quarta-feira, 24 de setembro de 2025

Planalto faz pente-fino em indicações de Rueda e pode entregar Turismo à base

Planalto avalia redistribuir cargos após saída do União Brasil e avaliar usar o Ministério do Turismo para prestigiar siglas da base

           Celso Sabino e Lula (Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados | Ricardo Stuckert/PR)

O Palácio do Planalto prepara um amplo levantamento das indicações feitas por integrantes do União Brasil em cargos federais, após a sigla antecipar a decisão de desembarcar do governo, informa a Folha de S.Paulo. Segundo auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a estratégia mira especialmente os apadrinhados políticos do presidente da legenda, Antonio Rueda, um dos principais defensores da ruptura com o Executivo.

Rueda, que já foi citado por Lula em reunião ministerial como um opositor, vem se aproximando da oposição e defende a construção de uma candidatura de centro-direita ao Planalto em 2026. O mapeamento busca identificar todos os nomes ligados ao dirigente, ainda que algumas nomeações tenham sido formalizadas por parlamentares alinhados ao governo.

☉ Saída de Celso Sabino e futuro do Ministério do Turismo

Com a decisão da Executiva Nacional do União Brasil de antecipar o desembarque, o ministro do Turismo, Celso Sabino, deverá deixar o cargo. Ele havia sido indicado pela bancada do partido na Câmara. Sabino se reuniu com Lula na última sexta-feira (19) e acertou que sua saída será oficializada após a volta do presidente de Nova York. A expectativa é que a conversa ocorra na quinta-feira (25).

Apesar da saída, o Planalto avalia que a gestão de Sabino no Turismo foi positiva. De acordo com relatos, Lula afirmou que continuará apoiando o ministro em sua provável candidatura ao Senado em 2026, pelo Pará, onde preside o diretório estadual do União Brasil.

☉ Disputa interna por espaço na Esplanada

Com a vaga em aberto, partidos da base governista já se movimentam para ocupar o Turismo. Siglas como PSB, PDT, PSD e até o próprio PT manifestaram interesse. A avaliação entre aliados do presidente é que a redistribuição deve prestigiar legendas comprometidas com a pauta governista no Congresso.

O PSD, por exemplo, já reivindicou o comando do ministério, embora a possível troca implique a perda de outra pasta da legenda, provavelmente a Pesca, hoje chefiada por André de Paula (PE). O PDT também pressiona por mais espaço e, em agosto, indicou o deputado André Figueiredo (CE) como nome para assumir um ministério. Figueiredo já foi ministro das Comunicações no governo Dilma Rousseff e atuou como líder da maioria na Câmara no ano passado.

Já o PSB, que teve espaço reduzido após a ida de Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal (STF), aparece como interessado, mas sem intenção de entrar em embate político. Atualmente, os ministros Geraldo Alckmin (Indústria e Comércio) e Márcio França (Empreendedorismo e Microempresa) representam a sigla no governo.

☉ Exceção para Alcolumbre

A ofensiva do Planalto para retirar indicados do União Brasil, contudo, não deve atingir as nomeações feitas pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (AP). Considerado um dos principais aliados de Lula no Congresso, Alcolumbre foi responsável por indicar os ministros Frederico de Siqueira Filho (Comunicações) e Waldez Góes (Desenvolvimento Regional), ambos mantidos em seus cargos.

O redesenho no Ministério do Turismo abre uma nova rodada de negociações políticas dentro da base do governo, em meio ao esforço do presidente Lula para recompor apoios e consolidar uma aliança sólida rumo a 2026.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

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