domingo, 14 de setembro de 2025

Gleisi rechaça anistia e critica voto de Fux: "vergonha nacional"

Por outro lado, ministra indicou que redução de penas aos envolvidos no 8 de janeiro pode ser negociada

       Hugo Motta e Gleisi Hoffmann (Foto: Gil Ferreira/SRI-PR)

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), reforçou neste sábado (13) sua posição contrária à anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Em encontro do PT no Paraná, ela voltou a admitir a possibilidade de discutir uma redução de penas, mas rejeitou qualquer hipótese de perdão. As declarações foram registradas em vídeo obtido pela Folha de S.Paulo.

Segundo Gleisi, o tema pode ser avaliado tanto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) quanto pelo Congresso, mas em termos de dosimetria, e não de anistia. “Se querem discutir redução de pena, é outra coisa. Cabe a dosimetria ao Supremo Tribunal Federal ou até o Congresso avaliar e ter um projeto, mas aí é redução de pena, não tem a ver com anistia, não tem a ver com perdão”, declarou a ministra.

A ministra foi enfática ao rechaçar a proposta de perdão aos condenados e lembrou a condenação de Jair Bolsonaro (PL), que recebeu pena de 27 anos de prisão por tentar articular um golpe para se manter no poder. “Não podemos de maneira nenhuma olhar ou piscar para a questão da anistia. Vamos ser firmes, vamos ter que enfrentar o Congresso nesta pauta”, afirmou.

Em seguida, Gleisi destacou que a anistia beneficiaria Bolsonaro e outros réus condenados, qualificando-a como “um presentinho para Donald Trump”, presidente dos Estados Unidos.

Ela também criticou o voto do ministro do STF Luiz Fux, que absolveu Bolsonaro no julgamento. “Foi um desserviço aquele voto, uma vergonha nacional. Deu condições a eles de fazer uma narrativa e ficar, depois, questionando o processo, mas os outros votos foram primorosos”, disse.

Pressões e articulações no Congresso

Nos bastidores, partidos do Centrão e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), têm sido apontados como articuladores da proposta de anistia. Segundo Gleisi, Tarcísio é peça-chave nessa movimentação e surge como o nome preferencial para enfrentar o presidente Lula (PT) em 2026, em meio à pressão para que Bolsonaro o apoie como seu sucessor político.

Embora o governo admita a possibilidade de rever indicações para cargos federais de parlamentares que apoiarem o projeto de anistia, a ofensiva pelo avanço da proposta continua forte. O texto depende agora da decisão do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), responsável por definir se levará ou não a matéria ao plenário.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

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