"A cereja do bolo é que eles estão empurrando, pressionando o Trump para estabelecer as sanções", disse em referência ao presidente dos EUA, Donald Trump
Em reação ao pedido de investigação apresentado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que os processos judiciais no Brasil se transformaram em um "meio de achaque". A declaração foi feita após a PGR solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a apuração de sua atuação em território estadunidense. As informações são da Folha de S.Paulo.
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, foi sorteado relator do pedido de investigação por prevenção, já que centraliza os inquéritos relacionados a atos antidemocráticos no país. Ele deverá decidir sobre a abertura de investigação nas próximas horas. Na visão de Eduardo, o pedido de investigação reforça a tese de que o Brasil estaria vivendo sob um "estado de exceção", em que decisões jurídicas seriam pautadas por interesses políticos e não por fundamentos legais.
"Eles estão confirmando tudo aquilo que a gente sempre falou: de que o Brasil é um estado de exceção, que depende do cliente, dos fatos políticos. Eles vão tomar as ações judiciais, que não têm nada mais baseado em lei", declarou o parlamentar, de acordo com reportagem.
Ainda segundo ele, "o processo no Brasil virou um meio de achaque. Um gângster faria igual, um mafioso faria igual. Eles estão deixando isso aí para todo mundo ver, e a cereja do bolo é que eles estão empurrando, pressionando o Trump para estabelecer as sanções", disse em referência ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em seu segundo mandato desde 2025.
Nos bastidores, o governo brasileiro tem considerado uma possível sanção norte-americana contra Moraes como um ataque direto à soberania nacional. Questionado se tal movimento não traria consequências diplomáticas para o Brasil, Eduardo Bolsonaro responsabilizou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por uma eventual escalada no conflito com os EUA.
"Se o governo Lula quiser comprar a briga do Moraes e mergulhar o Brasil numa disputa contra os Estados Unidos, onde notoriamente os Estados Unidos são o lado mais forte, isso vai ser uma decisão que a gente tem que deixar claro que é uma decisão do presidente Lula", afirmou. "E nós aí vamos ter que trabalhar o quê? Para trocar de presidente, porque esse presidente não está servindo ao interesse dos brasileiros. O interesse dos brasileiros não se confunde com o interesse do Alexandre de Moraes", completou.
O pedido de investigação foi protocolado pela PGR no domingo (26), e o inquérito foi instaurado já nesta segunda-feira (27). Alexandre de Moraes também é relator de processos relacionados aos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. De acordo com o procurador-geral da República, Paulo Gonet, há indícios de que o parlamentar cometeu o crime de coação no curso do processo. Gonet reuniu uma série de declarações públicas feitas por Eduardo Bolsonaro, nas quais ele sugere que pressionaria autoridades estrangeiras caso o STF avançasse no julgamento de seu pai, Jair Bolsonaro (PL), pela tentativa de golpe após a derrota nas eleições de 2022.
Em uma das manifestações citadas, Eduardo afirmou que, se houvesse punição a Jair Bolsonaro, ele atuaria diretamente nos Estados Unidos para estimular sanções contra autoridades brasileiras — com ênfase em Moraes. A postura foi vista por integrantes da Corte como tentativa de intimidação.
Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário