segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

“Estão prostituindo o SBT”: Zezé pede cancelamento de especial de Natal após evento com Lula


       Zezé Di Camargo com Jair e Flávio Bolsonaro. Foto: reprodução

O cantor Zezé Di Camargo atacou publicamente o SBT e as filhas de Silvio Santos após a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no lançamento do SBT News, afirmando que elas estariam se “prostituindo”. Em vídeo publicado nas redes sociais no último domingo (15), o bolsonarista criticou o que chamou de mudança de posicionamento político da emissora e pediu que seu especial de Natal, já gravado, não seja exibido.

O sertanejo, que recentemente produziu o especial “É amor” para ir ao ar no fim do ano, afirmou que não concorda com as decisões tomadas pela atual direção do canal, comandada por Patrícia Abravanel, Daniela Beyruti, Silvia Abravanel e Renata Abravanel desde a morte de Silvio Santos, em agosto de 2024, vítima de broncopneumonia.

“Eu vi o que aconteceu no SBT nos últimos dias, na inauguração do SBT News. E juro por Deus que isso não faz parte do meu pensamento. Não tenho nada contra ninguém, eu peço que o Brasil se saia da melhor forma possível. Torço pelo povo brasileiro porque eu vivo e dependo do povo brasileiro”, iniciou.

No entanto, ele discorreu com críticas ao gerenciamento da emissora na liderança das herdeiras, supondo o que o ex-apresentador poderia pensar sobre o caso: “Mas diante da situação que eu vi, das pessoas mudando totalmente a maneira de pensar, principalmente das filhas do Silvio Santos, pensando totalmente diferente do que o pai pensava”.




Na sequência, Zezé fez críticas diretas às herdeiras do fundador da emissora, associando a postura delas a uma ruptura com os valores defendidos por Silvio Santos. “Uma coisa que eu sempre disse na minha vida: filho que não honra pai e mãe, pra mim não existe”, afirmou. “Eu só queria dizer uma coisa pra vocês, SBT: custou caro pra mim, tempo, serviço, mas se puderem não precisa por no ar o meu especial. Não quero participar disso”.

Ele reforçou que a decisão estaria ligada à divergência política e ao receio de decepcionar parte do público. “A maneira que vocês pensam pra mim não condiz com grande parte do povo brasileiro e eu não quero decepcionar as pessoas que pensam diferente. Então tirem o meu especial de Natal do ar. Pra mim seria maravilhoso porque a partir do momento que as pessoas pensam diferente do que o pai pensava, de que grande parte do Brasil pensa e do que eu penso, pra mim não faz sentido colocar esse especial no ar”, declarou.

Ao encerrar o vídeo, Zezé elevou o tom contra a emissora com a qual manteve longa relação profissional: “Amo o SBT, tenho o maior carinho, mas eu acho que vocês estão, desculpe, prostituindo. Eu não faço parte disso”.

Fonte: DCM

“Paga com a vida”: “Rainha do Sul”, uma das mais perigosas líderes do crime organizado, é presa


     Poliana França Gomes, a “Rainha do Sul”. Foto: reprodução

A Polícia Civil da Bahia prendeu a advogada Poliane França Gomes, conhecida como “Rainha do Sul”, acusada de ser o elo entre uma grande facção do Nordeste e seu líder preso. Segundo a polícia, ela usava a profissão para transmitir ordens e ameaças. Em mensagem interceptada, ela diz: “Pode avisar que quem não pagar, vai pagar com a vida”.

A investigação aponta que Poliane mantinha um relacionamento com Leandro da Conceição Santos Fonseca, chefe do Bonde do Maluco, preso desde 2013. Ela se registrou como companheira dele para facilitar visitas e o repasse de ordens. Entre junho e agosto de 2025, realizou 16 visitas ao líder na cadeia.

Na casa da advogada, foram apreendidas joias de R$ 1 milhão, R$ 190 mil em espécie e cartas com ordens à facção. A operação também mirou o braço financeiro do grupo, com pedido de bloqueio de 26 contas. A defesa de Poliane negou as acusações.

Fonte: DCM

“Educado e de fala mansa”: a vida discreta de um dos maiores traficantes da América do Sul

Rodrigo Alvarenga Paredes, um dos maiores traficantes da América do Sul. Foto: reprodução

Educado, discreto e de fala mansa, Rodrigo Alvarenga Paredes se apresentava como um empresário e herdeiro. Essa imagem, segundo a Polícia Federal, escondia um dos maiores traficantes de drogas da América do Sul, acusado de comandar o envio de 11 toneladas de cocaína para a Europa.

Em depoimento, Alvarenga reforçou seu perfil reservado, dizendo ter nascido em uma “família abençoada” e mantido um padrão de vida “confortável, mas sem ostentação”. À Justiça, negou ser líder de organização criminosa: “Nego categoricamente […] para mim é como se fosse um filme de terror isso”.

Para as autoridades, a discrição era estratégica. As investigações apontam que, de forma profissional, ele controlava todas as etapas do esquema, da produção da droga na Bolívia à lavagem do dinheiro. Preso desde março de 2023, ele responde às acusações enquanto a defesa contesta as provas.

