Jair Bolsonaro e o bispo Robson Lemos Rodovalho. Foto: reprodução
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou a inclusão do bispo Robson Lemos Rodovalho no grupo de orações autorizado a visitar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em sua prisão domiciliar na quarta-feira (24). O grupo, formado por 17 pessoas incluindo Michelle Bolsonaro, teve o pedido analisado pelo STF com exclusão do líder religioso.
Moraes justificou que “o ‘Grupo de Orações’ não pode ser utilizado com desvio de finalidade, acrescentando diversas e distintas pessoas como integrantes somente para a realização de visitas não especificamente requeridas”. O ministro manteve apenas as pessoas incluídas nos primeiros requerimentos da defesa.
A decisão ressalta que “todos os presos têm direito à assistência religiosa” conforme preceito constitucional, mas estabelece limites para evitar uso indevido do mecanismo. Rodovalho, fundador da Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra e ex-deputado federal, foi agraciado por Bolsonaro com a Ordem do Rio Branco em 2021.
No mesmo ano, a CPI da Covid identificou repasses de R$ 527 mil do governo Bolsonaro para rádios e emissoras da Sara Nossa Terra. A visita ocorreu normalmente com os demais integrantes previamente autorizados.
A deputada bolsonarista Júlia Zanatta (PL-SC). Foto: Reprodução
A deputada federal bolsonarista Júlia Zanatta (PL-SC) se tornou alvo de uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) após chamar o presidente Lula (PT) de “corrupto de nove dedos” durante a entrega de uma viatura à Polícia Civil de Criciúma, em Santa Catarina.
O pedido foi protocolado pelos deputados petistas Pedro Uczai (PT-SC) e Ana Paula Lima (PT-SC), que pedem investigação por supostas infrações criminais, administrativas, eleitorais e disciplinares.
Durante o evento, Zanatta declarou que esperava que a viatura fosse usada “para prender o maior corrupto do Brasil, o nove dedos”. Para os parlamentares, a fala extrapola os limites da liberdade de expressão e configura calúnia, injúria e difamação contra o presidente da República.
Na representação, Uczai e Ana Paula Lima sustentam que, ao chamar Lula de “maior corrupto do Brasil”, a deputada não apenas fez uma acusação genérica, mas atribuiu a ele a prática do crime de corrupção. Eles ressaltam ainda que a imunidade parlamentar prevista no artigo 53 da Constituição não é absoluta.
O presidente Lula (PT). Foto: Reprodução
Em resposta, Júlia Zanatta classificou a representação como perseguição política. “Não é autopromoção, é prestação de contas”, disse ao jornal Gazeta do Povo. A deputada afirmou que a entrega da viatura é fruto de emenda parlamentar voltada ao reforço da segurança pública de Santa Catarina e que iniciativas semelhantes fazem parte da rotina de seu mandato.
Críticas anteriores
Não é a primeira vez que a deputada se envolve em controvérsia com o PT. Em agosto, Júlia Zanatta foi criticada por partidos de esquerda ao levar a filha bebê para a ocupação do plenário da Câmara durante protesto contra a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (PL).
Na ocasião, Zanatta alegou que levou a criança porque precisava amamentar durante o bloqueio da pauta. O deputado Reimont (PT-RJ), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Casa, acionou o Conselho Tutelar de Brasília, acusando-a de violar o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Presidente Lula amplia popularidade entre eleitores de centro
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Contagem (MG) - 29 de agosto de 2025 (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
A aprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alcançou 50%, segundo levantamento da pesquisa Pulso Brasil/Ipespe divulgado nesta quinta-feira (25). O resultado marca uma virada no saldo de avaliação, já que a taxa de desaprovação recuou para 48%, deixando o governo em terreno positivo.
De acordo com a CNN Brasil, foram entrevistadas 2,5 mil pessoas em todas as regiões do país entre os dias 19 e 22 de setembro. A pesquisa apresenta margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e nível de confiança de 95,45%.
Avanço em relação à rodada anterior
Os números mostram uma recuperação em relação ao levantamento anterior, divulgado em julho. Naquele momento, a desaprovação somava três pontos percentuais a mais do que agora, enquanto a aprovação subiu sete pontos no mesmo período.
