quinta-feira, 29 de maio de 2025

Santin Roveda toma posse segunda-feira como Presidente do Detran-PR


Foto: Divulgação

O novo Diretor-Presidente do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR), Santin Roveda, será empossado na próxima segunda-feira, 02 de junho, em cerimônia no Memorial Curitiba a partir das 18h30. Toda a população está convidada a participar deste momento, que marca a mudança no comando da autarquia como parte de uma reestruturação pontual promovida pelo Governador Carlos Massa Ratinho Junior. Na ocasião, também será feita apresentação dos principais serviços oferecidos pelo órgão.

Diante da nova missão, Santin pretende dar continuidade ao processo de modernização do Detran, com foco em inovação tecnológica, digitalização de serviços, educação no trânsito e humanização do atendimento. Entre os projetos nos quais já trabalha com sua equipe estão a ampliação da sinalização viária, CHN Social e Detranzinho.

Natural de União da Vitória, no Sul do Estado, Santin Roveda tem uma sólida trajetória no serviço público. Foi prefeito de sua cidade natal e Secretário de Estado da Justiça e Cidadania desde 2023, posição na qual conduziu projetos de grande impacto social, como o Paraná em Ação, Cuida Paraná e programa Bebê ID, todos com foco em cidadania e proteção social.

“Assumo esta nova função com muita responsabilidade e empenho. Agradeço ao Governador Ratinho Júnior pela confiança e estou determinado a trabalhar com dedicação para fazer do Detran-PR um órgão cada vez mais eficiente, moderno e próximo da população”, declarou.

A posse de Santin marca também uma nova fase no Detran-PR, que se consolida como um dos principais instrumentos de gestão pública voltados à mobilidade urbana, segurança viária e cidadania no Estado.

Serviço
Posse de Santin Roveda como Presidente do Detran-PR
Segunda-feira 02/06/2025
Às 18h30
Local: Memorial Curitiba (Rua Claudino dos Santos, 79. Centro, Curitiba, Paraná)

Fonte: Assessoria de Imprensa

PF vê possível obstrução de Justiça e deve convocar Bolsonaro a depor

"Existe grande chance de ele ser ouvido", disse um integrante da cúpula da Polícia Federal

          (Foto: ABr)

A Polícia Federal deve intimar Jair Bolsonaro (PL) a prestar esclarecimentos sobre um telefonema feito ao senador e ex-vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS) na véspera do depoimento do parlamentar ao Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da ação penal sobre uma suposta trama golpista para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após as eleições de 2022. "Existe grande chance de ele ser ouvido", declarou uma fonte da cúpula da PF à coluna do jornalista Igor Gadelha, do Metrópoles, sob condição de anonimato.

Bolsonaro telefonou para Mourão na semana passada, pouco antes de o general prestar depoimento no âmbito das investigações que correm na Suprema Corte. Conforme relatado pelo próprio Mourão, o ex-mandatário lhe pediu que ressaltasse, durante a oitiva, alguns pontos que ele considerava relevantes.

Em entrevista ao Metrópoles, Mourão, que foi vice-presidente da República durante o governo Bolsonaro, relatou que Bolsonaro entrou em contato para solicitar que certos pontos considerados estratégicos fossem reforçados durante seu depoimento. Um dos pedidos foi para que Mourão deixasse claro que nunca ouviu dele qualquer menção sobre ruptura institucional. O depoimento ocorreu na última sexta-feira (23).

A atitude gerou forte reação nos bastidores da Justiça. O gesto de Bolsonaro foi interpretado negativamente por ministros do STF e também por membros da Procuradoria-Geral da República (PGR) e da própria Polícia Federal. A avaliação entre autoridades é que a ligação pode configurar uma tentativa de interferência indevida no processo, podendo inclusive ser enquadrada como obstrução de Justiça, caso fique demonstrado que houve coação.

Além desse episódio, Bolsonaro já está na mira da PF em outro inquérito. A corporação se prepara para ouvi-lo nos próximos dias no caso que apura a atuação do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em articulações nos Estados Unidos para que fossem impostas sanções contra ministros do STF.

Procurado pela reportagem, Bolsonaro não respondeu aos pedidos de comentários sobre o telefonema. Já o senador Mourão, após a repercussão negativa, afirmou que a conversa com Bolsonaro teve teor "genérico".

Fonte: Brasil 247 com Metrópoles

Coronel que “caçava comunistas”, ex-colega de Bolsonaro, organizava grupos golpistas contra Lula

O coronel reformado do Exército, Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, ex-colega de Jair Bolsonaro (PL) na turma de 1977 da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman). Foto: Reprodução

O coronel reformado do Exército Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, apontado pela Polícia Federal como líder do grupo de extermínio chamado “Comando C4” — sigla para Comando de Caça a Comunistas, Corruptos e Criminosos — publicou uma série de vídeos nos quais admitia organizar grupos golpistas contra o presidente Lula (PT).

Caçadini foi alvo de uma operação da PF nesta quarta-feira (28) e responde no inquérito dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Ele, que foi colega de Jair Bolsonaro (PL) na turma de 1977 da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), já havia sido preso em janeiro de 2024, acusado de financiar o assassinato do advogado Roberto Zampieri, em Cuiabá (MT).

No total, são 101 vídeos autoincriminatórios publicados em seu canal no YouTube, chamado Frente Ampla Patriótica, que possui 1,43 mil inscritos.

Em um dos vídeos, publicado em junho de 2023, ele oferece um “tutorial” para organizar agrupamentos contra o governo, poucos meses após os ataques golpistas de 8 de janeiro. Segundo ele, já existiriam frentes organizadas nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.

