quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Comissão de Ética da Presidência abre processo contra ex-ministros que participaram de reunião golpista com Bolsonaro

 Ex-ministros Anderson Torres, Augusto Heleno, Bruno Bianco, Paulo Sérgio,Wagner Rosário, além de Mario Fernandes, são os alvos do procedimento

Jair Bolsonaro em reunião ministerial (Foto: Reprodução)

 A Comissão de Ética Pública da Presidência abriu na terça-feira (20) um processo para apurar a conduta de cinco ex-ministros do governo Jair Bolsonaro (PL) que participaram de uma reunião realizada em julho de 2022 no Palácio do Planalto, onde, segundo a Polícia Federal (PF), foi discutida uma "dinâmica golpista” visando impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

Segundo o jornal O Globo, os alvos deste procedimento são os ex-ministros Anderson Torres (Justiça), general Augusto Heleno (GSI), Bruno Bianco (AGU), Paulo Sérgio (Defesa), Wagner Rosário (CGU), e Mario Fernandes, secretário-executivo da Secretaria-Geral. O próximo passo da Comissão de Ética Pública será ouvir as defesas dos envolvidos, o que poderá resultar no arquivamento do caso ou na continuidade da apuração.

A investigação indica que durante o encontro, os participantes teriam articulado uma estratégia de ataque ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e à credibilidade das urnas. Trechos dessa reunião embasaram a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes que autorizou a Operação Tempus Veritatis, deflagrada pela PF com o objetivo de apurar a trama golpista. 

Além de assessores, militares e ex-ministros, Jair Bolsonaro também foi um dos alvos da operação e deverá prestar depoimento sobre o caso na quinta-feira (22).

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Lewandowski pede 'rigorosa apuração' sobre empresa em nome de laranja que atua na manutenção da prisão federal em Mossoró

 Empresa R7 Facilities está registrada em nome de um "laranja" que recebeu auxílio emergencial e mora na periferia de Brasília

Ricardo Lewandowski (Foto: Nelson Jr./SCO/STF)

 O Ministério da Justiça e Segurança Pública irá solicitar uma "rigorosa apuração" sobre a empresa R7 Facilities, responsável pelos serviços de manutenção do presídio federal de Mossoró (RN), onde ocorreu a fuga de dois detentos no último dia 14. A decisão foi tomada após o jornal O Estado de S. Paulo publicar uma reportagem apontando que a empresa está registrada em nome de um "laranja" que anteriormente recebia auxílio emergencial e reside na periferia de Brasília.

“O Ministério da Justiça e Segurança Pública irá acionar os órgãos competentes federais para que seja realizada rigorosa apuração referente à lisura da empresa citada”, disse a pasta em nota.

A pasta liderada pelo ministro Ricardo Lewandowski desde 1 de fevereiro também destacou que a Polícia Federal está investigando as circunstâncias da fuga dos presos da penitenciária. Uma das linhas de investigação sugere que uma obra em andamento dentro do presídio teria facilitado a fuga dos dois membros faccionados do Comando Vermelho. O ministro afirmou, em entrevista coletiva realizada no dia seguinte à fuga, que o caso foi resultado de uma "série de fatores", incluindo uma reforma em curso na unidade prisional.

Esta é a primeira fuga registrada na história dos presídios de segurança máxima no país. Os fugitivos, identificados como Rogério da Silva Mendonça, conhecido como Tatu, e Deibson Cabral Nascimento, o Deisinho, ainda não foram localizados. Lewandowski ressaltou que eles não ocupavam posições hierárquicas elevadas na organização criminosa.

A R7 Facilities foi contratada em abril de 2022 para realizar serviços de manutenção no presídio, com um contrato renovado em abril de 2023, totalizando um custo de R$ 1,7 milhão. O contrato envolve serviços contínuos de operação e manutenção predial, incluindo fornecimento de mão de obra exclusiva, material de consumo e insumos necessários. Segundo a reportagem, “Gildenilson Braz Torres é dono da R7 somente no papel. Ele é um ex-beneficiário do auxílio emergencial que mora na periferia de Brasília e não soube dar informações sobre a operação da companhia com faturamento anual da ordem de R$ 195 milhões”.

Anteriormente, desde janeiro de 2021, a companhia estava registrada em nome de outro intermediário, o bombeiro civil Wesley Fernandes Camilo, que assinou o contrato em 2022. Atualmente, Camilo trabalha como brigadista em um hospital particular em Brasília, com uma renda mensal de R$ 4 mil.

Fonte: Brasil 247 com informações do Estado de S. Paulo

Lula avisa a Lewandowski que irá vetar projeto contra saidinha

 O Senado aprovou nesta terça-feira (20) o projeto de lei que acaba com as saídas temporárias de presos em feriados e datas comemorativas

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: UESLEI MARCELINO / REUTERS)

 O presidente Lula avisou ao ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que, se o projeto de lei que proíbe a saída temporária de presos for aprovado no Congresso Nacional, ele irá vetar. 

