segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

Moraes aciona Ministério da Justiça para pedir extradição de Ramagem

Deputado foi condenado pelo STF e fugiu para os Estados Unidos

     Alexandre Ramagem (Foto: Fellipe Sampaio/STF)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou na tarde desta segunda-feira (15) o início formal do procedimento de extradição do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), atualmente residente nos Estados Unidos. A decisão estabelece que a Secretaria do Supremo providencie o envio da documentação necessária ao Ministério da Justiça, responsável por dar seguimento ao pedido no âmbito internacional. As informações são do UOL.

O parlamentar foi condenado a cumprir pena de 16 anos, 1 mês e 15 dias de prisão, em regime inicial fechado, no âmbito do processo da trama golpista. O processo criminal contra Ramagem já transitou em julgado no STF, não cabendo mais recursos.

◍ Decisão do STF abre procedimento formal

No despacho, Alexandre de Moraes afirma que estão preenchidos os requisitos legais para o início da extradição e que o parlamentar “se evadiu do distrito de culpa”, ao deixar o país após a conclusão definitiva do julgamento no Supremo. A confirmação de que Alexandre Ramagem vive em território estadunidense foi considerada elemento central para a adoção da medida.

◍ Condenação definitiva

Como o parlamentar já foi condenado de forma definitiva pelo Supremo Tribunal Federal, o ministro avaliou que a situação jurídica permite a adoção dos mecanismos previstos na legislação brasileira e nos acordos internacionais firmados pelo país.

◍ Cassação de mandato

Na quarta-feira (10), o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), notificou Alexandre Ramagem por meio de edital para que se manifeste no processo de cassação. O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou nesta segunda-feira (15) que Ramagem pode optar por renunciar ao mandato desde que consiga asilo nos EUA.

Fonte: Brasil 247 com informações do UOL

Ramagem condiciona renúncia a asilo nos EUA, diz líder do PL

Segundo Sóstenes Cavalcante, o deputado não renuncia nesta semana mesmo com a cassação na pauta do plenário prevista para esta semana

      Alexandre Ramagem (Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados)

O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) só admite abrir mão do mandato caso consiga asilo político nos Estados Unidos. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (15) pelo líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), em meio à expectativa de que o plenário da Casa analise ainda nesta semana o processo que pode resultar na perda do cargo do parlamentar. Segundo o líder do partido, a possibilidade de renúncia está descartada no curto prazo, mesmo que o processo de cassação seja incluído na pauta de votações. As informações são do G1.

◎ Condição imposta para a renúncia

De acordo com Sóstenes Cavalcante, Ramagem só considera deixar o mandato se houver êxito no pedido de asilo. “Espero que Hugo Motta possa rever e não paute a cassação nesta semana”, afirmou o líder do PL durante um almoço com jornalistas em Brasília. “Ramagem disse que considera renunciar no ano que vem caso seja bem sucedido no seu pedido de asilo político”, disse o parlamentar.

◎ Processo de cassação avança na Câmara

Na semana passada, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou que o processo envolvendo a perda do mandato de Ramagem seria levado ao plenário ainda nesta semana. A movimentação ocorre após a condenação do parlamentar por tentativa de golpe, em um processo que já transitou em julgado.

◎ Estratégia do PL para adiar votação

Diante desse cenário, o PL tenta postergar a análise em plenário, defendendo que o caso seja encaminhado inicialmente à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A legenda avalia ter votos suficientes para barrar a cassação, repetindo a estratégia adotada na votação envolvendo a deputada Carla Zambelli (PL-SP). A bolsonarista, que está presa na Itália e aguarda uma decisão sobre sua extradição, renunciou ao mandato na Câmara dos Deputados no domingo (14).

◎ Risco de decisão do STF

Apesar da confiança em uma eventual vitória no Legislativo, lideranças do partido reconhecem que o Supremo Tribunal Federal pode invalidar a manutenção do mandato, justamente porque a condenação de Ramagem já não admite mais recursos.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Defesa de Bolsonaro pede cirurgia urgente e prisão domiciliar após novo exame

Advogados citam agravamento do quadro clínico e solicitam medida urgente ao STF

Jair Bolsonaro em sua casa em Brasília-DF, onde cumpria prisão domiciliar, enquanto aguardava a execução penal pela condenação por golpe de Estado - 29/09/2025 (Foto: REUTERS/Diego Herculano)

A defesa de Jair Bolsonaro (PL) apresentou nesta segunda-feira (15) um novo pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando autorização para a realização de uma cirurgia de urgência e a conversão da prisão imposta no âmbito da trama golpista em prisão domiciliar. Os advogados alegam que o estado de saúde do ex-mandatário se agravou nos últimos dias, exigindo intervenção imediata.

De acordo com o G1, o novo pedido foi protocolado após a realização de um exame médico no domingo (14), feito pela própria equipe de saúde de Bolsonaro na Superintendência da Polícia Federal (PF), local onde ele está detido. Segundo a defesa, o novo exame apontou que Bolsonaro está com duas hérnias inguinais e que o quadro demanda a necessidade urgente de uma cirurgia.

● Defesa aponta agravamento do quadro clínico

No documento encaminhado ao STF, a equipe jurídica afirma que houve evolução negativa do estado clínico do ex-mandatário desde a última manifestação apresentada ao tribunal. Segundo os advogados, novos exames de imagem e um relatório médico recente reforçam a necessidade de uma atuação imediata.