“Patriotas, boa tarde. Os grupos já estão montados nesses estados [MT, MS, GO], fomos presencialmente e já temos grupos espalhados no Brasil inteiro”, afirmou Caçadini. “Massa de manobra é o que precisamos para enfrentar esse governo”.


Um processo em tramitação na Justiça Militar aponta que os vídeos do coronel da reserva propagam “ideias golpistas” e atacam a atuação das Forças Armadas.

A decisão da Justiça Militar, de outubro de 2024, afirma que “os elementos e provas colhidas indicam que o fim pretendido pelo acusado seria o de incitar, publicamente, ambiente de animosidade entre as Forças Armadas e os Poderes constituídos”.

Comunidade LGBTQIAP+


Além de “ensinar” sobre como “montar uma milícia para atacar o governo petista”, Caçadini também fez declarações absurdas sobre a comunidade LGBTQIAP+.

No vídeo, o militar promoveu um “chilique” e afirmou que as minorias têm “problemas psicológicos”, que teriam “nascido de proveta” e que existe uma “ideologia de gênero” sendo imposta no país.

“É preto, viado, sapatão, bissexual, travesti… Esse pessoal tem problemas psicológicos. (…) Só podem ter nascido de proveta. O Brasil não é deles, é nosso. Tão querendo colocar ideologia de gênero na cabeça das crianças”, disse o coronel.

Fonte: DCM

Com Lula, emprego com carteira bate recorde e informalidade recua no Brasil, aponta IBGE

País registra 39,6 milhões de trabalhadores com carteira assinada no setor privado, maior número da série histórica. Desemprego mostra estabilidade

                                   Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

A taxa de desocupação no Brasil ficou em 6,6% no trimestre encerrado em abril de 2025, resultado que revela estabilidade em relação ao período anterior (6,5%) e queda de um ponto percentual frente ao mesmo intervalo de 2024. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada nesta quinta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Entre os destaques da pesquisa, está o número recorde de trabalhadores com carteira assinada no setor privado: 39,6 milhões. O contingente cresceu 0,8% em relação ao trimestre anterior e 3,8% frente ao mesmo período de 2024. O analista do IBGE William Kratochwill avalia que “a estabilidade nas taxas de desocupação e subutilização confirma o que o primeiro trimestre apontou, ou seja, uma boa capacidade de absorção dos empregos temporários constituídos no último trimestre de 2024”.

✱ Subutilização e informalidade em queda - A taxa composta de subutilização da força de trabalho — que inclui desocupados, subocupados por insuficiência de horas e pessoas na força de trabalho potencial — manteve-se praticamente estável em 15,4%, ante 15,5% no trimestre anterior. Na comparação anual, o recuo foi de 2 pontos percentuais.

Já o total de pessoas desocupadas no país foi de 7,3 milhões, praticamente o mesmo número registrado no trimestre anterior (7,2 milhões). No entanto, houve uma redução significativa em relação ao ano passado, quando 8,2 milhões estavam desocupadas — uma queda de 11,5%, o que representa 941 mil pessoas a menos nessa condição.

A informalidade também recuou: agora representa 37,9% dos ocupados, o equivalente a 39,2 milhões de trabalhadores. O índice era de 38,3% no trimestre anterior e de 38,7% no mesmo período de 2024. Segundo Kratochwill, “o mercado de trabalho apresentando níveis mais baixos de subutilização da população em idade de trabalhar, como vem acontecendo, naturalmente impulsiona as contratações formalizadas, uma vez que a mão de obra mais qualificada exige melhores condições de trabalho”.

✱ Ocupação avança na comparação anual - O número de pessoas ocupadas se manteve estável no trimestre, somando cerca de 103,3 milhões de brasileiros em atividade. Em relação ao mesmo período de 2024, o aumento foi de 2,4% — ou 2,5 milhões de pessoas a mais no mercado de trabalho.

O nível de ocupação — percentual de pessoas ocupadas em relação à população em idade de trabalhar — atingiu 58,2%, também estável no trimestre. Na comparação anual, o índice avançou 0,9 ponto percentual, frente aos 57,3% registrados entre fevereiro e abril do ano passado.

✱ Setor público puxa avanço recente, enquanto cinco setores crescem no ano - Dentre os dez grupamentos de atividade analisados, apenas o setor de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais teve aumento no número de ocupados na comparação com o trimestre anterior. Kratochwill lembra que esse crescimento está ligado ao início do ano letivo, período que demanda contratações de profissionais como professores, auxiliares, cuidadores e cozinheiros.

Já na comparação com o mesmo trimestre de 2024, cinco setores ampliaram significativamente sua força de trabalho:

  •  Indústria geral: +471 mil trabalhadores (alta de 3,6%)
  •  Comércio e reparação de veículos: +696 mil (alta de 3,7%)
  •  Transporte, armazenagem e correio: +257 mil (alta de 4,5%)
  •  Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas: +435 mil (alta de 3,4%)
  •  Administração pública e serviços sociais: +731 mil (alta de 4,0%)

Na contramão, o setor de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura teve redução de 348 mil trabalhadores, queda de 4,3%.

✱ Renda cresce e massa salarial bate novo recorde - Outro indicador que apresentou resultado expressivo foi a massa de rendimento real habitual, que atingiu R$ 349,4 bilhões, maior valor da série histórica. A alta foi de 5,9% em relação ao mesmo trimestre de 2024, o que representa um incremento de R$ 19,5 bilhões.

O rendimento médio real habitual dos trabalhadores ficou em R$ 3.426, valor estável em relação ao trimestre anterior, mas 3,2% superior ao registrado entre fevereiro e abril do ano passado.

Para Kratochwill, “a massa de rendimento alcançou esse pico devido à estabilidade do nível da ocupação, além de aumentos pontuais da população ocupada com carteira de trabalho assinada nos setores privado e público”.

Fonte: Brasil 247

Motta diz que ambiente é pela derrubada de alta do IOF e dá prazo para governo apresentar alternativa

"A equipe econômica tem 10 dias para apresentar um plano alternativo ao aumento do IOF. Algo que seja duradouro, consistente", disse o presidente da Câmara

                       Hugo Motta - 24/04/2025 (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

Reuters - O presidente Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse em publicação no X nesta quinta-feira que o ambiente no Congresso Nacional é pela derrubada do decreto do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que aumentou alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e estabeleceu prazo de 10 dias para o Executivo apresentar uma alternativa à medida.

"Ontem à noite me reuni, ao lado do presidente (do Senado), Davi Alcolumbre, com o ministro (da Fazenda), Fernando Haddad, a ministra (das Relações Institucionais), Gleisi Hoffmann, e líderes. Reforcei a insatisfação geral dos deputados com a proposta de aumento de imposto do governo federal. E relatei que o clima é para derrubada do decreto do IOF na Câmara", escreveu Motta no X.

"Combinamos que a equipe econômica tem 10 dias para apresentar um plano alternativo ao aumento do IOF. Algo que seja duradouro, consistente e que evite as gambiarras tributárias só para aumentar a arrecadação, prejudicando o país."

Motta vai se reunir com líderes partidários da Câmara nesta manhã para discutir a eventual votação de projetos de decreto legislativo que sustam os efeitos do aumento do IOF.

Na quarta, após reunião com Motta e Alcolumbre, Haddad disse aos jornalistas que disse aos presidentes das duas Casas do Congresso que, no momento, não há alternativa à elevação da alíquota do IOF, anunciada na semana passada.

Fonte: Brasil 247 com Reuters

Governador da Paraíba diz que Lula levou dignidade ao Sertão ao levar água a quem não tinha

João Azevedo destacou a importância da Transposição para garantir segurança hídrica e elogiou os investimentos do governo federal no Nordeste

Governador da Paraíba, João Azevedo, segura placa da entrega do Marco 1 do Ramal do Apodi, na Barragem do Redondo (rodovia PB 420). Cachoeira dos Índios - PB. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

 “Lula, você trouxe vida, trouxe dignidade para pessoas que não tinham água em suas torneiras.” Foi com essa declaração enfática que o governador João Azevêdo resumiu o impacto da obra de transposição do Rio São Francisco para o povo paraibano, durante a inauguração do 1º Trecho do Ramal do Apodi, realizada nesta quarta-feira (29), em Cachoeira dos Índios, no Sertão da Paraíba. A cerimônia contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e marcou um novo passo rumo à segurança hídrica para cerca de 750 mil pessoas na Paraíba e no Rio Grande do Norte. As informações são do Governo da Paraíba.

Segundo o governador, os investimentos federais, especialmente os feitos na área hídrica, têm sido decisivos para transformar a realidade do semiárido. Azevêdo citou como exemplo os grandes projetos de adutoras do Cariri e do Curimataú, que somam mais de 700 km de extensão. “É dever do Estado fazer com que essas águas tenham a maior capilaridade”, afirmou.

O Trecho I do Ramal do Apodi tem 115,5 km de extensão e liga a Barragem Caiçara, na Paraíba, à Barragem Angicos, no Rio Grande do Norte. Com uma vazão projetada de 40 m³/s, a obra foi iniciada em 2021 e está 74,83% concluída. O investimento total é de R$ 1,45 bilhão, com previsão de entrega para outubro de 2026.

Antes de chegar à Paraíba, Lula sobrevoou trechos da transposição no Ceará e em Salgueiro, Pernambuco. Na ocasião, o presidente assinou a ordem de serviço no valor de R$ 491,3 milhões para duplicar a capacidade de bombeamento de água em todo o Eixo Norte do Projeto de Integração do Rio São Francisco. A ampliação permitirá que o volume bombeado passe de 24,75 m³/s para 49 m³/s, beneficiando 237 municípios e cerca de 8,1 milhões de pessoas em Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.

Durante a cerimônia em Cachoeira dos Índios, Lula voltou a defender a importância da transposição para o povo nordestino. “Essa obra é uma demonstração clara de que a natureza pode ser utilizada em benefício da população. Aqui o pessoal morria de fome, o gado morria de fome e ninguém dava jeito. Preferimos resolver esse problema e trazer água para que o povo trabalhe aqui, plante aqui, viva com sua família aqui”, declarou.

Lula afirmou ainda que a transposição foi a melhor decisão que tomou em sua vida política. “A transposição das águas do Rio São Francisco tinha como objetivo dar aquilo que Deus dá a todo mundo, que é um copo de água para beber para 12 milhões de pessoas que viviam no semiárido brasileiro. Mesmo com muitas vozes contrárias, era uma obra necessária e que vinha sendo prometida há 176 anos”, destacou.

O presidente lembrou que a entrega das obras principais é apenas o começo, e que o desafio agora é garantir, em parceria com os governos estaduais e municipais, que a água chegue tratada e com qualidade até as casas das pessoas e às propriedades dos pequenos agricultores.

O ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, também falou sobre a relevância histórica do momento. “Hoje é mais que uma cerimônia, é um compromisso selado com a história, com o presente, o futuro e o povo do Nordeste. Damos mais um passo para que a transposição do Rio São Francisco cumpra sua missão integral, ser água para todos, o tempo todo, em todo o Nordeste”, disse.

O prefeito de Cachoeira dos Índios, Alysson Francisco, agradeceu ao presidente Lula por incluir o município na história da obra hídrica mais importante do país. “Nosso povo está agradecido e com esperança de que, com a obra da transposição do Rio São Francisco, possamos viver em uma região mais fértil e desenvolvida”, afirmou.

Também estiveram presentes na solenidade os ministros Rui Costa (Casa Civil), Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos) e Luciana Santos (Ciência e Tecnologia); a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra; os deputados federais Damião Feliciano, Gervásio Maia, Luiz Couto, Pedro Campos e Mineiro; além de prefeitos, parlamentares e lideranças estaduais.

Fonte: Brasil 247

Lula participa da criação de assentamento no Paraná

Área ocupada desde 2003 por 450 famílias será formalmente reconhecida pelo governo em cerimônia com presença do presidente e do ministro Paulo Teixeira

Lula - 24/05/2025 - Campo Verde - MT (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa, nesta quinta-feira (29), do ato de criação do Assentamento Maila Sabrina, localizado nos municípios de Ortigueira e Faxinal, no Paraná. O evento está previsto para as 11h, na própria comunidade, e contará com a presença do ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira, e do presidente do Incra, César Aldrighi.

O assentamento será criado em uma área de 10,6 mil hectares, onde vivem cerca de 450 famílias de trabalhadores rurais. A medida integra o programa Terra da Gente, lançado pelo governo federal para acelerar a reforma agrária e estruturar assentamentos em todo o país. Segundo o governo, até o fim de 2025 serão assentadas 30 mil famílias em novos lotes, com outras 30 mil previstas até o fim de 2026.

Além da criação do assentamento, o evento inclui a entrega de R$ 1,3 milhão por meio do Crédito Instalação Fomento Mulher, destinado a 142 mulheres do Assentamento Eli Vive, em Londrina (PR). Também será feita a assinatura de contratos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) para famílias da mesma comunidade.

Durante a cerimônia, o MDA e a Itaipu Binacional firmarão um protocolo de intenções para compra de alimentos da agricultura familiar via Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), na modalidade de Compra Institucional. O acordo garantirá que parte dos produtos venha da produção local, beneficiando pequenos agricultores da região próxima à usina. Também será assinado um convênio voltado à ampliação da Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), com foco na bioeconomia e no desenvolvimento de territórios sustentáveis.

O imóvel que dará origem ao assentamento era ocupado desde 2003 por famílias organizadas na Comunidade Maila Sabrina, vinculada ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Durante duas décadas, essas famílias enfrentaram ameaças de despejo e processos judiciais. A área, antes utilizada para criação de búfalos em condições de degradação ambiental, passou a abrigar uma comunidade com produção agrícola diversificada e presença de serviços públicos.

A solução para o conflito foi construída a partir de um acordo consensual mediado pela Comissão de Conflitos Fundiários do Tribunal de Justiça do Paraná. O entendimento envolveu o Incra, Ministério Público Federal e Estadual, Defensoria Pública, representantes dos governos estadual e federal, além dos antigos proprietários. Acordado em março deste ano, o acordo resultou na indenização dos proprietários, na extinção das ações possessórias e na garantia de permanência das famílias.

Segundo dados do projeto MapBiomas, entre 2003 e 2023 a ocupação resultou na recuperação ambiental da área, com substituição de pastagens degradadas por lavouras, florestas e cultivos sustentáveis. A comunidade é reconhecida regionalmente por sua produção de alimentos, eventos culturais como a tradicional Cavalgada do Trabalhador, e ações de solidariedade — como a doação de alimentos durante a pandemia de Covid-19.

Atualmente, vivem na área cerca de 1.600 pessoas, com atividades que incluem o cultivo orgânico de grãos, hortaliças e frutas, pequenas criações animais e iniciativas comunitárias.

Fonte: Brasil 247

Defesa de Anderson Torres desiste de ouvir Paulo Guedes e Célio Faria na ação sobre tentativa de golpe

Ex-ministro do governo Bolsonaro retirou o nome de três testemunhas, mas mantém depoimentos de outros aliados, como Bruno Bianco e Adolfo Sachsida

Ex-ministro da Economia, Paulo Guedes, (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)

A defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres desistiu de ouvir os ex-ministros Paulo Guedes (Economia) e Célio Faria Júnior (Secretaria de Governo) como testemunhas no processo que investiga a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, destaca o jornal O Globo.

A audiência de Guedes e Faria estava agendada para esta quinta-feira (30), mas os advogados de Torres optaram por abrir mão da oitiva de ambos, sem apresentar justificativa pública para a decisão. Além deles, também foi dispensado o depoimento de Adler Anaximandro de Cruz e Alves, que ocupou interinamente o cargo de advogado-geral da União.

Apesar das mudanças, a defesa de Torres mantém na lista de testemunhas três outros ex-ministros do governo Jair Bolsonaro: Bruno Bianco (Advocacia-Geral da União), Wagner Rosário (Controladoria-Geral da União) e Adolfo Sachsida (Minas e Energia), todos convocados pela própria defesa.

Outros nomes ligados ao bolsonarismo também prestarão depoimento nos próximos dias. Estão previstas para esta sexta-feira (31) as oitivas do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), do senador Ciro Nogueira (PP-PI), do deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ) e do ex-ministro do Turismo Gilson Machado Neto. Já na segunda-feira (3), devem ser ouvidos o senador Rogério Marinho (PL-RN) e o ex-ministro da Ciência e Tecnologia Marcos Pontes.