“Lewandowski, que é contra a proibição da saidinha, tratou sobre o tema com Lula e com o Ministério das Relações Institucionais. O Planalto acredita que o projeto será aprovado sem dificuldade no Senado e na Câmara dos Deputados”, informou o jornalista Guilherme Amado, em sua coluna no Metrópoles.

Saiba mais - O Senado aprovou nesta terça-feira (20) o projeto de lei que acaba com as saídas temporárias de presos em feriados e datas comemorativas, mas mantém a autorização para que detentos em regime semiaberto possam estudar fora da prisão. Como os senadores fizeram mudanças, a proposta será analisada novamente pela Câmara dos Deputados, que aprovou o projeto em 2022.

A proposta foi aprovada por 62 votos favoráveis e dois contrários - dos senadores Cid Gomes (PSB-CE) e Rogério Carvalho (PT-SE).

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Senado aprova restrição às 'saidinhas' de presos; texto volta para a Câmara

 Na prática, o texto extingue a liberação temporária de presos em datas comemorativas e feriados


Agência Senado - O Senado aprovou nesta terça-feira (20) o projeto de lei (PL) 2.253/2022 que restringe o benefício da saída temporária para presos condenados. O projeto, relatado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), previa a revogação total do benefício, mas foi alterado para permitir as saídas de presos que estudam. Na prática, o texto extingue a liberação temporária de presos em datas comemorativas e feriados, que tem sido chamada popularmente de “saidinha”. O texto, aprovado com 62 votos favoráveis, dois contrários e uma abstenção, voltará para a análise dos deputados.

Apresentado pelo deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), o projeto, como veio da Câmara, revogava dispositivos da Lei de Execução Penal (Lei 7.210, de 1984) que tratavam das saídas temporárias. Pela legislação em vigor, o benefício vale para condenados que cumprem pena em regime semiaberto. Atualmente eles podem sair até cinco vezes ao ano, sem vigilância direta, para visitar a família, estudar fora da cadeia ou participar de atividades que contribuam para a ressocialização.

O texto foi aprovado com mudanças pelo Senado. Uma das emendas aceitas, do senador Sergio Moro (União-PR), reverte a revogação total do benefício. Pelo texto aprovado, as saídas temporárias ainda serão permitidas, mas apenas para presos inscritos em cursos profissionalizantes ou nos ensinos médio e superior e somente pelo tempo necessário para essas atividades. As outras justificativas atualmente aceitas para as saídas temporárias — visita à família e participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio social — deixam de existir na lei.

— O projeto acaba com as saídas temporárias em feriados, o que é diferente da autorização para o preso estudar ou trabalhar fora do presídio quando em regime semiaberto ou em regime aberto. (...) Por ter total pertinência, obviamente, nós resgatamos esse instituto, que, de fato, contribui para a ressocialização dos presos, que é a possibilidade de estudarem, de fazerem um curso profissionalizante — explicou o relator, que disse considerar a solução apresentada por Moro a mais adequada.

Mesmo para os presos com autorização de saída para estudar, a emenda também amplia restrições já contidas na lei. Atualmente, não podem usufruir do benefício presos que cumprem pena por praticar crime hediondo com resultado morte. O novo texto estende a restrição para presos que cumprem pena por crime hediondo ou com violência ou grave ameaça contra pessoa.

— Então, estamos preservando, sim, aquilo que é realmente relevante para o preso do semiaberto, que é a saída para a educação e para o trabalho. Ainda assim, colocamos uma cláusula de segurança, uma norma de segurança estabelecendo que, mesmo para essas atividades, não tem o direito à saída temporária aquele que foi condenado por crime hediondo e por crime praticado com violência ou com grave ameaça contra a pessoa. Temos que ter salvaguardas para proteger a população, para proteger os outros indivíduos. — explicou Moro.

Durante a discussão, senadores pediram ao líder do governo, Jaques Wagner (PT-BA) que intercedesse junto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que o texto não fosse vetado. O líder lembrou que o texto ainda voltará para a Câmara e negou que haja posição formada no governo para vetar o texto.

Homenagem - O texto também foi modificado para incluir a determinação de que, caso sancionada, a lei seja denominada “Lei PM Sargento Dias”. Esse trecho foi incluído pelo relator em homenagem ao sargento Roger Dias da Cunha, da Polícia Militar de Minas Gerais. Ele foi baleado na cabeça no dia 5 de janeiro, após uma abordagem a dois suspeitos pelo furto de um veículo em Belo Horizonte. O autor dos disparos era um beneficiado pela saída temporária que deveria ter voltado à penitenciária em 23 de dezembro e era considerado foragido da Justiça.

— Foi liberado e matou um policial, um jovem a serviço da sociedade. Uma sociedade tão estranha que faz um concurso público, seleciona os nossos melhores jovens, coloca numa academia de polícia, dá a eles uma arma e uma carteira e os joga numa selva desprotegida. Nós condenamos os policiais todos os dias, não damos a eles o apoio necessário — afirmou o senador Carlos Viana (Podemos-MG).

Regras - Além da restrição das saídas temporárias, o projeto trata de outros temas. Um deles é a necessidade de exame criminológico para a progressão de regime de condenados. De acordo com o texto, um apenado só terá direito ao benefício se “ostentar boa conduta carcerária, comprovada pelo diretor do estabelecimento e pelos resultados do exame criminológico”. O teste deve avaliar, por exemplo, se o preso é capaz de se ajustar ao novo regime “com autodisciplina, baixa periculosidade e senso de responsabilidade”.

— A exigência de realização de exame criminológico para progressão de regime é admitida pelos nossos tribunais superiores, desde que por decisão fundamentada. Sobre o assunto, há a Súmula Vinculante nº 26, do STF [Supremo Tribunal Federal], e a Súmula 439, do STJ [Superior Tribunal de Justiça]. Assim, o condicionamento proposto pelo projeto de lei se encontra alinhado com a jurisprudência das nossas Cortes Superiores — justificou o relator.

O projeto também estabelece regras para a monitoração de presos. Pela proposição, o juiz pode determinar a fiscalização eletrônica para aplicar pena privativa de liberdade a ser cumprida nos regimes aberto ou semiaberto ou conceder progressão para tais regimes. Outras hipóteses previstas são para aplicar pena restritiva de direitos que estabeleça limitação de frequência a lugares específicos; e para concessão do livramento condicional.

Ainda de acordo com o PL 2.253/2022, o preso que violar ou danificar o dispositivo de monitoração eletrônica fica sujeito a punições como a revogação do livramento condicional e a conversão da pena restritiva de direitos em pena privativa de liberdade.

Destaques - Favorável à aprovação do projeto, o senador Fabiano Contarato (PT-ES), lembrou que a pena tem caráter duplo, de readaptação ao convívio social e familiar, e de retribuição pelo mal praticado. Contarato citou vários institutos previstos em lei que reduzem significativamente a pena a ser cumprida pelos condenados, como progressão de regime, remissão de pena pelo trabalho, comutação de pena e livramento condicional. O senador, que é líder do PT, liberou a bancada para votar.

— Não posso deixar de manifestar a minha fala no sentido de que, diante dessas circunstâncias, não é razoável explicar para quem teve seu filho morto por um homicídio doloso, em que o cara foi condenado a nove anos de reclusão, que não vai ficar nem três anos preso. (...)  Por essa razão, eu peço humildemente perdão à minha bancada do Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras, mas eu não sairia daqui com a minha consciência tranquila votando não contra a saída temporária, por entender que é mais um benefício dado e que vai passar não a sensação, mas a certeza da impunidade — disse.

Ele, que foi delegado de Polícia, apresentou emendas para  estender a proibição de saídas temporárias para todos os condenados que cumprem penas por crimes inafiançáveis — como racismo, terrorismo e tortura. O destaque foi rejeitado pelos senadores, conforme a orientação do relator.

O senador Otto Alencar (PSD-BA) acusou Flávio Bolsonaro de ser contrário ao destaque para proteger os condenados por crimes cometidos nos ataques antidemocráticos do 8 de janeiro, que, com a aprovação, passariam a não ter direito ao benefício.

— Não tem explicação. Vossa Excelência quer excluir quem atentou contra a democracia no 8 de janeiro, terrorismo, ameaça ao Estado democrático de direito. Vossa Excelência não convenceu, não explicou absolutamente nada — acusou o senador, que também citou milicianos.

Flávio Bolsonaro afirmou que não cabia trazer o 8 de janeiro para a discussão e afirmou que houve uma tentativa de politizar uma questão que não devia ser politizada. Ele acusou a base do governo de fazer uma ataque político a apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Os senadores também rejeitaram emenda de Contarato para permitir o benefício da saída temporária não somente aos presos em cursos profissionalizantes, ensino médio e superior, mas também a toda educação básica para jovens e adultos. A emenda foi destacada pelo senador Jorge Kajuru (PSB-GO), vice-presidente da Comissão de Segurança Pública (CSP), que defendeu a aprovação.

— Investir na educação dos detentos não apenas os capacita para uma vida melhor após o cumprimento da pena, mas também contribui para a redução de conflitos dentro das instituições prisionais. A educação é uma ferramenta poderosa na promoção da paz e na construção de um ambiente propício ao desenvolvimento pessoal e social — disse o senador antes da rejeição do destaque.

Falta de estrutura - Apesar de declarar voto favorável ao texto, a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) criticou a pressa com que o projeto foi discutido. Ela afirmou que em alguns estados, como Goiás e Minas Gerais, não há estrutura para o cumprimento da pena em regime semiaberto, o que faz com que presos saiam diretamente do regime fechado para o aberto. Na prática, a senadora disse que é uma “saidona” e que a aprovação do projeto é “enxugar gelo”.

— Aqui ninguém é bobo. Eu vou votar a favor, vou apoiar os destaques, mas em nenhum momento vou passar pano ou fingir para o povo brasileiro. Tudo isso que está acontecendo aqui é para esconder o problema real, então vamos cobrar do Poder Executivo que cumpra o seu dever, invista, construa estruturas para os regimes semiabertos — disse a senadora ao citar governos estaduais.

A falta de estrutura para o cumprimento de pena no regime semiaberto também foi citada pelo senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL), que citou o exemplo do seu estado.