O estudo revela ainda que Lula mantém um apoio expressivo entre eleitores de esquerda, com 95% de aprovação. Entretanto, chama a atenção o crescimento em segmentos mais heterogêneos: entre os eleitores de centro, o índice favorável alcançou 49%, e na classe média, chegou a 51%.
Projeto pode ter o mesmo fim da PEC da Blindagem, ampliando desgaste entre Câmara e Senado
Paulinho da Força (Foto: José Cruz/Agência Brasil )
O projeto de lei da chamada “Dosimetria”, que reduz penas para condenados por tentativa de golpe no país, já preocupa líderes da Câmara dos Deputados, que temem que ele tenha o mesmo destino da PEC da Blindagem, rejeitada por unanimidade no Senado. A avaliação édo que a proposta pode ser barrada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e arquivada em plenário, repetindo o desgaste político recente.
De acordo com informações dog1, a tensão reacende o clima de distanciamento entre Senado e Câmara, que parecia superado após a eleição de Davi Alcolumbre (União-AP) e Hugo Motta (Republicanos-PB) para a presidência das Casas. No primeiro semestre, ambos anunciaram uma convivência harmônica, mas as pautas polêmicas abraçadas pela Câmara no segundo semestre afastaram os senadores.
☆ Reunião cancelada aumenta tensão
Uma reunião que estava marcada para esta quarta-feira (24), na residência oficial da Câmara, seria o palco de uma tentativa de conciliação entre Alcolumbre, Motta, o relator do projeto Paulinho da Força (Solidariedade-SP) e líderes partidários. O objetivo era costurar um acordo que viabilizasse a aprovação nas duas Casas. No entanto, o encontro foi cancelado, ampliando a incerteza sobre o futuro da proposta.
Esse impasse também respinga na pauta econômica. Hugo Motta terá de decidir qual projeto colocar em votação: o relatado por Paulinho da Força ou aquele defendido por seu aliado político, Arthur Lira (PP-AL).
Além da resistência no Senado, a Câmara enfrenta divisões internas. Após uma reunião sem consenso com a bancada do PT, Paulinho da Força revelou que parte dos deputados defende que a proposta de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil só seja analisada depois da votação da “Dosimetria”.
Caso essa ordem seja mantida, avaliam analistas políticos, a Câmara corre o risco de repetir erros recentes: priorizar um projeto visto como voltado a interesses de um grupo político restrito, em detrimento de uma medida com impacto direto para milhões de brasileiros. O episódio reforça a percepção de que, assim como na PEC da Blindagem, a Casa pode mais uma vez “virar as costas para a sociedade”.
Diante de desgaste político com Tarcísio, lideranças do Centrão já começam articulação em torno do governador do Paraná
O governador do Paraná, Ratinho Jr (Foto: Aen/Divulgação)
O governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), passou a ser considerado pelo Centrão como um nome alternativo ao de Tarcísio de Freitas (Republicanos), atual governador de São Paulo, na disputa presidencial de 2026. A movimentação foi relatada pela colunista Mônica Bergamo, daFolha de S.Paulo.
O presidente do PSD, Gilberto Kassab, reuniu empresários, médicos e políticos em um jantar em São Paulo nesta semana. O encontro serviu para testar a viabilidade de Ratinho Jr. como opção competitiva. Participantes descreveram o clima como de “descolamento” gradual da candidatura de Tarcísio e de incentivo à do governador paranaense.
☆ Apoio no Centrão e cenário eleitoral
Lideranças do PP e do União Brasil, que também integram a base de apoio de Tarcísio, afirmaram que, caso a candidatura do governador paulista se inviabilize, Ratinho Jr. surge como alternativa capaz de unificar a oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Pesquisas recentes reforçam esse movimento. Levantamento do Datafolha mostra que ambos têm desempenho semelhante em um eventual segundo turno contra Lula: o petista teria 45% contra 41% de Tarcísio, e 45% contra 40% de Ratinho.
☆ Dificuldades de Tarcísio no tabuleiro político
Nos últimos meses, Tarcísio acumulou desgastes políticos. Ele entrou em atrito com o Supremo Tribunal Federal ao participar de manifestação pela anistia do ex-presidente Jair Bolsonaro e ao chamar o ministro Alexandre de Moraes de “tirano”. Além disso, sua defesa considerada tímida em favor de Bolsonaro tem desagradado parte do eleitorado bolsonarista.
