Presidente da Câmara também defendeu a decisão que barrou o deputado Eduardo Bolsonaro para liderar a minoria na Câmara
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que a decisão de recusar a indicação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para a liderança da minoria foi tomada com base em critérios “estritamente técnicos” e avaliou de forma positiva a sinalização do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em abrir um canal de diálogo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As informações são da Folha de S. Paulo.
A medida que barrou a indicação de Eduardo Bolsonaro para liderar a bancada da minoria ocorreu após pressões vindas de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que buscavam uma solução para a manobra do PL de assegurar o mandato de Eduardo Bolsonaro, atualmente nos Estados Unidos.
☉ Decisão técnica e ausência de precedentes
Hugo Motta justificou que não existe previsão regimental que permita a um parlamentar exercer liderança estando fora do país. “A decisão foi estritamente técnica, ouvimos o parecer da secretaria-geral da Mesa [Diretora] que decidiu por não haver a possibilidade do exercício do mandato parlamentar estando ausente do território nacional. Não há nenhum precedente da Casa [de exercer o mandato direto do exterior]”, declarou.
O deputado também destacou que a Câmara não foi comunicada previamente sobre a saída de Eduardo. “Por esse critério técnico, é incompatível sua assunção à liderança da minoria na Câmara”, acrescentou.
☉ Articulação nos EUA e posição do PL
O PL havia indicado Eduardo porque, como líder, ele não seria obrigado a participar das sessões em Brasília. Desde março, o filho de Jair Bolsonaro vive nos Estados Unidos, onde articula com aliados do presidente Donald Trump a imposição de sanções ao Brasil e integrantes do governo brasileiro. O partido se baseou em uma ata da Mesa Diretora de 2015, que justificava ausências de líderes por conta de suas atribuições. Motta, porém, frisou que a regra não se aplica ao caso de Eduardo Bolsonaro.
Eduardo, juntamente com o blogueiro bolsonarista Paulo Renato Figueiredo, foram acusados de coação em razão de suas atuações nos Estados Unidos visando interferir no julgamento de Jair Bolsonaro (PL). O ex-mandatário foi condenado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) a cumprir uma pena de 27 anos e três meses de prisão por tramar um golpe de Estado.
☉ Elogios a Trump e defesa do diálogo diplomático
Na mesma entrevista, Motta avaliou de forma positiva a postura de Donald Trump. “Sempre defendi que o diálogo e a diplomacia possam ajudar os dois países que têm relação histórica. Defendo sempre que o governo brasileiro possa dirimir as dúvidas, em diálogo com o governo americano, poder deixar para trás essa questão das tarifas, das sanções”, afirmou. O presidente da Câmara também destacou que “a nossa soberania não está em discussão, o Brasil precisa defender isso, como o presidente Lula fez hoje.”
☉ Encontro entre Lula e Trump em nos EUA
Nesta terça-feira, durante a abertura da 80ª Assembleia-Geral da ONU, Lula e Trump tiveram um breve encontro antes de seus discursos e anunciaram uma reunião formal na próxima semana. Trump relatou ter sentido “excelente química” com Lula. “Eu só faço negócios com pessoas que eu gosto. E eu gostei dele, e ele de mim. Por pelo menos 30 segundos nós tivemos uma química excelente, isso é um bom sinal”, disse o mandatário estadunidense.
Foi o primeiro encontro entre ambos desde que os Estados Unidos impuseram sanções ao Brasil em maio. Lula, por sua vez, usou sua fala para criticar medidas unilaterais de Washington, como sanções e ações militares no Caribe, e para defender o multilateralismo.
Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo
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