quinta-feira, 29 de maio de 2025

Coronel que “caçava comunistas”, ex-colega de Bolsonaro, organizava grupos golpistas contra Lula

O coronel reformado do Exército, Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, ex-colega de Jair Bolsonaro (PL) na turma de 1977 da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman). Foto: Reprodução

O coronel reformado do Exército Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, apontado pela Polícia Federal como líder do grupo de extermínio chamado “Comando C4” — sigla para Comando de Caça a Comunistas, Corruptos e Criminosos — publicou uma série de vídeos nos quais admitia organizar grupos golpistas contra o presidente Lula (PT).

Caçadini foi alvo de uma operação da PF nesta quarta-feira (28) e responde no inquérito dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Ele, que foi colega de Jair Bolsonaro (PL) na turma de 1977 da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), já havia sido preso em janeiro de 2024, acusado de financiar o assassinato do advogado Roberto Zampieri, em Cuiabá (MT).

No total, são 101 vídeos autoincriminatórios publicados em seu canal no YouTube, chamado Frente Ampla Patriótica, que possui 1,43 mil inscritos.

Em um dos vídeos, publicado em junho de 2023, ele oferece um “tutorial” para organizar agrupamentos contra o governo, poucos meses após os ataques golpistas de 8 de janeiro. Segundo ele, já existiriam frentes organizadas nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.

“Patriotas, boa tarde. Os grupos já estão montados nesses estados [MT, MS, GO], fomos presencialmente e já temos grupos espalhados no Brasil inteiro”, afirmou Caçadini. “Massa de manobra é o que precisamos para enfrentar esse governo”.


Um processo em tramitação na Justiça Militar aponta que os vídeos do coronel da reserva propagam “ideias golpistas” e atacam a atuação das Forças Armadas.

A decisão da Justiça Militar, de outubro de 2024, afirma que “os elementos e provas colhidas indicam que o fim pretendido pelo acusado seria o de incitar, publicamente, ambiente de animosidade entre as Forças Armadas e os Poderes constituídos”.

Comunidade LGBTQIAP+


Além de “ensinar” sobre como “montar uma milícia para atacar o governo petista”, Caçadini também fez declarações absurdas sobre a comunidade LGBTQIAP+.

No vídeo, o militar promoveu um “chilique” e afirmou que as minorias têm “problemas psicológicos”, que teriam “nascido de proveta” e que existe uma “ideologia de gênero” sendo imposta no país.

“É preto, viado, sapatão, bissexual, travesti… Esse pessoal tem problemas psicológicos. (…) Só podem ter nascido de proveta. O Brasil não é deles, é nosso. Tão querendo colocar ideologia de gênero na cabeça das crianças”, disse o coronel.

Fonte: DCM

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