Base conservadora ainda vê com otimismo a guerra comercial, mas líderes alertam que paciência com prejuízos econômicos tem prazo de validade
Presidente dos EUA, Donald Trump, dá detalhes sobre tarifas no Rose Garden da Casa Branca em Washington, D.C. (Foto: REUTERS/Carlos Barria)
A guerra comercial do presidente dos EUA, Donald Trump, continua provocando turbulência não apenas em Washington e Wall Street, mas agora também dentro do próprio Partido Republicano. Embora parte da base conservadora ainda apoie a retórica do presidente contra parceiros comerciais tradicionais, cresce entre dirigentes locais e estaduais da legenda a percepção de que o impacto econômico poderá custar caro nas eleições de meio de mandato.
É o que mostra uma série de entrevistas conduzidas pela jornalista Liz Crampton e publicadas originalmente pelo site POLITICO, com quase três dezenas de lideranças e estrategistas republicanos em sete estados-chave. A constatação geral: o apoio à cruzada tarifária de Trump ainda é alto, mas não incondicional.
“Se a economia simplesmente afundar completamente, então é Ciência Política 101 que o titular está em apuros”, alertou Jonathan Felts, consultor do Partido Republicano na Carolina do Norte. Felts ainda disse que, embora “muitas pessoas estejam dispostas a arcar com alguns problemas de curto prazo”, tudo muda quando o prejuízo bate no bolso: “Se você for ao McDonald’s e não houver mais opções no menu de um dólar, isso será um problema”.