Fonte: DCM

Após operação contra ex-assessora de Lira, cúpula do Congresso busca o STF por acordo sobre emendas

Lideranças avaliam operação da PF, criticam decisão de Flávio Dino e tentam evitar escalada de crise institucional entre Legislativo e Judiciário

Brasília-DF - 27/11/2025 - O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (Foto: Lula Marques/Agência Brasil)

A cúpula do Congresso Nacional intensificou articulações junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) após a deflagração de uma operação da Polícia Federal que apura suspeitas de desvios envolvendo emendas parlamentares. O movimento ocorreu ao longo do fim de semana, com o objetivo de abrir um canal de diálogo com ministros da Corte e tentar construir um entendimento que evite o agravamento do embate entre os Poderes, informa Caio Junqueira, da CNN Brasil.

As conversas ganharam força depois de uma série de reuniões realizadas em Brasília no domingo (14). Participaram dos encontros o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), além dos ex-presidentes das duas Casas, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Arthur Lira (PP-AL).

As reuniões foram motivadas pela operação da PF realizada na sexta-feira (12), que cumpriu mandado de busca e apreensão nas dependências da liderança do PP na Câmara dos Deputados. A ordem foi expedida pelo ministro do STF Flávio Dino e teve como alvo uma ex-assessora do ex-presidente da Câmara Arthur Lira.

O diálogo entre os parlamentares envolveu avaliações políticas e institucionais sobre o alcance da decisão do ministro. Parte das acusações sob investigação se refere a períodos em que Lira e Pacheco comandavam, respectivamente, a Câmara e o Senado, o que levou as lideranças a discutirem coletivamente os possíveis desdobramentos do caso.

Durante as conversas, não houve consenso sobre a motivação da operação autorizada por Dino. Entre as leituras levantadas, estão a percepção de que a medida poderia favorecer o Palácio do Planalto na tentativa de retomar maior controle sobre as emendas parlamentares; a hipótese de uma reação do Supremo à decisão da Câmara que preservou o mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP); e ainda a interpretação de que a iniciativa teria relação com a valorização política do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), que denunciou irregularidades no uso de emendas e quase teve o mandato cassado, sendo posteriormente suspenso.

Apesar das divergências na análise política, prevaleceu entre as lideranças a avaliação de que o caminho mais prudente seria priorizar o diálogo institucional com o STF antes de qualquer reação considerada mais dura. A partir dessa decisão, ministros da Corte passaram a ser procurados informalmente para ouvir a leitura do Congresso sobre a investigação em curso.

Parlamentares argumentam que a operação apresenta fragilidades do ponto de vista jurídico. Entre as críticas, está a alegação de que a decisão de Flávio Dino não apontaria um fato determinado específico, caracterizando o que classificam como uma “fishing expedition”, termo utilizado para descrever ações que buscam apreender materiais de forma ampla, à procura de eventuais irregularidades.

Outro ponto levantado é que a investigação se baseia em depoimentos colhidos em 2024 de dois parlamentares oposicionistas à atual cúpula do Congresso, entre eles José Rocha (União Brasil-BA). As lideranças também sustentam que todas as determinações do STF relacionadas à transparência e à rastreabilidade das novas emendas foram cumpridas, ressaltando que não seria possível revisar retroativamente atos praticados sob regras anteriores às decisões da Corte.

Além disso, integrantes do Congresso avaliam que o foco da decisão de Dino recai sobre critérios políticos de distribuição das emendas de bancada, um campo que, segundo eles, deve ser resolvido no âmbito da política e de forma discricionária. Argumentam ainda que, historicamente, esse processo sempre passou pela presidência da Câmara e pelas lideranças partidárias, enquanto no Senado, por se tratar de uma Casa menor, a definição ficava concentrada na presidência.

Os parlamentares também diferenciam o direcionamento político das emendas da execução dos recursos, afirmando que eventuais irregularidades na aplicação não seriam de responsabilidade direta dos autores das indicações. Essa interpretação deverá constar formalmente em uma petição que o Congresso pretende apresentar ao STF, embora parte desse entendimento já esteja sendo antecipada aos ministros de forma reservada.

O pano de fundo do movimento é a crise institucional que se arrasta há meses entre Legislativo e Judiciário. Em alguns temas, como a aprovação do projeto que trata da dosimetria das penas e o adiamento da proposta que altera regras de impeachment de autoridades, houve acordo entre os Poderes. Em outros, porém, como a definição sobre quem tem competência para cassar mandatos parlamentares e a condução das investigações sobre emendas, o impasse persiste.

Ao buscar interlocução direta com o STF, a cúpula do Congresso também tenta conter a pressão de deputados e senadores que defendem uma resposta mais agressiva, incluindo a votação de propostas que limitem poderes ou mandatos de ministros da Suprema Corte. O objetivo declarado das lideranças é evitar que o conflito avance para um novo patamar e comprometa ainda mais a relação entre os Poderes da República.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

Alcolumbre sofre pressão para adiar votação do PL da Dosimetria no Senado

Senadores avaliam que texto aprovado na Câmara pode beneficiar crimes comuns e defendem mais debate antes da análise em plenário

       Davi Alcolumbre (Foto: Jonas Pereira/Agência Senado)

O presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União-AP), passou a ser alvo de pressões políticas para adiar a votação do Projeto de Lei da Dosimetria, que estava prevista para ocorrer ainda neste período legislativo. A mobilização ganhou força desde o fim de semana, com parlamentares defendendo que a análise da proposta fique para 2026. As informações são da CNN Brasil.

Segundo relatos feitos ao presidente da Casa, o texto aprovado pela Câmara dos Deputados levanta dúvidas por prever benefícios que também alcançam crimes comuns, indo além dos episódios relacionados aos atos criminosos de 8 de Janeiro

Nos bastidores do Senado, a avaliação predominante é de que levar o projeto ao plenário sem ajustes ou sem um debate mais amplo pode gerar forte desgaste político. Parlamentares temem que a Casa seja acusada de estimular a impunidade ao flexibilizar punições para delitos que não têm relação direta com os ataques às sedes dos Três Poderes.

A expectativa é de que o descontentamento seja reiterado em uma reunião com líderes partidários marcada para esta semana. Entre as alternativas discutidas, está a possibilidade de Alcolumbre anunciar uma nova data para a votação, possivelmente em fevereiro de 2026. A estratégia buscaria reduzir resistências de setores mais à direita e, ao mesmo tempo, permitir alterações que impeçam a ampliação de benefícios a crimes comuns.

Durante o fim de semana, o senador Alessandro Vieira (MDB-SE) manifestou críticas ao conteúdo do projeto, afirmando que a proposta entra em contradição com pontos do chamado PL Antifacção. De acordo com a análise apresentada, o texto atual prevê, por exemplo, a redução do tempo necessário para progressão de pena em crimes como delitos ambientais, coação no curso do processo e incêndio doloso.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

IGP-10 fecha o ano com deflação acumulada

Índice registrou alta de 0,04% em dezembro

      Supermercado. Foto: Divulgação

O Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) apresentou variação positiva de 0,04% em dezembro, desacelerando em relação à alta de 0,18% registrada em novembro. Apesar do resultado mensal positivo, o indicador encerrou o ano com deflação acumulada nos últimos 12 meses, refletindo o comportamento dos preços no atacado, no consumo e na construção civil.

Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (15) pela Fundação Getulio Vargas (FGV). No acumulado de 12 meses até dezembro, o IGP-10 recuou 0,76%, após ter avançado 6,61% em 2024. Em 2023, o índice também havia terminado o ano no campo negativo, com deflação de 3,56%. A leitura mensal ficou praticamente em linha com a mediana das projeções do mercado, que apontava alta de 0,05% em pesquisa da Reuters.

O principal componente do indicador, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-10), responsável por 60% do IGP-10, registrou queda de 0,03% em dezembro, depois de ter subido 0,15% no mês anterior. No acumulado do ano, o IPA-10 apresentou deflação de 2,87%, influenciado principalmente pelos preços de produtos agropecuários e industriais.

Ao comentar o resultado, o economista do FGV IBRE Matheus Dias afirmou: "O resultado reflete boas safras e a sensibilidade às commodities internacionais, que reduziram preços de alimentos e repercutiram nos processados, levando a indústria de transformação a variar 0,7%, bem abaixo dos 5,28% de 2024".

Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-10), que representa 30% do índice geral, subiu 0,21% em dezembro, repetindo a mesma taxa observada em novembro. No acumulado do ano, o IPC-10 avançou 4,01%, com destaque para o grupo habitação. Segundo Dias, "Habitação teve maior peso, puxada pela volatilidade das tarifas de energia elétrica residencial; sem a desaceleração de alimentos e transportes no segundo semestre, o IPC poderia ter superado 2024".

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-10) também mostrou desaceleração no fim do ano, ao subir 0,22% em dezembro, após alta de 0,30% em novembro. Em 12 meses, o indicador acumula avanço de 6,18%, refletindo aumentos nos custos de materiais, serviços e mão de obra no setor.

O IGP-10 é calculado com base na variação de preços observada entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência, abrangendo preços ao produtor, ao consumidor e da construção civil.

Fonte: Brasil 247

Mercado reduz previsão da inflação para 2025 e 2026, diz Boletim Focus

Estimativa para o IPCA recua pela quinta semana seguida, enquanto mercado mantém previsões para câmbio, PIB e Selic nos próximos anos

       Sede do Banco Central, em Brasília - 17/12/2024 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

A expectativa do mercado financeiro para a inflação em 2025 voltou a recuar, conforme dados divulgados nesta segunda-feira (15). A nova rodada de projeções indica continuidade do movimento de descompressão inflacionária, ao mesmo tempo em que as previsões para crescimento econômico, câmbio e juros permanecem praticamente inalteradas no horizonte analisado.

A mediana das projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2025 caiu de 4,40% para 4,36%, marcando a quinta semana consecutiva de revisão para baixo. Para 2026, a expectativa também apresentou recuo, passando para 4,10%, em queda pela quarta semana seguida. Já as estimativas para 2027 seguem estáveis em 3,80% há seis semanas, enquanto para 2028 permanecem em 3,50%, sem alterações pelo mesmo período.

No caso do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), a projeção para 2025 foi ajustada para -0,65%, aprofundando a trajetória de queda e acumulando 14 semanas consecutivas de revisões negativas. Para 2026, a estimativa foi mantida em 4,00%, estável há três semanas. As projeções para 2027 seguem em 4,00%, sem mudanças há 48 semanas, enquanto para 2028 houve uma leve alta para 3,85%, patamar mantido pela segunda semana seguida.

Entre os preços administrados, o mercado passou a prever inflação de 5,34% em 2025, em alta pela sétima semana consecutiva. Para 2026, a expectativa recuou para 3,75%, acumulando duas semanas de queda. Em 2027, a projeção ficou em 3,60%, após uma semana de estabilidade, e para 2028 permaneceu em 3,50%, nível mantido há três semanas.

No campo da atividade econômica, o Produto Interno Bruto (PIB) segue projetado em crescimento de 2,25% em 2025. Para 2026, a estimativa continuou em 1,80%, sem variação na comparação semanal. Em 2027, houve um leve ajuste negativo, com a projeção passando para 1,83%, interrompendo uma semana de estabilidade. Para 2028, o mercado manteve a expectativa de expansão de 2,00%, patamar inalterado há 92 semanas.

As projeções para o câmbio permaneceram estáveis em todos os horizontes. Para 2025, a mediana seguiu em R$ 5,40 por dólar, nível mantido há quatro semanas. Em 2026, a estimativa continuou em R$ 5,50, sem mudanças há nove semanas. Para 2027 e 2028, o mercado também manteve a projeção em R$ 5,50, estável há sete semanas em ambos os casos.

Em relação à política monetária, o Boletim Focus mostrou manutenção da expectativa para a taxa básica de juros em 2025, com a Selic projetada em 15,0% ao ano. Para 2026, houve leve recuo na estimativa, que passou para 12,13%. Em 2027, a projeção permaneceu em 10,50%, nível que não sofre alterações há 44 semanas. Já para 2028, a expectativa seguiu em 9,50%, estável pela segunda semana consecutiva.

Fonte: Brasil 247

Dosimetria pode reduzir pena de líderes do PCC e CV

Proposta contradiz PL Antifacção e pode gerar insegurança jurídica

      Congresso Nacional - 16/09/2024 (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

A tramitação simultânea de dois projetos de lei com orientações opostas sobre a execução penal tem provocado preocupação no Congresso Nacional e entre especialistas em Direito Penal. De um lado, o chamado PL da Dosimetria, que flexibiliza critérios para progressão de regime; de outro, o PL Antifacção, que endurece regras para condenados por crimes graves. A possível aprovação de ambos pode resultar em conflitos normativos, insegurança jurídica e judicialização em larga escala. As informações são da CNN Brasil.

Segundo analistas, a falta de harmonização entre as propostas pode gerar interpretações divergentes na aplicação da lei e abrir brechas para a revisão de penas em casos sensíveis.

O defensor público e professor de Direito Penal Gustavo Junqueira avalia que os textos seguem direções incompatíveis. “São projetos contraditórios que vão acabar entrando em vigor e criando, claro, situações de conflito”, afirmou. De acordo com ele, as divergências mais evidentes aparecem nas regras de progressão de pena para crimes hediondos, feminicídio e delitos que resultaram em morte.

O PL Antifacção, já aprovado no Senado e ainda pendente de nova análise pela Câmara, amplia o tempo mínimo de cumprimento da pena antes da progressão de regime. Já o PL da Dosimetria, aprovado pela Câmara dos Deputados na madrugada da última quarta-feira (10), mantém percentuais semelhantes aos da legislação atual em vários pontos e reduz exigências em outros.

A proposta da dosimetria ganhou destaque por permitir a progressão de regime após o cumprimento de um sexto da pena, com percentuais mais elevados apenas para crimes específicos, como hediondos, feminicídio, constituição de milícia privada e reincidência. O texto altera o artigo 112 da Lei de Execução Penal, redefinindo critérios mínimos para a mudança de regime.

Atualmente, a legislação prevê a progressão após o cumprimento de 16% da pena, desde que o crime não tenha sido cometido com violência ou grave ameaça. Para Junqueira, o problema está no fato de que o PL da Dosimetria mantém ou reduz esses percentuais, enquanto o PL Antifacção avança no sentido oposto.

“O PL Antifacção aumentou o tempo de pena necessário para que pudesse haver a progressão, enquanto o PL da Dosimetria manteve o mesmo percentual da legislação atual”, explicou o defensor público.

Na avaliação do especialista, a coexistência das duas normas tende a provocar disputas judiciais. “Sempre existe o risco de judicialização quando você tem esse tipo de confusão legislativa. Ela acaba não só trazendo maior instabilidade e insegurança quanto ao conteúdo das decisões como acaba provocando também um número maior de recursos nos tribunais, o que é um custo público. É um gasto público, cada processo tem um custo para a sociedade”, alertou.

Outro ponto sensível é a possibilidade de que crimes violentos não classificados como hediondos passem a permitir progressão com apenas um sexto da pena. Junqueira detalha que dezenas de delitos hoje enquadrados com percentuais maiores seriam beneficiados. “Todos os crimes violentos que não são hediondos, não são crimes contra pessoa, não são crime contra o patrimônio, passam a permitir progressão com ⅙ da pena”, afirmou.

Ele citou como exemplos o lenocínio violento, a resistência com violência e a coação no curso do processo. Segundo o defensor, crimes que atualmente exigem 25% ou 30% de cumprimento da pena poderiam passar a exigir apenas 16,6%.

Nesse contexto, até integrantes de grandes facções criminosas, como o PCC e o Comando Vermelho, poderiam ser alcançados. A mudança não estabelece recorte temporal, diferentemente de uma proposta de anistia, o que amplia o alcance da norma. Entre os possíveis beneficiários estariam líderes históricos do crime organizado, como Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, e Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar.

No Senado, o relator do PL da Dosimetria, Esperidião Amin (PP-SC), afirmou que ajustes estão em estudo para reduzir os pontos de conflito. “Estamos, senadores Sergio Moro, Alessandro Vieira e eu, trabalhando para preservar o desejado e afastar o indesejável”, declarou. O parecer do relator está previsto para ser apresentado na próxima terça-feira (16).

O projeto deve passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado na quarta-feira (17), com possibilidade de votação em plenário no mesmo dia. Amin reconhece que o texto ainda pode sofrer mudanças, dependendo do ambiente político e de negociações paralelas no Congresso.

O ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG) também participou das discussões iniciais sobre alternativas à anistia para os condenados pelos atos de 8 de janeiro. Segundo ele, a intenção era permitir uma reavaliação individualizada das penas, sem promover impunidade. “Não é algo de impunidade, mas de gradação que possa ser justa para a aplicação da pena em cada caso concreto”, disse a jornalistas.

Pacheco afirmou ainda que o relator na Câmara avançou além do escopo inicialmente discutido. “O deputado Paulinho fez algo parecido, mas mexeu também na questão de progressão de regime, que era algo que nós nunca tínhamos pensado”, afirmou. Para ele, os impactos das mudanças precisam ser analisados com cautela.

“Todos os crimes com violência ou grave ameaça têm que ter um tratamento ou é de um sexto, ou é de um quarto, ou é de um terço, o que seja. Essa excepcionalização casuística para os crimes do Estado Democrático de Direito é algo que precisa ser avaliado”, completou.

As diferenças entre os dois projetos são expressivas. No caso de crimes hediondos, o PL da Dosimetria fixa 40% da pena para réus primários, enquanto o PL Antifacção eleva esse percentual para 70%. Para reincidentes, a discrepância chega a 20 pontos percentuais ou mais, especialmente quando há resultado morte.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil 

Nova CNH: renovação automática e gratuita para bons condutores entra em vigor

A expectativa do Ministério dos Transportes é que essas mudanças reduzam em até 80% o custo para obter a CNH

      CNH Digital (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

A nova regra de emissão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) traz mudanças significativas, incluindo a possibilidade de renovação automática e gratuita para motoristas classificados como "bons condutores". A medida foi divulgada recentemente e, de acordo com o g1, visa premiar aqueles que seguem as normas de trânsito sem infrações. Para que a renovação automática ocorra, o motorista precisa atender a alguns requisitos, como não ter cometido infrações nos últimos 12 meses e estar cadastrado no Registro Nacional Positivo de Condutores (RNPC).

O RNPC foi criado em 2022 com o objetivo de reconhecer motoristas que, ao longo de um ano, não cometeram infrações ou receberam multas. No entanto, é importante destacar que não basta dirigir de forma correta e seguir as leis de trânsito, o motorista precisa se cadastrar no programa para que sua CNH seja renovada automaticamente.

Para se inscrever no RNPC, o motorista deve seguir os seguintes passos:

  1.  Abrir o aplicativo CNH Brasil;
  2.  Selecionar a opção "Condutor";
  3.  Acessar "Cadastro Positivo";
  4.  Tocar em "Autorizar participação".

Após o cadastro, caso o motorista não tenha cometido infrações ou recebido multas nos últimos 12 meses, ele poderá renovar sua CNH de forma automática e gratuita.

● Versão digital e física da CNH

Vale ressaltar que apenas a versão digital da CNH será renovada automaticamente e sem custos. Para quem deseja a versão física, será necessário solicitar o documento separadamente, seja pelo aplicativo CNH Brasil ou presencialmente, em uma unidade do Detran do estado onde o motorista reside.

A versão física, ao contrário da digital, continua com custo de emissão, que varia de estado para estado. Por exemplo, em São Paulo, a taxa é de R$ 122,17, enquanto em Alagoas o valor chega a R$ 144,12. No Acre, o valor é de R$ 89,75. A solicitação do documento físico é independente da renovação automática da CNH digital.

● Restrição por idade e saúde

Embora a renovação automática seja uma facilidade para muitos motoristas, a medida não se aplica a todos. Condutores com mais de 50 anos têm direito à renovação automática apenas uma vez. Além disso, a renovação automática não se aplica a motoristas com 70 anos ou mais, nem àqueles cuja validade da CNH foi reduzida por recomendação médica devido a doenças progressivas ou condições que exigem acompanhamento de saúde.

● Modernização e redução de custos

A medida provisória que implementa a nova CNH também introduz mudanças no processo de obtenção da carteira de habilitação, com o objetivo de modernizar o sistema e reduzir os custos. Entre as principais inovações, destacam-se:

  •  As aulas em autoescola deixam de ser obrigatórias;
  •  O conteúdo teórico será disponibilizado gratuitamente no aplicativo do governo, sem exigência de carga horária mínima;
  •  Os alunos poderão usar carros particulares e contratar instrutores autônomos, credenciados pelo Detran;
  •  As aulas práticas caem de 20 para 2 horas no mínimo;
  •  As provas práticas continuam sendo presenciais, assim como o exame médico e a coleta biométrica;
  •  Motoristas que reprovarem na primeira avaliação poderão fazer a segunda tentativa sem custos adicionais;
  •  Não haverá mais prazo para a conclusão do processo de habilitação, que atualmente é de um ano.
A expectativa do Ministério dos Transportes é que essas mudanças reduzam em até 80% o custo para obter a CNH e também diminuam a burocracia e o tempo necessário para a renovação do documento.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Governo pressiona por cortes em benefícios fiscais e ameaça travar emendas

Objetivo é reduzir isenções e reforçar o Orçamento de 2026. Proposta prevê redução mínima de 10% em dois anos e trava novas renúncias

Brasília-DF - 14/10/2025 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (Foto: Lula Marques/Agência Braasil)

A base do governo na Câmara dos Deputados pretende acelerar a tramitação do Projeto de Lei Complementar (PLP) 128/2025, que prevê um corte escalonado nos benefícios tributários federais. A proposta é considerada estratégica para ajudar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a fechar as contas do próximo ano e evitar falta de recursos na peça orçamentária, segundo o Metrópoles.

