quinta-feira, 21 de agosto de 2025

Tarifaço de Trump "intoxicou" a oposição bolsonarista, diz Felipe Nunes, diretor da Quaest



Para Felipe Nunes, debate sobre tarifas dos EUA afetou a direita e impulsionou Lula nos cenários de 2026

Jair Bolsonaro, Donald Trump e Lula (Foto: Adriano Machado / Reuters | Ueslei Marcelino / Reuters I Divulgação)

A nova rodada da pesquisa Genial/Quaest e a análise publicada pelo diretor do instituto, Felipe Nunes, no X (antigo Twitter), apontam que o chamado “tarifaço” do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contaminou o ambiente político da oposição no Brasil. Segundo Nunes, esse fator ajudou a ampliar as vantagens do presidente Lula (PT) nos confrontos de segundo turno e a consolidar sua liderança no primeiro turno.

Nos cenários de segundo turno, a pesquisa mostra Lula ampliando distâncias sobre seus principais adversários. Em relação a Jair Bolsonaro (PL) — que está inelegível — a vantagem do presidente dobrou em um mês, segundo a série histórica citada por Nunes. Já contra Tarcísio de Freitas, apontado pelo diretor da Quaest como o novo adversário mais forte no segundo turno, a diferença subiu para 8 pontos, o dobro do mês anterior. As curvas de intenção de voto indicam que o presidente oscilou para cima enquanto Tarcísio sofreu desgaste no período.

Nunes sustenta que a oposição ficou “intoxicada” pelo tarifaço, com reflexos inclusive sobre lideranças que buscaram se afastar do tema. Ele cita que, apesar de permanecer como o quadro mais competitivo da direita, Tarcísio passou a ser mais vulnerável na comparação direta com Lula. O impacto também alcançou outros nomes testados, como Michelle Bolsonaro, Ratinho Júnior, Eduardo Leite, Romeu Zema, Ronaldo Caiado e Flávio Bolsonaro, todos com desempenho inferior ao registrado em julho, conforme a leitura do diretor.

Os mapas estaduais ajudam a entender a geografia do voto: a vantagem de Lula segue muito expressiva no Nordeste, enquanto Tarcísio preserva força em São Paulo e no Sul, mas sem abrir folga suficiente para compensar perdas em outras regiões. O relatório compila as simulações de segundo turno por candidato e mostra a consistência das lideranças nos principais colégios eleitorais.

Além das intenções de voto, a Genial/Quaest registra movimento relevante nos atributos. Pela primeira vez no ano, a rejeição a Lula diminuiu e seu potencial de voto aumentou, ao passo que, entre os principais nomes da oposição, a rejeição cresceu e o potencial ficou estável. O estudo também mede o “medo” associado à continuidade de Lula ou ao retorno de Bolsonaro, variável que ajuda a explicar os movimentos recentes do eleitorado.

No campo das preferências sobre candidaturas, a pesquisa mostra que segue elevado o percentual dos que gostariam que Lula não disputasse a reeleição e daqueles que defendem que Bolsonaro abra mão e apoie outro nome — sinais de uma polarização que permanece viva, mas com a direita mais pressionada pelo debate sobre tarifas pontuado por Nunes em sua análise.

Ao somar os dados de agosto à leitura política de Felipe Nunes, o diagnóstico é que o “tarifaço” de Trump alterou o equilíbrio da disputa: a oposição perdeu tração no curto prazo, enquanto Lula consolidou vantagens tanto nas simulações nacionais quanto nos recortes por estado. A tendência, segundo a série da Genial/Quaest, é de um ambiente mais favorável ao presidente nas intenções de voto e nos atributos de imagem medidos agora.

O levantamento, realizado entre 13 e 17 de agosto com 12.150 entrevistas presenciais e margem de erro de 2 pontos percentuais no recorte nacional, foi encomendado pela Genial Investimentos e tem 95% de nível de confiança. O relatório reúne cenários nacionais e estaduais, além de indicadores de conhecimento, potencial de voto e rejeição das principais lideranças.

Fonte: Brasil 247

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