No pedido, a defesa afirma literalmente que “o estado de saúde do sentenciado é grave, complexo e progressivamente debilitado. Ocorre que, desde a última manifestação da defesa, houve evolução objetiva e comprovada do quadro clínico, agora amparada por exame de imagem recentemente realizado e por novo relatório médico conclusivo, que impõem atuação imediata”.

● Perícia da PF foi determinada por Moraes

Relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes autorizou a realização do exame apresentado pela defesa e determinou que a Polícia Federal faça uma perícia médica oficial para avaliar a real necessidade do procedimento cirúrgico. Na decisão, Moraes destacou que exames anteriores apresentados pelos advogados haviam sido realizados há mais de três meses.

● Pedido inclui realização de ultrassom no local da custódia

Além da cirurgia, a defesa também solicitou autorização para a realização de um exame de ultrassom, argumentando que o procedimento poderia ser feito no próprio local de custódia, sem necessidade de estrutura hospitalar. No requerimento, os advogados afirmam que “trata-se de procedimento não invasivo, rápido, que não exige sedação ou estrutura hospitalar, podendo ser plenamente realizado in loco, garantindo, assim, que as imagens e laudos correspondentes sejam disponibilizados imediatamente à Polícia Federal para subsidiar a perícia já determinada por Vossa Excelência”.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Ramagem fugiu pela Guiana e usou passaporte diplomático para entrar nos EUA, diz PF

O deputado saiu clandestinamente pelo estado de Roraima, onde atuou como delegado

      Alexandre Ramagem (Foto: Agencia Brasil-EBC)

O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) deixou o Brasil de maneira clandestina em setembro, atravessando a fronteira com a Guiana sem passar por qualquer posto de controle migratório. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (15) pelo diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, com base em investigações conduzidas pela corporação.

Ramagem teria cruzado a fronteira pelo estado de Roraima, fora dos canais oficiais de fiscalização. Já em território guianense, ele embarcou no Aeroporto Internacional Cheddi Jagan, em Georgetown, capital do país, com destino aos Estados Unidos. Para ingressar em solo norte-americano, o parlamentar utilizou um passaporte diplomático.

A saída do país ocorreu em um momento sensível do cenário político e jurídico brasileiro. Ramagem deixou o Brasil justamente no mês em que o Supremo Tribunal Federal analisava e julgava os integrantes do chamado núcleo crucial da trama golpista investigada pela Corte.

Além do deputado, o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros seis envolvidos no grupo foram condenados pela Primeira Turma do STF. Ramagem, que já atuou como delegado da Polícia Federal em Roraima, é apontado como um dos integrantes centrais das investigações relacionadas aos atos contra o Estado Democrático de Direito.

Além de detalhar o trajeto da fuga, a Polícia Federal passou a concentrar esforços para identificar pessoas que teriam dado suporte logístico e financeiro ao parlamentar. Segundo informações do blog da jornalista Julia Duailibi, no G1, os investigadores já reuniram elementos sobre indivíduos que teriam financiado e organizado a saída de Ramagem do país.

No último sábado (13), a PF prendeu em Manaus Celso Rodrigo de Mello, apontado como um dos envolvidos na operação de fuga. Ele é filho do garimpeiro de Roraima conhecido como Rodrigo Cataratas e, de acordo com a investigação, teria auxiliado diretamente Ramagem a deixar o Brasil.

A ordem de prisão foi expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. A defesa de Celso Rodrigo de Mello sustenta que ele é inocente. Essa foi a primeira prisão efetuada no âmbito das investigações relacionadas à fuga do deputado federal, que continuam em andamento sob coordenação da Polícia Federal.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Caso Master: diretor da PF confirma suspeito com foro e nega “prejuízo” da investigação sob o STF

Inquérito foi transferido à Corte após PF prender documento que citava deputado federal

      Andrei Rodrigues Foto: Andressa Anholete/Agência Senado (Foto: Andressa Anholete)

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou nesta segunda-feira que o encaminhamento da investigação do chamado caso Master ao Supremo Tribunal Federal (STF) não trouxe prejuízos às apurações que investigam supostas irregularidades atribuídas ao banqueiro Daniel Vorcaro, controlador da instituição financeira. Segundo ele, a atuação da corporação segue normalmente, agora sob a supervisão do foro competente, após a identificação de indícios envolvendo autoridade com prerrogativa de foro.

De acordo com Andrei, a paralisação temporária ocorreu apenas para garantir a legalidade do procedimento e evitar riscos futuros à investigação.

“Não houve nenhum prejuízo na investigação, porque foi um lado temporal curtíssimo e agora já devidamente autorizado pelo foro competente. As investigações prosseguem, análise de material aprendido e tudo aquilo que nós temos que fazer”, afirmou o diretor-geral da PF.

Andrei explicou que a corporação adota um padrão rigoroso sempre que surgem indícios envolvendo autoridades com foro privilegiado. “De fato, temos tido uma cautela muito grande em todas as nossas investigações, até para evitar nulidades. A qualquer indício de investigado com prerrogativa de foro, suspendemos as investigações e enviamos ao foro competente. Neste caso, houve um achado que pode indicar a prerrogativa de foro. A partir de agora, todas as ações referentes a este caso precisam ser submetidas a esse foro, que é o Supremo”, completou.