—  Toda essa revolta está sendo colocada para fora nos casos em que o semiaberto permite a "saidinha". Imagine num estado que nem semiaberto tem há mais de dez anos! Tem estímulo maior para impunidade do que esse? — questionou.

Fonte: Brasil 247 com informações da Agência Senado

Gilmar Mendes desmonta a Lava Jato e denuncia a cooperação ilegal com os Estados Unidos

 Decano do STF diz que é preciso detalhar mais a ligação de órgãos “como o DOJ [Departamento de Justiça dos EUA] e coisas do tipo” com integrantes da força-tarefa da Lava Jato

Ministro do STF Gilmar Mendes (Foto: Nelson Jr./SCO/STF)

 O ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que a força-tarefa da Lava Jato sofreu “influência de setores de agências internacionais”, mais especificamente dos Estados Unidos, e trocou informações sem o aval do Ministério da Justiça, denunciando mais uma vez as ilegalidades cometidas pelos procuradores à época liderados por Deltan Dallagnol.  “O que a gente vê, e está muito presente nas informações que temos, é essa troca de informações, que passou a ser informal, entre Curitiba e setores do governo americano. Uma das queixas é que isso não passava pelo órgão do Ministério da Justiça incumbido dessa função, o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI)”, disse Gilmar ao Brazil Journal.

Para o magistrado, é preciso “aprofundar a ligação” dos órgãos do governo dos EUA, “como o DOJ [Departamento de Justiça] e coisas do tipo”, com integrantes da força-tarefa da Lava Jato. "O nosso aparato de Justiça, os órgãos de corregedoria, que são acoplados ao STJ, e o Conselho da Justiça Federal, que funciona lá e é quem administra a Justiça Federal, falharam muito”.

“Para ser considerada ruim, essa coordenação precisaria ter melhorado muito! Ela foi um desastre! Porque se assistiu a isso sem nada fazer. Agora, está se encerrando esses dias o trabalho de correição feito lá na 13ª Vara Federal, em Curitiba, um trabalho do ministro Luís Felipe Salomão, do STJ”, completou. 

Sobre o processo que levou ao surgimento e ao fortalecimento da Lava Jato, o ministro relembrou: "se a gente olhar a Operação Satiagraha, da qual participaram o juiz Fausto De Sanctis, o delegado da PF Protógenes Queiroz, envolvendo o banqueiro Daniel Dantas [grupo Opportunity], já havia um certo conlúio entre o juiz, o promotor e o delegado que foi o protagonista da operação. Tivemos uma operação também contra a magistratura de São Paulo, da Justiça Federal. E também, no âmbito da Justiça Federal, a instalação das varas de lavagem. E, aí, vem um discurso, que precisa ser mais iluminado e aprofundado, que, talvez, tenha influência de setores de agências internacionais. (...) Dos americanos. Tem a história da Enccla [Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro, instituída pelo governo federal em 2003, com o objetivo de aprofundar a coordenação dos órgãos públicos envolvidos na prevenção e no combate aos crimes de lavagem e corrupção]. Meu saudoso colega Gilson Dipp, aqui do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), que foi corregedor do STJ, trabalhou na instalação das varas de lavagem. Elas se tornaram muito poderosas porque, obviamente, os crimes financeiros passaram a ser investigados ali. É nesse contexto que a Lava Jato veio com mais força, inclusive, com essa competência universal".

Fonte: Brasil 247 com informações do Brazil Journal

Caixa paga novo Bolsa Família a beneficiários com NIS de final 4

 Além do benefício mínimo de R$ 600, há o pagamento de três adicionais

(Foto: Roberta Aline/MDS)

Agência Brasil - A Caixa Econômica Federal paga nesta quarta-feira (21) a parcela de fevereiro do novo Bolsa Família aos beneficiários com Número de Inscrição Social (NIS) de final 4.

O valor mínimo corresponde a R$ 600, mas com o novo adicional o valor médio do benefício sobe para R$ 686,10. Segundo o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, neste mês o programa de transferência de renda do governo federal alcançará 21,06 milhões de famílias, com gasto de R$ 14,45 bilhões.

Além do benefício mínimo, há o pagamento de três adicionais. O Benefício Variável Familiar Nutriz paga seis parcelas de R$ 50 a mães de bebês de até 6 meses de idade, para garantir a alimentação da criança. O Bolsa Família também paga um acréscimo de R$ 50 a famílias com gestantes e filhos de 7 a 18 anos de idade e outro, de R$ 150, a famílias com crianças de até 6 anos de idade.

No modelo tradicional do Bolsa Família, o pagamento ocorre nos últimos 10 dias úteis de cada mês. O beneficiário poderá consultar informações sobre as datas de pagamento, o valor do benefício e a composição das parcelas no aplicativo Caixa Tem, usado para acompanhar as contas poupança digitais do banco.

A partir deste ano, os beneficiários do Bolsa Família não têm mais o desconto do Seguro Defeso. A mudança foi estabelecida pela Lei 14.601/2023, que resgatou o Programa Bolsa Família (PBF). O Seguro Defeso é pago a pessoas que sobrevivem exclusivamente da pesca artesanal e que não podem exercer a atividade durante o período da piracema (reprodução dos peixes).

Cadastro - Desde julho do ano passado, passa a valer a integração dos dados do Bolsa Família com o Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS). Com base no cruzamento de informações, cerca de 300 mil famílias foram canceladas do programa neste mês por terem renda acima das regras estabelecidas pelo Bolsa Família. O CNIS conta com mais de 80 bilhões de registros administrativos referentes a renda, vínculos de emprego formal e benefícios previdenciários e assistenciais pagos pelo INSS.

Em compensação, outras 240 mil famílias foram incluídas no programa neste mês. A inclusão foi possível por causa da política de busca ativa, baseada na reestruturação do Sistema Único de Assistência Social (Suas) e que se concentra nas pessoas mais vulneráveis que têm direito ao complemento de renda, mas não recebem o benefício.

Regra de proteção - Cerca de 2,29 milhões de famílias estão na regra de proteção em fevereiro. Em vigor desde junho do ano passado, essa regra permite que famílias cujos membros consigam emprego e melhorem a renda recebam 50% do benefício a que teriam direito por até 2 anos, desde que cada integrante receba o equivalente a até meio salário mínimo. Para essas famílias, o benefício médio ficou em R$ 372,45.

Auxílio Gás - O Auxílio Gás também será pago nesta quarta-feira às famílias cadastradas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), com NIS final 4. O valor caiu para R$ 102, por causa das reduções recentes no preço do botijão.

Com duração prevista até o fim de 2026, o programa beneficia cerca de 5,5 milhões de famílias. Com a aprovação da Emenda Constitucional da Transição, no fim de 2022, o benefício foi mantido em 100% do preço médio do botijão de 13 kg.

Só pode receber o Auxílio Gás quem está incluído no CadÚnico e tenha pelo menos um membro da família que receba o Benefício de Prestação Continuada (BPC). A lei que criou o programa definiu que a mulher responsável pela família terá preferência, assim como mulheres vítimas de violência doméstica.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

Podendo pegar 23 anos de cadeia e ficar inelegível até 2047, Bolsonaro diz querer disputar eleição em 2026

 "Eu só discuto isso aos 48 do segundo tempo [...] eu tenho a convicção que pode ser revertido isso porque foi uma injustiça", diz Bolsonaro sobre estar inelegível

Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução Youtube)

 Jair Bolsonaro (PL) afirmou acreditar que tem chances de reverter sua inelegibilidade de maneira a disputar as eleições presidenciais de 2026. "Eu só discuto isso aos 48 do segundo tempo [...] eu tenho a convicção que pode ser revertido isso porque foi uma injustiça", disse o ex-mandatário em entrevista à CBN Recife, nesta quarta-feira (21). A afirmação foi feita após ele ser questionado sobre a escolha de um possível sucessor para as eleições de 2026.

Bolsonaro foi declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em junho do ano passado por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante reunião realizada no Palácio da Alvorada com embaixadores estrangeiros no dia 18 de julho de 2022.

Atualmente o ex-mandatário responde a diversos processos na Justiça - incluindo um que envolve o planejamento de um golpe de Estado. Caso seja condenado em todos eles, Bolsonaro poderá pegar até 23 anos de prisão e ficar inelegível até 2047.

O ex-mandatário deverá prestar depoimento à Polícia Federal sobre a suposta trama golpista nesta quinta-feira (22).

Fonte: Brasil 247

Argentina de Milei começa a expulsar brasileiros sob alegação de 'falso turismo'

 Após décadas de políticas de portas abertas, agora há relatos crescentes de brasileiros sendo barrados nas fronteiras argentinas

Aeroporto de Buenos Aires (Foto: Marcos Brindicci/Reuters)

 Desde a ascensão do presidente Javier Milei, a Argentina tem adotado medidas mais rígidas em relação ao acesso de estrangeiros, gerando impactos significativos na comunidade brasileira que busca oportunidades educacionais no país vizinho. Após décadas de políticas de portas abertas, que incentivaram milhares de brasileiros a se estabelecerem na Argentina para frequentar universidades públicas gratuitas, agora há relatos crescentes de brasileiros sendo barrados nas fronteiras argentinas, informa o UOL.

De acordo com dados do Itamaraty de 2022, estima-se que aproximadamente 10 mil brasileiros residam na Argentina, dos quais muitos são estudantes universitários. No entanto, nos últimos dois meses, relatos de brasileiros que foram mandados de volta ao Brasil ao chegarem ao aeroporto de Buenos Aires têm se tornado mais frequentes, sob a alegação de serem "falsos turistas".

O acordo bilateral entre Brasil e Argentina, em vigor desde 2004, permite que cidadãos de ambos os países desfrutem de um status especial, concedendo-lhes o direito de permanecer em solo estrangeiro por até 90 dias, com a possibilidade de prorrogação por mais 90 dias e a oportunidade de iniciar procedimentos para residência permanente, se desejado. Esse acordo tem sido fundamental para a mobilidade e integração dos residentes dos dois países. Além disso, o acordo do Mercosul, em vigor desde 2009, facilita a circulação e permanência de residentes de países como Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, permitindo a tramitação de residência provisória com vistas à residência permanente. No entanto, os recentes acontecimentos indicam uma mudança de postura por parte das autoridades argentinas, afetando diretamente os brasileiros que buscam oportunidades educacionais no país.

Uma jovem de 22 anos foi impedida de entrar na Argentina mesmo tendo documentação que comprova sua intenção de estudar na faculdade de Artes em Buenos Aires. Mesmo portando todos os documentos necessários, como comprovantes de matrícula e hospedagem, os brasileiros são considerados "falsos turistas" e impedidos de ingressar no país. A história se repete com Liana, de 18 anos, que também foi barrada sob a mesma alegação no aeroporto de Buenos Aires em 1º de fevereiro.

Fonte: Brasil 247 com informações do UOL

PM de Tarcísio já matou 43 pessoas desde o fim de janeiro na Baixada Santista

 Levantamento revela aumento da letalidade policial na região após morte de soldado da PM em serviço

PM de São Paulo e Tarcísio de Freitas (Foto: Polícia Civil de SP/Twitter | ABR)

Desde o fim de janeiro, a atuação da Polícia Militar do governo Tarcisio na Baixada Santista tem sido marcada por uma escalada preocupante de violência, com o registro de pelo menos 43 mortes decorrentes de ações policiais. O levantamento, baseado em dados do Ministério Público de São Paulo, revela um cenário alarmante que tem gerado críticas e levantado questões sobre os métodos empregados pelo governador de São Paulo.

De acordo com reportagem do Metrópoles, a matança teve início após a morte do soldado Marcelo Augusto da Silva, em 26 de janeiro. Desde então, a região testemunhou uma onda de mortes violentas ligadas a intervenções policiais, com destaque para a chamada Operação Verão, lançada logo após o assassinato do soldado das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), Samuel Wesley Cosmo, em 2 de fevereiro.

Os dados revelam que, entre 28 e 31 de janeiro, ocorreram 10 casos de mortes, incluindo três envolvendo policiais militares fora de serviço, no Guarujá. Após um breve período sem registros, as mortes cometidas por PMs recomeçaram, totalizando 30 casos durante a Operação Verão, conforme dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP) até o dia 20 de fevereiro.

De acordo com o levantamento do Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp), entre 3 e 19 de fevereiro, foram registradas 32 mortes por PMs em serviço nas cidades de Santos, Guarujá, São Vicente, Cubatão, Mongaguá e Itanhaém, sendo um dos casos praticado por um policial fora do horário de serviço. Com a inclusão do incidente ocorrido em 20 de fevereiro, em Santos, o número sobe para 33 mortes apenas neste mês na região.

A letalidade das ações policiais na Baixada Santista tem sido objeto de críticas, inclusive com apelações à Organização das Nações Unidas (ONU). A operação, anteriormente conhecida como Operação Escudo, foi renomeada este ano para Operação Verão, mas os resultados têm se mostrado igualmente trágicos, levantando questionamentos sobre os métodos empregados.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

PF faz operação contra família que movimentou R$ 50 milhões com plantio de maconha na Bahia

 Agentes cumprem sete mandados de prisão e 20 mandados de busca e apreensão. Também foi determinado o bloqueio de contas bancárias e imóveis avaliados em cerca de R$ 50 milhões

(Foto: pf)

A Polícia Federal, em conjunto com o GAECO/MP-BA, desencadeou nesta quarta-feira (21) a Operação Kariri, visando desbaratar uma organização criminosa dedicada ao tráfico de entorpecentes e à lavagem de dinheiro. As ações ocorreram nas cidades baianas de Salvador, Feira de Santana, América Dourada, Morpará, Ibititá, Muquém do São Francisco, além de Brasília (DF), Ibimirim (PE) e São Paulo.

No total, sete mandados de prisão e 20 mandados de busca e apreensão foram expedidos, incluindo o bloqueio de contas bancárias e imóveis avaliados em aproximadamente R$ 50 milhões. Entre os bens bloqueados, destacam-se seis imóveis de alto padrão e cinco fazendas situadas na Bahia e em Pernambuco

A investigação teve início em 2019 e culminou na identificação de uma família que se reestruturou em Feira de Santana, após deixar Pernambuco, onde inicialmente se envolveu no cultivo ilegal de maconha. Três flagrantes foram realizados ao longo das investigações, resultando na apreensão de mais de uma tonelada da droga, além da erradicação de plantações.

O principal alvo da operação é apontado como o líder da organização, sendo identificado todo o esquema de lavagem de dinheiro por trás das atividades ilícitas. O lucro obtido com o tráfico era direcionado para a aquisição de bens imóveis de alto padrão, beneficiando não apenas o líder, mas toda a família envolvida no esquema.

