sábado, 6 de dezembro de 2025

O que acontece com Michelle após o anúncio da candidatura de Flávio Bolsonaro


         A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o senador Flávio Bolsonaro (PL). Foto: Reprodução

A decisão de Jair Bolsonaro (PL) de apresentar Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como o nome da família para a disputa presidencial reacendeu a pergunta sobre o que acontece com Michelle Bolsonaro. Entre aliados do ex-presidente, a avaliação é que o movimento funciona mais como uma forma de tirá-la da corrida do que uma definição definitiva da candidatura do filho 01, conforme informações da colunista Malu Gaspar, do Globo.

Interlocutores do clã Bolsonaro afirmam que a escolha por Flávio serve para limitar o avanço recente de Michelle, que vinha se movimentando para assumir protagonismo político. Essa interpretação é compartilhada por vários aliados de Jair Bolsonaro, que veem a decisão como resposta direta à atuação da ex-primeira-dama nos últimos dias.

Até entre pessoas próximas ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), tido como o candidato preterido, o gesto é lido como uma reação ao crescimento de Michelle. “Tudo isso é porque Michelle se mexeu demais”, disse uma fonte ligada ao entorno do governador.

A crise desencadeada no Ceará

O episódio que antecipou o movimento ocorreu quando Michelle contestou publicamente a articulação para uma aliança entre o bolsonarismo e Ciro Gomes no Ceará para 2026. “Fazer aliança com o homem que é contra o maior líder da direita? Isso não dá. Nós vamos nos levantar e nós vamos trabalhar para eleger o Girão”, afirmou no lançamento da candidatura do senador Eduardo Girão.



A fala provocou cizânia na direita. O presidente do PL no estado, André Fernandes, respondeu que a aliança tinha sido autorizada pelo próprio Jair Bolsonaro. Flávio adotou a mesma linha e chamou Michelle de autoritária. Carlos e Eduardo também fizeram críticas à ex-primeira-dama.

Dias depois, Flávio visitou o pai na cadeia e buscou amenizar o conflito. “Falei pra ele [Jair Bolsonaro] que já me resolvi com a Michelle, pedi desculpas a ela, ela também”, declarou. Aliados já diziam que esse aceno seria uma “compensação”, pois Michelle seria informada de que não estaria na disputa presidencial.


Pressões internas e necessidade de um nome

Segundo aliados, Jair Bolsonaro está pressionado pelos filhos, vive um momento de abatimento e precisava apresentar rapidamente um nome antes que Michelle ganhasse força demais. No PL e entre os filhos, ela é vista como uma figura “incontrolável”, o que contribuiu para acelerar a decisão.

Agora, cabe a Flávio ocupar o espaço aberto pelo pai. Se isso resultará efetivamente em uma candidatura presidencial, no entanto, ainda não há definição — e aliados reconhecem que somente o tempo dirá se o movimento será consolidado.

Fonte: DCM com informações do jornal O Globo

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