Na semana passada, o ministro do STF Dias Toffoli determinou que apenas ele poderá autorizar novas medidas no âmbito do inquérito, como buscas, apreensões e quebras de sigilo, além de decretar sigilo máximo sobre os autos. A decisão foi motivada pela identificação de referência a pelo menos um deputado federal em documento apreendido pela Polícia Federal.

O material menciona o deputado José Carlos Bacelar Filho (PL-BA) em contexto relacionado a um “empreendimento imobiliário”. Procurado, o parlamentar afirmou que atuou na tentativa de estruturar um fundo para a construção de um projeto imobiliário em Porto Seguro, na Bahia, e que Daniel Vorcaro demonstrou interesse inicial, sem que o negócio fosse concretizado. “Estive várias vezes com ele sobre esse assunto. Ele é meu amigo e falou que tinha interesse. Mas o negócio não se concretizou, porque ele disse que estava tentando salvar o banco e que essa era a prioridade no momento”, declarou Bacelar.

O documento foi utilizado pela defesa de um diretor do Banco Master como argumento para deslocar a competência da investigação da Justiça Federal do Distrito Federal para o STF, pedido que acabou acolhido por Dias Toffoli.

Investigações sobre emendas parlamentares

Além do caso Master, Andrei Rodrigues comentou as apurações que envolvem suspeitas de desvios de recursos de emendas parlamentares, inclusive aquelas relacionadas ao chamado Orçamento Secreto. Ele ressaltou que a Polícia Federal atua sem criminalizar a atividade política, mas com foco na responsabilização de eventuais irregularidades.

“A atividade política não pode ser responsabilizada nem criminalizada, mas aqueles que desviarem vamos apresentar conclusões ao Poder Judiciário sem caça às bruxas, sem criminalização da política, mas com responsabilidade”, afirmou.

Na última sexta-feira, a PF deflagrou a operação “Transparência”, que apura supostas irregularidades na distribuição de emendas. Uma ex-assessora do ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) foi alvo de mandados de busca e apreensão. Lira não foi incluído entre os investigados nessa ação.

O diretor-geral destacou ainda que as investigações tiveram origem em denúncias feitas por parlamentares. Segundo ele, quatro deputados federais e um senador relataram à PF possíveis direcionamentos e execuções suspeitas de emendas de relator.

Andrei afirmou manter diálogo permanente com as lideranças do Congresso Nacional, mesmo diante das operações em curso. “Eu não tenho nenhuma preocupação em relação ao diálogo que tenho com o mundo político, porque tenho a convicção e a certeza daquilo que nós estamos fazendo na Polícia Federal com correção”, disse. Ao comentar reações e pressões vindas do Parlamento, completou: “Isso faz parte do jogo e quem não aguentar a pressão não vem ao jogo”.

Fonte: Brasil 247

Bolsonaro é alvo de processo do Exército e pode ter porte de arma revogado

O processo administrativo é conduzido pelo Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados da 11ª Região Militar

        O ex-presidente Jair Bolsonaro em Brasília-DF - 14/09/2025 (Foto: REUTERS/Mateus Bonomi)

O Exército instaurou um processo administrativo que pode revogar o porte de arma do ex-presidente preso Jair Bolsonaro, condenado por liderar a tentativa de golpe após as eleições presidenciais de 2022.

De acordo com informações do site R7, divulgadas nesta segunda-feira (15), os demais militares condenados pela trama golpista são alvo do processo.

O processo administrativo é conduzido pelo Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados da 11ª Região Militar.

Fonte: Brasil 247

Gleisi destaca liderança do Brasil em defesa da democracia e critica "anistia disfarçada para golpistas"

Ministra afirma que país virou referência mundial no enfrentamento ao autoritarismo e alerta para riscos de retrocessos institucionais

      Gleisi Hoffmann (Foto: Brito Junior/SRI-PR)

A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), afirmou nesta segunda-feira (15) que o Brasil se consolidou como uma referência global na defesa da democracia e no enfrentamento a projetos autoritários. Em publicação nas redes sociais, ela destacou a atuação das instituições brasileiras após a tentativa de golpe liderada por Jair Bolsonaro (PL) e criticou o chamado "PL da Dosimetria" que, segundo ela, representa uma “anistia disfarçada para os golpistas”.

Segundo Gleisi, o reconhecimento internacional ao papel do Brasil está diretamente ligado à responsabilização dos envolvidos nos ataques à ordem democrática. Para a ministra, esse protagonismo corre risco diante de iniciativas que buscam reduzir penas de condenados por crimes contra a democracia. “O Brasil não pode recuar. Sem anistia e sem perdão para os crimes contra a democracia”, escreveu.

Em entrevista à Folha que merece leitura atenta, o filosofo Jason Stanley, referência mundial em estudos sobre fascismo, coloca o Brasil na liderança da defesa da democracia no mundo.
Afirma que o país se destacou por ter condenado Bolsonaro e seus golpistas, numa prova da…— Gleisi Hoffmann (@gleisi) December 15, 2025

A manifestação de Gleisi faz referência a uma entrevista concedida pelo filósofo norte-americano Jason Stanley ao jornal Folha de São Paulo, na qual o intelectual aponta o Brasil como líder mundial na luta contra o fascismo contemporâneo. Stanley é um dos principais especialistas globais no tema e autor do livro Como Funciona o Fascismo.

