terça-feira, 5 de agosto de 2025

Prisão domiciliar de Bolsonaro será analisada pela Primeira Turma do STF apenas se houver recurso da defesa

Ministro Alexandre de Moraes decidiu pela prisão após nova violação das medidas cautelares impostas ao ex-mandatário

        Jair Bolsonaro durante interrogatório no STF (Foto: Gustavo Moreno/STF)

A prisão domiciliar decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) só será submetida à avaliação da Primeira Turma da Corte — responsável por julgar os casos relacionados à tentativa de golpe de Estado — caso a defesa do ex-mandatário entre com recurso. As informações são do Estadão Conteúdo.

A medida foi tomada após Bolsonaro participar, no domingo (3), de uma manifestação organizada por seus apoiadores no Rio de Janeiro, mesmo que à distância. Ele apareceu em uma chamada de vídeo transmitida no evento e, segundo Moraes, isso representou descumprimento de medida cautelar imposta anteriormente, que proíbe sua presença nas redes sociais e sua participação em eventos políticos. A publicação do vídeo foi feita por seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), e posteriormente apagada.

Segundo a decisão já proferida anteriormente por Moraes, estava prevista a possibilidade de prisão preventiva em caso de descumprimento das condições estabelecidas. Essa decisão já havia sido referendada por quatro dos cinco ministros da Primeira Turma — com voto contrário apenas de Luiz Fux. Cabe ao relator, no curso das investigações, determinar a prisão caso julgue necessário o descumprimento das regras.

A nova ordem de prisão domiciliar foi decretada nesta segunda-feira (4). Bolsonaro deverá cumprir a medida até o julgamento final do caso, previsto para setembro. A defesa do ex-mandatário contestou a legalidade da medida e negou qualquer violação. Em nota, os advogados afirmaram que “Bolsonaro não descumpriu a decisão do STF ao fazer uma saudação aos manifestantes” e alegaram que ele “tem observado rigorosamente as restrições impostas”. A equipe jurídica confirmou que irá recorrer para tentar reverter a decisão de Moraes.

De acordo com juristas ouvidos pela reportagem, a participação remota do ex-mandatário nos atos configura motivo para a prisão domiciliar, mas a estratégia da defesa deve se concentrar em submeter a decisão ao plenário da Primeira Turma, na tentativa de revogá-la.

No fim de julho, Moraes já havia determinado que Bolsonaro estava proibido de usar redes sociais, inclusive por intermédio de terceiros. Ainda assim, em 21 de julho, perfis de plataformas digitais reproduziram trechos de entrevistas concedidas por ele, o que foi considerado uma violação pontual por parte do ministro. Naquele momento, a prisão foi evitada, mas Moraes alertou o ex-presidente de que uma reincidência não seria tolerada.

Dessa vez, a reincidência veio com a participação ativa, por chamada de vídeo e ligação telefônica, em manifestações contra o STF. No evento do Rio, Flávio Bolsonaro fez uma ligação para o pai, que então saudou os manifestantes. Em São Paulo, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) exibiu ao vivo no telão uma imagem de Bolsonaro, que se manteve em silêncio.

Fonte: Brasil 247 com informações do Estadão Conteúdo

O isencionismo covarde de Eduardo Leite diante da prisão do golpista Bolsonaro

               Eduardo Leite e Jair Bolsonaro

O governador Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, publicou um libelo no X lamentando a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro. Não por seus crimes, não por ter violado reiteradamente medidas judiciais, tampouco pela tentativa de golpe de Estado orquestrada com o apoio de seus filhos e aliados.

Leite reclama porque “não gosta da ideia de um ex-presidente não poder se manifestar”. A declaração seria apenas patética se não fosse também profundamente perigosa.