O processo em questão é parte da investigação conduzida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a articulação golpista que culminou nos ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Inquérito contra Eduardo faz Bolsonaro temer prisão iminente

Moraes acatou um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e determinou a abertura de uma investigação contra Eduardo Bolsonaro

         Jair Bolsonaro - 06/03/2025 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de abrir um inquérito contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) elevou a tensão no entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro, que passou a temer, de forma mais concreta, a possibilidade de ser preso antes mesmo do desfecho do julgamento da tentativa de golpe de Estado. A informação é do jornal O Globo.

Na segunda-feira (26), Moraes acatou um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e determinou a abertura de uma investigação contra Eduardo Bolsonaro por suposta articulação junto ao governo do ex-presidente Donald Trump, nos Estados Unidos, para impor sanções a ministros do STF. A ação teria ocorrido no momento em que a Corte julga acusações contra Jair Bolsonaro e aliados pela tentativa de impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2023.

O inquérito atinge diretamente o ex-presidente, já que Moraes determinou que ele preste depoimento à Polícia Federal em até dez dias, por ser, segundo suas próprias declarações, “o responsável financeiro pela manutenção de Eduardo Bolsonaro em território americano”. Eduardo está nos EUA desde fevereiro e, mesmo licenciado do cargo, é investigado por supostos crimes de obstrução de Justiça, organização criminosa, abolição violenta do Estado democrático de direito e coação no curso de processo.

A medida provocou apreensão no núcleo político de Bolsonaro. Segundo fontes do PL ouvidas pela coluna, há temor de que Moraes tome medidas mais duras nos próximos dias, como a decretação de prisão preventiva ou o bloqueio de bens do ex-presidente. “A prisão preventiva de Bolsonaro, que parecia fora de propósito, pelo menos neste momento, agora passou a ficar mais concreta. O risco é real”, afirmou um interlocutor próximo do ex-mandatário.De acordo com a PGR, as evidências reunidas até agora “conduzem à ilação de que a busca por sanções internacionais a membros do Poder Judiciário visa a interferir sobre o andamento regular dos procedimentos de ordem criminal, inclusive ação penal, em curso contra o sr. Jair Bolsonaro e aliados”.

Bolsonaro não tem escondido sua inquietação. Ele tem comentado com frequência, nos bastidores, o risco de ser alvo de medidas judiciais. O receio foi intensificado com o avanço da investigação contra Eduardo, que estaria atuando como um emissário informal do bolsonarismo junto à extrema direita internacional.Em entrevistas recentes, Bolsonaro afirmou que tem bancado as despesas do filho com parte dos R$ 17 milhões arrecadados via pix em 2023, com o objetivo de quitar multas e despesas jurídicas acumuladas durante seu mandato. “Eu estou bancando as despesas dele agora. Se não fosse o pix, eu não teria como bancar essa despesa, ele está sem salário e fazendo o seu trabalho de interlocução com autoridades no exterior. O que queremos é garantir a nossa democracia, não queremos um Judiciário parcial”, disse.

O extremista também mencionou planos para o futuro político do filho: “Quero que ele dispute o Senado em 2026, mas precisamos que os ventos mudem. Ainda não sei se ele retorna da licença, estamos na metade do prazo de 120 dias.”

A escalada de tensões gerou um novo movimento entre aliados de Bolsonaro. Na semana passada, o ex-ministro do Turismo Gilson Machado lançou uma nova vaquinha online para custear passagens, advogados e as despesas de Eduardo nos EUA. Segundo Machado, Bolsonaro já teria usado R$ 8 milhões dos R$ 17 milhões arrecadados.

Para um interlocutor do ex-presidente, “o Supremo transformou o Eduardo Bolsonaro em um expoente da direita. Deram um upgrade para ele”. A medida de Moraes, inédita no contexto da investigação da trama golpista, é vista por especialistas como um sinal de que o cerco jurídico contra o ex-presidente está se fechando. A Primeira Turma do STF já aceitou, por unanimidade, a denúncia da PGR contra Bolsonaro e outros sete aliados por tentativa de golpe, reforçando o ambiente de incerteza no campo político e jurídico da oposição.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Itaipu realiza teste de retomada de energia e comprova capacidade de operar em apagões

Quatro unidades geradoras foram desligadas por 25 minutos em simulação controlada que testou a resposta da usina em caso de falha total do sistema

Profissionais brasileiros e paraguaios da Itaipu em ação durante o teste de black start, na Sala de Controle Central (CCR). (Foto: William Brisida/Itaipu Binacional)

A usina hidrelétrica de Itaipu, localizada na fronteira entre Brasil e Paraguai, comprovou neste domingo (25) sua capacidade de retomar o fornecimento de energia de forma autônoma em caso de apagões. A informação foi divulgada pela própria empresa. O teste, conhecido como black start, consistiu no desligamento parcial do setor de 60 Hz da usina, com o objetivo de simular uma situação de perda total de conexão com o sistema elétrico nacional e verificar a eficiência dos procedimentos de recomposição da energia.

Durante a simulação, foram desligadas quatro das 20 unidades geradoras (U10, U11, U12 e U13), além de equipamentos auxiliares responsáveis pela recomposição. O procedimento durou cerca de 25 minutos e foi realizado de forma totalmente controlada, sem causar impacto aos sistemas elétricos do Brasil e do Paraguai. A operação representa a primeira etapa do plano de recomposição da usina, que seria acionado em um cenário real de desligamento total.

