Ex-ministro da Casa Civil e da Defesa de Jair Bolsonaro tem direito a quatro refeições diárias e a banho de sol todos os dias
Preso há 140 dias por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o general Walter Braga Netto, que foi candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022, continua recluso em uma instalação adaptada no Comando da 1ª Divisão do Exército, no Rio de Janeiro. A informação é do portal Metrópoles, que detalhou as condições da prisão e o andamento do processo contra o militar.
Braga Netto foi detido em 14 de dezembro do ano passado, no âmbito da investigação da Polícia Federal que apura uma tentativa de golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É apenas o segundo general de quatro estrelas a ser preso na história do Brasil — o primeiro foi Hermes da Fonseca, em 1922. Atualmente, ele é o único réu preso entre os acusados do núcleo mais próximo de Bolsonaro.
A cela onde está detido foi adaptada em cumprimento ao Estatuto dos Militares e fica numa ala reservada a oficiais do Estado-Maior. O espaço conta com janelas sem grades, armário, geladeira e, segundo fontes não confirmadas oficialmente, até uma televisão. Em resposta ao Metrópoles, o Exército afirmou apenas que a estrutura “atende plenamente às disposições do estatuto dos militares, incluindo as garantias asseguradas pela legislação vigente”.
Apesar de estar preso na mesma unidade que já comandou, Braga Netto permanece sob a custódia de outro general, Eduardo Tavares Martins, sem que isso infrinja a hierarquia militar. O ex-ministro da Casa Civil e da Defesa tem direito a quatro refeições diárias, fornecidas pelo rancho militar, e a banho de sol todos os dias.
No início de fevereiro, o comandante do Exército, general Tomás Paiva — nomeado pelo presidente Lula em 2023 — visitou Braga Netto. A visita foi descrita como institucional e teve como objetivo verificar se as condições da custódia estavam sendo cumpridas adequadamente. Segundo relato de Paiva a outros oficiais, a conversa foi protocolar, e Braga Netto afirmou estar “bem assistido” por seus advogados.
Braga Netto foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por cinco crimes no contexto da suposta tentativa de golpe. A ação penal foi aberta pelo STF em 11 de abril e envolve também outros sete acusados, incluindo o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro. Eles compõem o chamado “núcleo 1” da denúncia.
Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles
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