A reunião será aberta à população e terá transmissão online pelo canal oficial do município no Youtube
A Prefeitura Apucarana realiza no dia 18 de dezembro, às 15 horas, no Salão Nobre da Prefeitura, a audiência pública que vai atualizar o Plano de Ação e Investimentos (PAI). A reunião será aberta a toda a população e terá transmissão online pelo canal oficial do município (youtube.com/@tvapucarana), permitindo que moradores de todos os bairros acompanhem e contribuam com o planejamento.
O prefeito Rodolfo Mota reforça que este é um momento importante para colher sugestões e estabelecer prioridades na execução das políticas públicas. “A audiência é uma oportunidade para que os cidadãos indiquem as reais necessidades de seus bairros e contribuam diretamente com o futuro da cidade. Um planejamento eficaz só é possível com a escuta da comunidade”, reiterou.
Nilton Fornaciari Junior, diretor-presidente do Instituto de Desenvolvimento, Pesquisa e Planejamento (Idepplan), explica que o PAI é um instrumento de planejamento que conecta as necessidades locais às diretrizes e aos recursos de outras esferas de governo. “A atualização do PAI é, por exemplo, uma exigência do governo do Paraná para que os municípios acessem recursos. É por meio desse plano que conseguimos demonstrar, de forma organizada, onde os investimentos são mais urgentes e viáveis”, destacou, acrescentando que o PAI funciona como um roteiro estratégico, reunindo metas, ações, prazos e possíveis fontes de custeio.
Responsável pelo apoio técnico à audiência, o servidor do Idepplan Thiago Bernardi informa que o PAI passa por atualização a cada cinco anos. “Na audiência pública, cada secretaria apresentará suas metas e abrirá espaço para novas propostas da comunidade”, esclareceu.
Bernardi reforça que o plano se integra às demais ferramentas de gestão, como as diretrizes gerais, o Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA). “As diretrizes funcionam como metas amplas, que vão se desdobrando em ações cada vez mais específicas até chegar ao orçamento anual”, completou.
Em BH, presidente relata conversa com Trump, defende uso da palavra em vez de armas e critica desigualdade e violência contra a mulher
Brasília (DF) - 09/12/2025 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quinta-feira (11), em Belo Horizonte (MG), que o próximo ciclo eleitoral será decisivo para o futuro do Brasil, classificando 2026 como “o ano da verdade”. O discurso, registrado em material oficial do governo federal, ocorreu durante a abertura da etapa mineira da Caravana Federativa, iniciativa que leva ministérios e órgãos federais para atendimento direto a prefeitos e prefeitas, com foco na execução de políticas públicas.
Lula enfatizou que o evento não tem caráter partidário e reúne representantes de siglas diversas. Ele declarou: “Quero dizer para vocês que eu estou participando de uma caravana federativa em que não é uma coisa do PT, é uma coisa do governo. Portanto, aqui tem muita gente de outros partidos políticos, de prefeitos e prefeitas. Tem deputados e deputadas que não são do PT, são de outros partidos políticos. E nós ainda não estamos em época de campanha eleitoral. Se bem, se bem que eu tenho um compromisso de honra comigo. Aquelas tranqueiras que destruíram esse país não voltarão a governar esse país nunca mais.”
Ao abordar políticas sociais, Lula reiterou que os mais pobres seguem invisíveis no orçamento federal: “Na hora que você elabora o orçamento da União, os pobres não aparecem, porque já tem uma estrutura formatada para distribuir o orçamento. E quem não está não entra.” Ele defendeu o Bolsa Família e comparou práticas assistencialistas do passado com políticas estruturantes: “O que falta no mundo é as pessoas conquistarem outra vez o direito de indignação. Nós temos que nos indignar com o preconceito, com a desigualdade.”
Lula voltou a defender a expansão de serviços móveis de saúde, argumentando que o Estado deve alcançar quem não consegue se deslocar. Sobre o atendimento especializado, afirmou: “Nesse país, ninguém vai morrer por falta de um exame, por mais importante que seja esse exame. Ninguém vai morrer por falta de acesso a uma maldita máquina que só rico tem.”
