segunda-feira, 17 de novembro de 2025

Boletim Focus: mercado passa a prever inflação dentro da meta

É a 1ª vez desde dezembro de 2024 que estimativa fica abaixo do teto de 4,5% do sistema de metas

Sede do Banco Central, em Brasília - 17/12/2024 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

A nova edição do Boletim Focus, divulgada nesta segunda-feira (17) pelo Banco Central e citada pelo InfoMoney, aponta que as expectativas do mercado para a inflação de 2025 voltaram a recuar. Pela primeira vez desde dezembro de 2024, a projeção fica abaixo do teto de 4,5% previsto no sistema de metas, movimento que reforça a percepção de alívio nos preços.

Segundo o relatório semanal do Banco Central a estimativa para o IPCA do próximo ano passou de 4,55% para 4,46%, retomando a trajetória de queda após a interrupção registrada na semana anterior. A tendência também chegou ao câmbio, com a projeção para o dólar recuando ligeiramente de R$ 5,41 para R$ 5,40.

As expectativas para o desempenho da economia e para a política monetária seguiram estáveis. O mercado manteve o crescimento do PIB em 2,16% e a taxa Selic em 15% ao ano para 2025, indicando que, por ora, não há revisão no cenário básico de atividade e juros.

☆ Inflação segue trajetória de desaceleração

As projeções para os anos seguintes também mantiveram sinal de estabilidade. Para 2026, a mediana do IPCA continuou em 4,20% pela terceira semana consecutiva. Em 2027, o indicador permaneceu em 3,80% pela segunda semana, enquanto para 2028 a estimativa se manteve em 3,50%.

Entre os índices de preços, o IGP-M apresentou nova rodada de queda. A expectativa para 2025 passou de -0,22% para -0,32%, acumulando dez semanas consecutivas de recuo. Para 2026, o índice caiu de 4,08% para 4,02%. Já em 2027, o número permanece fixado em 4,00% há 44 semanas, enquanto 2028 teve redução de 3,86% para 3,80%.

Os preços administrados mostraram comportamento diferente. A projeção para 2025 subiu pela terceira semana, de 4,97% para 5,06%. Para 2026, a estimativa ficou estável em 3,86%. Em 2027, houve queda de 3,80% para 3,70%, e para 2028 o número continuou em 3,60%.

☆ PIB permanece sem mudanças

As previsões para o Produto Interno Bruto seguem sem alterações significativas. Para 2026, a estimativa ficou em 1,78% pela terceira semana consecutiva. O cenário de 2027 também se manteve com crescimento de 1,88%, enquanto para 2028 o consenso continua em 2,00%, nível que já se repete há 88 semanas.

☆ Câmbio e juros seguem estáveis no longo prazo

Para os anos seguintes, o câmbio permanece ancorado em R$ 5,50 nas projeções para 2026, 2027 e 2028. O número não apresenta mudanças há semanas, refletindo um cenário de estabilidade nas expectativas de longo prazo.

O mesmo ocorre com a taxa básica de juros. A Selic projetada para 2026 continua em 12,25% pela oitava semana. Para 2027, permanece em 10,50% há 40 semanas, enquanto a estimativa para 2028 segue em 10,00% há 47 semanas.

Fonte: Brasil 247 com Infomoney

Defesa de Bolsonaro já prepara laudos médicos para prisão domiciliar

Advogados correm contra o tempo buscando evitar que o ex-presidente esteja em regime fechado nas festas de fim de ano

     Jair Bolsonaro (Foto: Reuters)

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro intensificou sua estratégia jurídica após a publicação, nesta segunda-feira (17), da ata do julgamento da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). O colegiado rejeitou os embargos de declaração apresentados por Bolsonaro e por outros seis condenados no núcleo central da ação penal que julgou a tentativa de golpe. As informações são do g1.

A equipe jurídica do ex-presidente pretende ingressar nos próximos dias com embargos infringentes, em vez de novos embargos de declaração, numa tentativa de evitar novos atritos com a Primeira Turma. Embora reconheça que as possibilidades de reversão sejam mínimas, a defesa já organiza laudos médicos destinados a fundamentar um pedido imediato de prisão domiciliar. A medida busca alterar o início do cumprimento da pena de 27 anos e três meses de reclusão.

A estratégia inclui ainda um plano alternativo: caso a domiciliar seja negada de imediato, os advogados vão sustentar que, por ser capitão reformado do Exército, Bolsonaro teria direito a cumprir a pena em uma instalação militar. O movimento ocorre em ritmo acelerado, já que a defesa quer evitar que a execução da sentença coincida com o período das festas de fim de ano — um cenário considerado indesejado pela família do ex-presidente.

A preocupação maior do entorno de Bolsonaro é a possibilidade de que o STF determine o início do cumprimento da pena em regime fechado, em estabelecimento prisional. Esse é o desfecho que seus advogados tentam impedir a qualquer custo, apesar de admitirem a dificuldade em reverter a decisão.

Enquanto organizam a ofensiva jurídica, integrantes da defesa observam que o fator tempo se tornou determinante. Quanto mais o processo avançar sem novos recursos admitidos, maior a chance de que a execução da pena seja decretada antes do Natal.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

CPI do Crime Organizado ouve diretores da Polícia Federal nesta terça

 
Fabiano Contarato (C), presidente, Hamilton Mourão (E), vice, e Alessandro Vieira (D), relator, na instalação da comissão parlamentar de inquérito; oitivas começam nesta terça (18) (Foto: Andressa Anholete/Agência Senado)


A comissão parlamentar de inquérito (CPI) que vai investigar o crime organizado ouve nesta terça-feira (18), a partir das 9h, o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Augusto Passos Rodrigues, e o diretor de Inteligência Policial da PF, Leandro Almada da Costa. As duas participações atendem a requerimento de convite de autoria do.