A estratégia da organização incluía o uso de contas bancárias de parentes próximos para tentar ocultar o rastreio do dinheiro pelas autoridades. Além disso, foram identificadas cinco fazendas registradas em nome de terceiros, relacionadas ao principal alvo da investigação. Os envolvidos responderão pelos crimes de tráfico de entorpecentes, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Fonte: Brasil 247

Morre ao 84 anos Affonso Celso Pastore

 Pastore foi presidente do Banco Central de 1983 a 1985, durante o regime militar de João Figueiredo Pastore foi presidente do Banco Central de 1983 a 1985, durante o regime militar de João Figueiredo

Affonso Celso Pastore (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)

 Affonso Celso Pastore, economista e ex-presidente do Banco Central, faleceu nesta quarta-feira (21), em São Paulo, aos 84 anos, informa o g1. A confirmação veio da secretária do economista. Ele estava internado no Hospital Albert Einstein.

Ao longo de sua carreira, Pastore destacou-se como professor e consultor na área econômica. Entre 1979 e 1983, ocupou o cargo de secretário da Fazenda de São Paulo, antes de assumir a presidência do Banco Central do Brasil de 1983 a 1985. 

Sua trajetória na esfera pública teve início em 1966, quando se tornou assessor de Antônio Delfim Neto, então secretário da Fazenda do Estado de São Paulo. No ano seguinte, com a ascensão de Delfim ao cargo de ministro da Fazenda, Pastore passou a integrar o corpo ministerial.

Entre 1983 e 1985, ocupou a presidência do Banco Central durante o regime militar de João Figueiredo, o último mandatário da Ditadura Militar brasileira.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1





Com liderança de Lula fortalecida no mundo, Brasil realiza nesta quarta-feira primeira reunião ministerial do G20

 O encontro marca as atividades antes da cúpula que reunirá os chefes de Estado e de Governo em novembro, também no Rio de Janeiro

Lula se pronuncia na União Africana (Foto: Foto: Ricardo Stuckert / PR)


 A cidade do Rio de Janeiro acolhe nesta quarta (21) e quinta-feira, sob a presidência do Brasil, a primeira reunião ministerial do G20, grupo que reúne as 19 principais economias do mundo, a União Europeia e a União Africana.  

O encontro marca as atividades antes da cúpula que reunirá os chefes de Estado e de Governo em novembro, também no Rio de Janeiro.

Entre os confirmados para o encontro estão o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, e o ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov.

Além disso, estarão presentes autoridades dos países convidados e representantes de 12 organizações internacionais.

As reuniões serão fechadas, mas os chefes da diplomacia de cada país decidem se concedem entrevistas à imprensa durante a programação.

Estarão em evidência tópicos importantes da agenda do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como o combate à desigualdade e a luta pela nova governança global, num contexto internacional complexo.

Da mesma forma, os ministros dos Negócios Estrangeiros debaterão sobre as atuais tensões internacionais e a reforma dos órgãos de governança global, como o Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Da mesma forma, a guerra de Israel contra o povo palestino será um ponto de debate.

Surgirão também questões como a guerra entre a Rússia e a Ucrânia e as tensões políticas entre potências como os Estados Unidos, a China e a Índia.

De acordo com a programação, será oferecido um jantar aos chanceleres no final do primeiro dia de reunião e serão realizadas reuniões bilaterais ou multilaterais entre países ao longo do evento.

Encerrada a reunião de chanceleres, o evento “Os países do G20 e a diplomacia dos biocombustíveis” começa sexta-feira, também no Rio de Janeiro, no Palácio da Cidade, organizado pela Universidade de Columbia (Estados Unidos), em colaboração com o Climate Hub, Columbia Global Center Rio e Prefeitura do Rio.

Fonte: Brasil 247





terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

Flávio Dino: atuarei com 'imparcialidade' no STF

Em discurso de despedida no Senado, o parlamentar prometeu "fiel cumprimento à Constituição e à lei" quando for ministro do Supremo

Senador Flávio Dino (Foto: Waldemir Barreto / Agência Senado)

O senador Flávio Dino (PSB-MA) afirmou que atuará com "coerência", "imparcialidade" e "isenção" no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele vai assumir uma cadeira na Corte na próxima quinta-feira (22). O parlamentar fez um discurso de despedida no Senado. 

"No Supremo Tribunal Federal, terei coerência com essa visão que aqui manifesta. Esperem de mim imparcialidade e isenção, fiel cumprimento à Constituição e à lei. Nunca esperem de mim prevaricação. Nunca esperem de mim não cumprir meus deveres legais", disse. 

"Não sei se Deus me dará a oportunidade de estar novamente na tribuna do Parlamento, no Senado ou na Câmara [...] então, quem sabe, após a aposentadoria, em algum momento, se Deus me der vida e saúde eu possa aqui estar".

Fonte: Brasil 247

Em delação, Cid disse que 'grupo de radicais' defendia uso de 'braço armado' em plano golpista

 Segundo o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o "braço armado" contaria com o apoio de Colecionadores, Atiradores e Caçadores (CACs), uma das bases de apoio do bolsonarismo

Mauro Cid (Foto: Reprodução)

 O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), afirmou em sua delação premiada à Polícia Federal (PF) que um grupo de aliados "radicais" do ex-mandatário defendia a ideia de um "braço armado" para apoiar o plano golpista visando impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o jornal O Globo, Cid afirmou que o "braço armado" contaria com o apoio de Colecionadores, Atiradores e Caçadores (CACs), uma das bases de apoio do bolsonarismo.

