segunda-feira, 19 de maio de 2025

“O agente secreto” é aclamado por crítica internacional após aplausos de pé em Cannes

Filmagens do filme “O Agente Secreto” — Foto: Valery HACHE / AFP

“O Agente Secreto”, novo longa de Kleber Mendonça Filho, que tem como protagonistas Wagner Moura e Maria Fernanda Cândido, estreou neste domingo (18) no Festival de Cannes sob aplausos calorosos — cerca de 15 minutos, segundo a jornalista Jada Yuan, do Washington Post. Ambientado em 1977, durante a ditadura militar no Brasil, o filme disputa a Palma de Ouro e já conquistou a crítica internacional.

A produção ainda tem em seu elenco nomes como Gabriel Leone, Alice Carvalho, João Vitor Silva e o alemão Udo Kier.


A Variety classificou a obra como um “thriller maravilhoso” e destacou a habilidade do diretor em recriar o clima opressivo da época. Já o The Playlist deu nota máxima (A+) e chamou o filme de “obra-prima” e “o esforço mais ambicioso” da carreira de Mendonça.

O ScreenDaily descreveu o longa como “um filme e tanto”, elogiando sua narrativa com saltos temporais e “energia anárquica”. O Deadline ressaltou a performance de Moura, estrela da trama, como “convincente e cheia de nuances”, embora tenha criticado a duração e complexidade do roteiro. Ainda assim, afirmou que Mendonça levou “estilo e entusiasmo para a tela grande”.

“O AGENTE SECRETO é um thriller político sensacionalista ambientado na dura atmosfera da ditadura brasileira. Wagner Moura domina cada cena com maestria. Direção realista e extraordinária de Mendonça Filho com uma trilha sonora evocativa que irradia CINEMA. Obra de arte!”, afirmou Jairo Jimenez, crítico espanhol.

Já o IndieWire avaliou o filme com nota B+ (4 estrelas), chamando-o de “thriller de época lindamente lembrado”.

Fonte: DCM

Golpe: denúncia contra “kids pretos” pode dobrar número de réus militares no STF

O ex-presidente Jair Bolsonaro – Foto: Reprodução

O Supremo Tribunal Federal (STF) julga nesta terça-feira (20) a denúncia contra o chamado “núcleo de ações táticas” da tentativa de golpe de Estado, que pode dobrar o número de militares réus no processo. Atualmente, 12 militares já respondem a ações penais; com a nova denúncia, esse número pode chegar a 23. O grupo é acusado de planejar ações para impedir a posse do presidente Lula (PT). Com informações da colunista Malu Gaspar, do Globo.

O núcleo é composto pelo policial federal Wladimir Matos Soares e 11 militares do Exército, incluindo os chamados “kids pretos”.

Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), eles lideraram ações para monitorar e neutralizar autoridades públicas, além de pressionar o Alto Comando do Exército a apoiar o golpe.

A PGR destaca que o grupo atuou para pressionar o comandante do Exército e o Alto Comando, formulando cartas e mobilizando colegas em prol de ações de força no cenário político.

“Visava-se manter no poder o então presidente Bolsonaro. O grupo atuava junto a influenciadores para atacar, em ambientes virtuais de impacto nos meios castrenses, os oficiais generais que se opunham à quebra da legalidade”, afirmou o procurador-geral da República, Paulo Gonet.

Mensagens analisadas pela Polícia Federal (PF) revelam que Soares chamou de “filhos da puta” o general Hamilton Mourão, ex-vice-presidente de Bolsonaro, e o general Valério Stumpf Trindade, ex-chefe do Estado-Maior do Exército, por não apoiarem a intentona golpista.

Senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), ex-vice-presidente – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Os arquivos em questão foram enviados ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, na véspera do julgamento, aumentando a tensão entre os investigados.

Entre os acusados, destaca-se o general de duas estrelas Nilton Diniz Rodrigues, que, segundo a PGR, participou de reuniões para desenvolver estratégias de pressão sobre os comandantes.

A defesa de Nilton afirma que “confia na justa análise da denúncia pela Suprema Corte e reafirma a inocência do General, que foi demonstrada a partir de uma sequência lógica de fatos e provas, incluindo as declarações do próprio colaborador Mauro Cid”. A defesa de Wladimir Matos Soares não se manifestou até o momento.