O gerente de Operação da Usina e Subestações de Itaipu, Cláudio Costa, explicou que a principal dificuldade em situações de apagão é garantir rapidez na retomada do fornecimento de energia. “A ideia é que tudo seja o mais real possível, incluindo o envolvimento indireto de outros setores da usina nas fases de planejamento e programação, e do ONS, necessários neste tipo de operação”, afirmou.

Costa destacou ainda que Itaipu dispõe de geradores a diesel instalados na Casa de Força, permitindo religar suas unidades sem depender de fontes externas. Isso garante uma retomada segura e independente em casos extremos. “Com o sistema energizado até a Subestação de Foz do Iguaçu, da Eletrobras, considera-se concluída a primeira etapa do processo, que é de responsabilidade de Itaipu”, explicou.

A equipe responsável pela operação foi composta por 12 profissionais brasileiros e paraguaios que atuam na Sala de Controle Central (CCR) e na sala de Despacho de Carga. Segundo Costa, todos os procedimentos seguem normas rígidas e as equipes passam por treinamentos regulares. “Cabe destacar que todos os procedimentos seguem rigorosamente normativos e regras operativas. Além disso, as equipes de empregados e empregadas, brasileiros e paraguaios, passam por treinamentos rotineiros, garantindo a competência necessária para desempenhar suas funções com segurança e eficiência em situações de testes ou em ocorrências reais”, completou.

A manobra testada no último domingo se soma a outro black start realizado em 27 de abril, no setor de 50 Hz, que atende o Paraguai. Ambos os testes comprovaram a capacidade de autorrestabelecimento da usina em menos de meia hora, demonstrando sua preparação para atuar em cenários de falha total de fornecimento.

A energia gerada pelas quatro unidades envolvidas no teste seria suficiente, segundo Costa, para abastecer parcialmente uma metrópole como São Paulo (SP) ou completamente cidades como Belo Horizonte (MG), Campinas (SP) ou o Rio de Janeiro (RJ), atendendo aproximadamente 6 milhões de pessoas.

Responsável por cerca de 7% da demanda brasileira e 78% da demanda paraguaia em 2024, a usina de Itaipu se consolida como uma infraestrutura essencial e preparada para garantir a estabilidade do sistema elétrico em casos de emergência.

Fonte: Brasil 247

Eduardo Bolsonaro vê cerco se fechando no Brasil e pode ficar nos EUA

Parlamentar licenciado já planeja fazer campanha eleitoral à distância em 2026

                   Deputado Eduardo Bolsonaro - 24/02/2024 (Foto: REUTERS/Elizabeth Frantz)

Aliados do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) consideram irreversível sua permanência nos Estados Unidos e já articulam uma possível candidatura à distância nas eleições de 2026. A informação foi divulgada pela Folha de S. Paulo e reflete a avaliação do entorno de Eduardo após a abertura de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes.

O deputado deixou o Brasil em março, quando ainda não era alvo de investigação, alegando temer uma possível apreensão de seu passaporte. À época, o gesto causou estranhamento até mesmo no núcleo político de seu pai, Jair Bolsonaro (PL), por ser interpretado como um movimento de fuga. Agora, com o avanço do inquérito, aliados dizem que Eduardo ganhou um novo argumento: o de que estaria sendo perseguido judicialmente.

A licença de Eduardo na Câmara foi solicitada por "interesse particular", conforme prevê o regimento interno da Casa, e tem validade de 122 dias — prazo que se encerra em 22 de julho. Após esse período, o deputado poderia faltar a até um terço das sessões, antes de haver risco de cassação por faltas. Contudo, cabe ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidir sobre a aplicação dessas penalidades, o que abre margem para manobras.

Eduardo é investigado por ter atuado junto a autoridades do governo dos Estados Unidos com o objetivo de pressionar por sanções contra integrantes do STF, da Procuradoria-Geral da República (PGR) e da Polícia Federal. O inquérito foi instaurado após pedido do procurador-geral Paulo Gonet, que mencionou diretamente as ações do parlamentar para tentar convencer o governo do presidente Donald Trump a adotar medidas contra Moraes.

Entre os crimes apontados estão coação no curso do processo, obstrução de investigação e tentativa de abolição do Estado democrático de Direito. Gonet ainda afirmou que Jair Bolsonaro é o “responsável financeiro pela manutenção” de Eduardo e seus familiares no exterior, o que pode se tornar um novo ponto de pressão caso o STF decida bloquear bens do ex-presidente.

Em uma reunião virtual com líderes da oposição na Câmara, realizada na última terça-feira (27), Eduardo participou remotamente para comentar a abertura do inquérito. Segundo relatos, o deputado disse que “o cerco está se fechando contra o bolsonarismo” e orientou os colegas a manterem atenção. Para o grupo, o avanço da investigação seria uma forma de “perseguição política”, o que, paradoxalmente, poderia reforçar argumentos junto ao governo dos EUA para acelerar sanções contra autoridades brasileiras.

De acordo com pessoas próximas, Eduardo Bolsonaro avalia a permanência nos EUA até mesmo durante o processo eleitoral de 2026. Um dos aliados afirma que há “95% de chance” de ele não voltar ao Brasil, a não ser que ocorra uma mudança radical no cenário político e jurídico — algo considerado improvável. A hipótese de campanha remota ao Senado é discutida no grupo.

