segunda-feira, 9 de junho de 2025

Julgamento de Bolsonaro e demais réus da trama golpista pode ser antecipado para agosto, avaliam defesas

Inicialmente, advogados e investigados avaliavam que o julgamento poderia se estender até 2026 ou, no mínimo, ser concluído em outubro deste ano

Jair Bolsonaro - 06/03/2025 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

As defesas dos acusados de envolvimento na tentativa de golpe de Estado que abalou o Brasil em 8 de janeiro de 2023 passaram a trabalhar com uma nova previsão para o julgamento de Jair Bolsonaro (PL), que pode levá-lo à prisão. A informação é da coluna da jornalista Andréia Sadi, do g1.

Inicialmente, advogados e investigados avaliavam que o julgamento poderia se estender até 2026 ou, no mínimo, ser concluído em outubro deste ano. No entanto, com o ritmo acelerado e disciplinado imposto pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), os réus passaram a considerar como provável a realização do julgamento já em agosto. Em julho, o Judiciário entra em recesso, o que torna esse cenário ainda mais plausível.

De acordo com a reportagem, a projeção dos réus leva em conta a seguinte sequência: os depoimentos das defesas devem ser colhidos ainda nesta semana. Na etapa seguinte, poderão ser solicitadas diligências complementares — embora os próprios advogados reconheçam que há poucas chances de o STF acolher tais pedidos. Em seguida, o cronograma prevê a apresentação das alegações finais: primeiro pelo Ministério Público, depois pelo colaborador e, por último, pelas defesas.

Um dos advogados afirmou, de maneira direta, que “considerando o recesso em julho, deverá pedir sessão de julgamento em agosto”.

A Corte tem sinalizado de forma clara que não aceitará manobras que considere protelatórias. Foi assim inclusive em processos anteriores, como o que envolveu o ex-presidente Fernando Collor. Por essa razão, cresce entre os defensores a convicção de que o julgamento será encerrado entre agosto e, no mais tardar, setembro — salvo o surgimento de algum fato novo que exija medidas adicionais.

A antecipação do julgamento tem implicações relevantes para o cenário político nacional. Uma eventual condenação de Bolsonaro, mesmo já estando inelegível, tende a enfraquecer ainda mais sua tentativa de se manter como figura central da oposição e reduz sua influência sobre a disputa presidencial de 2026. Isso reforça o movimento que busca construir uma candidatura alternativa dentro da direita.

Nesse contexto, uma pesquisa do instituto Quaest, divulgada na quinta-feira (5), apontou o crescimento de nomes ligados à direita, como os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos), Ratinho Junior (PSD) e Eduardo Leite (PSD), além da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL). Todos eles aparecem em simulações de segundo turno com desempenho equivalente ao de Jair Bolsonaro, empatando com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

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