Jair Bolsonaro e o então ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, durante evento no Palácio do Planalto, em 2021. Foto: Pedro Ladeira/Folhapress
Após meses passando pano para o golpismo do ex-presidente Jair Bolsonaro, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), vai depor ao Supremo Tribunal Federal (STF) como testemunha de seu padrinho político. Sua oitiva no âmbito do processo da trama golpista está marcada para esta sexta (30).
Ex-ministro da Infraestrutura, ele já disse diversas vezes que jamais viu uma intenção golpista nos ataques de Bolsonaro às urnas eletrônicas e se manteve em silêncio ao lado do ex-chefe durante manifestações em que ofendeu ministros do Supremo.
Tarcísio é cotado para assumir o lugar de Bolsonaro, inelegível até 2030, nas próximas eleições presidenciais. Por isso, terá que manter uma relação cordial com ministros da Corte ao mesmo tempo em que expõe sua fidelidade ao ex-presidente.
O governador já argumentou que Bolsonaro “respeitou o resultado da eleição” e que a posse do presidente Lula (PT) “aconteceu em plena normalidade e respeito à democracia”. As duas declarações são mentirosas e distorcem a reação do então mandatário em 2022.
O ministro Alexandre de Moraes, que será responsável pela condução do depoimento, tem demonstrado impaciência com testemunhas que tentam minimizar a trama golpista ou o ataque de 8 de janeiro de 2023 em Brasília.

Tarcísio de Freitas e Alexandre de Moraes durante evento em Brasília, em 2022. Foto: Pedro Ladeira/Folhapress
Durante o período em que comandou o Ministério da Infraestrutura, entre 2019 e 2022, Tarcísio teve uma série de encontros com o então presidente no Palácio do Planalto. A expectativa de aliados, segundo a Folha de S.Paulo, é que ele negue ter presenciado conversas sobre golpe de Estado durante a oitiva.
O governador atualmente tem uma boa relação com Moraes, principal alvo dos bolsonaristas, e chegou a participar de eventos ao lado do magistrado. Algumas declarações de Tarcísio, como chamar as urnas eletrônicas de “grande referência” para o mundo, já geraram irritação em aliados.
Fonte: DCM
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