do Imposto de Renda, a nova lei ataca a principal causa da desigualdade no Brasil: a chamada injustiça tributária”, disse Lula. O presidente ressaltou que dezembro de 2025 será o último mês em que trabalhadores com essa faixa salarial terão desconto de IR no contracheque.

⊛ Lula aponta distorção histórica: trabalhadores pagam mais do que rentistas

No pronunciamento, Lula destacou que a mudança corrige uma distorção enraizada há séculos no país, marcada pela concentração de privilégios numa pequena elite econômica. Ele citou que, enquanto trabalhadores pagam até 27,5% de IR, quem vive de renda desembolsa, em média, apenas 2,5%.

Segundo o presidente, esse cenário gera situações “inaceitáveis”: “Quem mora em mansão, tem dinheiro no exterior, coleciona carros importados, jatinhos particulares e jet skis, paga 10 vezes menos do que uma professora, um policial ou uma enfermeira.”

Lula classificou essa realidade como resultado de mais de 500 anos de privilégios acumulados pelas classes mais altas e transmitidos de geração em geração. “Brasil tem riqueza demais concentrada nas mãos dos super-ricos”, afirmou, lembrando que o 1% mais rico concentra 63% de toda a riqueza, enquanto metade da população detém apenas 2%.

⊛ Taxação dos super-ricos bancará isenção para milhões

A nova lei também reduz o imposto para quem recebe entre R$ 5 mil e R$ 7.350, ampliando o alívio tributário. Para quem ganha R$ 4,8 mil, a isenção representa economia anual de cerca de R$ 4 mil, “quase um 14º salário”, nas palavras de Lula.

O presidente enfatizou que o financiamento da medida não ocorrerá às custas de cortes em educação ou saúde, mas da taxação dos super-ricos que recebem mais de R$ 1 milhão por ano e hoje pagam “nada ou quase nada”. Pela nova regra, esse grupo – estimado em 140 mil pessoas, ou 0,1% da população – passará a contribuir com 10% de imposto sobre a renda.

“140 mil super-ricos pagando um pouco mais para que muitos milhões deixem de pagar”, afirmou.

⊛ Impacto econômico imediato: R$ 28 bilhões a mais no consumo

Lula também destacou que a isenção representa um estímulo direto ao consumo e à atividade econômica. Segundo cálculos da Receita Federal mencionados no discurso, a medida deve injetar R$ 28 bilhões na economia em 2026, fortalecendo comércio, indústria e serviços.

O presidente relacionou o aumento do poder de compra ao círculo virtuoso que impulsiona empregos, renda e oportunidades: “Esse alívio significa mais dinheiro no bolso, que significa maior poder de compra, que significa aumento no consumo, que faz a roda da economia girar.”

⊛ Avanços do governo e promessa de continuidade

Lula aproveitou o pronunciamento para elencar ações sociais e econômicas que marcaram seu terceiro mandato até aqui, citando a retirada do Brasil do Mapa da Fome, a volta da política de valorização do salário mínimo, o fortalecimento do Bolsa Família, a criação do Pé-de-Meia, o reajuste da alimentação escolar, a ampliação do financiamento para agricultura familiar e o lançamento dos programas Luz do Povo e Gás do Povo.

Segundo ele, mesmo com a desigualdade no nível mais baixo da história recente, ainda persiste uma concentração de riqueza “inaceitável”. A reforma do Imposto de Renda, afirmou, é apenas o primeiro passo de uma agenda maior:

“Podem ter certeza de que não vamos parar por aí. O que nós queremos é que a população brasileira tenha direito à riqueza que produz com o suor do seu trabalho.”

O discurso deixa claro que o enfrentamento às desigualdades será central na narrativa de Lula rumo à disputa pela reeleição para um quarto mandato – reforçando o tema que marcou toda a sua trajetória política.

Fonte: Brasil 247

domingo, 30 de novembro de 2025

STF determina à defesa que apresente documentos que comprovem histórico clínico do general Heleno

Medida do ministro Alexandre de Moraes visa subsidiar análise do pedido de prisão domiciliar humanitária do condenado, que cumpre pena pela tentativa de golpe de Estado

       Foto: Fellipe Sampaio/STF

Em despacho assinado neste sábado (29), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a defesa do general da reserva Augusto Heleno apresente, em cinco dias, toda a documentação médica que comprove o histórico clínico alegado para embasar o pedido de prisão domiciliar humanitária. Como a condenação transitou em julgado (fim da possibilidade de recursos) na última terça-feira (25), o general começou a cumprir a pena de 21 anos de prisão, fixada na Ação Penal (AP) 2668, por crimes relacionados à tentativa de golpe de Estado.

A defesa requereu, em caráter de urgência, a concessão de prisão domiciliar humanitária ao condenado, em razão de seu estado de saúde e da idade avançada. Sustenta que o general, de 78 anos, possui diagnóstico de demência mista (Alzheimer e vascular), com sintomas psiquiátricos e cognitivos desde 2018, além de limitações físicas decorrentes de outras comorbidades. No entanto, o ministro Alexandre verificou que não há nos autos qualquer documento que comprove sintomas anteriores a 2024, ano em que foram realizados os exames apresentados.

Portanto, visando complementar as informações necessárias à análise do pedido, o ministro determinou que a defesa apresente relatórios, exames, avaliações médicas e prontuários desde 2018, bem como esclareça se houve comunicação do alegado diagnóstico aos serviços de saúde da Presidência da República ou de órgãos vinculados, em razão de o general ter ocupado, entre 2019 e 2022, o cargo de ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) manifestou-se favoravelmente ao pedido de prisão domiciliar humanitária.


Fonte: STF