Fonte: DCM com informações do jornal O Globo

Governo dialoga com movimentos sociais sobre plebiscito pelo fim da escala 6×1


Movimentos sociais promoverão um plebiscito sobre o fim da escala 6×1. Foto: reprodução

Nesta segunda-feira (19), o ministro Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência, se reúne com representantes das frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, organizadoras do “Plebiscito Popular 2025”.

A consulta busca ouvir a população sobre o fim da escala de trabalho 6×1 e a taxação dos super-ricos. O encontro acontece no Palácio do Planalto, com participação de centrais sindicais, movimentos sociais e partidos como PT, PCdoB e PSOL.

A escala 6×1, que prevê seis dias consecutivos de trabalho para um de descanso, é criticada por impor jornadas exaustivas. Milton Rezende, da CUT, afirma: “O fim da escala 6×1 vai permitir a gente ter novo emprego, trabalho decente, qualidade de vida”

A proposta de redução da jornada sem corte salarial é defendida por movimentos como o Vida Além do Trabalho e está em tramitação no Congresso por meio da PEC 8/2025, de autoria da deputada Erika Hilton (PSOL-SP).

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), autora da PEC contra a escala 6×1 – Foto: Zeca Ribeiro/Agência Câmara
Outro ponto central do plebiscito é a reforma tributária, com isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e aumento da taxação para rendas acima de R$ 50 mil mensais.

A mobilização popular é vista como essencial para pressionar o Congresso, que, segundo os organizadores, resiste às pautas.

Fonte: DCM

Alckmin diz que Brasil "cumpre rigorosamente os protocolos" e que surto de gripe aviária está limitado ao RS

"Ela é limitada ao município do RS e cumpre totalmente os protocolos sanitários, no sentido de limitá-la e superar o mais rápido possível", disse

Vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), Geraldo Alckmin - 10/12/2024 (Foto: Adriano Machado/Reuters)

O vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou neste domingo (18) que o surto de gripe aviária de alta patogenicidade (IAAP) identificado no Brasil está, até o momento, restrito ao município de Montenegro, no Rio Grande do Sul. A declaração foi feita a jornalistas no Vaticano, após Alckmin participar da cerimônia religiosa que marca o início do pontificado de Leão XIV.

“Olha, o Mapa, Ministério da Agricultura e Pecuária, tomou todas as providências. Ela é limitada ao município do Rio Grande do Sul e cumpre totalmente os protocolos sanitários, no sentido de limitá-la e superar o mais rápido possível. O Brasil é um exemplo pro mundo de compromisso com a questão sanitária, tanto animal quanto vegetal”, disse Alckmin, de acordo com a CNN Brasil.

A detecção do vírus em uma granja comercial foi confirmada oficialmente pelo Mapa na última sexta-feira (16), sendo a primeira ocorrência do tipo em criadouros desse porte no país. Antes disso, o vírus da gripe aviária de alta patogenicidade já havia sido registrado em continentes como Ásia, África e Europa, especialmente em regiões do norte europeu.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, também se pronunciou sobre o tema e destacou que o consumo de carne de frango e ovos segue seguro, desde que os alimentos passem por cozimento adequado. O risco de transmissão da gripe aviária para humanos, segundo as autoridades sanitárias, está relacionado ao contato direto com aves contaminadas ou suas carcaças. Por isso, as medidas de proteção mais rigorosas são voltadas a trabalhadores das granjas onde houve a infecção.

Apesar das garantias sanitárias, no sábado (17), o México anunciou a suspensão das importações de carne de frango e ovos férteis provenientes do Brasil. Medidas semelhantes já haviam sido adotadas por Argentina, China, Chile, Uruguai e União Europeia. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, os embarques de carne de aves brasileiras para esses seis mercados ultrapassaram os US$ 230 milhões em abril — o equivalente a cerca de R$ 1,3 bilhão na cotação atual.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN Brasil

Governo quer mudar regras de quarentena para evitar casos como o de Campos Neto e do Nubank

Ampliação do período de impedimento para ex-autoridades busca conter conflitos de interesse e impedir a porta giratória entre o setor público e o mercado

Roberto Campos Neto (Foto: Reuters/Ueslei Marcelino)

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva estuda endurecer as regras de quarentena para ex-autoridades públicas, elevando de 6 para 18 meses o período em que estão impedidas de representar interesses privados junto ao setor em que atuaram. A informação foi publicada na coluna Painel, da Folha de S.Paulo, e confirma que a medida vem sendo debatida desde julho de 2024 na Comissão de Ética Pública (CEP) e no Ministério da Gestão. A proposta inclui ainda manter a remuneração compensatória apenas nos seis primeiros meses.

A iniciativa surge como resposta direta a episódios recentes que escancararam a fragilidade das atuais regras, como o caso do ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que, ao deixar o comando da autoridade monetária no fim de 2024, foi rapidamente contratado pelo Nubank para os cargos de vice-chairman e chefe global de políticas públicas. O episódio acendeu um alerta no governo e em setores da sociedade civil sobre os riscos da chamada “porta giratória” — prática em que figuras do alto escalão do Estado migram quase instantaneamente para o setor privado, levando consigo conhecimento sensível, influência política e acesso privilegiado.

Em entrevista ao programa Roda Viva em junho de 2024, o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinicius Marques de Carvalho, já havia defendido publicamente uma quarentena mais longa para evitar abusos. “A questão da quarentena não é só uma questão de informação privilegiada, né? A gente tem sempre que olhar para o remédio em relação à doença que a gente quer curar”, afirmou o ministro, apontando para o desequilíbrio ético provocado por essas transições rápidas.

O caso de Campos Neto é particularmente simbólico — e grave. Após presidir o Banco Central com autonomia formal, mas alinhamento frequente ao mercado financeiro, sua ida para uma das principais fintechs do país, que é regulada justamente pela autoridade monetária que ele liderava, representa um exemplo cristalino de conflito de interesses. Ao aceitar o cargo no Nubank logo após deixar o BC, Campos Neto não apenas alimentou a desconfiança sobre a neutralidade de suas decisões à frente da instituição, como expôs a ausência de barreiras éticas efetivas entre o público e o privado.

A crítica à porta giratória é antiga, mas ganha renovada urgência diante de um ambiente em que grandes corporações buscam influenciar diretamente políticas públicas por meio da incorporação de ex-autoridades. No caso específico do sistema financeiro, onde a assimetria de informação pode gerar lucros bilionários, o trânsito livre de ex-dirigentes entre a regulação e os bancos é particularmente danoso à credibilidade das instituições e à confiança da população.

A proposta de mudança nas regras de quarentena representa, portanto, um esforço para restaurar a integridade no serviço público e proteger o Estado de ser capturado por interesses corporativos. No entanto, a medida ainda precisa se materializar em um projeto de lei robusto e com fiscalização eficaz para que não fique apenas no discurso.

Casos como o de Campos Neto escancaram a necessidade urgente de reformar esse sistema e deixar claro que o interesse público não pode ser tratado como porta de passagem para negócios privados. A democracia perde quando seus servidores mais altos transformam seus cargos em credenciais para ganhos pessoais imediatos no setor privado. O governo acerta ao colocar o tema em debate — agora é preciso coragem política para garantir que as novas regras tenham dentes.

Fonte: Brasil 247 com informações da coluna Painel, da Folha de S. Paulo

Maioria das associações sob investigação no INSS fechou acordos durante governo Bolsonaro, revela CGU

Levantamento foi feito com um universo inicial de 1,5 milhão de beneficiários que solicitaram ressarcimento por cobranças não autorizadas

(Foto: Marcello Casal Jr./Ag. Brasil)

A investigação conduzida pela Controladoria-Geral da União (CGU) sobre os descontos indevidos aplicados a aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) reforça a tese de que o escândalo teve origem no governo anterior, comandado por Jair Bolsonaro. Segundo a coluna do jornalista Lauro Jardim, de O Globo, a maior parte das fraudes estão ligadas a sindicatos e associações que celebraram acordos de cooperação com o INSS entre os anos de 2021 e 2022, ainda durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL). O levantamento da CGU tem como base um levantamento feito com um universo inicial de 1,5 milhão de beneficiários que solicitaram ressarcimento por cobranças não autorizadas.

A associação que mais se destacou pelas práticas fraudulentas foi a Associação de Aposentados Mutualista para Benefícios Coletivos (Ambec). Segundo os dados levantados, a entidade, que em 2020 tinha apenas três associados, passou a realizar descontos irregulares em massa a partir de 2022. Naquele ano, foram descontados R$ 25 milhões de beneficiários do INSS. Dois anos depois, em 2024, a cifra disparou para R$ 231 milhões, um aumento de quase dez vezes.

Ainda segundo a reportagem, as descobertas poderão ser utilizadas pelo governo Lula para responsabilizar ex-integrantes da gestão anterior, como Onyx Lorenzoni e José Carlos Oliveira, que ocuparam o cargo de ministro da Previdência durante o período em que os acordos foram firmados. O escândalo veio à tona no mês passado, quando foi deflagrada a operação "Sem Desconto", que apura o envolvimento dessas entidades na cobrança ilegal de valores de aposentados e pensionistas.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Compradores protestam por obra parada em terrenos ligados a bolsonarista Leonardo

Compradores de imóveis em loteamento residencial associado ao cantor Leonardo, em Querência (MT), realizam protesto. Foto: Reprodução

Compradores de imóveis em loteamento em Querência (MT), associado ao cantor Leonardo, protestaram neste domingo (18), alegando que o empreendimento, lançado há mais de três anos, está parado e irregular. Eles enfrentam um processo de reintegração de posse e cobram a entrega dos imóveis. Leonardo, no entanto, afirma não ser sócio do negócio.

O cantor esteve em Querência em 2021 e 2022 para lançar empreendimentos em parceria com a AGX Smart Life, empresa de Aguinaldo José Anacleto, que também enfrenta ações na Justiça, conforme informações do Metrópoles.

Durante o protesto, os manifestantes realizaram uma carreata pela cidade e se concentraram em frente aos estandes da AGX e da Talismã, ligada a Leonardo. Cartazes e faixas foram exibidos com cobranças pela entrega dos imóveis.

Embora tenha sido tratado como parceiro e garoto-propaganda do projeto, Leonardo, segundo a AGX, não teve “nenhuma vinculação” com a execução dos empreendimentos, apenas com o uso de sua imagem e participação nas cotas. Compradores pedem a rescisão dos contratos e indenizações por danos morais.

Fonte: DCM

VÍDEO – Veterinária denuncia vizinho por agressões no PR: “Preciso de paz”


A médica veterinária Giovana Nantes Giacomini, de Foz do Iguaçu (PR), denuncia há cinco anos ameaças e agressões do vizinho. Foto: Reprodução

A médica veterinária Giovana Nantes Giacomini, de Foz do Iguaçu (PR), denuncia há cinco anos ameaças e agressões do vizinho José Vicente Tezza, de 76 anos. Desde que comprou uma casa na Vila Yolanda e instalou uma clínica no local, relata sabotagens, agressões físicas e verbais.

“Eu não sei te falar como vai resolver, mas eu preciso de uma solução. Pra não ter medo de estar dentro da minha própria casa. Eu preciso de paz”, desabafou Giovana durante reportagem do Fantástico, da TV Globo.

José chegou a destruir câmeras, quebrou refletores, jogou água para provocar curto-circuitos e usou bombinhas para danificar a estrutura. Em um dos episódios mais graves, o vizinho subiu no muro e quebrou parte da parede com uma marreta. Quando a veterinária tentou conversar, sua mãe acabou agredida e teve um dedo quebrado.

O caso foi levado à Justiça em 2022. Na época, José já tinha 73 anos, o que fez com que o processo prescrevesse, conforme determinação da lei brasileira. Em seguida, o processo foi arquivado, o que aumentou ainda mais a sensação de impunidade para Giovana.

Assista abaixo:

Fonte: DCM com informações do Fantástico da TV Globo

Para reduzir críticas, STF avalia progressão de pena aos golpistas do 8/1

Bolsonaristas durante atos golpistas em Brasília, em 8 de janeiro de 2023. Foto: Reprodução/Agência Brasil

O Supremo Tribunal Federal (STF) deve analisar, ainda neste mês, mais de 20 casos de golpistas que podem ter direito à progressão de regime, após a pressão pelo avanço do debate no Congresso sobre uma possível anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro.

As decisões devem atingir pessoas já condenadas por crimes como tentativa de golpe de Estado e depredação do patrimônio público, que agora poderão ser beneficiadas com a prisão domiciliar ou regime semiaberto, conforme informações do Globo.

Segundo os ministros da Corte, muitos dos réus já cumpriram um sexto da pena, o que abre caminho para a progressão. Desde o início das condenações, 584 pessoas foram sentenciadas, com penas que variam de 1 a 17 anos.

Atualmente, tramitam no STF cerca de 100 processos de execução penal relacionados aos atos golpistas. O tribunal contabiliza 38 presos provisórios, 37 em prisão domiciliar e 90 presos definitivos. Nenhum dos detentos com sentença transitada em julgado teve, até agora, acesso à progressão de regime.

O ministro Alexandre de Moraes será o responsável por julgar os pedidos. Um dos casos é o de Manoel Messias Pereira Machado, condenado a 13 anos e seis meses, preso em flagrante no dia 8 de janeiro e atualmente na Penitenciária da Papuda, em Brasília. A defesa alega que ele já cumpriu o requisito para o semiaberto em 23 de abril, levando em conta o tempo de prisão preventiva.

A 'mudança de tom' de Alexandre de Moraes | VEJA
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, será o responsável por julgar os pedidos. Foto: Reprodução
Outro réu que aguarda decisão semelhante é Charles dos Santos, também condenado a 13 anos. Preso há mais de dois anos, sua defesa sustenta que ele já preenche os requisitos para a progressão, com mais de duas mil horas de estudo e 333 horas de trabalho interno, além de bom comportamento no sistema prisional.

Para os ministros do STF, a concessão das progressões de pena demonstra que a Corte está seguindo estritamente os critérios legais e aplicando a Lei de Execução Penal.

Internamente, o Supremo vê essa movimentação como uma forma de responder às críticas de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que acusam a Corte de ter imposto punições desproporcionais. Segundo integrantes do tribunal, ao permitir que presos progridam de regime, o STF reforça o respeito ao devido processo legal.

A tendência no Supremo é permitir as progressões em casos nos quais os critérios objetivos estejam atendidos. Os ministros acreditam que, à medida que os detentos migrarem para o regime semiaberto ou para prisão domiciliar, a pressão política por anistia e as críticas à atuação do Judiciário nos casos do 8 de janeiro tendem a diminuir.

Fonte: DCM

STF ouve ex-comandante do Exército como testemunha da tentativa de golpe

O ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-comandante do Exército, o general Freire Gomes – Foto: Folhapress

Nesta segunda-feira (19), o Supremo Tribunal Federal (STF) inicia a fase de depoimentos das testemunhas no processo da trama golpista orquestrada por Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados. Com informações da Folha de S.Paulo.

O primeiro a ser ouvido será o ex-comandante do Exército, o general Marco Antônio Freire Gomes, destacado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

O militar confirmou que o ex-presidente o convocou para uma reunião em dezembro de 2022 no Palácio da Alvorada, onde foi apresentada a minuta golpista. Segundo o general, o documento previa intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) após as eleições. Ele ressaltou que “deixou evidenciado a Bolsonaro e ao ministro da Defesa [general Paulo Sérgio Nogueira] que o Exército não aceitaria qualquer ato de ruptura institucional”.

O ex-comandante do Exército disse à Polícia Federal que o conteúdo do documento era idêntico à minuta de decreto encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, também réu no processo.

Freire Gomes relatou ainda que o chefe da Marinha, almirante Almir Garnier Santos, teria concordado com a proposta de ruptura, enquanto ele e o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior, foram contrários – as declarações serviram de base para a denúncia da PGR contra o núcleo central da trama golpista.

                    O brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior – Foto: Reprodução

Os depoimentos estão previstos para começar às 15h. A audiência também contará com declarações de Clebson Ferreira de Paula Vieira (ex-integrante do Ministério da Justiça), Adiel Pereira Alcântara (ex-diretor da PRF) e Éder Lindsay Magalhães Balbino (proprietário de empresa contratada pelo PL para fiscalizar o processo eleitoral).

As testemunhas indicadas pelas defesas serão ouvidas somente depois das indicadas pela acusação. O Supremo deve reservar duas semanas para a realização de todos os depoimentos.

Fonte: DCM com informações do jornal Folha de S. Paulo

domingo, 18 de maio de 2025

Após prisão do líder do PCC na Bolívia, Gleisi diz que "ações como esta serão fortalecidas com a PEC da Segurança"

Ministra parabenizou a PF e defendeu integração e inteligência policial como pilares da proposta enviada ao Congresso por Lula e Lewandowski

Gleisi Hoffmann (Foto: Gil Ferreira / Divulgação)

A prisão de Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta, ex-líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), repercutiu neste domingo (18) com uma manifestação da ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT). Em publicação na rede social X (antigo Twitter), a ministra elogiou a operação conduzida pela Polícia Federal (PF) e defendeu que iniciativas como essa devem se intensificar com a Proposta de Emenda à Constituição da Segurança Pública, apresentada ao Congresso Nacional pelo governo Lula (PT).