Ainda assim, a decisão definitiva dependerá de sua esposa, que demonstrou relutância em retornar ao país. A indefinição também alimenta especulações dentro do PL. Uma das alternativas seria lançar Carlos Bolsonaro, vereador no Rio, como candidato ao Senado por São Paulo, transferindo seu domicílio eleitoral. Outra possibilidade levantada é a candidatura do deputado Marco Feliciano (PL-SP), que já ensaiou disputar o Senado na eleição anterior.

Desde que se filiou ao PL, Jair Bolsonaro tem afirmado que uma de suas prioridades é construir uma bancada majoritária no Senado. O objetivo seria aprovar medidas para reduzir o poder do STF e até viabilizar pedidos de impeachment contra ministros da Corte. Em meio ao avanço do inquérito e à permanência de Eduardo no exterior, as movimentações para manter a estratégia política da família Bolsonaro seguem em curso — agora com base em Miami.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Governo quer antecipar ressarcimento de aposentados vítimas de fraudes no INSS, diz ministro

Wolney Queiroz disse que o governo fará um pente-fino nas entidades associativas

                                Wolney Queiroz (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, afirmou nesta quinta-feira (29) que o governo federal pretende finalizar o pagamento das indenizações às vítimas de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) antes do término de 2025. Queiroz comentou a declaração do presidente do INSS, Gilberto Waller, que havia estabelecido como prazo-limite o dia 31 de dezembro.

"Esse prazo de 31 de dezembro, ele colocou como prazo limite para que todos os ressarcimentos sejam feitos. Eu espero que a gente bem antes consiga isso, porque isso foi um pedido do presidente da República. Ele pediu que a gente fosse rápido, implacável na busca dos culpados [...] e pediu acolhimento e cuidado com os aposentados", disse Queiroz em entrevista ao Bom dia Ministro, programa da EBC.

Para garantir os pagamentos ainda este ano, o governo estuda utilizar recursos próprios do Orçamento, já que os valores bloqueados das entidades suspeitas só poderão ser acessados após decisões definitivas da Justiça — o que pode levar tempo, já que nenhuma denúncia formal foi apresentada até o momento.

Segundo a Polícia Federal, diversas associações vinham descontando mensalidades diretamente da folha de pagamento de aposentados e pensionistas sem autorização, sob a alegação de oferecer serviços diversos. Diante do escândalo, o governo promete reforçar a fiscalização.

“Será feito um pente-fino nas entidades associativas que cobram e prestam serviços aos aposentados”, disse o ministro. Apesar das irregularidades, Queiroz defende a existência dessas organizações. “É benéfico para os aposentados que elas existam, acho que elas devem ser preservadas, mas ao final de tudo ficarão poucas e boas associações fazendo esse trabalho de atendimento aos aposentados”, avaliou.

O ministro também comentou as discussões no Congresso e dentro do próprio governo sobre o fim do modelo de desconto em folha. Ele reconhece a necessidade de aprimoramento, mas vê utilidade no mecanismo.

“A gente acha que critérios devem ser aprimorados, mas em alguns momentos o desconto em folha é saudável para o aposentado”, afirmou, citando os empréstimos consignados como exemplo. “Importante é que tenha biometria, consentimento, que não tenha fraudes, que o modelo de gestão seja aprimorado. Esse é o novo objetivo. Se o Congresso decidir encerrar o desconto em folha para todas as modalidades, nós vamos acatar e procurar uma outra forma”, completou.

Desde este mês, os aposentados e pensionistas já podem contestar os descontos irregulares por meio do aplicativo Meu INSS ou presencialmente nas agências dos Correios, a partir desta sexta-feira (30). O processo seguirá as seguintes etapas:

  • O beneficiário contesta o desconto; A entidade tem 15 dias úteis para devolver os valores ou apresentar autorização que comprove a cobrança;
  • Caso haja documentação, o beneficiário tem mais 15 dias úteis para apresentar nova contestação.

Se não houver acordo, o caso será encaminhado à Advocacia-Geral da União (AGU), que poderá judicializar a cobrança.

Fonte: Brasil 247

General Gustavo Dutra falta a depoimento sobre trama golpista e Moraes manda intimar o militar

Ex-comandante do Planalto faltou à audiência e foi convocado para falar sobre acampamento golpista diante do QG do Exército

       Gustavo Henrique Dutra (Foto: Divulgação (Exército))

Por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o general da reserva Gustavo Henrique Dutra de Menezes deverá prestar depoimento como testemunha de defesa na próxima segunda-feira (3), no âmbito da ação penal que julga a tentativa de golpe de Estado. A decisão, segundo o jornal O Globo, foi tomada após o militar não comparecer à oitiva agendada para esta quarta-feira (29).

Gustavo Dutra, que ocupava o cargo de comandante do Comando Militar do Planalto durante os ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023, foi arrolado pela defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, que responde no processo por omissão e envolvimento na trama golpista.

De acordo com a reportagem, o advogado Raphael Menezes, responsável pela defesa de Torres, afirmou que não foi possível convencer o general a comparecer espontaneamente. Por isso, o defensor pediu que fosse expedida intimação judicial para garantir o depoimento do militar.