O texto, de autoria do deputado Mauro Benevides Filho (PDT-CE), já passou pela Comissão de Finanças e Tributação. Para ir a voto antes do fim do ano legislativo, a articulação envolve apensar o projeto a outra proposta que já esteja com tramitação em plenário.

● O que prevê o PLP 128/2025

O projeto estabelece uma redução mínima total de 10% nos benefícios tributários, dividida em duas etapas: pelo menos 5% em 2025 e outros 5% em 2026. Os percentuais podem variar conforme o setor, desde que respeitem o piso definido no texto.

A proposta também delimita exceções: microempresas, partidos políticos, sindicatos, áreas de livre comércio, zonas francas, além de programas de concessão de bolsas de estudo e de assistência social, não seriam atingidos pelas mudanças descritas.

Outro ponto é a restrição para novas renúncias. O texto veda a concessão de novas isenções e também a prorrogação das já existentes, “salvo se a medida for acompanhada da redução simultânea de outros benefícios de mesma natureza e em valor equivalente”.

● Relatoria definida e negociação política

No último dia 8, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), designou o deputado Aguinaldo Ribeira (PP-PB) como relator. No mesmo dia, Motta se reuniu com a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), para tratar da proposta.

Segundo a articulação descrita, a votação é tratada como prioridade por seu potencial de reforço de caixa: o texto é apontado como capaz de render cerca de R$ 20 bilhões ao governo no próximo ano.

● PT alerta para risco de contingenciamento

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), afirmou que, sem a medida, o Orçamento pode ser alvo de contingenciamentos, com impacto em programas sociais e até em emendas parlamentares. Ele declarou: “A gente quer agora é salvar um pouco esse final do ano com a votação principalmente dos benefícios tributários. A Câmara tem que entender que esse projeto é importante para fechar o orçamento do próximo ano. Tem que entender, inclusive, que se esse projeto não for votado, as consequências são muito claras, não é retaliação do governo, mas vai ser contingenciamento de verbas de programas sociais e o contingenciamento das emendas parlamentares. Se não tiver esse entendimento, as coisas vão se agravar, porque vai faltar, de fato, 20 bilhões para fechar a peça orçamentária”.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

PL da Dosimetria tem "todos os ingredientes para gerar um novo conflito" entre governo e Senado

Projeto que beneficia golpistas coloca novamente em lados opostos o governo Lula e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre

       Davi Alcolumbre e Lula (Foto: Carlos Moura/Agência Senado I Ricardo Stuckert/PR)

A tramitação acelerada do PL da Dosimetria no Senado Federal abre espaço para um novo foco de atrito entre o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O impasse gira em torno do esforço de Alcolumbre para levar a proposta ao plenário ainda antes do recesso, apesar da resistência do Planalto, que avalia alternativas para postergar a votação, relata o Metrópoles.

Na última quarta-feira (10), Alcolumbre afirmou que o projeto será apreciado no plenário em uma semana, no mesmo dia em que a matéria deverá ser discutida na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), presidida pelo senador governista Otto Alencar (PSD-BA).

◎ O que é o projeto e como ele chegou ao Senado

O texto é o PL 2162/2023, de autoria do deputado e ex-prefeito do Rio de Janeiro Marcelo Crivella (Republicanos). A proposta, conforme descrito, prevê anistia a participantes de manifestações políticas desde 30 de outubro, data do segundo turno das eleições em que Jair Bolsonaro (PL) foi derrotado por Lula.

Após um debate político prolongado, a urgência do projeto foi levada ao plenário da Câmara e aprovada por 311 votos em meados de setembro. Em seguida, o presidente da Casa, Motta, indicou o presidente do Solidariedade, Paulinho da Força (SP), para a relatoria. No parecer, Paulinho alterou o teor do texto, deixando de lado o perdão judicial e estabelecendo redução de penas.

A proposta inicialmente desagradou a dois polos: o governo, que não queria qualquer benefício aos condenados pelos atos de 8 de Janeiro — e tampouco a Bolsonaro —, e a oposição, que defendia uma anistia “geral e irrestrita”. Ainda assim, Motta levou o parecer ao plenário na terça-feira (9), e o texto acabou aprovado por 291 votos.

◎ Compromisso de pauta e disputa sobre o rito na CCJ

Antes mesmo de a votação ocorrer na Câmara, Alcolumbre já havia anunciado em plenário que colocaria o projeto em votação assim que ele fosse aprovado pela Casa Baixa. Ao justificar a pressa, o presidente do Senado defendeu a “atualização” da legislação sobre crimes contra Instituições Democráticas, nos termos do texto relatado por Paulinho da Força.

Em discurso no plenário, Alcolumbre declarou: “Eu fiz um compromisso com os líderes e com o Brasil de que se a Câmara deliberasse esse assunto, o Senado deliberaria sobre esse assunto […] nós vamos deliberar assim que a Câmara deliberar. Este ano ainda”.

A condução, porém, esbarrou na avaliação do presidente da CCJ, Otto Alencar (PSD-BA), que se opôs a enviar o projeto diretamente ao plenário. Diante da falta de consenso e da necessidade de discussão, Alcolumbre recuou quanto ao rito e encaminhou o texto à comissão — mas manteve a intenção de concluir a votação antes do recesso.

Otto Alencar ainda sinalizou que pode reduzir o prazo de vista do projeto para apenas algumas horas, com o objetivo de viabilizar que a proposta chegue ao plenário no calendário defendido por Alcolumbre.