Ao comparar indicadores econômicos, disse ter encontrado o país em situação crítica ao reassumir a Presidência em 2023, citando queda na indústria automobilística e congelamento de políticas públicas: “Esse país passou sete anos sem reajustar a merenda escolar. Esse país passou dez anos sem reajustar as bolsas do Ministério da Tecnologia. Esse país passou sete anos sem reajustar o salário mínimo.” Ele também criticou o governo anterior: “O cidadão que governava esse país, ele não governava, ele brincava de contar mentira. A única coisa que ele fazia era liberar a arma.”
O presidente afirmou que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) soma R$ 1,7 trilhão em investimentos e que os últimos R$ 28,1 bilhões foram anunciados recentemente. Ele destacou: “Estamos terminando o terceiro ano de mandato com a menor inflação acumulada em 40 anos. (...) Estamos entregando esse país com o salário mínimo aumentando todo ano acima da inflação.”
Ao projetar as eleições, Lula declarou que o país precisará fazer escolhas claras: “A gente vai ter que decidir se a gente quer um país que faça distribuição de livros ou faça distribuição de armas.” Ele usou a metáfora da raposa para alertar contra a volta de grupos políticos que, segundo ele, prejudicaram o país: “Mesmo que a raposa tenha uma plumagem branca, lilás ou vermelha, se colocar ela no galinheiro, ela vai comer as galinhas. É do DNA.”
O presidente dedicou parte final do discurso ao enfrentamento da violência contra mulheres, direcionando sua fala aos homens: “O problema da violência contra a mulher não é um problema da mulher, é um problema do homem. Porque quem é violento é o homem, quem bate é o homem, quem mata é o homem.” Ao citar casos de feminicídio, afirmou que penas mais duras não resolvem sem mudança educacional: “É muito importante a criança aprender que Cabral descobriu o Brasil, mas é mais importante ela aprender que tem que respeitar a mãe, as irmãs e a mulher quando casar.”
Presidente relatou telefonema com chefe da Casa Branca
Brasília (DF) - 10/12/2025 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Agência Brasil/EBC)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira (11) que, em conversas telefônicas recentes com o presidente dos EUA, Donald Trump, pediu ao chefe da Casa Branca que busque um caminho diplomático e evite uma guerra na América Latina, em meio às ameaças militares de Washington contra Caracas.
Lula disse em evento em Belo Horizonte-MG que o "unilateralismo que Trump deseja é a lei do mais forte" e defendeu uma ordem "multilateral".
"Ontem quando conversava com ele [Trump], disse que não queremos guerra", afirmou Lula, acrescentando que pediu a Trump "diplomacia".
Lula também reconheceu o poderio militar dos EUA na região e cobrou respeito e uma boa relação com Washington: "ninguém respeita quem não se respeita, quero ter uma boa relação, é o país mais poderoso do mundo, não quero brigar, mas quero respeito".
Ministro diz que avalia deixar o governo para contribuir no programa e na estratégia da campanha de Lula em 2026, mas ressalta que não quer ser candidato
Fernando Haddad e Lula (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que considera deixar o comando da pasta para se dedicar à campanha à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026. A possibilidade foi discutida diretamente com o chefe do Executivo, segundo ele. Em entrevista ao jornalO Globo, o ministro detalhou uma conversa recente com Lula, na qual explicou sua intenção de não disputar cargos no próximo pleito, mas de atuar na formulação do programa de governo e na estratégia da campanha.
◉ Intenção de colaborar na reeleição de Lula
"Eu tenho a intenção de colaborar com a campanha do presidente Lula e disse isso a ele, que eu não pretendo ser candidato em 2026, mas quero dar uma contribuição para pensar o programa de governo, para pensar como estruturar a campanha dele", afirmou Haddad.
Segundo o ministro, Lula demonstrou acolhimento à proposta. "A reação dele foi muito amigável. Ele falou: 'Haddad, você vai colaborar da maneira que você preferir. E qualquer decisão que você tome, eu vou respeitar. Mas vamos conversar'".
◉ Possível saída do ministério e papel na campanha
Ao ser questionado sobre a definição de sua saída, Haddad afirmou que não há data estipulada, mas reconheceu que a possibilidade está sobre a mesa. "Pode ser que sim. É uma possibilidade", declarou. Ele enfatizou que não pretende coordenar a campanha. "Eu não quero coordenar nada. Eu quero me colocar à disposição da campanha. Posso ajudar no plano de governo."
O ministro também afastou novamente a hipótese de concorrer ao governo de São Paulo ou ao Senado, destacando que já informou o PT de sua decisão. "As pessoas estão informadas. Não estou fazendo segredo", afirmou.
◉ Correios, Eletronuclear e desafios nas estatais
Haddad avaliou como preocupante a situação financeira dos Correios e afirmou que a estatal precisa de uma reinvenção para sobreviver em um ambiente altamente competitivo. Segundo ele, parcerias com instituições financeiras podem ajudar a ampliar o escopo de atuação.
"Em geral, um banco, uma Caixa Econômica, pode fazer uma parceria com os Correios para ter capilaridade em relação aos serviços que ela própria presta", disse. Além dos Correios, o ministro citou a Eletronuclear como outra estatal que exige soluções duradouras e afirmou que o governo pretende apresentar uma proposta consistente ao presidente.
◉ Relação do governo com Congresso e Faria Lima
Haddad afirmou que, apesar da boa relação nos primeiros anos, a produtividade legislativa diminuiu a partir de maio devido à atuação da oposição. Para ele, o movimento buscou travar a agenda econômica diante dos resultados positivos do governo.
Sobre tensões com setores do mercado financeiro, o ministro avaliou que a proximidade das eleições intensificou divergências históricas sobre política fiscal, mas lembrou que o diálogo era mais fluido anteriormente.
◉ Emendas, orçamento e limites institucionais
O ministro também comentou os atrasos no pagamento de emendas, mencionando que parte das dificuldades decorre da aprovação tardia do Orçamento e de novas exigências de controle definidas pelo STF. Ele destacou que a participação crescente do Congresso no orçamento cria limites adicionais para a execução das políticas do Executivo.
◉ Arcabouço fiscal, gastos excepcionais e Defesa
Haddad defendeu que gastos extraordinários, como os destinados ao Rio Grande do Sul, não repetirão o impacto das exceções fiscais recentes. Quanto ao aumento de recursos para a Defesa, o ministro relatou que propôs vincular a medida à reforma da previdência dos militares, mas não houve acordo no Congresso.
◉ Selic, Banco Central e crise herdada
O ministro voltou a criticar o nível da taxa de juros, classificando-o como excessivamente restritivo. Ele afirmou que as próximas indicações ao Banco Central serão técnicas e elogiou a gestão de Gabriel Galípolo ao lidar com crises herdadas. Segundo Haddad, "o Banco Central está colocando ordem em coisas que foram herdadas da gestão Roberto Campos Neto."
◉ Combustíveis, crime organizado e investigação após ligação Lula–Trump
Sobre o encontro com o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos após a ligação entre Lula e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Haddad disse que entregou um documento relacionado a investigações de irregularidades no setor de combustíveis. Ele criticou manobras fiscais identificadas e ressaltou: "não vamos aceitar mais esse tipo de manobra".
◉ Tributação das bets e responsabilização de plataformas
Haddad também defendeu tributação elevada sobre apostas esportivas por meio das bets, comparando o setor a produtos com impacto social negativo. Ele alertou que fintechs e big techs que facilitarem operações de bets irregulares enfrentarão penalidades severas.
◉ Receita Federal e combate ao crime organizado
Por fim, o ministro explicou por que tem atuado em pautas de segurança pública. "No mundo inteiro, a Receita Federal é um órgão de suporte aos órgãos de segurança pública", disse, reforçando o papel da instituição no enfrentamento ao crime organizado.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo
Líder do PT na Câmara perda de mandato dos dois deputados bolsonaristas
O deputado federal Lindbergh Farias - 21/10/2025 (Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados)
O deputado federal Lindbergh Farias encaminhou nesta quinta-feira (11) ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) uma representação urgente contra a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, presidida por Hugo Motta, em razão de supostas irregularidades no processo de cassação dos deputados Carla Zambelli e Alexandre Ramagem.
"No caso de Ramagem, o Supremo também determinou, com fundamento no art. 55, III, c/c §3º, da Constituição Federal, que a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados declara-se a perda do mandato, mas, apesar de formalmente notificada, a autoridade coatora adotou a mesma conduta omissiva e protelatória verificada no caso Zambelli, permitindo que o parlamentar, atualmente foragido no exterior, continue formalmente investido no cargo, em evidente afronta à autoridade desta Suprema Corte", diz o documento.
"Tal conduta configura ato omissivo e comissivo ilegal", complementa o documento, ao reiterar o pedido pela perda de mandato dos dois deputados de extrema direita.
Existe um ditado popular que diz: as únicas certezas da vida são a morte e os impostos.
Poderíamos enriquecer essa máxima com um novo elemento: picos inflacionários derrubam governos, enquanto a estabilidade nos preços, em especial nos alimentos, os ajuda a se manter no poder.
O historiador Timothy Brook, em sua obra “O Preço do Colapso: A Pequena Era do Gelo e a Queda da Dinastia Ming”, documenta como a Dinastia Ming não caiu por invasão militar ou colapso político, mas porque os preços dos grãos explodiram no início do século XVII. O arroz, alimento fundamental da população chinesa, estava ficando cada vez mais caro. A inflação derrubou uma dinastia de quase 300 anos.
A história se repete. A Revolução Francesa eclodiu quando uma quebra de safra gerou uma alta desenfreada no preço do pão nas principais cidades do país em 1789. A ascensão de Hitler na Alemanha foi facilitada pela hiperinflação de 1923. Ronald Reagan venceu Jimmy Carter em 1980 porque a inflação nos EUA havia disparado para 12,7%.
Modernamente, vemos esse padrão se repetir na América Latina.
No México, sob a liderança de Claudia Sheinbaum, a inflação em 12 meses está em 3,8%, mantendo-se controlada. Essa inflação baixa é provavelmente uma das principais razões pelas quais Sheinbaum mantém uma aprovação de 74%, a maior de todo o continente americano.
Na Argentina, quando Javier Milei assumiu o poder em dezembro de 2023, a inflação estava em níveis astronômicos, acima de 200% em 12 meses. Hoje, após um ano de governo, a inflação ainda está elevada, mas em queda em relação ao passado recente. Apenas isso explica sua aprovação permanecer relativamente estável, mesmo com a devastação institucional promovida por seu governo. As feridas inflacionárias ainda não cicatrizaram no país.
No Brasil, a dinâmica não é diferente.
Quando o Lula assumiu seu terceiro mandato em janeiro de 2023, a inflação acumulada em 12 meses estava em 10,5%. Em novembro de 2025, segundo o IPCA, o principal indicador do IBGE, a inflação no Brasil ficou em 4,46%, abaixo do teto da meta de 4,5%.
Mais importante ainda é a inflação de alimentos em domicílio, ou seja, aqueles que compramos no supermercado: esse indicador fechou novembro último em 2,48%, abaixo da inflação geral.
Inflação de alimentação no domicílio nos últimos 12 meses. Foto: Reprodução
Alguns produtos alimentícios importantes, todavia, ainda mantêm inflação acumulada expressiva, o que explica a relativa dificuldade do governo de melhorar sua aprovação.
O café moído, por exemplo, mantém uma inflação acumulada de 42,79% em 12 meses. Mas é fato que vem caindo. O café chegou ao pico de 82% em maio, no acumulado de 12 meses. Desde julho vem caindo mês a mês. Em novembro, a inflação mensal do café foi de -1,36%.
Queda no preço do café moído. Foto: Reprodução
Diversos produtos extremamente importantes para a dieta básica e segurança alimentar dos brasileiros apresentaram quedas de preço expressivas.
O feijão preto que tinha inflação acumulada de -1,52% em novembro de 2024 caiu para -32,94% em novembro de 2025. Para ter uma ideia da magnitude dessa queda, em julho de 2022 a inflação do feijão estava em 17,5%.
O arroz que tinha inflação acumulada de 8,24% em novembro de 2024 caiu para -25,90% em novembro de 2025. Em abril de 2022, a inflação do arroz havia atingido o pico de 12,13%.
A combinação de arroz e feijão é uma das mais importantes para a nutrição brasileira. O arroz fornece carboidratos complexos e energia, enquanto o feijão fornece proteína vegetal, fibra, ferro e outros minerais essenciais. Juntos, complementam-se nutricionalmente, oferecendo uma refeição equilibrada e acessível.
A batata-inglesa caiu 35% em novembro, no acumulado 12 meses, a maior queda entre os alimentos básicos.
Os preços das carnes também apresentaram quedas significativas nos últimos meses.
O acém que estava em 18,33% em novembro de 2024 agora está em 6,51% em novembro de 2025. Apenas alguns meses atrás, em julho de 2025, a inflação do acém havia atingido 29,64%.
A picanha que estava em 7,8% em novembro de 2024 agora está em 2,97% em novembro de 2025. Para contexto, em junho de 2021 a picanha tinha inflação de 33,69%.
O preço do frango que estava com inflação de 6,83% em novembro de 2024 agora está em 4,45%.
A tilápia, um dos peixes mais populares na dieta do brasileiro, apresentou deflacão de -4,03% no acumulado em 12 meses.
Queda no preço da picanha. Foto: Reprodução
É possível correlacionar os picos de preço dos alimentos com a queda da aprovação do governo Lula entre o final do ano passado e os primeiros meses desse ano. Fevereiro e março foram os piores meses. Apesar de muitos analistas políticos observarem que a relação do eleitor com a economia já não é mais tão automática como antigamente, e que hoje fatores morais e ideológicos têm peso maior, me parece evidente que o ambiente econômico ainda é um fator importante, sobretudo pra um governo de esquerda.
A inflação de alimentos e energia catalisa, para melhor ou para pior, todas as emoções populares. Se a economia vai mal, os fatores morais acabam se agravando. Se a economia vai bem, as pessoas tendem a ser mais tolerantes.
Hoje, segundo as últimas pesquisas de maior prestígio, como Datafolha, CNT/MDA, IPEC e Quaest, Lula lidera as pesquisas de intenção de voto para as eleições presidenciais de 2026 com 15 a 20 pontos de vantagem no primeiro turno sobre seus principais adversários. Esse quadro poderia mudar caso a economia enfrentasse uma crise. Mas não há previsão de nada parecido. O Boletim Focus do Banco Central, que reúne entrevistas com operadores de mercado e instituições financeiras, prevê que a inflação de 2026 será ainda mais baixa que a de 2025.
Além dos alimentos, outros produtos também são muito sensíveis para as famílias brasileiras. Entre eles, os combustíveis. Eles afetam os alimentos porque aumentam o custo de transporte e distribuição. Se eventualmente víssemos o preço dos alimentos em baixa, mas o preço dos combustíveis em alta, seria possível prever que, em algum momento, o preço dos alimentos absorveria o aumento dos combustíveis. Não é o caso do Brasil. Os preços dos combustíveis estão em queda.
A gasolina que tinha inflação acumulada de 9,71% em novembro de 2024 caiu para 2,22% em novembro de 2025. O etanol que tinha inflação acumulada de 17,58% em novembro de 2024 caiu para 6,20% em novembro de 2025.
Mudança no preço da gasolina desde dezembro de 2024. Foto: ReproduçãoAlteração no preço do diesel no período. Foto: Reprodução
O gás de botijão que tinha inflação acumulada de 7,04% em novembro de 2024 caiu para 3,18% em novembro de 2025.
A energia elétrica residencial, por sua vez, que tinha inflação acumulada de -0,37% em novembro de 2024, subiu para 11,41% em novembro de 2025, ainda pressionando os orçamentos das famílias.
Inflação do botijão de gás. Foto: Reprodução
No contexto global, o Brasil está em posição intermediária. A inflação no Brasil em 12 meses está em 4,46%. A China mantém inflação de apenas 0,7%, contribuindo para a estabilidade política do governo. Nos Estados Unidos, a inflação está em 3% em 12 meses, praticamente igual à do Brasil, mas está causando desconforto e pressionando a aprovação do presidente Trump.
As pesquisas mostram que o presidente Lula hoje é muito mais aprovado entre os mais pobres do que entre as classes mais abastadas. Isso faz parte de sua mística. É um presidente cujo principal capital político é justamente sua ligação com os mais pobres.
Vale lembrar, por isso, um dos presidentes mais populares da história dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt. Em seu discurso de campanha de reeleição em 1936, no Madison Square Garden, Roosevelt mencionou os ataques que vinha recebendo das elites americanas. Ele disse: “Nunca antes em toda nossa história essas forças estiveram tão unidas contra um candidato como estão hoje […] Elas são unânimes em seu ódio por mim — e eu acolho seu ódio.” Roosevelt venceu com uma vitória esmagadora: 60,8% dos votos populares, uma das maiores da história presidencial americana.
Caso a inflação se mantenha controlada e caso o Banco Central solte um pouco as rédeas em 2026, permitindo um crescimento maior e redução do endividamento das famílias, o presidente Lula tem possibilidade de ganhar no primeiro turno, como apontam algumas pesquisas.
Ministros do Supremo Tribunal Federal avaliaram como “inaceitável” a decisão da Câmara dos Deputados que manteve o mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) na madrugada desta quinta-feira. A Corte havia determinado a cassação automática como efeito direto da condenação pela invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça.
Segundo magistrados ouvidos pelo jornal O Globo, o gesto do Legislativo é uma tentativa de desmoralizar o tribunal e deverá motivar algum tipo de reação, ainda em estudo.
A comunicação enviada ao Congresso dizia expressamente que a perda do mandato deveria ocorrer de imediato, seguindo a jurisprudência fixada desde o caso Daniel Silveira. Mesmo assim, o plenário rejeitou a cassação. Foram 227 votos favoráveis à perda do mandato e 170 contrários, abaixo dos 257 necessários.
O processo acabou arquivado e a ordem judicial, na prática, ignorada. Zambelli foi condenada por unanimidade em maio a dez anos de prisão pelo Supremo por envolvimento com Walter Delgatti na invasão ao sistema do CNJ, tornando-se inelegível por oito anos.
A sentença também determinou a perda automática do mandato parlamentar. Antes uma aliada próxima de Jair Bolsonaro, ela deixou o Brasil pela fronteira com a Argentina e foi presa na Itália.
Carla Zambelli e Jair Bolsonaro. Foto: Divulgação
Em outro processo, a deputada recebeu pena de cinco anos e três meses por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal após perseguir um homem armada na véspera do segundo turno de 2022 em São Paulo. Esse episódio reforçou o histórico de decisões judiciais que levaram à sua atual situação criminal.
O impasse entre STF e Câmara não é inédito. Em 2013, o plenário da Casa rejeitou a cassação de Natan Donadon mesmo após condenação criminal. Na época, o ministro Luís Roberto Barroso suspendeu os efeitos da sessão até que fosse analisado um mandado de segurança do PSDB pedindo sua anulação.
Na liminar daquele caso, Barroso afirmou que a Constituição atribui às Casas legislativas a competência para decidir sobre a perda de mandato, mas ressaltou que essa regra não vale quando o parlamentar é condenado a regime inicial fechado por período superior ao tempo restante do mandato.
“Esta regra geral, no entanto, não se aplica em caso de condenação em regime inicial fechado, por tempo superior ao prazo remanescente do mandato parlamentar. Em tal situação, a perda do mandato se dá automaticamente”, escreveu.
Ministro do STF afirma que documentos da defesa têm mais de três meses e determina perícia médica oficial
Jair Bolsonaro e Alexandre de Moraes (Foto: Reprodução | ABR)
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que a defesa de Jair Bolsonaro (PL) utilizou exames antigos para justificar o pedido de internação e nova cirurgia no hospital DF Star, em Brasília. No despacho, segundo o Metrópoles, Moraes destacou que os advogados alegaram “novas intercorrências médicas” para sustentar a necessidade de intervenção imediata, mas os laudos anexados tinham ao menos três meses de idade. Segundo o ministro, nenhum dos documentos indicava urgência cirúrgica no período em que foram produzidos.
● Exames desatualizados e determinação de perícia
Na decisão, Moraes registrou que “os exames médicos apresentados pela defesa não são atuais, sendo que o mais recente foi realizado há 3 meses, sem que à época os médicos tenham indicado necessidade de imediata intervenção cirúrgica”. Diante da inconsistência, o relator determinou que a Polícia Federal realize, em até 15 dias, uma perícia médica oficial para avaliar se há necessidade real de cirurgia urgente. O ministro também afirmou que Jair Bolsonaro não mencionou qualquer necessidade emergencial de cuidados médicos no momento em que foi preso.
● Pedido da defesa ao STF
A solicitação da defesa foi apresentada em 9 de dezembro. No documento enviado ao Supremo, os advogados pediram autorização para que o ex-mandatário fosse submetido a procedimentos cirúrgicos no DF Star, alegando múltiplas comorbidades e sequelas decorrentes do atentado de 2018. No material protocolado, a defesa argumentou: “Conforme relatórios e exames médicos já apresentados a essa Suprema Corte, o Peticionário sofre de múltiplas comorbidades graves e crônicas, que incluem as sequelas permanentes das cirurgias abdominais decorrentes do atentado sofrido em 2018 e o quadro de soluços incoercíveis que já demandou atendimento médico urgente”.
O pedido também solicitava que Bolsonaro permanecesse internado pelo “tempo necessário” para assegurar sua recuperação adequada.
● Histórico recente de procedimentos
Moraes reforçou que os laudos apresentados não eram recentes e, portanto, não sustentavam a alegada urgência. A última cirurgia de Jair Bolsonaro ocorreu em setembro, quando foram removidas lesões na pele. A intervenção foi realizada pelo médico Claudio Birolini, o mesmo que o operou em abril, em procedimento no intestino.
● Prisão em regime fechado
Jair Bolsonaro está preso desde 22 de novembro na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília. Inicialmente, cumpriu prisão preventiva em regime fechado após episódios envolvendo a vigília e a violação da tornozeleira eletrônica. Com o trânsito em julgado do processo, em 25 de dezembro, relacionado à trama golpista, passou a cumprir a pena em regime fechado.
Conversa sigilosa marca reaproximação após um ano de distanciamento diplomático
Lula e Maduro tiveram ligação sigilosa para tratar de ações dos EUA no Caribe (Foto: Reuters)
Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Nicolás Maduro tiveram, naa terça-feira da semana passada (2), uma conversa telefônica de cerca de 15 minutos para tratar da crescente movimentação militar dos Estados Unidos no Caribe. A informação foi revelada pela CNN Brasil e confirmada por integrantes do Palácio do Planalto.
Segundo a reportagem original, Lula buscou ouvir diretamente de Maduro sua leitura sobre os passos recentes da Casa Branca, num contexto em que as relações entre Brasil e Venezuela permaneciam tensas desde a crise política deflagrada pela contestada eleição venezuelana de 2024.
A ligação, mantida sob sigilo até então, foi descrita por auxiliares do presidente brasileiro como “bastante cordial” e um necessário “quebra-gelo” após mais de um ano sem diálogo direto. Mesmo tendo sinalizado em conversas recentes com Donald Trump — atual presidente dos Estados Unidos — a possibilidade de atuar como mediador, Lula não mencionou esse papel no telefonema.
Segundo interlocutores do Planalto, divergências acumuladas — como o bloqueio do Brasil à entrada da Venezuela no Brics e o afastamento após a denúncia de fraude eleitoral — contribuíram para o distanciamento entre os dois países, tornando indispensável esse contato preliminar antes de qualquer movimento mais profundo.
De acordo com a CNN Brasil, Maduro não apresentou informações inéditas. O líder venezuelano reafirmou publicamente o que já vem dizendo: rechaçou a acusação de comandar um cartel e classificou como “absurda” a ideia de que drogas consumidas nos Estados Unidos teriam origem na Venezuela.
Tanto no governo brasileiro quanto no Itamaraty, a avaliação é de que Washington vinha apostando em possíveis deserções militares que fragilizassem Maduro. Hoje, porém, não há sinais de fissura interna. Para Brasília, o cenário mais provável seria uma ação pontual dos Estados Unidos contra algum alvo associado ao tráfico de drogas, e não uma invasão terrestre.
Fonte: Brasil 247 com informações reveladas pela CNN Brasil
O vereador Carlos Bolsonaro anunciou que deixará a Câmara Municipal do Rio para viver em Santa Catarina, onde trabalha para disputar o Senado em 2026. A decisão foi comunicada na abertura da sessão desta quinta-feira, em um discurso no qual o vereador afirmou que sua saída marca uma etapa nova em seu projeto político.
“Parto dessa cidade com o coração cheio de saudade, mas também com a serenidade de quem sabe que está atendendo uma missão maior, da qual sempre fiz parte. Vou para Santa Catarina para cumprir um chamado que eu não poderia realizar aqui. Não é uma fuga, é a continuidade de uma luta”, declarou.
Durante a fala, ele citou o pai, preso na superintendência da Polícia Federal em Brasília após a condenação de 27 anos no caso da tentativa de golpe. Carlos se emocionou ao comentar a situação e apontou o que vê como irregularidades no processo.
“Hoje ele enfrenta uma vida injusta, fruto de um processo recheado de contradições, vícios e interpretações políticas. (…) Bolsonaro está preso, mas não está derrotado. Porque derrotado é quem abandona seus princípios. A Justiça, cedo ou tarde, abrirá a porta que querem manter fechada”, disse.
A mudança ocorre após quase 25 anos de atuação no Legislativo carioca. Ele assumiu o primeiro mandato em 2000, aos 17 anos, e foi eleito seis vezes seguidas. Em 2016 e em 2024, registrou a maior votação para vereador no Rio, consolidando-se como um dos nomes mais fortes da direita fluminense.
No discurso de despedida, Carlos citou iniciativas que considera marcos de sua trajetória, como a “criação do clube de literatura clássica, para recuperar o imaginário que o ensino moderno insiste em abandonar” e o estabelecimento do “Dia Municipal da Liberdade de Expressão”.
Ele afirmou que pretende manter a atuação política, agora concentrada em Santa Catarina. O presidente da Câmara, Carlo Caiado, classificou o colega como “sincero” e “amigo”, apesar das diferenças políticas existentes na Casa. Segundo ele, a presença de Carlos marcou época no Legislativo carioca.
A vereadora Rosa Fernandes, decana do parlamento, também prestou homenagem e destacou a trajetória iniciada quando ele ainda era menor de idade. “Você passou pela juventude com pouca oportunidade de viver efetivamente a adolescência. Sempre com muita cobrança. Vi aquele menino se tornar um homem. E um homem que amadureceu apanhando”, afirmou.
A ida para Santa Catarina faz parte da estratégia eleitoral do PL para 2026. O partido avalia que Carlos tem boa chance de conquistar a vaga no Senado em um estado que deu quase 70 por cento dos votos ao pai dele no segundo turno presidencial de 2022. No Rio, a sigla vê riscos de desgaste, sobretudo porque Flávio Bolsonaro deve concorrer à reeleição.
Mesmo assim, a movimentação não é unânime dentro do PL catarinense. Uma ala resiste ao avanço do vereador por considerar que a candidatura dele reduz o espaço da deputada federal Carol de Toni, também interessada na disputa pelo Senado. Dirigentes avaliam que a sobreposição pode gerar atritos internos nos próximos meses.
O governador Jorginho Mello, que tentará um novo mandato, observa o cenário com cautela. Ele não pretende entregar as duas vagas ao Senado a nomes do próprio partido, já que isso dificultaria acordos com outras siglas para ampliar a base de apoio.