“Parabéns à Polícia Federal pelo trabalho de inteligência que levou à captura do chefe de uma facção criminosa foragido na Bolívia. Ações como esta serão fortalecidas com a PEC da Segurança Pública apresentada pelo presidente Lula e ministro Lewandowski ao Congresso. Com inteligência, boa formação dos agentes e trabalho integrado das polícias, estamos no rumo de dar à população mais segurança”, escreveu Gleisi.

◉ Prisão internacional e uso de dados biométricos - A operação que levou à prisão de Tuta foi revelada neste sábado (17) durante entrevista coletiva concedida em Brasília pelo diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues. Ele explicou que a ação foi fruto de uma cooperação internacional que envolveu, além da PF, a Fuerza Especial de Lucha Contra el Crimen (FELCC) da Bolívia e a Interpol.

Tuta foi detido em Santa Cruz de la Sierra portando documentos falsos. Foragido desde 2020, ele foi identificado rapidamente graças ao sistema de dados biométricos da Polícia Federal. “Imediatamente foi feita a checagem e aqui eu ressalto a importância, uma vez mais, da nossa base de dados biométrica, que permitiu praticamente em tempo real retornar a informação ao nosso oficial de delegação lá em Santa Cruz de la Sierra e aos colegas da Polícia da Bolívia, informando tecnicamente quem era exatamente aquela pessoa”, explicou Rodrigues.

Após a confirmação da identidade, o Ministério da Justiça foi informado, e o ministro Ricardo Lewandowski comunicou o presidente Lula e o chanceler Mauro Vieira. A diplomacia brasileira, por sua vez, passou a acompanhar o caso de perto na Bolívia.

◉ Cooperação internacional e combate às facções - O diretor-geral da PF destacou que Tuta permanece sob custódia das autoridades bolivianas enquanto aguarda uma decisão judicial que pode autorizar sua extradição ou expulsão para o Brasil. Aeronaves da PF já estão mobilizadas para realizar o traslado assim que for autorizada a remoção.

Rodrigues sublinhou que o enfrentamento ao crime organizado depende da união de esforços e do desmantelamento de lideranças: “o crime organizado se combate com essas ações, com a prisão de lideranças, com o enfrentamento ao poder econômico dessas entidades criminosas e, fundamentalmente, com a integração e cooperação doméstica e internacional”.

◉ Outras ações em andamento - Além da operação na Bolívia, Rodrigues destacou o avanço de outras frentes de combate ao crime lideradas pela PF. Ele citou ações contra roubos de carga em São Paulo, a prisão de chefes de facções na Bahia e em Minas Gerais, e a Operação Narco Vela, que resultou no bloqueio de mais de R$ 1 bilhão em ativos ligados ao tráfico de drogas.

A prisão de Tuta e os desdobramentos em torno da PEC da Segurança reforçam a aposta do governo federal em inteligência, cooperação e modernização das forças de segurança como estratégia central para enfrentar o crime organizado e reduzir a violência no país.

Fonte: Brasil 247

Dino convoca audiência pública no STF para discutir transparência nas emendas impositivas

Encontro será realizado em 27 de junho com o objetivo de reunir contribuições técnicas para ações que tramitam na Corte

      Flávio Dino (Foto: Fellipe Sampaio/STF)

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), convocou uma audiência pública para aprofundar o debate sobre a execução das emendas impositivas e coletar subsídios técnicos que possam orientar o julgamento de ações em curso na Corte, informa a CNN Brasil..

A audiência está marcada para o dia 27 de junho e será realizada nas dependências do STF, sob a presidência do próprio ministro relator. Dino é responsável pela relatoria de processos que questionam a forma como os recursos das emendas parlamentares vêm sendo executados — com destaque para preocupações relacionadas à falta de transparência e rastreabilidade dos repasses.

Segundo o ministro, o objetivo do encontro é reunir “contribuições qualificadas” que possam auxiliar o Supremo a julgar as ações de forma mais aprofundada. Ele foi enfático ao delimitar o escopo da audiência: “esclareço que na audiência não serão debatidas denúncias, imputações de improbidade, casos de desvios de recursos públicos, ou temas similares”.

⊛ Enfoque técnico e institucional - O evento terá caráter técnico e será coordenado com o apoio dos núcleos de Solução Consensual de Conflitos (NUSOL) e de Processos Estruturais (NUPEC), ambos vinculados ao Supremo. A iniciativa busca estabelecer uma base sólida de informações para que os ministros da Corte possam deliberar sobre a legalidade e a constitucionalidade da atual sistemática de execução das emendas.

Todos os subsídios colhidos durante a audiência serão posteriormente encaminhados à Procuradoria-Geral da República (PGR) e à Advocacia-Geral da União (AGU), instituições que atuam como partes essenciais nos processos em tramitação.

⊛ Contexto e inscrições - Desde o final de 2023, Flávio Dino tem liderado no STF discussões relacionadas à transparência dos mecanismos de distribuição de verbas parlamentares. Uma das preocupações centrais refere-se ao uso do sistema Pix para a realização de repasses, o que, segundo os questionamentos apresentados nas ações, dificulta o rastreamento dos recursos e o controle social sobre a destinação das verbas.

A audiência será aberta à participação de entidades da sociedade civil, pesquisadores e especialistas interessados no tema. Aqueles que desejarem atuar como expositores devem realizar inscrição até o dia 10 de junho, conforme estabelecido pelo regimento interno do Supremo Tribunal Federal.

Fonte: Brasil 247 com CNN Brasil

Rússia lança maior ataque com drones da guerra e pressiona por trégua às vésperas de telefonema entre Trump e Putin

Ucrânia afirma que Moscou pretende "intimidar o Ocidente" com novo míssil e que cessar-fogo proposto por Trump só é travado por exigências “inviáveis”

Membros de uma unidade móvel de defesa aérea voluntária disparam uma metralhadora e um fuzil de assalto para abater um veículo aéreo não tripulado durante o maior ataque russo com drones, em meio ao ataque da Rússia à Ucrânia, na região de Kiev, Ucrânia, em 18 de maio de 2025 (Foto: REUTERS/Stanislav Kozliuk)

KIEV, 18 de maio (Reuters) - A Rússia lançou neste domingo seu maior ataque de drones contra a Ucrânia desde o início da guerra, destruindo casas e matando pelo menos uma mulher um dia antes de o presidente dos EUA, Donald Trump, discutir uma proposta de cessar-fogo com o presidente russo, Vladimir Putin.

O serviço de inteligência ucraniano afirmou também acreditar que Moscou pretendia lançar um míssil balístico intercontinental ainda neste domingo, numa tentativa de intimidar o Ocidente. Não houve resposta imediata de Moscou à acusação.

O presidente Volodymyr Zelenskiy, esforçando-se para restaurar os laços com Washington após uma desastrosa visita à Casa Branca em fevereiro, encontrou-se com o vice-presidente JD Vance e o secretário de Estado Marco Rubio em Roma, no domingo, durante a posse do Papa Leão.

Zelenskiy disse que a reunião foi "boa" e divulgou fotos de autoridades ucranianas e americanas sentadas do lado de fora, em uma mesa redonda, sorrindo. A mídia ucraniana informou que a reunião durou 40 minutos.

"Reafirmei que a Ucrânia está pronta para se envolver em diplomacia real e ressaltei a importância de um cessar-fogo total e incondicional o mais rápido possível", disse Zelenskiy, que também se encontrou com o novo papa.

Ucrânia e Rússia realizaram suas primeiras conversas presenciais em mais de três anos na sexta-feira, sob pressão de Trump para concordar com um cessar-fogo em uma guerra que ele prometeu encerrar rapidamente. Os inimigos concordaram em trocar 1.000 prisioneiros cada, mas não conseguiram chegar a um acordo sobre uma trégua, depois que Moscou apresentou condições que um membro da delegação ucraniana chamou de "inviáveis".

Os líderes do Reino Unido, França, Alemanha e Polônia planejam conversar com Trump antes dos presidentes dos EUA e da Rússia na segunda-feira, disse o chanceler alemão, Friedrich Merz. Os quatro líderes europeus visitaram Kiev juntos na semana passada e vêm pedindo que Trump apoie novas sanções à Rússia.

Questionado se era hora de impor sanções mais duras à Rússia, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse que isso cabia a Trump.

"Acho que veremos o que acontece quando ambos os lados se sentarem à mesa", disse ele ao programa "Meet the Press" da NBC News.

"O presidente Trump deixou bem claro que, se o presidente Putin não negociar de boa-fé, os Estados Unidos não hesitarão em aumentar as sanções à Rússia, juntamente com nossos parceiros europeus."

