Operação cumpre mandados em seis estados e no exterior; quadrilha usava falhas em sistemas de empresas que conectam bancos ao Pix
PF desarticula esquema de hackers que desviou R$ 813 milhões via Pix (Foto: Bruno Peres/Agência Brasil)
A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (30) uma operação de grande porte contra um grupo de hackers suspeito de desviar cerca de R$ 813 milhões de empresas e instituições financeiras ligadas ao sistema de pagamentos instantâneos Pix. De acordo com os investigadores, os criminosos invadiram contas utilizadas por bancos e instituições de pagamento para gerenciar transferências de clientes.
A ação policial cumpre 26 mandados de prisão e 42 de busca e apreensão em seis estados — Goiás, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Paraíba e Bahia — além do Distrito Federal. A operação também se estende ao exterior, com apoio da Interpol, em cooperação com as polícias da Espanha, Argentina e Portugal.
☆ Bloqueio milionário e crimes investigados
A Justiça Federal determinou o bloqueio de R$ 640 milhões em bens dos investigados, que responderão pelos crimes de organização criminosa, invasão de dispositivo informático, lavagem de dinheiro e furto mediante fraude eletrônica. A PF destacou que o grupo possuía alto nível de sofisticação tecnológica, capaz de acessar sistemas que interligam instituições financeiras ao Banco Central.
☆ Ataque em julho gerou alerta no mercado
O caso ganhou repercussão em julho, quando a empresa C&M Software reportou ao Banco Central um ataque cibernético a suas infraestruturas digitais. O episódio provocou grande apreensão no mercado financeiro, ao afetar pelo menos seis instituições. Segundo as companhias envolvidas, nenhum cliente teve dados ou valores pessoais comprometidos.A invasão permitiu o acesso indevido a contas de reserva — instrumentos mantidos pelas instituições financeiras junto ao Banco Central para operações de liquidez, depósitos compulsórios e movimentações entre bancos. Essas contas funcionam como uma espécie de “conta corrente” das instituições no BC, essenciais para a estabilidade do sistema financeiro.
☆ Método de invasão e apuração
De acordo com a C&M Software, os criminosos utilizaram credenciais e senhas de clientes para tentar acessar os sistemas da empresa e realizar movimentações fraudulentas. A investigação busca identificar como essas informações foram obtidas e se houve conluio interno.
Fonte: Brasil 247
Nenhum comentário:
Postar um comentário