O governo Bolsonaro concedeu, durante seu mandato, uma média de 691 registros de novas armas por dia para CACs, totalizando 904.858 registros ao longo de quatro anos, de acordo com dados do Exército. Ainda segundo Cid, havia pressões para que Bolsonaro assinasse um decreto golpista, baseando-se em uma interpretação distorcida do artigo 142 da Constituição Federal, que trata do papel das Forças Armadas na garantia da lei e da ordem. 

Cid ressaltou que o grupo radical ao redor de Bolsonaro buscava encontrar elementos concretos de fraude nas urnas, especialmente pressionando o general Paulo Sérgio, então comandante do Exército, em relação à Comissão de Transparência das Eleições. “Jair Bolsonaro queria uma atuação mais contundente do general Paulo Sérgio em relação à Comissão de Transparência das Eleições montada pelo Ministério da Defesa”, disse Cid em seu depoimento, de acordo com a reportagem. 

O tenente-coronel também mencionou que o ex-mandatário repassava supostas denúncias sem fundamento sobre fraudes nas urnas eletrônicas para aliados como os generais Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, e Paulo Sérgio, pedindo que elas “fossem apuradas”. Ainda segundo Cid, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o major da reserva do Exército Angelo Martins Denicoli também apoiavam Bolsonaro na investida contra a higidez do sistema eleitoral.

A assessoria de Pazuello informou que o deputado decidiu não se manifestar sobre as denúncias, enquanto a de Valdemar disse que irá se posicionar nos autos. A defesa de Paulo Sérgio afirmou que o ex-ministro da Defesa "sempre agiu corretamente, é inocente e confia na Justiça".

Jair Bolsonaro deverá prestar depoimento à PF sobre a suposta trama golpista na quinta-feira (22).

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Lira avisa a deputados: impeachment de Lula por condenar genocídio de palestinos irá ao lixo ou ao arquivo da Câmara

 O presidente do Parlamento brasileiro não dará andamento ao factóide que deputados de extrema-direita e do Centrão tentam criar. Papelório inútil contabiliza 118 assinaturas

Lula e Arthur Lira (Foto: Ricardo Stuckert/PR | Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

 O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), procurou parlamentares de extrema-direita integrantes de sua base de apoio e da oposição que encabeçam a coleta de assinaturas para um esdrúxulo e extemporâneo pedido de impeachment do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A todos eles, Lira deixou claro: mesmo ultrapassando a hipotética conta de 200 assinaturas, a chance de o pedido tramitar é zero.

Lula e Arthur Lira conversaram na manhã desta terça-feira, 21 de fevereiro, sobre a pauta legislativa de interesse do Governo e do Congresso, e deverão se encontrar pessoalmente em dois momentos nesta semana. Um deles, na posse do novo ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino, na quinta-feira (22). O outro, numa provável conversa privada que deverão ter, no Palácio do Planalto, até a manhã de sexta-feira.

Pedidos de impeachment não têm prazo para receber decisões do presidente da Câmara. Se quiser matá-los no nascimento, o chefe da Casa legislativa alega inconsistência formal, inoportunidade, desacordo com a norma ou outro defeito qualquer e os despacha para o arquivo. Caso deseje preservar uma espada sempre apontada para o Poder Executivo como instrumento de negociação, pode mantê-lo na gaveta e sem decisão pelo tempo que lhe aprouver. 

Foi agindo de acordo com essa regra de chantagem parlamentar que o ex-deputado Eduardo Cunha acumulou mais de 30 pedidos de impeachment da então presidente Dilma Rousseff até se decidir por desengavetar um deles, pedir que os redatores o corrigissem e deu curso ao processo de impeachment sem crime de responsabilidade que conduziu o País à tragédia da “Era Bolsonaro”.

Se não deu margem a dúvidas quanto ao que fará com o “impeachment fake news” proposto pela extrema-direita, Arthur Lira manteve o suspense quanto ao preenchimento da vaga de presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. O colegiado, por onde passam todos os projetos que tramitam na Casa - inclusive pedidos de impeachment - e é órgão recursal de decisões da Mesa Diretora, foi presidido pelo deputado Rui Falcão (PT-SP) em 2023.

Por acordo informal e verbal celebrado entre as siglas partidárias, caberia ao PL indicar o presidente da CCJ em 2024. A legenda de Valdemar Costa Neto e de Jair Bolsonaro, contudo, apontou internamente que a deputada Carolina de Toni presidirá a Comissão de Constituição e Justiça este ano. De Toni é uma das mais radicais extremistas de direita e aderente a todas as pautas reacionárias que surgem no Parlamento. O nome dela não agrada nem ao Centrão, nem mesmo a Lira. O presidente da Câmara deseja que seja designado um nome alternativo para a CCJ, ou não manterá o acordo firmado com o PL. Nessa hipótese, a CCJ poderia ficar com um nome de consenso do MDB ou do PP.

Fonte: Brasil 247