◎ Governo tenta frear e aponta risco de benefício a Bolsonaro

Do lado do Executivo, a prioridade relatada é atrasar a votação — e, caso a proposta seja aprovada, até vetar a legislação. O pano de fundo, segundo o texto, é o potencial impacto para Jair Bolsonaro: Lula afirmou, em evento recente, que o ex-presidente “tem que pagar” pela tentativa de golpe de Estado pela qual foi condenado no Supremo Tribunal Federal (STF).

Na avaliação atribuída a Paulinho da Força, o tempo de prisão de Bolsonaro poderia cair para pouco mais de dois anos, o que amplia o peso político da disputa sobre o calendário e o formato da votação no Senado.

◎ Novo conflito no horizonte entre Executivo e Legislativo

Aliados de Alcolumbre avaliam que a pressa não se explica apenas por um compromisso com a oposição. A leitura descrita é que, com o fim do ano se aproximando, o presidente do Senado buscaria encerrar o tema para iniciar 2026 com outras prioridades.

Para um líder do centrão próximo a Alcolumbre, o choque entre a pressa do Senado e a estratégia do Planalto reúne “todos os ingredientes para gerar um novo conflito” entre Executivo e Legislativo. A relação já vem tensionada após a decisão de Lula de indicar o advogado-geral da União, Jorge Messias, para o Supremo, em vez do ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG), movimento que teria frustrado Alcolumbre.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Partidos rejeitam candidatura de Moro ao governo do Paraná

Ex-juiz parcial e senador enfrenta barreiras no União Brasil, no PP, no Podemos e até na sigla criada pelo MBL

      Sergio Moro (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

O senador Sergio Moro (União-PR) enfrenta um cenário político adverso na tentativa de viabilizar sua candidatura ao governo do Paraná nas próximas eleições. Atualmente filiado ao União Brasil, ele encontra dificuldades internas para se consolidar como o nome da legenda no estado e também não vislumbra um caminho simples em outras siglas do mesmo campo político, informa a Folha de São Paulo.

Um dos principais entraves está no PP, que integra federação com o União Brasil e, portanto, teria de avalizar uma eventual candidatura de Moro. Por lá, a resistência é significativa. A legenda trabalha com a estratégia de apoiar o nome indicado pelo atual governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), o que esvazia o espaço para uma postulação alternativa dentro da federação. Essa posição reduz as chances de Moro construir consenso entre os aliados formais do União Brasil.

Diante desse impasse, aliados do senador passaram a mencionar o Missão, partido recém-criado pelo Movimento Brasil Livre (MBL), como uma possível alternativa. Moro e o grupo mantêm um histórico de aproximação política e chegaram a discutir uma aliança em 2022. Naquele momento, porém, as conversas não avançaram após a desistência do ex-juiz parcial de concorrer à Presidência da República.

Mesmo no Missão, no entanto, o caminho não está livre. A sigla já anunciou um pré-candidato próprio ao Palácio Iguaçu: o advogado Luiz Felipe França, o que limita a possibilidade de acomodar o projeto eleitoral do senador sem conflitos internos.

Outra hipótese aventada nos bastidores é o retorno ao Podemos, partido pelo qual Moro se elegeu senador. Essa alternativa, contudo, também enfrenta resistência. Dirigentes da legenda ainda guardam ressentimento pela saída abrupta de Moro, que deixou o partido para se filiar ao União Brasil às vésperas da última eleição.

Com portas fechadas em diferentes frentes e sem um partido disposto, até o momento, a abraçar sua candidatura ao governo do Paraná, Sergio Moro vê seu projeto político enfrentar obstáculos relevantes no tabuleiro partidário do estado.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Lula vê Motta “sem rumo” e teme clima ainda mais hostil no Congresso em 2026

Presidente perde confiança em Motta e aposta nas eleições para reverter hostilidades da Câmara e do Senado; PT fala em reforma política

Brasília (DF) - 21/05/2025 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acompanhado do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (d), durante reunião com ministros no Palácio do Planalto (Foto: RICARDO STUCKERT/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem evitado declarações públicas diretas sobre o deputado Hugo Motta, mas, nos bastidores, a avaliação no Palácio do Planalto é de que o parlamentar deixou de inspirar confiança. Aliados do presidente relatam que Lula observa com preocupação a condução política de Motta e teme que o ambiente na Câmara dos Deputados se torne ainda mais adverso em 2026. As informações são do UOL.

Integrantes do governo afirmam que o presidente chegou a propor uma aproximação concreta com o deputado, incluindo a possibilidade de uma aliança eleitoral na Paraíba no próximo ano. A iniciativa, no entanto, não teria sido recebida com entusiasmo. A leitura predominante no Planalto é de que Motta prefere não se comprometer com nenhum campo político de forma clara.

A desconfiança, de acordo com auxiliares do governo, não surgiu recentemente. A relação entre o parlamentar e a cúpula do Executivo teria se deteriorado após o rompimento de um acordo, quando Motta colocou em regime de urgência o projeto que derrubava o decreto do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e anunciou a decisão pelas redes sociais, em julho. O episódio é citado como um divisor de águas na relação com o Planalto.

Além da instabilidade, o deputado passou a ser visto como politicamente inconsistente. No governo, a avaliação é de que os acontecimentos da última semana — que culminaram até em agressões a jornalistas — representaram uma derrota significativa para Motta. A interpretação interna é que ele teria desagradado simultaneamente parlamentares petistas e bolsonaristas, além de expor fragilidades diante do centrão, algo considerado difícil de ser perdoado no jogo político.

Integrantes do Executivo citam ainda a tentativa de cassação do deputado Glauber como exemplo de perda de controle. Quando percebeu que se formava um acordo para preservar o mandato do parlamentar, Motta teria passado a telefonar para aliados diretamente da mesa de comando, atitude vista por petistas como sinal de desorganização. As imagens dessas movimentações e um vídeo em que ele recebe uma resposta da deputada constituinte Benedita da Silva (PT-RJ) sobre a promulgação da Constituição Federal de 1988 circularam em grupos internos do governo de forma jocosa.

As críticas, embora mais frequentes entre auxiliares, também vêm sendo externadas publicamente por membros do governo. Em café da manhã com jornalistas na última sexta-feira (12), o ministro Guilherme Boulos, da Secretaria-Geral da Presidência, foi direto ao comentar a condução dos trabalhos na Câmara.

“Eu acho que é inaceitável a maneira como tem sido conduzido [a Câmara] com [votar a cassação de] Glauber e os bolsonaristas, seja em passar a madrugada votando [o PL da] Dosimetria, uma anistia envergonhada, sem colocar em pauta as grandes questões do povo brasileiro, eu acho que é um erro grave”, afirmou.

Preocupação com 2026

O presidente tem demonstrado preocupação com os rumos do Congresso em 2026. Ele já expressou publicamente a necessidade de tentar eleger mais deputados e senadores para evitar que as duas Casas fiquem ainda mais conservadoras e com níveis ainda mais baixos após as eleições.

O Planalto avalia que tem conseguido aprovar as pautas que importam, mas com um preço muito alto. Os projetos mais importantes do governo Lula 3 na área econômica, como a reforma do IR e a redução na conta de luz, foram aprovados. Mesmo assim, membros do governo avaliam que o Congresso tem dado dores de cabeça com pautas de costume, ideológicas ou que envolvem questões sociais.

Diante desse cenário, Lula tem estimulado que todos os membros de partidos de centro-esquerda que têm chances de se eleger se candidatem no ano que vem. A tendência é que pelo menos 22 dos 38 ministros deixem seus cargos para disputar as eleições.

Além disso, o governo deve propor uma reforma política. O presidente nacional do PT, Edinho Silva, argumenta que o modelo de puxadores de voto tem atrapalhado a democracia. “Nós queremos o voto por lista [partidária], queremos o fortalecimento dos partidos, porque só existirá democracia forte se os partidos forte se os partidos forem fortes. Quando você tem um influencer maior do que um partido, é hora de a gente pensar”, afirmou a jornalistas.

Fonte: Brasil 247 com informações do UOL

Alessandro Vieira defende rejeição do PL da Dosimetria na CCJ do Senado

Em conversas com o relator, Vieira encontrou brechas no projeto que beneficiam condenados por corrupção e delitos sexuais

Alessandro Vieira defende rejeição do PL da Dosimetria na CCJ do Senado (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

A tramitação do projeto de lei que altera regras de dosimetria das penas enfrenta resistência no Senado. O senador Alessandro Vieira (MDB-SE) afirmou que pretende apresentar um voto em separado pela rejeição integral do texto aprovado pela Câmara dos Deputados, sob o argumento de que a proposta pode produzir efeitos mais amplos do que os anunciados inicialmente, alcançando inclusive crimes graves, informa o UOL.

Vieira e o senador Sergio Moro (União-PR) vêm discutindo os pontos considerados problemáticos do texto com o relator da matéria na Casa, senador Esperidião Amin (PP-SC).

Para Alessandro Vieira, a redação aprovada pelos deputados abre brechas que extrapolam o objetivo original da proposta. O senador afirmou: "Da forma como foi aprovado pela Câmara, o PL pode beneficiar até criminosos de corrupção ou delitos sexuais". Ele acrescentou que o texto cria mudanças sensíveis na execução das penas: "Você tem ali uma redução de tempo de regime fechado e uma forma de aplicação da lei que pode ser aplicada a outros crimes. E isso é inaceitável".

O senador também criticou o que classificou como reincidência de problemas legislativos vindos da Câmara. "É a segunda vez que você tem textos vindos da Câmara dos Deputados com o objetivo declarado de atender a determinado fato e, quando você vai ver o texto, na realidade muito mais coisa é atingida".

O relator da proposta no Senado reconheceu as distorções apontadas. Esperidião Amin declarou que "avalia a gravidade da discrepância" introduzida pelos deputados, ressaltando que o alcance do projeto poderia beneficiar até autores de crimes de corrupção ou delitos sexuais. Segundo ele, a situação se agrava porque Vieira identificou a criação de novos tipos penais no texto, o que pode gerar conflitos com outras iniciativas legislativas.

Um dos principais pontos de preocupação envolve o chamado PL Antifacção, recentemente aprovado pelo Senado e ainda pendente de análise pela Câmara. De acordo com Amin, a eventual aprovação do projeto da dosimetria, como está, pode gerar interferências diretas entre as duas propostas. "Fica mais complicado, porque se o nosso texto [da dosimetria] vier a ser aprovado e transformado em lei, ele afetará e será afetado pelo texto do projeto das facções, que uma hora vai ser aprovado pela Câmara".

Diante desse cenário, Alessandro Vieira pretende formalizar um voto em separado recomendando a rejeição do projeto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Segundo o senador, essa etapa poderia ser evitada caso o próprio relator optasse por rejeitar o texto. Nesse caso, a proposta seria arquivada e um novo projeto teria de ser elaborado. "Pode ser necessária [a rejeição], porque a gente tem um texto que tem consequências que não são razoáveis", disse.

Fonte: Brasil 247 com informações do UOL