O cenário complica-se ainda mais com a postura do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O parlamentar já declarou a interlocutores que pretende disputar a Presidência em 2026 “com ou sem o apoio do pai”, podendo enfrentar Tarcísio diretamente nas urnas.
☆ Cálculos para 2026
Apesar de já ter dito publicamente — e reafirmado nos bastidores — que não pretende disputar o Planalto, Tarcísio segue formalmente no páreo, já que o prazo de desincompatibilização se encerra apenas em março de 2026. Até lá, sua candidatura permanece viável.
Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo
Pesquisa mostra 70% de desaprovação à Câmara, 59% ao Senado e melhora da imagem do STF
Congresso Nacional - 16/09/2024 (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)
A pesquisa Pulso Brasil/Ipespe, divulgada nesta quinta-feira (25), analisou a percepção dos brasileiros sobre os três Poderes da República. O levantamento mostrou queda acentuada na aprovação da Câmara dos Deputados e do Senado, enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) registrou melhora em sua imagem diante da opinião pública.
Segundo a reportagem da CNN Brasil, o índice de desaprovação à Câmara atingiu 70%, sete pontos percentuais acima do registrado em julho, quando era de 63%. Apenas 18% afirmaram aprovar a atuação dos deputados federais, contra 24% na pesquisa anterior. Outros 12% não souberam ou preferiram não responder.
★ Senado também enfrenta rejeição
No Senado Federal, a desaprovação alcançou 59%, uma leve oscilação negativa em relação a julho, quando era de 61%. Já a aprovação subiu um ponto percentual, passando de 25% para 26%. Ainda assim, o resultado mostra maioria de avaliações negativas sobre a Casa legislativa. Cerca de 15% dos entrevistados não souberam opinar.
★ STF melhora após julgamento de Bolsonaro
O Supremo Tribunal Federal registrou avanço em sua avaliação pública após o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros condenados pela tentativa de golpe de Estado. O índice de desaprovação caiu de 49% em julho para 44% em setembro, enquanto a aprovação passou de 43% para 46%. Apesar da diferença numérica, os dados ainda indicam empate técnico dentro da margem de erro. Outros 10% não responderam.
★ Avaliação do governo Lula
Além dos Poderes, o Ipespe também mediu a percepção da gestão federal. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é aprovado por 50% dos brasileiros e desaprovado por 48%. Esse resultado mostra uma vantagem numérica para o Palácio do Planalto, com ligeira melhora na avaliação positiva.
★ Metodologia da pesquisa
O levantamento ouviu 2.500 pessoas com 16 anos ou mais, em todas as regiões do país, entre os dias 19 e 22 de setembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95,45%.
Parlamentares apontam elo entre o advogado e esquema de fraudes envolvendo o INSS
Nelson Wilians (Foto: Saulo Cruz/Agência Senado)
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) aprovou nesta quinta-feira (25) requerimentos que autorizam a quebra dos sigilos bancário e fiscal do advogado Nelson Wilians, em períodos distintos entre 2019 e 2025. O colegiado também decidiu enviar ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de prisão preventiva contra o advogado, informa og1.
A Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República (PGR) já haviam solicitado no início de setembro a prisão de Wilians. O pedido, no entanto, foi rejeitado pelo ministro do STF André Mendonça, que entendeu haver elementos para medidas cautelares contra outros investigados, mas não para a detenção do advogado.
★ Investigações apontam elo financeiro
A Polícia Federal trata Nelson Wilians como peça central em um esquema de desvios que teria beneficiado aposentados e pensionistas do INSS. Segundo os investigadores, ele seria utilizado pelo empresário Maurício Camisotti para movimentar e ocultar valores ilícitos.
“As comunicações do COAF apresentam, de forma clara e objetiva, que Maurício Camisotti possui Nelson Wilians como meio para auferimento de recursos ilícitos”, destacou a PF em relatório encaminhado ao Supremo Tribunal Federal.
O vínculo entre os dois também foi citado em outras diligências, que identificaram uma rede de transações financeiras envolvendo entidades suspeitas de fraudes previdenciárias. Camisotti e Antônio Carlos Camilo Antunes chegaram a ser presos preventivamente com autorização de Mendonça.