Após uma noite de alertas aéreos, a força aérea da Ucrânia disse que até as 8h da manhã de domingo, a Rússia havia lançado 273 drones contra cidades ucranianas, mais do que o recorde anterior estabelecido por Moscou em fevereiro, no terceiro aniversário da guerra.

'EU PODIA OUVIR O ZUMBIDO'

Nas ruínas de sua casa de família na região de Obukhiv, a oeste de Kiev, Natalia Piven, 44, contou como se espremeu em um porão com seu filho após um alerta de ataque aéreo, bem a tempo de sobreviver à primeira onda de drones.

Eles então correram para um abrigo antiaéreo em um jardim de infância, antes que outra onda de drones se aproximasse da vila. A casa deles foi completamente destruída. Uma mulher de 28 anos, moradora ao lado, morreu. Autoridades ucranianas disseram que outras três pessoas ficaram feridas, incluindo uma criança de quatro anos.

"Não consigo superar isso. Simplesmente não consigo. Eu conseguia ouvir claramente o drone voando em direção à minha casa", disse Piven à Reuters.

Trump mudou a retórica dos EUA, deixando de apoiar a Ucrânia e passando a aceitar parte da narrativa de Moscou sobre a guerra que Putin lançou em 2022. Mas Kiev e seus aliados europeus estão trabalhando duro para persuadir Trump de que é Moscou que está mantendo uma trégua agora.

Zelenskiy afirmou que aceitaria a proposta de Trump de um cessar-fogo imediato de pelo menos 30 dias, sem condições. Moscou afirma que consideraria um cessar-fogo, mas somente se condições fossem atendidas, incluindo a interrupção do fornecimento de armas a Kiev.

O documento também afirma que quaisquer negociações de paz devem abordar as "causas profundas" do conflito, incluindo as exigências de que a Ucrânia ceda território, seja desarmada e aceite o status de neutra. Kiev afirma que isso equivaleria a uma capitulação e a deixaria indefesa.

Reportagem adicional de Valentyn Ogirenko, Gleb Garanich, Anna Voitenko em Kiev e Lidia Kelly em Melbourne; Texto de Lidia Kelly e Peter Graff; Edição de William Mallard, Jamie Freed e Helen Popper.

Fonte: Brasil 247 com Reuters

Governo Lula prepara decreto para regulamentar ensino a distância e restringir cursos online

Medida deve proibir EAD em Medicina e Direito e estabelecer limites para outras graduações

Ensino a distância (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve assinar, nesta segunda-feira (19), um decreto que regulamenta o Ensino a Distância (EAD) no Brasil.

A nova norma proibirá a oferta de cursos de graduação na modalidade EAD nas áreas de Medicina e Direito, além de impor restrições significativas a outras graduações. A cerimônia de assinatura está prevista para ocorrer em Brasília.

Desde o ano passado, o governo federal já havia suspendido a criação de novos cursos, polos e vagas em graduações exclusivamente online. A medida, agora formalizada por decreto, visa reestruturar o funcionamento do EAD no país.

A decisão foi motivada por dados do Censo da Educação Superior divulgados pelo MEC, que indicaram desempenho inferior de cursos à distância em relação aos presenciais.

A expectativa é de que o novo marco regulatório mantenha a proibição do EAD para cursos como Direito e Medicina, consideradas áreas que exigem forte componente prático e presencial. Para outras graduações, como Engenharia, Pedagogia e Enfermagem, haverá limites para a carga horária virtual.

O novo marco regulatório deverá instituir uma nova modalidade de ensino semipresencial para cursos de formação de professores. A proposta é permitir que ao menos 20% da carga horária seja cumprida com aulas online ao vivo (síncronas), combinadas com a exigência de atividades presenciais, ficando vedada a formação de professores 100% online.

Em maio do ano passado, o MEC já havia determinado que cursos de licenciatura e formação pedagógica tenham, no mínimo, 50% das aulas em formato presencial. O decreto, no entanto, vai permitir que parte desse percentual seja composta por encontros virtuais síncronos, somados à carga presencial obrigatória.

Essa nova modalidade, que ainda não existe formalmente, combinará três formatos: aulas presenciais, online gravadas (assíncronas) e transmissões ao vivo (síncronas). Não será permitida a oferta de cursos de formação de professores inteiramente à distância.

Fonte: Brasil 247 com informações do portal Folha de S. Paulo