Eis a papagaiada completa:

Como brasileiro, recebo com desânimo este episódio envolvendo a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro. Não gosto da ideia de um ex-presidente não poder se manifestar, e gosto menos ainda de vê-lo ser preso por isso, antes ainda de ser julgado pelo órgão colegiado da Suprema Corte. Não discuto a legalidade ou a razão jurídica. Percebam que, de cinco presidentes eleitos após a redemocratização, apenas um, Fernando Henrique, não foi preso ou sofreu impeachment. Nosso país não merece seguir refém desse cabo de guerra jurídico-político que só atrasa a vida de todos há anos. Até quando vamos ficar dobrando a aposta pra ver o que acontece? Até quando nossa energia será consumida na busca de exterminar adversários mais do que em erradicar os graves problemas do país? Como nação, é hora de refletir sobre os graves danos da polarização e buscar novos caminhos. Não é mais sobre qual lado tem razão, é sobre manter a serenidade e a esperança no Brasil que sonhamos e queremos ter.

Omissão disfarçada de equilíbrio é o pior tipo de posicionamento político em momentos decisivos. Em 1964, muitos defenderam o golpe militar alegando que seria apenas uma transição para a normalidade, com eleições no ano seguinte.

Vinte e um anos depois, o país saía da ditadura com um rastro de tortura, censura, assassinatos e exílio. “Achei que estávamos salvando a democracia. Não imaginava que a estávamos enterrando”, disse Auro de Moura Andrade, presidente do Senado que declarou vaga a presidência da República e rifou Jango.

Hoje, novamente, o Brasil enfrenta uma ameaça real à democracia, mais uma vez sob a sombra dos EUA — e Eduardo Leite, diante disso, escolhe se preocupar com o “desânimo” de ver um ex-presidente criminoso usando tornozeleira.

Não apoiar o ministro do STF Alexandre de Moraes na contenção da extrema-direita é, neste momento, uma forma de conivência com os mesmos golpistas que tentaram depredar a República em 8 de janeiro. É fingir neutralidade enquanto o outro lado trama a destruição das instituições. É estender a mão à serpente achando que ela não vai morder.

O que Leite chama de “polarização” (maldito clichê) é, na prática, o enfrentamento de um campo democrático — que respeita eleições, a Constituição e o Judiciário — contra um projeto autoritário, que defende ruptura institucional e flerta com o fascismo. Colocar os dois lados como equivalentes é moralmente indefensável e historicamente irresponsável.

Eduardo Leite, com sua retórica supostamente elevada, já está marcando seu nome entre os que preferiram o conforto do muro ao dever de proteger as instituições.

Fonte: DCM

VÍDEO: CNN se atrapalha e anuncia prisão de Eduardo Bolsonaro


O âncora da CNN Brasil, Leandro Magalhães, se atrapalha e anuncia a prisão de Eduardo Bolsonaro. Foto: Reprodução

O âncora da CNN Brasil, Leandro Magalhães, se atrapalhou completamente na tarde desta segunda-feira (4) ao dar a notícia urgente de que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), havia decretado a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Ele se enrolou mais de uma vez: falou que Jair Bolsonaro teve a prisão decretada, mas voltou atrás, pediu perdão e disse que, na verdade, a decisão de Moraes foi contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), se confundindo novamente.

Na sequência, ao chamar o comentarista Pedro Venceslau para falar sobre o assunto, acrescentou: “Jair Bolsonaro também”. No entanto, é avisado logo em seguida de que a prisão era apenas para Jair Bolsonaro e rapidamente corrige o erro.

“Retificando a informação: não é ainda uma decisão para Eduardo Bolsonaro, embora a expectativa no mundo político seja de que é uma questão de tempo até que algo parecido aconteça com o deputado licenciado”, encerrou.

Assista abaixo:

Fonte: DCM

Daniela Lima vira nome cotado no SBT após demissão da Globo; saiba detalhes


          A jornalista Daniela Lima – Foto: Reprodução

Fora da GloboNews desde segunda-feira (4), Daniela Lima, segundo a Folha, passou a ser cotada pelo SBT para reforçar o setor de jornalismo da emissora. A jornalista é vista como um nome estratégico para integrar o SBT News, canal de notícias que a emissora pretende lançar na TV aberta, com base em seu atual projeto digital.

A negociação deve avançar nos próximos dias, com o retorno de Leandro Cipoloni, diretor nacional de jornalismo, que está de férias. Ele é próximo de Daniela e foi o responsável por levá-la à CNN Brasil em 2019.

Daniela tem passagens pela Veja, Folha de S.Paulo, TV Cultura, CNN Brasil e GloboNews, onde comandava o Conexão GloboNews.

Fonte: DCM

CNDH pede à ONU que sanções de Trump contra Moraes sejam suspensas


Donald Trump, presidente dos EUA, e o ministro Alexandre de Moraes, do STF – Foto: Reprodução

Na segunda-feira (4), o Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) denunciou as sanções aplicadas ao ministro Alexandre de Moraes à Organização das Nações Unidas (ONU). A denúncia foi enviada à Relatoria Especial da ONU sobre a Independência de Juízes e Advogados. No documento, o CNDH pede que as sanções sejam consideradas ilegais e que se recomende a Donald Trump a interrupção imediata das medidas. Com informações do g1.

As punições contra o magistrado foram impostas em 1º de agosto, com base na Lei Magnitsky, usada pelos EUA para punir autoridades estrangeiras acusadas de violar direitos humanos. O ministro do STF teve bens bloqueados, ficou impedido de fazer transações com americanos e teve sua entrada no país proibida. O conselho também solicita que a ONU exija a revogação dessas medidas e impeça novas ações semelhantes contra membros do Judiciário brasileiro.

Segundo o documento elaborado pelo conselheiro Carlos Nicodemos, há “fortes evidências” de que Jair Bolsonaro (PL) tentou um golpe antes das eleições de 2022. A denúncia também cita a articulação de Eduardo Bolsonaro nos EUA para pressionar o Judiciário brasileiro e o apoio ao movimento por anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de Janeiro.

O ex-presidente Jair Bolsonaro – Foto: Reprodução
O relatório afirma que as ações dos EUA violam tratados internacionais e normas de direitos humanos. “As ações ilegais promovidas pelos Estados Unidos violam não apenas princípios do Direito Internacional e a Carta da ONU, mas também diversas normas de direitos humanos ratificadas pelo próprio país”, destaca o CNDH no texto.

O conselho afirma que os ataques ao Judiciário brasileiro representam uma ameaça estrutural à democracia: “Medidas que enfraquecem esse pilar — seja por reformas legislativas ou assédios individuais — devem ser vistas como passos deliberados rumo ao autoritarismo e exigem resposta firme da comunidade internacional e da sociedade civil”.

A partir de agora, a Relatoria Especial da ONU deve analisar a denúncia, podendo solicitar esclarecimentos ao governo dos EUA e emitir recomendações públicas. Embora a ONU não tenha poder para punir países, a pressão internacional pode crescer. O CNDH também buscará apoio de organizações civis e entidades de direitos humanos no acompanhamento do caso.

Fonte: DCM com informações do G1

“Agora faz lockdown”: os melhores memes sobre a prisão de Bolsonaro


Um dos memes sobre a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – Reprodução/Redes SociaiS

A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de decretar a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta segunda-feira (4), gerou forte repercussão nas redes sociais. Críticos do político celebraram a medida, muitos deles dizendo torcer há anos para vê-lo responsabilizado judicialmente por suas ações durante o governo.

A medida foi determinada após o ex-chefe do governo descumprir medidas cautelares impostas após a operação de 18 de julho, como o uso obrigatório de tornozeleira eletrônica e a proibição de usar redes sociais.

Logo após a notícia da prisão domiciliar, o nome de Jair Bolsonaro dominou os assuntos mais comentados do X. Milhares de internautas compartilharam mensagens comemorativas como “Bolsonaro presidiário” e “Grande dia”, uma frase anteriormente usada pelo próprio ex-presidente, mas que passou a ser repetida de forma irônica sempre que decisões judiciais o desfavorecem.

Alguns usuários brincaram dizendo que a “segunda virou sexta”, em referência à euforia provocada pela prisão, e ironizaram que, finalmente, Bolsonaro “aderiu ao lockdown e ao ‘fique em casa'”, postura que ele negou durante a pandemia da Covid-19.

Memes com o ministro Alexandre de Moraes, frequentemente exaltado como “algoz do bolsonarismo”, também se espalharam pelas redes, reforçando o tom de celebração. Outro destaque foi o meme “100% preso”, que usa o ícone de candidatura do TSE com a indicação alterada de “não-eleito” para uma contagem irônica sobre sua prisão.