★ Depoimento de Nelson Wilians à CPMI
Em sessão da CPMI, Nelson Wilians negou envolvimento em qualquer irregularidade e afirmou que conhece Camisotti, mas não mantém relações com o “Careca do INSS”, apontado como operador do esquema.
“Eu não conheço o careca do INSS”, declarou o advogado durante seu depoimento. Ele também frisou que não teve participação nos desvios e defendeu a operação da Polícia Federal, da qual foi alvo.
★ Desdobramentos no Supremo
Ao analisar anteriormente o caso, André Mendonça afirmou que havia elementos suficientes para manter a prisão de Camisotti e Antunes, mas não de Wilians.
Com os novos requerimentos aprovados pela CPMI e o pedido de prisão encaminhado ao STF, o futuro jurídico de Nelson Wilians segue em aberto, agora com maior pressão política e investigativa sobre seu papel no esquema de fraudes previdenciárias.
Presidente da Câmara garante que análise da isenção do IR ocorrerá na data prevista e nega vínculo com projeto que beneficia Bolsonaro
Hugo Motta (Foto: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados)
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta quinta-feira (25) que a votação do projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda ocorrerá na próxima quarta-feira (1º), como já estava previsto, sem qualquer relação com outras pautas em discussão no Congresso.
Segundo destacou o jornal Folha de S.Paulo, a declaração foi uma resposta direta ao relator da proposta, Paulinho da Força (Solidariedade-SP), que havia sugerido na véspera (24) que a análise da matéria poderia ser afetada caso não houvesse acordo para votar o projeto que reduz penas de condenados por crimes de golpismo, medida que alcançaria o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e os réus do 8 de Janeiro.
☆ Declarações de Hugo Motta
No plenário da Câmara, Motta foi enfático ao descartar a vinculação entre os dois temas. “Entendemos que a matéria [do IR] está madura. Já anunciamos a pauta para a próxima quarta-feira, independentemente de qualquer outra matéria. Não há vinculação da matéria do Imposto de Renda com qualquer outra. Essa associação foi feita de maneira incorreta”, afirmou.
A fala do presidente da Câmara reforça a prioridade do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em avançar com a proposta de ajuste no Imposto de Renda, considerada central na agenda econômica.
☆ Contexto político
O projeto de anistia, apontado por Paulinho da Força como possível entrave, tem provocado divisões na base parlamentar. Enquanto setores mais conservadores pressionam por sua aprovação, parte da oposição e aliados críticos ao bolsonarismo resistem em apoiar medidas que beneficiem diretamente condenados pelos atos de 8 de janeiro.
Já a ampliação da isenção do IR é vista como medida de impacto direto para a população e, por isso, ganha prioridade na pauta legislativa, com potencial para consolidar apoio popular ao governo.
Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo
Deputada, que está presa em Roma, terá perfis reativados, mas multa de R$ 20 mil será aplicada em caso de novos ataques às instituições
Carla Zambelli e Alexandre de Moraes (Foto: Michel Jesus/Câmara dos Deputados | Carlos Moura/SCO/STF)
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu suspender o bloqueio dos perfis da deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) nas redes sociais. A medida havia sido imposta como parte das investigações sobre ataques às instituições democráticas. De acordo com o g1, Moraes avaliou que, no momento atual do processo, não há necessidade de manter a suspensão completa das contas. No despacho, destacou que “devem ser excluídas apenas as postagens ilícitas que motivaram a decisão judicial”.
☆ Multa diária e advertência de Moraes
A liberação veio acompanhada de restrições. Caso Zambelli volte a divulgar conteúdos com discursos de ódio ou que atentem contra o Estado Democrático de Direito, será aplicada uma multa de R$ 20 mil por dia. A penalidade tem caráter imediato e visa coibir reincidência.
☆ Condenação e fuga para a Itália
Carla Zambelli foi condenada pelo STF por invadir os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Antes de a sentença se tornar definitiva, deixou o Brasil e fugiu para a Itália. Por isso, passou a figurar na lista de difusão vermelha da Interpol.
☆ Prisão em Roma e processo de extradição
Em julho, a parlamentar foi presa nos arredores de Roma. Atualmente, ela está detida na penitenciária feminina de Rebibbia, aguardando decisão sobre o processo de extradição solicitado pelo governo brasileiro.
PF afirma que o Careca do INSS é o principal responsável pelo esquema de desvio de recursos de aposentados e pensionistas. Foto: Reprodução
A Polícia Federal apreendeu 14 veículos de luxo avaliados em R$ 6,3 milhões em operações contra fraudes no INSS. Os bens, registrados em nome de Antônio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS, ou de empresas ligadas a ele, foram confiscados em três fases da Operação Sem Desconto. Os valores foram calculados a partir da Tabela Fipe, que define preços médios de mercado.
Na primeira etapa, em 23 de abril, foram levados oito veículos, entre eles um Porsche Taycan Turbo S, avaliado em R$ 770,2 mil, e um Audi RS5, de R$ 463,7 mil. Na mesma ocasião, três motocicletas de alto desempenho, como uma BMW S 1000 RR e uma Suzuki Hayabusa, também foram incluídas na lista.
Em 20 de maio, a PF apreendeu outros cinco carros, incluindo um Porsche 911 Carrera GTS, avaliado em R$ 1,2 milhão, além de uma BMW M3 Competition e um Porsche Panamera 4S híbrido. Na terceira fase, em 12 de setembro, quando Antunes foi preso, a PF apreendeu um Porsche Cayenne S Coupe de R$ 932,7 mil.
Um detalhe chamou a atenção: o BMW X1 apreendido em abril havia pertencido à esposa do ministro do TCU, Jhonatan de Jesus, que alegou já ter vendido o carro em março, por meio de terceiros, sem contato direto com Antunes.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) reagiu nesta quarta-feira (24) à derrota da PEC da Blindagem no Senado. Em publicação nas redes sociais, ele chamou os senadores que rejeitaram o texto de “serviçais” e afirmou que a proposta representava mecanismos de proteção contra o que classificou como “um Judiciário corrupto e aparelhado”.
A Proposta de Emenda à Constituição nº 3 de 2021 foi rejeitada por unanimidade pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, em votação de 26 a 0. O relator, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), apontou que a matéria era inconstitucional e ressaltou que a sociedade brasileira exige o fim da impunidade.
No relatório, Vieira destacou que a PEC não poderia ser confundida com prerrogativas parlamentares legítimas, mas sim como um instrumento que ampliaria a proteção de quem comete crimes. “A sociedade brasileira grita em sentido oposto, almeja o fim da impunidade”, afirmou.
Após a votação, o presidente da CCJ, senador Otto Alencar (PSD-BA), anunciou que havia acordo com Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) para arquivar a proposta. Pelo regimento interno, matérias rejeitadas de forma unânime pela comissão não podem ser levadas ao plenário.
Eduardo Bolsonaro criticou a decisão, afirmando que os senadores estavam “complacentes dos tiranos” e “desconectados do povo”. Para ele, a rejeição manteve o que chamou de “poderes ilimitados da burocracia não eleita”.
O arquivamento da PEC ocorreu dois dias depois de protestos em todas as capitais do país contra a medida e contra a possibilidade de anistia a envolvidos nos atos de 8 de janeiro. Segundo monitoramento da USP, mais de 80 mil pessoas participaram das manifestações em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Ministério Público de SP e Polícia Militar realizam a Operação Spare na manhã desta quinta-feira (25). Foto: Reprodução/PMSP
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP), a Polícia Militar e a Receita Federal deflagraram nesta quinta-feira (25) a Operação Spare, que tem como alvo um esquema do Primeiro Comando da Capital (PCC) nos setores de combustíveis e jogos de azar.
A ação é um desdobramento da Operação Carbono Oculto, que revelou movimentações do crime organizado dentro do mercado financeiro da Faria Lima.
Foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão em seis cidades: São Paulo (19), Santo André (2), Barueri, Bertioga, Campos do Jordão e Osasco.
As investigações apontam como líder do esquema de combustíveis adulterados o empresário Flávio Silvério Siqueira, conhecido como Flavinho, suspeito há anos de lavar dinheiro do PCC por meio de postos de combustíveis e empresas associadas a ele.
Segundo o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), as buscas ocorreram em endereços ligados a Flávio Siqueira e à empresa BK Bank.
O empresário Flávio Silvério Siqueira, conhecido como Flavinho, é o principal alvo da Operação Spare desta quinta-feira (25). Foto: Reprodução/TV Globo
✲ Esquema bilionário em postos de combustíveis
A Receita Federal identificou pelo menos 267 postos de combustíveis ainda ativos, que movimentaram mais de R$ 4,5 bilhões entre 2020 e 2024, mas recolheram apenas R$ 4,5 milhões em tributos federais — cerca de 0,1% do total movimentado, percentual muito inferior à média do setor.
Também foram encontradas administradoras de postos que registraram movimentações de R$ 540 milhões no mesmo período. Além dos postos, o grupo utilizava imobiliárias, motéis e lojas de franquia como instrumentos para lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio.
O MP informou que a ação deveria ter acontecido junto com a Carbono Oculto, mas a Justiça de 1º grau indeferiu inicialmente as medidas cautelares pedidas pelos promotores. Foi necessário recorrer ao Tribunal de Justiça de São Paulo para conseguir autorização.
✲ Relembre a Operação Carbono Oculto
A megaoperação foi a junção de três investigações, com alvos em São Paulo, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, Rio de Janeiro e Santa Catarina. Mais de 350 pessoas físicas e jurídicas foram investigadas por crimes como adulteração de combustíveis, fraudes fiscais, estelionato, crimes ambientais e lavagem de dinheiro.
De acordo com a Polícia Federal, o esquema usava fundos de investimentos controlados pelo PCC, avaliados em R$ 30 bilhões, para ocultar patrimônio ilícito. Transações de compra e venda de imóveis e títulos eram realizadas entre empresas do mesmo grupo, aproveitando brechas da regulação financeira por meio de fintechs.
Na ocasião, foram emitidos 14 mandados de prisão e 42 de busca e apreensão em três estados. Bens e valores de 41 pessoas físicas e 255 jurídicas foram bloqueados, somando mais de R$ 1 bilhão em patrimônio.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante julgamento no STF sobre a trama golpista. Foto: Reprodução
A pesquisa Pulso Brasil-Ipespe, divulgada nesta terça-feira (23), mostra que a aprovação ao Supremo Tribunal Federal (STF) subiu de 43% para 46% após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros envolvidos na trama golpista. Já a desaprovação caiu de 49% para 45% em comparação com o levantamento de julho.
Em contrapartida, a Câmara dos Deputados registrou queda de imagem. A desaprovação saltou de 63% para 70%, enquanto a aprovação caiu de 24% para 18%.
Segundo o cientista político Antonio Lavareda, que coordena a pesquisa, a PEC da Blindagem e o motim realizado por bolsonaristas após a condenação de Bolsonaro provocaram um “desgaste significativo” na avaliação da Casa.
✲ Desgaste da Câmara após PEC da Blindagem
O levantamento aponta que, mesmo entre os eleitores de Bolsonaro, 59% desaprovam a atuação da Câmara, contra 24% que aprovam. Entre os entrevistados que se declaram de direita, os índices são semelhantes: 58% desaprovam e 28% aprovam. Já no eleitorado de Lula, a rejeição chega a 77%, enquanto apenas 16% aprovam a atuação dos deputados.
Entre os eleitores de Bolsonaro, 93% desaprovam o STF e apenas 2% aprovam. Já entre os que apoiam Lula, 87% aprovam a atuação da Corte, enquanto 6% desaprovam.
Parlamentares de extrema-direita comemorando a urgência na votação da anistia e a PEC da Blindagem. Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados
✲ Senado mantém estabilidade
O Senado apresentou leve melhora: a aprovação oscilou de 25% para 26%, e a desaprovação caiu de 61% para 59%, dentro da margem de erro.
✲ Opinião sobre anistia
A pesquisa também questionou os brasileiros sobre uma possível anistia. Do total, 46% se dizem contra qualquer proposta, 28% apoiam uma anistia geral que inclua Jair Bolsonaro e 18% são favoráveis a uma anistia parcial, com redução de pena apenas para os condenados que participaram do ataque de 8 de janeiro.