As duas oitivas atendem a requerimento (REQ 2/2025) do relator da CPI, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), e marcam o início das investigações sobre a expansão territorial, econômica e operacional das facções criminosas. Segundo o relator, a presença da cúpula da Polícia Federal é fundamental para que a CPI compreenda o atual diagnóstico sobre o poder das organizações criminosas, o grau de infiltração nos estados e o impacto das estruturas de lavagem de dinheiro que alimentam milícias, facções e redes de atuação transnacional.

Os depoimentos também servirão como subsídio para o acompanhamento do Projeto de Lei das Facções Criminosas. Encaminhada ao Congresso pelo governo, o texto, que tramita na Câmara dos Deputados, endurece o combate a organizações estruturadas, cria mecanismos de rastreamento financeiro e prevê regras mais rígidas para líderes e financiadores.

Os senadores devem buscar informações, especialmente, sobre a cooperação entre forças de segurança, exemplificados pelo êxito da Operação Carbono Oculto, da Polícia Federal, que atuou em conjunto com a Receita Federal e o Ministério Público do Estado de São Paulo, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), para atuar contra um grupo criminoso que usava fintechs e postos de gasolina para lavagem de dinheiro da maior facção criminosa do estado de São Paulo.

Além disso, os senadores deverão questionar os diretores da Polícia Federal sobre o trabalho junto à Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro, após a operação policial contra facção criminosa no fim de outubro, nos complexos do Alemão e da Penha, que resultou na morte de 121 pessoas.

CPI

Com 11 senadores titulares e sete suplentes, a Comissão Parlamentar de Inquérito do Crime Organizado foi instalada no dia 4 deste mês. Tem como presidente o senador Fabiano Contarato (PT-ES), como vice o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) e como relator Alessandro Vieira, que requereu sua criação.

A CPI tem 120 dias para concluir os trabalhos, investigando a atuação, a expansão e o funcionamento de organizações criminosas, em especial de facções e milícias, investigando seu modus operandi, as condições de instalação e desenvolvimento em cada região e as estruturas de tomada de decisão, para identificar soluções para o seu combate, especialmente por meio do aperfeiçoamento da legislação.

Composição da CPI do Crime Organizado

Presidente: Fabiano Contarato (PT-ES)
Vice-presidente: Hamilton Mourão (Republicanos-RS)
RelatorAlessandro Vieira (MDB-SE) 
Titulares  Suplentes*
Alessandro Vieira (MDB-SE)  Eduardo Girão (Novo-CE) 
Angelo Coronel (PSD-BA)  Esperidião Amin (PP-SC) 
Fabiano Contarato (PT-ES)  Jaques Wagner (PT-BA) 
Flávio Bolsonaro (PL-RJ)  Randolfe Rodrigues (PT-AP) 
Hamilton Mourão (Republicanos-RS)  Sergio Moro (União-PR) 
Jorge Kajuru (PSB-GO)  Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) 
Magno Malta (PL-ES) 
Marcio Bittar (PL-AC) 
Marcos do Val (Podemos-ES) 
Otto Alencar (PSD-BA) 
Rogério Carvalho (PT-SE) 
* Uma vaga de suplente ainda não preenchida pelo bloco PSB-PSD 

Fonte: Agência Senado

Ex-ministro de Bolsonaro autorizou entidades suspeitas de desviar quase R$ 2 bilhões do INSS

Acordos assinados por José Carlos Oliveira e seu sócio permitiram descontos irregulares a aposentados e impulsionaram investigação da PF

Ex-ministro da Previdência Social José Carlos Oliveira (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O esquema bilionário que atingiu aposentados em todo o país agora tem novos desdobramentos envolvendo o ex-ministro da Previdência José Carlos Oliveira e seu sócio, o ex-dirigente do INSS Edson Yamada. Documentos e ações recentes da Polícia Federal revelam que ambos foram responsáveis por autorizar acordos que abriram caminho para descontos indevidos em benefícios previdenciários, movimentando valores que chegam a R$ 1,9 bilhão.

As informações foram divulgadas pelo Metrópoles, que detalhou como Oliveira e Yamada assinaram 10 Acordos de Cooperação Técnica (ACT) com associações hoje investigadas. A PF cumpriu mandados de busca e apreensão contra eles na nova fase da Operação Sem Desconto, que também resultou na prisão de três ex-dirigentes do INSS, entre eles o ex-presidente Alessandro Stefanutto. Por decisão do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), Oliveira passou a usar tornozeleira eletrônica.

Três dos ACTs foram assinados diretamente por Oliveira quando ocupava o cargo de diretor de Benefícios, área responsável por autorizar que entidades façam descontos nos contracheques de beneficiários. As outras sete autorizações partiram de Yamada, que assumiu o posto quando Oliveira se tornou presidente do INSS e permaneceu no cargo durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL) e nos primeiros meses do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Os dois também compartilhavam sociedade na consultoria Oriente, que tem ainda Yasmin Ahmed Oliveira, filha do ex-ministro, no quadro societário. Além da atuação conjunta no INSS, Yamada doou R$ 15 mil para a campanha de Oliveira à Câmara Municipal de São Paulo pelo PSD em 2024.

☆ Atuação em favor da Conafer e movimentações suspeitas

A investigação aponta ainda a relação de Oliveira com a Confederação Nacional dos Agricultores e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), responsável por mais de R$ 640 milhões desviados do INSS. Em 2021, quando era diretor de Benefícios, ele liberou R$ 15,3 milhões à entidade mesmo sem a apresentação dos documentos exigidos. Isso permitiu, afirma a PF, que descontos irregulares fossem aplicados em mais de 650 mil benefícios previdenciários.

Planilhas encontradas no “núcleo financeiro” da Conafer apontam pagamentos suspeitos. Em fevereiro de 2023, investigadores identificaram um repasse de R$ 100 mil associado ao codinome “São Paulo Yasser”, que a PF atribui a Oliveira, convertido ao islamismo e hoje registrado como Ahmed Mohamad. Naquele momento, ele já não era ministro, mas Yamada ainda respondia pela diretoria de Benefícios.

A PF relata ainda uma mensagem em que Oliveira agradece Cícero Marcelino de Souza Santos, apontado como operador financeiro da Conafer, após suposto recebimento indevido. Em contrapartida, ele teria atuado para evitar a suspensão do acordo que mantinha a entidade autorizada a aplicar os descontos.

☆ Trajetória de quatro décadas e aposentadoria sob questionamento

Servidor desde 1985, Oliveira construiu sua carreira no INSS passando por cargos de chefia em São Paulo, até assumir a diretoria de Benefícios e, mais tarde, a presidência do órgão. Em seguida, comandou o Ministério da Previdência até o último dia do governo Bolsonaro. Na semana passada, já sob investigação, foi aposentado — movimentação que levantou suspeitas entre servidores, que veem a medida como possível tentativa de escapar das consequências de um Processo Administrativo Disciplinar em curso na Controladoria-Geral da União (CGU). O INSS afirma desconhecer a decisão de aposentá-lo.

A reportagem do Metrópoles tentou ouvir as defesas de José Carlos Oliveira e Edson Yamada, mas não obteve retorno.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

Jeannette Jara endurece discurso após avançar ao segundo turno e desafia José Antonio Kast

Candidata da Unidade por Chile ressalta conquistas sociais, promete buscar novos eleitores e rebate posicionamentos de Kast sobre segurança

      Jeannette Jara (Foto: Reuters)

A candidata da Unidade por Chile, Jeannette Jara, celebrou neste domingo sua ida ao segundo turno da eleição presidencial chilena e enviou um recado direto tanto a seus apoiadores quanto aos eleitores que não escolheram nem ela nem José Antonio Kast. As declarações foram divulgadas originalmente pelo jornal La Tercera.

Logo no início de sua fala, Jara agradeceu a votação recebida e afirmou que pretende ampliar o diálogo com setores que não a apoiaram no primeiro turno. “A partir de amanhã, vamos sair para conversar com vocês e escutá-los atentamente”, disse a candidata, ao destacar que sua campanha busca construir maiorias com participação popular.

☆ Conquistas sociais e reformas trabalhistas

Durante seu discurso, Jara relembrou medidas aprovadas enquanto comandou o Ministério do Trabalho. A candidata destacou o aumento do salário mínimo, a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais e a reforma previdenciária, que segue em tramitação no Congresso chileno.

Segundo ela, essas políticas demonstram que é possível melhorar as condições de vida da população com responsabilidade e compromisso social.

☆ Resposta dura a Kast e debate sobre transparência

Em tom mais firme, Jara também respondeu às posições de seu adversário. Ao criticar a defesa de vidro à prova de balas feita por Kast e sua oposição à abertura do sigilo bancário, a candidata lançou um ataque direto. “Quem não deve, não teme”, afirmou, numa resposta às propostas do rival.

A declaração reforça a linha adotada pela campanha neste segundo turno: contrastar políticas sociais com medidas conservadoras defendidas por Kast.

☆ Disputa polarizada no Chile

A ida de Jara ao segundo turno contra Kast confirma o cenário de polarização que marca a eleição chilena. De um lado, um projeto que enfatiza direitos trabalhistas e reformas sociais; de outro, uma agenda baseada em segurança e restrições institucionais.

A capacidade de conquistar eleitores indecisos ou aqueles que optaram por outras candidaturas no primeiro turno será determinante para definir o rumo do Chile em 2025.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal La Tercera

EUA mobilizam porta-aviões, submarino nuclear e frota de guerra para pressionar Venezuela

Governo do presidente Donald Trump concentra no Caribe um dos maiores arsenais norte-americanos já vistos na região, elevando alerta para possível ofensiva

Donald Trump e Nicolás Maduro (Foto: Manaure Quintero/Reuters I Piroschka Van De Wouw/Reuters)

Os Estados Unidos intensificaram de forma inédita sua presença militar no Caribe, num movimento que amplia a pressão sobre o governo venezuelano de Nicolás Maduro. As informações foram divulgadas pelo Washington Post, que relata um acúmulo de meios navais, aéreos e tropas norte-americanas sob o comando do presidente Donald Trump. O jornal destaca que essa ação “sugere que a administração Trump pode estar se preparando para expandir operações na região”, aumentando o risco de ataques contra a Venezuela.

Segundo o Washington Post, a escala da mobilização militar não é comum e acende o alerta para uma possível escalada que pode afetar todo o continente.

◉ Porta-aviões, submarino nuclear e frota de guerra

O arsenal mobilizado pelos EUA inclui alguns dos equipamentos mais avançados e letais de seu poderio militar. A seguir, os principais armamentos destacados pelo Washington Post:

● Uma dúzia de navios de guerra da Marinha

A Marinha norte-americana posicionou cerca de 12 destroyers e cruzadores, embarcações capazes de realizar ataques de longo alcance, operações de defesa aérea e interceptações navais. Trata-se de uma presença que, sozinha, já representa capacidade ofensiva e dissuasória de grande escala.

● Navio de operações especiais

Entre os meios mobilizados está também um navio de operações especiais, utilizado para missões sigilosas, infiltração de tropas, vigilância avançada e ações rápidas em ambientes hostis.

● Submarino de ataque movido a energia nuclear

O arsenal inclui ainda um submarino nuclear de ataque, equipado com mísseis de cruzeiro e sistemas de espionagem subaquática. Submarinos desse tipo podem operar por longos períodos sem necessidade de reabastecimento, mantendo vigilância e capacidade ofensiva constante em profundidade.

● Porta-aviões USS Gerald R. Ford e seu grupo de escolta

Na próxima semana, chegará à região o porta-aviões USS Gerald R. Ford, o mais moderno e poderoso já construído pelos Estados Unidos. Ele virá acompanhado de: 

      ● Três navios de guerra adicionais, formando um grupo de                     ataque completo;
      ●  Mais de 4.000 militares, incluindo pilotos, fuzileiros navais,                técnicos e pessoal de operações aéreas.

O USS Gerald R. Ford transporta dezenas de aeronaves de combate, vigilância e ataque, capazes de realizar bombardeios, missões de reconhecimento e patrulhamento aéreo contínuo. Sua presença aumenta drasticamente o alcance operacional dos EUA sobre o Caribe e o norte da América do Sul.

◉ Capacidade de ataque ampliada e risco real de escalada

A combinação de navios de guerra, submarino nuclear, aeronaves embarcadas e tropas adicionais configura uma das maiores concentrações de poder militar dos EUA na região desde o fim da Guerra Fria. Analistas ouvidos pelo Washington Post apontam que o conjunto de armamentos é compatível com operações ofensivas de larga escala.

A movimentação ocorre em meio a um histórico de sanções, tensões diplomáticas e tentativas de isolamento político contra Caracas, o que eleva o temor de uma escalada militar. Caso haja ataques, seriam os primeiros realizados pelos EUA contra a Venezuela, um marco com forte impacto geopolítico.

◉ Impactos potenciais para a América Latina

Uma ofensiva norte-americana teria consequências diretas para toda a América Latina, especialmente no campo da segurança regional, migrações, comércio e estabilidade política. Países vizinhos acompanham com apreensão a ampliação constante do dispositivo militar dos EUA no Caribe, enquanto especialistas alertam para o risco de desdobramentos imprevisíveis.

Fonte: Brasil 247 com informações divulgadas pelo jornal Washington Post

STF publica ata de julgamento que manteve condenação de Bolsonaro

Ata registra decisão da Primeira Turma contra apelações de Bolsonaro e outros seis réus, mantendo condenações no caso da trama golpista

      Bolsonaro e Moraes (Foto: Antonio Augusto/STF)

O Supremo Tribunal Federal (STF) divulgou nesta segunda-feira (17) a ata do julgamento da Primeira Turma que analisou os primeiros recursos apresentados por Jair Bolsonaro (PL) e por outros seis condenados no processo da trama golpista. O documento confirma que, por unanimidade, os ministros rejeitaram todas as contestações apresentadas pelas defesas.

A publicação, informa o g1, formaliza o resultado do julgamento concluído na última sexta-feira (14), quando, no plenário virtual, os integrantes da Primeira Turma mantiveram as decisões que apontam Bolsonaro e seus aliados como responsáveis por liderar uma organização criminosa destinada a promover um golpe de Estado e se manter no poder após a derrota eleitoral de 2022.

A ata torna oficial apenas o desfecho do julgamento, enquanto o acórdão — ainda a ser publicado — reunirá os fundamentos completos adotados pelos ministros. Somente após a disponibilização desse documento será possível às defesas avaliar novos questionamentos. Jair Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão.

Possíveis novos recursos

Com a rejeição dos primeiros embargos de declaração, abre-se a possibilidade de novas investidas jurídicas por parte dos réus nos próximos dias. Entre os caminhos previstos estão novos embargos de declaração, caso as defesas entendam que ainda há pontos a esclarecer na decisão colegiada, e os embargos infringentes, voltados à tentativa de alterar o mérito da condenação.

Segundo a legislação, a pena só começa a ser cumprida quando não houver mais possibilidade de recurso. A partir desse estágio, os condenados passam a executar a prisão e demais medidas impostas pelo Supremo Tribunal Federal, encerrando assim a fase de questionamentos jurídicos no caso da trama golpista.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

CPMI ouve ex-coordenador do INSS e empresário investigados por desvios


Izalci Lucas (à esq.) e Carlos Viana (no telão) pediram convocação de ex-coordenador de Pagamentos do INSS (Foto: Andressa Anholete/Agência Senado)


A CPMI do INSS ouve nesta segunda-feira (17) duas pessoas investigadas por desvio de aposentadorias da Previdência Social: o ex-coordenador de Pagamentos e Benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social Jucimar Fonseca da Silva e o empresário Thiago Schettini. A reunião está marcada para as 14h30.

Jucimar Fonseca da Silva é alvo de 11 requerimentos de convocação. Um deles foi proposto pelo senador Izalci Lucas (PL-DF). Segundo o parlamentar, o depoente ocupou “uma posição nevrálgica” no INSS e é peça central na engrenagem que permitiu os descontos em benefícios de aposentados e pensionistas.

“As apurações indicam que o então coordenador assinou uma nota técnica que autorizou o desbloqueio em lote de descontos associativos a pedido de uma das entidades centrais no escândalo”, argumenta Izalci. O presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), também apresentou requerimento para a convocação do ex-coordenador.

Antes da reunião de segunda-feira, Silva deve ser submetido a uma avaliação médica oficial. Ele apresentou um atestado médico à CPMI em que se diz impossibilitado de prestar depoimento.

O segundo depoente, o empresário Thiago Schettini, foi convocado por quatro requerimentos. Um dos pedidos é do deputado Rogério Correia (PT-MG). Segundo o parlamentar, Schettini é apontado como “facilitador” no esquema de desvio de aposentadorias. O empresário teria recebido recursos de Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS.

Fonte: Agência Senado

domingo, 16 de novembro de 2025

“Cláudio Castro governa com o CV e eu sei onde Doca está”, diz Garotinho ao DCM

    Anthony Garotinho

O ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, falou ao DCM sobre o que considera a íntima relação do governador Cláudio Castro com o Comando Vermelho. Garotinho dinamita a estrutura do poder no Rio, denunciando os fortes laços e os modos de operação do governo com o crime organizado. O ex-governador chegou a alegar que sabe o paradeiro de Doca, líder do CV no Complexo do Alemão, que fugiu durante a Operação Contenção, ação que deixou 121 mortos no final do mês passado.

A OPERAÇÃO DE CASTRO FOI UMA AÇÃO POLÍTICA

A resposta dada pelo governador à solicitação do ministro do STF, Alexandre de Moraes, de fazer uma reconstituição, foi ridícula. Ele disse assim: “Para voltar lá novamente eu preciso fazer uma outra operação.” Como é isso? Foi feita uma operação em que morreram criminosos e ontem morreu o quinto policial que estava baleado. E a operação serviu para quê? Não sou contra operação policial, mas o meu sentimento é de que essa operação é mais eleitoral do que policial. Ela envolve outros elementos, que é o que é mais importante.

O GOVERNO DE CLÁUDIO CASTRO É DO COMANDO VERMELHO

Eu vinha denunciando com constância a corrupção do governo Cláudio Castro em várias áreas, inclusive na polícia, onde ele fez um loteamento, deixando que deputados indicassem comandante de batalhão, chefe da Polícia Civil e delegado de polícia. Eu vinha também denunciando paralelamente o envolvimento do governo com o crime. Então, o que houve no Rio de Janeiro foi a subida de patamar: o crime deixou de ter envolvimento com o aparelho policial para ter envolvimento com o governo.

Ainda no governo Cláudio Castro, um dos homens da contabilidade do Comando Vermelho, chamado Abelha, saiu pela porta da frente do presídio, mesmo tendo contra ele prisão decretada. Aí entrou uma polêmica se foi ou não erro da polícia e da Justiça. Eu já estava desconfiado que tinha muitas investigações contra o Terceiro Comando, algumas contra a milícia, mas o Comando Vermelho crescendo e invadindo outros territórios. Aí vem um segundo episódio que me deixou mais indicativos de que essa aliança estava acontecendo:

Um congresso médico estava sendo realizado na cidade do Rio de Janeiro e quatro médicos desceram para tomar uma cervejinha à noite, no calçadão da Barra, num quiosque. Nisso, passa uma moto com integrantes do CV e eles desconfiam que um dos quatro médicos era um miliciano que acabara de ser solto. A semelhança física realmente era muito grande. Eles dispararam contra os médicos e três morreram – inclusive o irmão da deputada federal Sâmia Bomfim.

O Comando Vermelho descobre que o cara que morreu não era miliciano e, por conta disso, prende os integrantes que cometeram erro, anuncia que farão um julgamento e depois executam os dois que cometeram o crime. Tudo isso público.

Ou seja, o papel de investigar, prender e julgar foi feito pelo CV. Inclusive, se dizia que a facção, através de seu porta-voz, anunciaria as etapas – é um absurdo que, em uma sociedade como a nossa, o sujeito seja porta-voz de uma organização criminosa.

O ELO DO CV COM CASTRO

Aí vem mais um episódio que me deixou de cabelo em pé: o governador Castro convoca para ser seu secretário o deputado que era filho do ex-deputado Picciani. Com isso, assume o seu suplente: TH Joias – sabidamente ligado ao tráfico de drogas.

TH Joias começou a ir em inaugurações, entregas de viaturas, tira fotos com o governador, ficou em conversas reservadas dentro do Palácio Guanabara com o secretário de Governo do Rio.

Daqui a um pouco aparece o TH Joias abraçado com o comandante da Polícia Militar e eu publiquei a foto. O comandante me cobrou dizendo que eu o “deixei mal”. Indaguei: “O senhor, como comandante da Polícia Militar, não sabe que o cara é traficante?”

O CASO DO ROUBO DAS ARMAS DO EXÉRCITO

Vem a pá de cal: somem aquelas armas em Barueri, em São Paulo, armas do Exército, que por sua vez instaura procedimento para saber como elas sumiram e para localizá-las, e localizam na Rocinha. Prepara-se então uma operação em que o Exército cercaria a Rocinha e a PM subiria o morro e recuperaria os fuzis roubados. Antes que a operação ocorresse, o subsecretário de Inteligência da Secretaria de Administração Penitenciária vai ao comando do Exército para dissuadir a respeito da operação e propõe aos oficiais do Exército algo que, para minha decepção, foi aceito: que, no lugar da operação, se fosse até a cela de uma das autoridades do CV para que então se negociasse a devolução dos fuzis. Não posso afirmar, mas me parece claro que esse subsecretário tenha agido com autorização de seus superiores. Curiosamente ou não, ele inclusive foi promovido e hoje é secretário-geral.

Quando dois oficiais do Exército vão ao presídio para visitar o faccionado que estava preso e colocam suas digitais no sistema biométrico, não bateu com Bruno e Lima, que era a identificação de outros policiais penais de outros presídios usada pelos oficiais para driblar o sistema e entrar clandestinamente na unidade prisional. Então, o policial penal de plantão dá voz de prisão aos dois oficiais do Exército e é chamado o subsecretário, o diretor do presídio e começa uma reunião. A orientação foi de que se tratava de uma operação secreta e sigilosa que não podia vazar, senão pegaria mal para o governo do Estado e para o Exército. Para dar lisura à versão, o secretário disse que entraria com os oficiais militares. O policial penal, para se garantir, foi no livro e anotou tudo.

Eles entraram na cela e conversaram com a tal “autoridade” do CV e ficou acertado que, no lugar da operação, eles fossem a Jacarepaguá, na rua tal, que teria uma van de placa tal e lá dentro estariam os fuzis. Isso é o quê?

RODRIGO BACELLAR E AS RELAÇÕES COM CASTRO, O CV, A ALERJ E MUITOS CRIMES

No caso do TH Joias, especificamente, eu estava desconfiado, pois estava fazendo outra matéria sobre o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar, de uma foto que tinham me mandado dele descendo em um campo de futebol na cidade de Natividade, num helicóptero em que constavam duas iniciais estranhas além do prefixo do helicóptero: as iniciais MM. Liguei para empresas de táxi aéreo e o cara me disse: “Ih, rapaz, não se mete nisso não, esse cara é o rei do ouro. Esse cara é do Pará, ele tem uma empresa, a MM Gold, ele é bilionário. A última vez que a PF o prendeu, a acusação era de R$ 16 bilhões em ouro extraídos de forma ilegal.”

Aí fui buscar as conexões entre um cara que saiu do Pará emprestar helicóptero para um presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro viajar o estado. Essa gente não faz favor de graça, dá com uma mão pedindo com a outra.


Comecei a cutucar. Ele, como muitos empresários com capital de empresa muito grande, para abrir em vários estados, põe a empresa como parte do capital social majoritário de outra empresa e, assim, vai constituindo empresa em vários estados. Nisso, achei uma empresa no Rio chamada Zocar Caminhões com o capital da MM Gold (na época Gana Gold ainda). E o contrato que ela tinha com o Estado era com a CEDAE, a companhia de água – que teve privatizada a distribuição de água, mas a captação e o tratamento continuam com o governo, bem dizer privatizaram a conta. A partir desse dado, fui ver o contrato e era com caminhão-pipa dessa empresa para transporte de água para atender comunidades. Ao investigar no Portal da Transparência, vi faturas de R$ 3 a 4 milhões de reais.

Achei também que os diretores e presidentes da CEDAE eram indicados pelo governador e pelo presidente da Alerj em uma composição que deu a um a parte jurídica e financeira, ao outro a presidência.

Mas achei ainda que isso era muito pouco para o cara colocar um helicóptero aqui. Segui cutucando e descobri que a Zocar Caminhões tinha negócios com uma construtora, a ConstruVerde, que ganhou licitação para fazer um aterramento preparatório para a construção do novo Guandu, num contrato de R$ 450 milhões. Aí não é só água, é área, terra, máquinas, contratos grandes.

Liguei para amigos jornalistas da TV e Rádio Liberal, de Belém do Pará, e ouvi que o TH era complicado, que era melhor eu não me envolver, que era tão poderoso que, no dia do aniversário dele, o prefeito da cidade tinha decretado feriado. Que bancava prefeito, deputados… Essa fonte me disse que esse cara passava propina em ouro. O TH fazia joias para famosos: Ronaldo Nazário, Ludmilla, Vini Jr, artistas, jogadores, mas o grosso dos clientes dele eram traficantes, com aqueles cordões grossos de ouro.

Juntei TH Joias, ouro e, apertando daqui e dali, consegui a ligação da movimentação financeira dele. Publiquei até uma foto dele deitado em um colchão que ele fez de notas de dinheiro, um colchão de R$ 5 milhões. Recebi vídeos pornográficos dele se masturbando para traficantes, mas esses eu não quis publicar.

O cara que num dia está abraçado no comando da Polícia Militar em fotos, no outro está se masturbando para traficantes. Provavelmente passando informação da própria polícia ou essa informação é muito grande.

O MP me considerou uma pessoa ameaçada de morte. Tomei vários tiros que pegaram no carro e de raspão em um segurança; hoje ando com escolta policial.

Comecei a bater no TH Joias e em sua ligação com governador, comandante da PM, secretários, presidente da Alerj. A partir disso, fizeram uma operação e finalmente prenderam o TH Joias.

Depois da prisão dele, dei a informação: TH Joias falou que, se não soltarem ele até novembro, ele vai contar tudo que sabe. Aí vem a Operação Contenção.

Percebe que o que precede essa operação é mais importante que a operação? Você tem aqui no Rio de Janeiro o crime instalado no governo. Você tem deputados ligados à milícia, ao tráfico de drogas, a roubo de carro, de carga, de fio de cobre. Então, a situação da criminalidade do Rio é grave porque o governador caiu de paraquedas após a cassação do Witzel por corrupção.

Cláudio Castro foi um vereador com apenas 10 mil votos, com experiência zero em administração, não sabia nada de aliança política, então terceirizou o governo para a Assembleia Legislativa e botou como responsável por essa coordenação um sujeito que deveria estar preso, que é o Rodrigo Bacellar – que começou sua carreira de deputado, já está no segundo mandato, com declaração de, sei lá, uns R$ 200 mil, e hoje tem mansão em Teresópolis por R$ 4 milhões, mora em cobertura dupla em Botafogo, em frente ao Palácio da Cidade, e diz que paga R$ 2 mil de aluguel. Nem o IPTU dele vale isso. O Ministério Público tinha arquivado um processo contra ele por enriquecimento ilícito, mas depois das minhas denúncias, o Conselho Superior reabriu.

Em primeira mão digo para você que ele está construindo em Campos de Goytacazes, que é a cidade dele, um clube privado que tem sauna, campo de golfe, piscina, campo de futebol society. Ele é o elo entre o governador e o CV.

Um cidadão aqui do RJ lava o dinheiro do CV através dos seus postos de gasolina. Quem advogou para ele quando ele foi preso, após investigação que fiz, foi o Rodrigo Bacellar. Esse empresário foi o maior doador de campanha do Cláudio Castro.

Eu sugiro que o ministro da Justiça faça uma intervenção no sistema prisional, que virou escritório do Comando Vermelho. Esses bagrinhos que transferiram agora para presídio federal foram só cena para massagear o orgulho das pessoas que gostam de ver tiroteio.

Quem enfrenta o tráfico na Colômbia? Na Bolívia? É o Exército. No Rio é Polícia Militar e Civil, que é uma das mais preparadas do mundo, mas é até desproporcional a guerra que é travada, porque o Comando Vermelho, nas mais de 500 áreas em que atua, tem entre 35 e 40 mil fuzis e, para cada fuzil, alguém para segurar, o que é maior que o efetivo das polícias.

O resumo do Rio é esse: todos os órgãos e secretarias com níveis variados de corrupção e milhões ou bilhões desviados a partir desse pacto que estava feito com o Comando Vermelho, que não sei se continua, pois, depois da prisão do TH, há duas versões: queima de arquivo ou briga entre Castro e Bacellar.


OS BASTIDORES DO COMANDO VERMELHO

Os policiais me falam: briga com o CV não tem. Eles tomaram o lugar da milícia. É uma organização criminosa e violenta, sem a sofisticação e o perfil empresarial do PCC.

Eles tocam o terror, como o Fernandinho Beira-Mar fez quando tomou conta do Presídio de Bangu, que cortou a cabeça do E., enterrou numa vassoura e depois fez embaixadinha, ou como quando ele fez com o cara que era da facção dele e que estava tendo um caso com a Joelma, que era mãe do filho dele. Ele levou a Joelma para um galpão e o cara para lá. Mandou botar o telefone em chamada. Ele mandou cortar os dedos do pé do cara, depois cortar na altura do tornozelo, depois a mão. O cara implorando para matarem ele. Para executar, ele mandou enfiar o revólver no ânus do cara e descarregar. Esse é o CV. Esse é o santo Fernandinho Beira-Mar.

TH Joias é um arquivo a ser morto. Só me pergunto se vão parar no TH Joias, pois ele sabe alguma coisa, mas não sabe tudo. A TV Globo botou o Marcinho VP como o número 1 do CV. Esquece. O Comando Vermelho tem áreas e cada um toca sua área. O Doca, por exemplo, só gere o Complexo do Alemão e a Penha; Jacarezinho, Rocinha são outros. A briga do Doca com o Marcinho VP é por causa do Oruam, é outra coisa que não tem nada a ver. Quando prenderam o filho, Marcinho negociou e deu o paradeiro do Doca para liberar o filho.

“EU SEI ONDE DOCA ESTÁ”

Eu sei onde o Doca está. Está em Paraisópolis, guardado pelo PCC. O PCC faz atacado e o CV é varejo.

PCC e CV não competem. O PCC tem como ponto central o porto de Santos. Por ali, ele manda droga para Europa, Ásia, África e parte dos EUA, pois, nos EUA, os cartéis mexicanos não deixam o PCC entrar com mais força. A base do PCC é Portugal; lá, eles têm mil homens. Esse levantamento é do sistema de inteligência do país. O PCC não negocia como o CV em varejinho de boquinha de fumo aqui e ali. Em Trinidad e Tobago, o PCC negocia ouro; em Gana, diamante; no Leste Europeu, armas.

O negócio do PCC não é mais o combustível, isso é só uma parte. Hoje a força está nas bets. Quarenta por cento das bets legalizadas são bancadas pelo PCC; aí vem setor imobiliário, farmácias, fundos de investimento, rede de motéis. Eles compraram até uma das padarias mais famosas de São Paulo, onde Adoniran Barbosa cantava. Do ponto de vista bélico, o CV é muito forte; da violência também; do envolvimento com o governo do RJ, muito forte também; mas, empresarialmente falando, em termos de lavagem de dinheiro, a força é do PCC. Essas duas cabeças comandam 80% do crime no Brasil. Tirando esses crimes menores como roubo de celular e crimes comuns. Já ouvi histórias, mas não tenho comprovação, de histórias do PCC envolvido com igrejas neopentecostais.

NÃO TENHO MEDO DE MORRER

Quando denunciei a quadrilha do Sérgio Cabral à PGR, antes, o deputado Picciani, que viu que ia dar um rolo geral, me perguntou se eu toparia conversar com o Cabral. Então, sentamos na casa do Picciani e tomamos um café. Foi nesse dia que Cabral falou: “Garotinho não deveria ser político, deveria ser polícia, pois gosta de ficar investigando a vida dos outros. Mas meu secretário de Segurança é o Beltrame, em cima de mim não vão chegar. Meu procurador é o Sérgio Lopes. Eu que botei ele sentado lá e ainda dou uma mesadinha para ele.”

Esse procurador-geral do Ministério Público, que recebia R$ 150 mil por mês de propina das mãos do governador, acabou preso. Cabral seguiu: “Na Justiça sabe como é, né, pessoal não gosta muito do Garotinho. Então pode fazer o que você quiser que não vai dar nada.”

Aí ele finalmente me perguntou: “Não tem medo de morrer?” Respondi que não. Ele insistiu, ironicamente: “Ué, você fez pacto com Deus?” Respondi de pronto: “Eu não tenho porque sei para onde vou, mas você deveria ter, pois você sabe para onde você vai.” Nossa vida é muito pequena para nossa história.

Fonte: DCM

Val Marchiori fala de sintomas e da luta para manter autoestima em quimioterapia


Val Marchiori fala do tratamento contra o câncer nas redes sociais. Foto: Reprodução/Instagram

Val Marchiori, 43 anos, segue em tratamento contra o câncer de mama e se prepara para uma nova rodada de sessões de quimioterapia. A influenciadora contou nas redes sociais, nesta semana, que exames recentes apontaram queda nas plaquetas e que ela fará novos testes para monitoramento. Ela explicou que vem lidando com indisposição e sintomas comuns após a medicação.

A socialite relatou do Rio de Janeiro que a baixa imunidade a deixou gripada e de cama nos últimos dias. Mesmo debilitada, decidiu reforçar o autocuidado para manter a autoestima e comentou que já passou por duas sessões, restando mais quatro pela frente. Val também respondeu dúvidas dos seguidores e confirmou que o cabelo começou a cair.

Ela afirmou que a perda mexe com o emocional, mas que está preparada para usar lace caso necessário. Relatou que o efeito da quimioterapia pode ser frustrante, embora temporário, e ressaltou que o foco é seguir com o tratamento conforme orientação médica. As interações ocorreram enquanto ela se arrumava para tentar amenizar o impacto físico do processo.

Desde o diagnóstico, recebido em agosto, Val tem usado as redes para compartilhar sua rotina e conscientizar outros pacientes. Ela agradeceu o apoio recebido e disse que mensagens de incentivo têm sido determinantes para atravessar essa fase. A empresária, mãe dos gêmeos Eike e Victor, segue documentando cada etapa para manter o público informado.

Fonte: DCM

Caso PowerPoint: Lula pede nova busca por Dallagnol para executar condenação

Deltan Dallagnol expondo power point com as denúncias contra o então ex-presidente Lula na Lava Jato. Reprodução


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou novos endereços de Deltan Dallagnol à Justiça de São Paulo para tentar garantir a intimação do ex-procurador. A cobrança se refere ao valor de R$ 135.435,22, imposto a Dallagnol após condenação por danos morais no episódio do PowerPoint divulgado em 2016 na denúncia do caso do tríplex do Guarujá. A primeira tentativa de localização fracassou porque o endereço informado em São Paulo não estava mais vinculado ao ex-integrante da Lava Jato. As informações são de O Globo da Coluna de Ancelmo Gois.

Com a devolução da carta de intimação, a defesa de Lula listou dois novos endereços residenciais em Curitiba, cidade onde Dallagnol construiu sua carreira no Ministério Público Federal. O pedido também solicita que o Judiciário faça uma varredura eletrônica completa para identificar locais atualizados e bens do condenado, permitindo o prosseguimento da execução.

A condenação decorre da exposição de Lula em uma apresentação feita por Dallagnol durante a coletiva que marcou a denúncia do tríplex. O material associava o então ex-presidente a um esquema criminoso, o que mais tarde foi considerado ofensivo e sem base. A decisão transitou em julgado e abriu caminho para a cobrança direta do valor.

Dallagnol no programa “Só Vale a Verdade”, da Jovem Pan
O novo pedido de intimação busca dar continuidade à execução, etapa necessária para que o pagamento seja efetuado. Sem endereço válido, a Justiça não consegue prosseguir com o rito formal, motivo pelo qual a defesa insiste em ampliar as formas de localização. A solicitação inclui o uso de bases cadastrais públicas e privadas.

A atualização do processo ocorre num momento em que Dallagnol enfrenta outras repercussões jurídicas e políticas. O ex-procurador foi cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral em 2023 e hoje não ocupa cargo eletivo. Sua defesa ainda não se pronunciou sobre a nova tentativa de intimação.

O caso segue na Justiça de São Paulo. Após a confirmação de endereço válido, a cobrança deve avançar para fase de bloqueio ou penhora, caso o pagamento não seja realizado voluntariamente. O processo reforça a disputa judicial que se arrasta desde a Lava Jato e mantém os dois adversários no centro das discussões sobre responsabilização e uso indevido de funções públicas.

Fonte: DCM com informações do jornal O Globo