domingo, 4 de maio de 2025

Wolney Queiroz assume Previdência e diz que irá defender aposentados após fraude no INSS

Novo ministro diz estar animado e com energia para enfrentar crise causada por fraudes em descontos de benefícios reveladas por operação da PF e CGU
Wolney Queiroz e Ministério da Previdência Social (Foto: Reprodução/Instagram | Agência Brasil )


Em vídeo publicado nas redes sociais neste sábado (3), o novo ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, afirmou estar “animado, com muita energia” para enfrentar a “tarefa árdua” de comandar a pasta em meio a uma grave crise institucional. A declaração foi dada um dia após sua nomeação, que se seguiu à saída de Carlos Lupi, afastado depois da operação conjunta da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) que revelou fraudes nos descontos aplicados em aposentadorias e pensões do INSS.

“Eu quero dizer a vocês que eu tô animado, com muita energia. Sei que a tarefa é árdua, mas eu vou honrar a confiança do presidente Lula, do PDT e, principalmente, dos aposentados. Das pessoas que trabalharam a vida inteira e merecem ter sua velhice amparada”, declarou Queiroz.

No vídeo, gravado em seu gabinete, o novo ministro afirma que já iniciou os trabalhos no sábado para se inteirar das questões mais urgentes da pasta. Ele disse também que já conversou com o novo presidente do INSS, o procurador Gilberto Waller Júnior, e com o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, para obter informações atualizadas sobre as reuniões que discutem a devolução dos valores indevidamente descontados.

Wolney Queiroz exerceu seis mandatos consecutivos como deputado federal pelo PDT, legenda da qual é presidente em Pernambuco. Em 2022, não conseguiu se reeleger, mas foi nomeado secretário-executivo da Previdência. Agora, retorna à linha de frente como titular da pasta após o desgaste provocado pela revelação de fraudes sistêmicas no INSS.

A operação que derrubou Carlos Lupi aponta suspeitas de desvio de dinheiro público, falsificação de assinaturas e adesões forjadas de aposentados a entidades sindicais e associativas — tudo sem o consentimento dos beneficiários. Segundo a CGU, essas entidades se cadastravam indevidamente no sistema do INSS e realizavam descontos diretamente na folha de pagamento.

Em muitos casos, os beneficiários sequer percebiam os abatimentos, pois não acessavam o sistema Meu INSS ou não conseguiam identificar o desconto entre outros já aplicados, como empréstimos consignados ou o Imposto de Renda. Entre 2019 e 2024, o total de descontos realizados nesses moldes chegou a R$ 6,3 bilhões, conforme auditoria, embora ainda esteja em apuração qual porcentagem desse montante foi ilegalmente subtraída.

Wolney também recorreu à memória de Eduardo Campos, ex-governador de Pernambuco, morto em 2014, para expressar o espírito com que assume a função: “Ele dizia que o sujeito desanimado não vai a lugar algum”, disse o novo ministro.

Fonte: Brasil 247

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