Na entrevista, o filósofo traça um paralelo entre Jair Bolsonaro e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, destacando semelhanças no discurso e nas tentativas de contestação de resultados eleitorais após derrotas nas urnas. Apesar disso, ele ressalta que os desfechos nos dois países foram profundamente distintos. Enquanto Bolsonaro foi declarado inelegível, condenado por envolvimento na trama golpista e preso, Trump reconstruiu sua influência política e retornou à Casa Branca após vencer as eleições de 2024.

Para Stanley, a responsabilização de Bolsonaro representa uma exceção no cenário internacional do século 21, marcado pela ascensão de líderes autoritários. O filósofo, que deixou os Estados Unidos em março deste ano por temer um avanço fascista e se autoexilou no Canadá, afirma que o Brasil ocupa hoje uma posição central nessa resistência global.

“Eu acho que a luta contra o fascismo é uma luta global, e o Brasil está no centro dessa luta. O Brasil deu o exemplo e mandou seu líder autoritário, Jair Bolsonaro, para a cadeia por tentar permanecer no poder [após perder as eleições]. Apesar de enormes obstáculos, apesar da sua Suprema Corte ter sido alvo de sanções, o Brasil liderou a luta contra o fascismo. Suas instituições se mantiveram de pé. E o mundo agora quer entender como o Brasil fez isso, como derrotou esse inimigo. Todo mundo ama o Brasil neste momento e se pergunta: como vocês conseguiram? (...) Seus ministros [do Supremo Tribunal Federal] foram corajosos, suas instituições foram sólidas. (…) O povo não foi intimidado. Os juízes e os jornalistas não foram intimidados”, afirmou.

Ao ecoar essa avaliação, Gleisi Hoffmann reforça que a imagem positiva do Brasil no cenário internacional está diretamente associada à firmeza institucional diante de ataques à democracia. Para a ministra, qualquer tentativa de relativizar ou perdoar crimes cometidos contra o Estado democrático de direito ameaça não apenas a memória recente do país, mas também o papel que o Brasil passou a exercer como referência global no enfrentamento ao autoritarismo.

Fonte: Brasil 247

Otto Alencar diz que PL da Dosimetria “não tem a menor chance de passar na CCJ"

Presidente da CCJ afirma que o texto, sem ajustes, não tem como prosperar: “projeto pró-facção”

     Otto Alencar (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Em meio a uma semana decisiva no Congresso Nacional, às vésperas do recesso parlamentar, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Otto Alencar (PSD-BA), manifestou forte oposição ao projeto que altera critérios de dosimetria das penas e pode beneficiar aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. O senador afirmou que se trata de um “projeto pró-facção” e classificou como “absurdo” o fato de uma proposta com esse teor estar em discussão no Parlamento. As informações são do g1.

O chamado PL da Dosimetria é resultado de um amplo acordão fechado no início da semana entre a Câmara, o Senado, setores do Supremo Tribunal Federal (STF) e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. A proposta foi aprovada no plenário da Câmara na última quarta-feira (10), com 291 votos favoráveis e 148 contrários, em uma votação considerada expressiva pela base articuladora do texto.

A proposta acabou sendo aceita por apoiadores de Bolsonaro após líderes do Centrão deixarem claro ao senador Flávio Bolsonaro que a anistia não avançaria. A alternativa colocada à mesa foi direta: “era pegar ou largar” a mudança nos critérios de dosimetria das penas. Diante do impasse, o grupo optou por seguir com o projeto.

A movimentação é vista por parlamentares como parte de uma estratégia do Centrão para reorganizar o cenário político e retirar a candidatura de Flávio Bolsonaro do centro das negociações. Agora, a expectativa se volta para o Senado, onde há dúvidas se a Casa conseguirá segurar a proposta ou se acabará chancelando o acordo costurado anteriormente.

O líder do governo no Senado, Randolfe Rodrigues (PT-AP), também ouvido pelo blog, indicou que a orientação da base governista é pedir vista da matéria na sessão marcada para esta quarta-feira (17). A estratégia busca ganhar tempo e empurrar a análise do projeto para o próximo ano, período eleitoral em que o ritmo das votações tende a ser mais lento.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Se você não faz isso ao nomear seu Wi-Fi, tome cuidado

Especialistas em segurança digital alertam que a escolha — ou a falta dela — pode comprometer tanto a privacidade quanto a proteção contra invasões

   Se você não faz isso ao nomear seu Wi-Fi, tome cuidado (Foto: Vlada Karpovich/Pexels)

Na tentativa de proteger a rede Wi-Fi de casa, muitos usuários se concentram apenas na senha e acabam ignorando um detalhe essencial: o nome da rede. Especialistas em segurança digital alertam que a escolha — ou a falta dela — pode comprometer tanto a privacidade quanto a proteção contra invasões. As informações são do jornal O Globo, que analisou práticas comuns e mitos em torno da segurança das redes domésticas.

O erro mais frequente, segundo a reportagem, é manter o nome padrão do Wi-Fi, também conhecido como SSID. Essa configuração, definida de fábrica, costuma incluir dados sobre o modelo do roteador ou o provedor de internet, o que pode facilitar a ação de invasores. Com essas informações, atacantes conseguem identificar vulnerabilidades específicas do equipamento ou até tentar senhas conhecidas associadas a determinados modelos.