Durante a audiência, Moraes chegou a questionar a relevância do depoimento, mas Menezes sustentou que a intenção da defesa é obter informações sobre o acampamento instalado em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, entre o final de 2022 e o início de 2023, foco de articulações de teor golpista por parte de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O Comando Militar do Planalto é uma das oito divisões do Exército brasileiro e abrange o Distrito Federal, o estado de Goiás e parte dos estados de Minas Gerais e Tocantins. À época dos ataques às instituições em Brasília, Dutra era o responsável pela estrutura militar na região.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Governo Lula adota cautela após ameaça dos EUA de restringir vistos a autoridades estrangeiras

Declarações de Marco Rubio, que podem atingir Alexandre de Moraes, geram mal-estar; diplomacia brasileira evita confronto direto

      Marco Rubio e Alexandre de Moraes

Diante da ameaça do secretário de Estado dos Estados Unidos, o senador republicano Marco Rubio, de impor sanções a autoridades estrangeiras acusadas de violar a liberdade de expressão, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva optou por uma reação discreta. Segundo reportagem publicada por O Globo, o Planalto avalia que não há razões para “vestir a carapuça” e se expor, já que Rubio não mencionou nomes diretamente, embora aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro acreditem que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, seja um dos principais alvos da medida. Rubio afirmou, em publicação na rede social X (antigo Twitter), que cidadãos americanos estão sendo "multados, assediados e acusados por autoridades estrangeiras por exercerem seus direitos de liberdade de expressão" e, por isso, os responsáveis "não deveriam ter o privilégio de viajar" para os EUA. A declaração provocou reações reservadas no Itamaraty e preocupação no Palácio do Planalto.

Embora a fala tenha sido genérica, interlocutores do governo brasileiro reconhecem que ela pode abrir margem para medidas concretas, como a restrição de entrada de autoridades brasileiras nos Estados Unidos. Fontes diplomáticas alertam que, caso a medida se concretize, a crise pode extrapolar o campo retórico e afetar seriamente a relação bilateral entre os dois países.

Em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores do Senado na última quarta-feira (28), o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, reforçou a postura pragmática do governo. Ao ser questionado sobre o caso envolvendo Moraes, o chanceler reiterou que o Brasil atua com base em seus próprios interesses:— “Queria relembrar as palavras que disse, em que fiz referência ao Barão do Rio Branco, dizendo que o Brasil não tem alianças, não tem parcerias incondicionais. O principal é o interesse nacional, que está sempre em primeiro lugar” — afirmou Vieira.

Ele também comentou, de forma genérica, sobre políticas de concessão de vistos por outros países, enfatizando que se trata de uma prerrogativa soberana de cada Estado:— “A política de visto é de cada Estado, cada um toma as decisões de conceder ou não conceder. É uma decisão soberana de cada país” — disse.Apesar da tensão gerada, diplomatas brasileiros têm trabalhado nos bastidores para preservar o diálogo com Washington. O Itamaraty considera que não há elementos objetivos para uma reação mais contundente por parte do Brasil, uma vez que os nomes dos supostos alvos não foram revelados oficialmente.

A declaração de Rubio, que integra a ala mais conservadora do Partido Republicano e tem forte influência sobre temas ligados à política externa, também é vista com cautela por parte do governo brasileiro por estar inserida no contexto da pré-campanha eleitoral nos EUA. Caso Donald Trump retorne ao poder, avalia-se que sanções desse tipo possam ser efetivamente aplicadas, não apenas a autoridades brasileiras, mas também a figuras de outros países e até da União Europeia. O episódio acendeu um alerta no governo Lula sobre os rumos da política externa americana e os riscos de contaminação da agenda bilateral por disputas ideológicas. Por ora, o Brasil prefere manter o foco na preservação dos canais diplomáticos e evitar que especulações interfiram em uma relação estratégica para ambas as nações.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Ex-AGU informou Bolsonaro que eleição foi "absolutamente transparente"

Segundo Bruno Bianco, Bolsonaro o questionou pessoalmente sobre possíveis problemas jurídicos no pleito após o segundo turno das eleições

Jair Bolsonaro e Bruno Bianco, novo advogado-geral da União (Foto: Reprodução/Twitter)

O ex-advogado-geral da União Bruno Bianco afirmou, em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), que informou ao então presidente Jair Bolsonaro (PL) não haver qualquer irregularidade nas eleições de 2022. A declaração foi feita nesta quinta-feira (29), durante audiência em que Bianco foi ouvido como testemunha de defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres. A informação foi divulgada pelo Metrópoles.

Segundo Bianco, Bolsonaro o questionou pessoalmente sobre possíveis problemas jurídicos no pleito após o segundo turno das eleições. “Houve uma reunião. Ele (Bolsonaro) foi específico, perguntou se tinha visto algum tipo de problema jurídico nas eleições. Eu disse que, na minha ótica, tinha ocorrido de maneira legal, sem nenhum tipo de problema jurídico. Disse que não, absolutamente, não. A eleição foi absolutamente transparente”, declarou Bianco na audiência por videoconferência.

O ex-AGU relatou ainda que a pergunta foi feita rapidamente, antes mesmo do início de uma reunião com os comandantes das Forças Armadas e o então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira. “O presidente da República se deu por satisfeito, pelo menos na minha frente”, afirmou.

A audiência faz parte das investigações do STF sobre uma possível tentativa de golpe para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O processo em questão envolve o chamado “núcleo 1”, no qual Torres é réu junto a outros sete acusados. As oitivas, conduzidas pelo ministro Alexandre de Moraes, seguem até 2 de junho.

Inicialmente, a defesa de Anderson Torres havia listado 38 testemunhas — o maior número entre os réus. No entanto, ao longo do processo, algumas foram dispensadas. Nesta quinta-feira, três nomes foram retirados, entre eles o do ex-ministro da Economia Paulo Guedes.

Além de Bruno Bianco, seguem previstas as oitivas de Wagner Rosário, ex-ministro da Controladoria-Geral da União, e Adolfo Sachsida, ex-ministro de Minas e Energia no governo Bolsonaro.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles