Deputado licenciado foi procurado por e-mail, telefone e WhatsApp, mas não atendeu à Polícia Federal sobre investigação de sua atuação nos EUA
A Polícia Federal informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ignorou todas as tentativas de contato feitas pela corporação para prestar esclarecimentos no inquérito que apura sua atuação nos Estados Unidos contra autoridades brasileiras. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (6) e repercutida pela Sputnik Brasil.
De acordo com a PF, foram enviados e-mails a dois endereços vinculados ao parlamentar, ligações telefônicas por números disponibilizados pela Câmara dos Deputados e até uma mensagem pelo WhatsApp pessoal de Eduardo. Segundo o relatório, os sistemas de correio eletrônico confirmaram o recebimento das mensagens: “Comprovantes automáticos gerados pelo sistema de correio eletrônico mostram que as mensagens foram devidamente recebidas pelos destinatários, conforme registros de entrega”. No caso do WhatsApp, no entanto, não foi possível verificar a confirmação da leitura.
O inquérito é conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, relator no STF, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), e investiga possíveis tentativas do deputado de coagir autoridades brasileiras no exercício de suas funções. Filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (2019–2023), Eduardo está licenciado do mandato e mora nos Estados Unidos desde fevereiro deste ano. A licença parlamentar termina em julho.
De acordo com a PGR, há indícios de que o deputado tentou pressionar ministros do STF em articulações realizadas no exterior. Em solo norte-americano, Eduardo se reuniu com congressistas republicanos e defendeu a adoção de sanções contra Alexandre de Moraes. Ele já declarou publicamente que só retornará ao Brasil quando o ministro for punido pela Casa Branca.
Na quinta-feira (5), Jair Bolsonaro prestou depoimento à Polícia Federal no âmbito da mesma investigação. Ao comentar sobre o caso, o ex-presidente afirmou que a atuação do filho nos EUA visa defender a democracia brasileira: “A perseguição continua. O trabalho que ele [Eduardo] faz lá [nos EUA] é pela democracia no Brasil. Não existe lobby para sancionar quem quer que seja no Brasil”, disse. Bolsonaro também confirmou que transferiu recursos para Eduardo: “Eu botei R$ 2 milhões na conta dele”, declarou.
O caso insere-se em um contexto mais amplo de investigações que envolvem membros da família Bolsonaro e aliados políticos, sob suspeita de tentativas de desestabilização institucional e ataques ao sistema democrático. O STF ainda avalia quais medidas serão adotadas diante da recusa de Eduardo em colaborar com as investigações.
Fonte: Brasil 247 com Sputnik Brasil
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