Além disso, usar nomes que revelam dados pessoais — como sobrenomes, endereços ou referências diretas ao morador — também é desaconselhado. Esse tipo de identificação fornece pistas desnecessárias a terceiros e pode abrir espaço para tentativas de fraude, engenharia social ou acessos indevidos. A recomendação é optar por um nome genérico, sem relação com o proprietário, o endereço ou o provedor.

Outro ponto debatido é a prática de ocultar a rede Wi-Fi, fazendo com que o nome não apareça na lista de conexões disponíveis. Embora muitos acreditem que isso aumenta a segurança, especialistas divergem. Há quem considere a medida pouco eficaz, já que não elimina falhas estruturais da rede e pode causar queda de desempenho, criando apenas uma falsa sensação de proteção. Ainda assim, alguns provedores recomendam a ocultação em casos específicos, procedimento que deve ser feito nas configurações administrativas do roteador ou com auxílio da operadora.

A reportagem também reúne orientações práticas para melhorar o alcance e a qualidade do sinal Wi-Fi em casa sem a necessidade de comprar repetidores. Uma das principais recomendações é posicionar o roteador no centro da residência, preferencialmente em um local elevado e visível. Paredes grossas, janelas, espelhos, objetos metálicos e certos eletrodomésticos podem bloquear ou refletir o sinal, prejudicando a conexão.

Ambientes com muitos cômodos pequenos e diversas barreiras físicas tendem a dificultar a propagação do Wi-Fi. Objetos como telefones sem fio, lixeiras metálicas, aquários, vasos com água e dispositivos USB 3.0 próximos ao computador também podem interferir negativamente no sinal.

Em resumo, pequenas mudanças — como renomear a rede de forma neutra e posicionar corretamente o roteador — podem trazer ganhos relevantes em segurança e desempenho. Embora não substituam senhas fortes e protocolos atualizados de criptografia, essas medidas reduzem a exposição a riscos e ajudam a manter a rede doméstica mais protegida.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Ceia mais farta impulsiona consumo e anima varejo no Natal de 2025

Dólar em queda, emprego aquecido e preços moderados indicam maior crescimento das vendas natalinas em uma década

    Ceia mais farta impulsiona consumo e anima varejo no Natal de 2025 (Foto: Divulgação/Mapa)

A combinação entre mercado de trabalho aquecido, câmbio mais favorável e menor pressão inflacionária deve tornar a ceia de Natal de 2025 mais variada e sofisticada para os brasileiros. Com o dólar acumulando queda de 14% no ano e o país em pleno emprego, a renda disponível das famílias aumentou, estimulando o consumo e abrindo espaço para produtos de maior valor agregado nas prateleiras, informa o jornal O Globo.

A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) projeta um crescimento de 15% no consumo das famílias durante as festas de fim de ano. Se confirmado, será o maior avanço desde o início da série histórica, em 2015. O cenário contrasta com o de 2024, quando a alta do dólar e problemas climáticos encareceram alimentos típicos da data.

Além da expansão da renda, os preços da ceia tiveram comportamento mais benigno. Segundo a Abras, os itens tradicionais registraram reajuste médio de apenas 3,5% em relação ao ano passado, o menor percentual desde 2017. O vice-presidente da entidade, Márcio Milan, atribui o resultado à previsibilidade cambial e à antecipação das compras pelo varejo. “O que sentimos é que eles (os supermercados) anteciparam a compra dos produtos típicos da ceia de Natal, incluindo vinho e azeite. O governo retirou a taxa de importação, e isso fez o preço do azeite cair em média 18%”, afirmou.

A indústria alimentícia aproveitou o ambiente mais favorável para acelerar lançamentos. A BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, renovou entre 10% e 15% do portfólio natalino, apostando tanto em produtos premium quanto em opções práticas. Entre as novidades estão o chester semidesossado recheado com farofa, criado para celebrar os 45 anos do produto, e o empanado de chester pensado para preparo na air fryer. “Estamos otimistas com o Natal”, disse Luiz Franco, diretor de Marketing e Inovação da MBRF, ao destacar que o dólar mais comportado reduziu a pressão dos insumos.

No segmento de panetones, a diversificação foi a estratégia para alcançar diferentes públicos. A Bauducco lançou versões premium, tamanhos menores e novos sabores, como o Chocottone de pistache e produtos em parceria com a Fini. O diretor de Marketing da empresa, André Britto, explicou que o planejamento ajudou a conter custos. “Vimos um movimento antecipado de pedidos dos varejistas. Acreditamos em um portfólio democrático, partindo de um desembolso próximo de R$ 5, até opções maiores, para famílias, ou presentes mais premium”, afirmou.

O bom momento também se reflete no comércio especializado. No Cadeg, tradicional mercado municipal do Rio de Janeiro, a Empório Tuta do Bacalhau ampliou a oferta de cestas natalinas para empresas, com preços entre R$ 73,90 e R$ 228. O gerente Carlos Babo avalia que a economia favorece as vendas corporativas. “As empresas estão valorizando mais o funcionário”, disse. Segundo ele, os pedidos variam de cem a 200 cestas por venda, mesmo com o bacalhau importado da Noruega registrando reajuste de 7% a 10%.

