quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

Aliados do clã acusam Michelle de construir projeto paralelo ao bolsonarismo


Michelle Bolsonaro (PL) durante evento de lançamento da pré-candidatura de Eduardo Girão (Novo) ao governo do estado do Ceará. Foto: Vitor Alcazar

Michelle Bolsonaro estaria usando sua influência no PL para montar um núcleo próprio de poder formado por mulheres “feministas leais”, segundo aliados do bolsonarismo, que acusam a ex-primeira-dama de priorizar seus planos pessoais em detrimento das estratégias eleitorais do grupo de Jair Bolsonaro. Com informações da colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.

Para dirigentes do partido, Michelle opera para eleger senadoras alinhadas exclusivamente a ela, ampliando seu peso interno e criando um bloco “michelista”.

Lideranças do PL afirmam que Michelle tenta impulsionar mulheres que lhe devem total lealdade e que, uma vez eleitas, a ajudariam a consolidar um centro de influência próprio dentro do partido.

Esse movimento ocorre, segundo esses dirigentes, em meio à disputa velada entre ela e os filhos de Jair Bolsonaro — sobretudo Flávio — pelo comando do espólio político do ex-presidente, hoje preso e com atuação limitada.

Ceará: Priscila Costa x Alcides Fernandes

No Ceará, foco mais recente do conflito interno, Michelle pressiona pela candidatura da vereadora Priscila Costa (PL) ao Senado. Priscila é evangélica e ligada a pautas de “família e vida”. Já o presidente estadual do PL, André Fernandes, quer lançar o próprio pai, Alcides, numa chapa que incluiria Ciro Gomes ao governo estadual e Eduardo Girão na segunda vaga ao Senado.

Michelle criticou duramente essa articulação com Ciro, afirmando que “isso não dá”, o que levou os enteados Flávio, Carlos e Eduardo a acusá-la de agir de forma autoritária. Nesta terça (2), Flávio disse ter pedido desculpas à madrasta.


Santa Catarina: Carol de Toni x Carlos Bolsonaro

O embate se repete em Santa Catarina. Michelle apoia Caroline de Toni (PL-SC) para o Senado, mas a vaga do PL no estado já foi reservada para Carlos Bolsonaro (PL-RJ). A segunda vaga da coligação deve ficar com o senador Esperidião Amin (PP-SC).

Ana Campagnolo (PL-SC), aliada de Michelle e presidente do PL Mulher no estado, protestou publicamente e afirmou que Carol estava sendo preterida porque a vaga estava sendo “dada” a Carlos.

Carlos chamou Campagnolo de mentirosa, e Eduardo disse que ela estava se insurgindo contra Jair Bolsonaro, que determinou a candidatura do filho por SC.

Distrito Federal: Bia Kicis x aliados tradicionais

No Distrito Federal, Michelle apoia Bia Kicis (PL-DF) para o Senado, contrariando outros aliados de Bolsonaro, entre eles o governador Ibaneis Rocha (MDB-DF), ampliando a percepção interna de que ela atua para fortalecer um grupo próprio.

Fonte: DCM com informações da Folha de S. Paulo

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