terça-feira, 6 de maio de 2025

Grupo que planejava atentado em show de Lady Gaga usava redes para propagar ódio, diz relatório

Relatório enviado à PF indica que jovens articulavam ataque com coquetéis molotov e explosivos improvisados por meio da plataforma Discord

       Show na orla de Copacabana, Rio de Janeiro (Foto: Marcelo Piu/Riotur)

Um relatório da Central de Inteligência, Vigilância e Tecnologia em Apoio à Segurança (Cevitas), órgão ligado à Prefeitura do Rio de Janeiro, revelou detalhes preocupantes sobre a articulação de um ataque que visava o show da cantora Lady Gaga, realizado no último sábado (3) na Praia de Copacabana, Zona Sul do Rio, relata o jornal O Globo.

A tentativa de atentado, que envolvia o uso de coquetéis molotov e artefatos explosivos improvisados em mochilas, foi inicialmente detectada pelo setor de inteligência da Polícia Civil no dia 24 de abril. Quatro dias depois, a denúncia chegou também ao Disque-Denúncia e ao Cevitas, que conseguiu infiltrar agentes entre os participantes de uma plataforma digital onde as conversas eram travadas.

Segundo o relatório, os suspeitos, em sua maioria adolescentes e jovens adultos, utilizavam o Discord como principal meio de comunicação. As tratativas ocorriam em comunidades virtuais caracterizadas por comportamentos tóxicos e conteúdos violentos. O documento aponta que essas comunidades promoviam discursos de ódio, especialmente direcionados ao público LGBTQIA+, e faziam apologia à violência.

Diante da gravidade das ameaças, a Cevitas recomendou que fosse tomada uma “ação preventiva” e encaminhou o relatório à Polícia Federal. Em entrevista coletiva concedida nesta segunda-feira (5), no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) da Secretaria de Segurança Pública, o secretário de Polícia Civil, delegado Felipe Curi, confirmou que a corporação já monitorava o grupo antes mesmo de receber a denúncia do Disque-Denúncia.

“A gente (Polícia Civil) tem várias fontes de inteligência. Posteriormente, nós recebemos um Disque-Denúncia ratificando isso (a informação recebida pela inteligência da corporação). A gente já estava há dez dias com esta informação vinda da nossa própria inteligência. A partir daí, começamos a destrinchar, a verificar esta informação com as quebras de sigilo requeridas à Justiça”, declarou Curi.

Com base nas investigações, a Polícia Civil deflagrou a “Operação Fake Monster” na manhã de sábado, dia do evento, com o objetivo de cumprir 15 mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos suspeitos. Entre os alvos, um homem de 44 anos, considerado o articulador do plano, foi preso no Rio Grande do Sul em posse de uma arma. No Rio de Janeiro, um adolescente de 17 anos, apontado como um dos coordenadores do grupo, também foi apreendido. Ambos prestaram depoimento e continuam sob investigação.

Apesar das ameaças, o show ocorreu sem intercorrências, reunindo mais de 2,1 milhões de pessoas na orla de Copacabana. A Polícia Civil informou que o planejamento do atentado foi neutralizado a tempo graças à ação das autoridades.

Durante a coletiva, Felipe Curi afirmou que a apuração do caso segue em curso e que o conteúdo apreendido, como celulares e notebooks dos investigados, poderá trazer novos desdobramentos.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

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