Nas grandes redes, a antecipação das compras foi ainda mais intensa. O Supermercados Zona Sul iniciou as encomendas de panetones em maio e registrou aumento de 79% no volume em relação a 2024. Para Ricardo Bonuccelli, gestor comercial e de importação da rede, a inflação mais controlada estimula o consumo. “Com a inflação mais controlada, há uma tendência maior ao consumo. Mesmo com o aumento de preços, o percentual é menor que em 2024”, afirmou. Entre novembro e o início de dezembro, as vendas de importados cresceram 12,7%.

O azeite, item central da ceia e cada vez mais usado como presente, também se beneficiou do novo contexto. A decisão do governo de zerar o Imposto de Importação para azeites e outros alimentos essenciais, somada a uma safra internacional mais favorável, fez o produto retornar à faixa de R$ 35 a garrafa de 500 ml em muitos pontos de venda. Para Yasmin Roiter, gerente de marketing da Gallo Brasil, o consumidor está mais disposto a experimentar versões sofisticadas. “Percebemos um consumidor mais aberto a experimentar azeites premium em ocasiões especiais, sem deixar de buscar produtos versáteis e com bom custo-benefício para o dia a dia”, disse.

No atacarejo, o comportamento do consumidor revela equilíbrio entre preço e celebração. O diretor regional do Assaí, Moacir Sbardelotto, observou que parte das compras foi antecipada para a Black Friday. “O que vemos desde novembro é um consumidor que busca o custo-benefício: ele não deixa de celebrar, mas olha com cuidado para o preço de cada item. A ceia tende a ser completa, porém equilibrada”, afirmou.

Com preços mais estáveis, dólar em queda e renda em alta, o Natal de 2025 se desenha como um dos mais aquecidos da última década para o setor de alimentos, reforçando a expectativa de um fim de ano marcado por mesas mais fartas e maior diversidade de produtos.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

“Estão prostituindo o SBT”: Zezé pede cancelamento de especial de Natal após evento com Lula


       Zezé Di Camargo com Jair e Flávio Bolsonaro. Foto: reprodução

O cantor Zezé Di Camargo atacou publicamente o SBT e as filhas de Silvio Santos após a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no lançamento do SBT News, afirmando que elas estariam se “prostituindo”. Em vídeo publicado nas redes sociais no último domingo (15), o bolsonarista criticou o que chamou de mudança de posicionamento político da emissora e pediu que seu especial de Natal, já gravado, não seja exibido.

O sertanejo, que recentemente produziu o especial “É amor” para ir ao ar no fim do ano, afirmou que não concorda com as decisões tomadas pela atual direção do canal, comandada por Patrícia Abravanel, Daniela Beyruti, Silvia Abravanel e Renata Abravanel desde a morte de Silvio Santos, em agosto de 2024, vítima de broncopneumonia.

“Eu vi o que aconteceu no SBT nos últimos dias, na inauguração do SBT News. E juro por Deus que isso não faz parte do meu pensamento. Não tenho nada contra ninguém, eu peço que o Brasil se saia da melhor forma possível. Torço pelo povo brasileiro porque eu vivo e dependo do povo brasileiro”, iniciou.

No entanto, ele discorreu com críticas ao gerenciamento da emissora na liderança das herdeiras, supondo o que o ex-apresentador poderia pensar sobre o caso: “Mas diante da situação que eu vi, das pessoas mudando totalmente a maneira de pensar, principalmente das filhas do Silvio Santos, pensando totalmente diferente do que o pai pensava”.




Na sequência, Zezé fez críticas diretas às herdeiras do fundador da emissora, associando a postura delas a uma ruptura com os valores defendidos por Silvio Santos. “Uma coisa que eu sempre disse na minha vida: filho que não honra pai e mãe, pra mim não existe”, afirmou. “Eu só queria dizer uma coisa pra vocês, SBT: custou caro pra mim, tempo, serviço, mas se puderem não precisa por no ar o meu especial. Não quero participar disso”.

Ele reforçou que a decisão estaria ligada à divergência política e ao receio de decepcionar parte do público. “A maneira que vocês pensam pra mim não condiz com grande parte do povo brasileiro e eu não quero decepcionar as pessoas que pensam diferente. Então tirem o meu especial de Natal do ar. Pra mim seria maravilhoso porque a partir do momento que as pessoas pensam diferente do que o pai pensava, de que grande parte do Brasil pensa e do que eu penso, pra mim não faz sentido colocar esse especial no ar”, declarou.

Ao encerrar o vídeo, Zezé elevou o tom contra a emissora com a qual manteve longa relação profissional: “Amo o SBT, tenho o maior carinho, mas eu acho que vocês estão, desculpe, prostituindo. Eu não faço parte disso”.

Fonte: DCM

“Paga com a vida”: “Rainha do Sul”, uma das mais perigosas líderes do crime organizado, é presa


     Poliana França Gomes, a “Rainha do Sul”. Foto: reprodução

A Polícia Civil da Bahia prendeu a advogada Poliane França Gomes, conhecida como “Rainha do Sul”, acusada de ser o elo entre uma grande facção do Nordeste e seu líder preso. Segundo a polícia, ela usava a profissão para transmitir ordens e ameaças. Em mensagem interceptada, ela diz: “Pode avisar que quem não pagar, vai pagar com a vida”.

A investigação aponta que Poliane mantinha um relacionamento com Leandro da Conceição Santos Fonseca, chefe do Bonde do Maluco, preso desde 2013. Ela se registrou como companheira dele para facilitar visitas e o repasse de ordens. Entre junho e agosto de 2025, realizou 16 visitas ao líder na cadeia.