O levantamento entrevistou 2.500 pessoas em todo o país entre os dias 19 e 22 de setembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
A nova pesquisa Pulso Brasil-Ipespe, realizada entre 19 e 22 de setembro, mostra que a aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) subiu de 43% para 50%, enquanto a desaprovação caiu de 51% para 48%.
Segundo o levantamento, a aprovação é ampla entre os eleitores de esquerda, chegando a 95%. Entre os que se identificam como de centro, 49% aprovam a gestão de Lula, superando os 45% que desaprovam. Já no eleitorado de direita, o cenário é oposto: 88% desaprovam e apenas 10% aprovam.
Na análise por classes sociais, o governo tem melhor avaliação entre os pobres (52%) e a classe média (51%). Entre os mais ricos, a desaprovação chega a 84%.
✲ STF ganha apoio após julgamento de Bolsonaro
A pesquisa também aponta que a aprovação do Supremo Tribunal Federal (STF) cresceu de 43% para 46% após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros envolvidos na trama golpista. A desaprovação caiu de 49% para 45% em relação ao levantamento anterior.
Entre os eleitores de Bolsonaro, 93% desaprovam a Corte e apenas 2% aprovam. Já entre os que apoiam Lula, a aprovação chega a 87%, enquanto 6% desaprovam.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante julgamento no STF sobre a trama golpista. Foto: Reprodução
✲ Câmara tem desgaste com PEC da Blindagem
Em contrapartida, a Câmara dos Deputados registrou piora em sua imagem. A desaprovação subiu de 63% para 70%, enquanto a aprovação caiu de 24% para 18%.
De acordo com o cientista político Antonio Lavareda, que coordena a pesquisa, a PEC da Blindagem e o motim realizado por bolsonaristas após a condenação de Bolsonaro provocaram um “desgaste significativo” na imagem da Casa.
Mesmo entre eleitores de Bolsonaro, a avaliação negativa da Câmara atinge 59%, contra 24% de aprovação. Entre os de direita, os índices são semelhantes: 58% desaprovam e 28% aprovam. Já entre os eleitores de Lula, a rejeição chega a 77%, enquanto apenas 16% aprovam a atuação dos deputados.
✲ Senado mantém estabilidade
O Senado apresentou uma leve melhora: a aprovação oscilou de 25% para 26%, e a desaprovação caiu de 61% para 59%, variação dentro da margem de erro.
A pesquisa contou 2.500 entrevistados e a margem de erro é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.
Os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara, Hugo Motta. Foto: Reprodução
Deputados bolsonaristas da Câmara estão em clima de revolta e acusam o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), de “traição” após o arquivamento da PEC da Blindagem e o avanço, na Comissão de Assuntos Econômicos, de uma proposta paralela de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, conforme informações da colunista Vera Magalhães, do Globo.
Segundo caciques da Casa comandada por Hugo Motta (Republicanos-PB), havia um acordo político que previa aprovar a PEC da Blindagem junto a uma versão mais “light” da anistia para condenados do 8 de Janeiro. Deputados afirmam que a ideia de substituir a anistia ampla por mudanças nas penas partiu do próprio Alcolumbre e que a Câmara seguiu essa linha.
Agora, diante da movimentação no Senado, aliados de Motta sustentam que apenas a Câmara pode propor projetos que renunciem receitas e aumentem gastos, como o da isenção de IR. Por isso, cobram do governo que desautorize o texto relatado por Renan Calheiros (MDB-AL) e reafirme a validade da proposta relatada por Arthur Lira (PP-AL).
Nos bastidores, os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro interpretam a postura de Alcolumbre como sinal de que ele recebeu garantias do governo de que não haverá investigações contra senadores. Diante disso, prometem dar o “troco” em matérias vindas da Casa vizinha.
PEC da Blindagem arquivada
Na última terça-feira (24), a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado rejeitou por unanimidade a PEC da Blindagem, que previa dar ao Congresso o poder de suspender processos contra parlamentares. Foram 26 votos contrários e nenhum favorável, o que resultou no arquivamento definitivo, já que o regimento do Senado não permite recurso em casos de rejeição unânime.
Na Câmara, a proposta havia sido aprovada em dois turnos com apoio do centrão e do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas enfrentou forte rejeição no Senado, além de protestos em todo o país no último domingo (21).