Na casa da advogada, foram apreendidas joias de R$ 1 milhão, R$ 190 mil em espécie e cartas com ordens à facção. A operação também mirou o braço financeiro do grupo, com pedido de bloqueio de 26 contas. A defesa de Poliane negou as acusações.

Fonte: DCM

“Educado e de fala mansa”: a vida discreta de um dos maiores traficantes da América do Sul

Rodrigo Alvarenga Paredes, um dos maiores traficantes da América do Sul. Foto: reprodução

Educado, discreto e de fala mansa, Rodrigo Alvarenga Paredes se apresentava como um empresário e herdeiro. Essa imagem, segundo a Polícia Federal, escondia um dos maiores traficantes de drogas da América do Sul, acusado de comandar o envio de 11 toneladas de cocaína para a Europa.

Em depoimento, Alvarenga reforçou seu perfil reservado, dizendo ter nascido em uma “família abençoada” e mantido um padrão de vida “confortável, mas sem ostentação”. À Justiça, negou ser líder de organização criminosa: “Nego categoricamente […] para mim é como se fosse um filme de terror isso”.

Para as autoridades, a discrição era estratégica. As investigações apontam que, de forma profissional, ele controlava todas as etapas do esquema, da produção da droga na Bolívia à lavagem do dinheiro. Preso desde março de 2023, ele responde às acusações enquanto a defesa contesta as provas.

Fonte: DCM

Após operação contra ex-assessora de Lira, cúpula do Congresso busca o STF por acordo sobre emendas

Lideranças avaliam operação da PF, criticam decisão de Flávio Dino e tentam evitar escalada de crise institucional entre Legislativo e Judiciário

Brasília-DF - 27/11/2025 - O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (Foto: Lula Marques/Agência Brasil)

A cúpula do Congresso Nacional intensificou articulações junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) após a deflagração de uma operação da Polícia Federal que apura suspeitas de desvios envolvendo emendas parlamentares. O movimento ocorreu ao longo do fim de semana, com o objetivo de abrir um canal de diálogo com ministros da Corte e tentar construir um entendimento que evite o agravamento do embate entre os Poderes, informa Caio Junqueira, da CNN Brasil.

As conversas ganharam força depois de uma série de reuniões realizadas em Brasília no domingo (14). Participaram dos encontros o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), além dos ex-presidentes das duas Casas, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Arthur Lira (PP-AL).

As reuniões foram motivadas pela operação da PF realizada na sexta-feira (12), que cumpriu mandado de busca e apreensão nas dependências da liderança do PP na Câmara dos Deputados. A ordem foi expedida pelo ministro do STF Flávio Dino e teve como alvo uma ex-assessora do ex-presidente da Câmara Arthur Lira.

O diálogo entre os parlamentares envolveu avaliações políticas e institucionais sobre o alcance da decisão do ministro. Parte das acusações sob investigação se refere a períodos em que Lira e Pacheco comandavam, respectivamente, a Câmara e o Senado, o que levou as lideranças a discutirem coletivamente os possíveis desdobramentos do caso.

Durante as conversas, não houve consenso sobre a motivação da operação autorizada por Dino. Entre as leituras levantadas, estão a percepção de que a medida poderia favorecer o Palácio do Planalto na tentativa de retomar maior controle sobre as emendas parlamentares; a hipótese de uma reação do Supremo à decisão da Câmara que preservou o mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP); e ainda a interpretação de que a iniciativa teria relação com a valorização política do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), que denunciou irregularidades no uso de emendas e quase teve o mandato cassado, sendo posteriormente suspenso.

Apesar das divergências na análise política, prevaleceu entre as lideranças a avaliação de que o caminho mais prudente seria priorizar o diálogo institucional com o STF antes de qualquer reação considerada mais dura. A partir dessa decisão, ministros da Corte passaram a ser procurados informalmente para ouvir a leitura do Congresso sobre a investigação em curso.

Parlamentares argumentam que a operação apresenta fragilidades do ponto de vista jurídico. Entre as críticas, está a alegação de que a decisão de Flávio Dino não apontaria um fato determinado específico, caracterizando o que classificam como uma “fishing expedition”, termo utilizado para descrever ações que buscam apreender materiais de forma ampla, à procura de eventuais irregularidades.

Outro ponto levantado é que a investigação se baseia em depoimentos colhidos em 2024 de dois parlamentares oposicionistas à atual cúpula do Congresso, entre eles José Rocha (União Brasil-BA). As lideranças também sustentam que todas as determinações do STF relacionadas à transparência e à rastreabilidade das novas emendas foram cumpridas, ressaltando que não seria possível revisar retroativamente atos praticados sob regras anteriores às decisões da Corte.

Além disso, integrantes do Congresso avaliam que o foco da decisão de Dino recai sobre critérios políticos de distribuição das emendas de bancada, um campo que, segundo eles, deve ser resolvido no âmbito da política e de forma discricionária. Argumentam ainda que, historicamente, esse processo sempre passou pela presidência da Câmara e pelas lideranças partidárias, enquanto no Senado, por se tratar de uma Casa menor, a definição ficava concentrada na presidência.

Os parlamentares também diferenciam o direcionamento político das emendas da execução dos recursos, afirmando que eventuais irregularidades na aplicação não seriam de responsabilidade direta dos autores das indicações. Essa interpretação deverá constar formalmente em uma petição que o Congresso pretende apresentar ao STF, embora parte desse entendimento já esteja sendo antecipada aos ministros de forma reservada.

O pano de fundo do movimento é a crise institucional que se arrasta há meses entre Legislativo e Judiciário. Em alguns temas, como a aprovação do projeto que trata da dosimetria das penas e o adiamento da proposta que altera regras de impeachment de autoridades, houve acordo entre os Poderes. Em outros, porém, como a definição sobre quem tem competência para cassar mandatos parlamentares e a condução das investigações sobre emendas, o impasse persiste.

Ao buscar interlocução direta com o STF, a cúpula do Congresso também tenta conter a pressão de deputados e senadores que defendem uma resposta mais agressiva, incluindo a votação de propostas que limitem poderes ou mandatos de ministros da Suprema Corte. O objetivo declarado das lideranças é evitar que o conflito avance para um novo patamar e comprometa ainda mais a relação entre os Poderes da República.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

Alcolumbre sofre pressão para adiar votação do PL da Dosimetria no Senado

Senadores avaliam que texto aprovado na Câmara pode beneficiar crimes comuns e defendem mais debate antes da análise em plenário

       Davi Alcolumbre (Foto: Jonas Pereira/Agência Senado)

O presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União-AP), passou a ser alvo de pressões políticas para adiar a votação do Projeto de Lei da Dosimetria, que estava prevista para ocorrer ainda neste período legislativo. A mobilização ganhou força desde o fim de semana, com parlamentares defendendo que a análise da proposta fique para 2026. As informações são da CNN Brasil.

Segundo relatos feitos ao presidente da Casa, o texto aprovado pela Câmara dos Deputados levanta dúvidas por prever benefícios que também alcançam crimes comuns, indo além dos episódios relacionados aos atos criminosos de 8 de Janeiro

Nos bastidores do Senado, a avaliação predominante é de que levar o projeto ao plenário sem ajustes ou sem um debate mais amplo pode gerar forte desgaste político. Parlamentares temem que a Casa seja acusada de estimular a impunidade ao flexibilizar punições para delitos que não têm relação direta com os ataques às sedes dos Três Poderes.

A expectativa é de que o descontentamento seja reiterado em uma reunião com líderes partidários marcada para esta semana. Entre as alternativas discutidas, está a possibilidade de Alcolumbre anunciar uma nova data para a votação, possivelmente em fevereiro de 2026. A estratégia buscaria reduzir resistências de setores mais à direita e, ao mesmo tempo, permitir alterações que impeçam a ampliação de benefícios a crimes comuns.

Durante o fim de semana, o senador Alessandro Vieira (MDB-SE) manifestou críticas ao conteúdo do projeto, afirmando que a proposta entra em contradição com pontos do chamado PL Antifacção. De acordo com a análise apresentada, o texto atual prevê, por exemplo, a redução do tempo necessário para progressão de pena em crimes como delitos ambientais, coação no curso do processo e incêndio doloso.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

IGP-10 fecha o ano com deflação acumulada

Índice registrou alta de 0,04% em dezembro

      Supermercado. Foto: Divulgação

O Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) apresentou variação positiva de 0,04% em dezembro, desacelerando em relação à alta de 0,18% registrada em novembro. Apesar do resultado mensal positivo, o indicador encerrou o ano com deflação acumulada nos últimos 12 meses, refletindo o comportamento dos preços no atacado, no consumo e na construção civil.

Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (15) pela Fundação Getulio Vargas (FGV). No acumulado de 12 meses até dezembro, o IGP-10 recuou 0,76%, após ter avançado 6,61% em 2024. Em 2023, o índice também havia terminado o ano no campo negativo, com deflação de 3,56%. A leitura mensal ficou praticamente em linha com a mediana das projeções do mercado, que apontava alta de 0,05% em pesquisa da Reuters.

O principal componente do indicador, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-10), responsável por 60% do IGP-10, registrou queda de 0,03% em dezembro, depois de ter subido 0,15% no mês anterior. No acumulado do ano, o IPA-10 apresentou deflação de 2,87%, influenciado principalmente pelos preços de produtos agropecuários e industriais.

Ao comentar o resultado, o economista do FGV IBRE Matheus Dias afirmou: "O resultado reflete boas safras e a sensibilidade às commodities internacionais, que reduziram preços de alimentos e repercutiram nos processados, levando a indústria de transformação a variar 0,7%, bem abaixo dos 5,28% de 2024".

Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-10), que representa 30% do índice geral, subiu 0,21% em dezembro, repetindo a mesma taxa observada em novembro. No acumulado do ano, o IPC-10 avançou 4,01%, com destaque para o grupo habitação. Segundo Dias, "Habitação teve maior peso, puxada pela volatilidade das tarifas de energia elétrica residencial; sem a desaceleração de alimentos e transportes no segundo semestre, o IPC poderia ter superado 2024".

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-10) também mostrou desaceleração no fim do ano, ao subir 0,22% em dezembro, após alta de 0,30% em novembro. Em 12 meses, o indicador acumula avanço de 6,18%, refletindo aumentos nos custos de materiais, serviços e mão de obra no setor.

O IGP-10 é calculado com base na variação de preços observada entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência, abrangendo preços ao produtor, ao consumidor e da construção civil.

Fonte: Brasil 247