Confira a repercussão:

Fonte: DCM

Nikolas tenta se livrar da culpa por facilitar prisão de Bolsonaro: “Moraes cavou essa”

 

O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) durante chamada de vídeo com Jair Bolsonaro, em manifestação bolsonarista na Avenida Paulista, no último domingo (3). Foto: Edilson Dantas

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) afirmou que não se sente responsável pela prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Em sua decisão, Moraes citou Nikolas como parte da estratégia do ex-capitão para coagir a Corte, após o parlamentar realizar uma chamada de vídeo com Bolsonaro durante manifestação na avenida Paulista, no domingo (3).

“Não me sinto responsável. O Alexandre de Moraes cavou essa falta”, disse Nikolas à colunista Malu Gaspar, do Globo. “Ele coloca uma medida cautelar completamente ampla. Ele queria a prisão domiciliar do Bolsonaro.”

Durante a ligação feita no protesto, Bolsonaro permaneceu em silêncio. Mesmo assim, Moraes entendeu que Nikolas usou o gesto para “impulsionar as mensagens proferidas na manifestação na tentativa de coagir o Supremo Tribunal Federal e obstruir a Justiça, com amplo conhecimento das medidas cautelares impostas”.

Nikolas rebateu a avaliação do ministro: “Eu literalmente só liguei e ele viu seus apoiadores. Bolsonaro agora não pode ver as pessoas?”, questionou.


A chamada de vídeo entre Nikolas e Bolsonaro foi um dos elementos considerados por Moraes para agravar as medidas contra o ex-presidente. O ministro também mencionou uma ligação similar feita por Bolsonaro ao senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), durante o mesmo ato. Nesse caso, o ex-presidente falou no viva-voz, o que também teria infringido as restrições impostas pela Justiça desde o dia 18 de julho.

“O flagrante desrespeito às medidas cautelares foi tão óbvio que, repita-se, o próprio filho do réu, o senador Flávio Nantes Bolsonaro, decidiu remover a postagem realizada em seu perfil na rede social Instagram com a finalidade de omitir a transgressão legal”, escreveu Moraes.

Bolsonaro já cumpria medidas como o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno, proibição de contato com o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), com diplomatas e com o uso de redes sociais, direta ou indiretamente. Agora, com a nova ordem, o ex-mandatário está em prisão domiciliar integral e impedido de utilizar celular ou receber visitas sem autorização prévia da Justiça.

Mais ataques

Ao ser questionado se tomaria alguma providência para justificar a ligação com Bolsonaro, Nikolas elevou o tom contra o STF e criticou novamente Moraes.

“Vou recorrer a quem? O que legalmente nós podemos fazer contra uma tirania? O que tem para ser feito, obviamente, só tem dois caminhos: anistia ampla, irrestrita e geral para o [presidente da Câmara] Hugo Motta pautar e impeachment do Moraes para o Davi Alcolumbre [presidente do Senado]”, declarou.

Para o deputado mineiro, só há uma saída: “Para mim só há um caminho, tirar o Alexandre de Moraes do STF. Os atos do Moraes sobre o 8 de janeiro precisam ser anulados e é preciso aprovar uma anistia ampla, geral e irrestrita para pacificar o país.”

Fonte: DCM

Aliados vitimizam Bolsonaro e falam em 'depressão' por prisão domiciliar

Apoiadores de Bolsonaro tentam construir narrativa emocional após ordem de prisão domiciliar, alegando risco de depressão e sofrimento psicológico

      Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução/YouTube/Metrópoles)

A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que impôs prisão domiciliar a Jair Bolsonaro (PL), tem sido usada por seus aliados como base para uma nova tentativa de vitimização política do ex-presidente. Desde que foi determinada a utilização de tornozeleira eletrônica, em 18 de julho, bolsonaristas passaram a relatar uma suposta instabilidade emocional de Bolsonaro, agora potencializada com o agravamento das restrições. O tom dos relatos tem como objetivo sensibilizar a opinião pública e blindar politicamente o líder da extrema direita.

Segundo Bela Megale, do O Globo, interlocutores próximos ao ex-presidente afirmam que ele estaria “oscilando entre bons e maus momentos” e que a prisão domiciliar o teria deixado mais fragilizado, principalmente no período noturno, quando não pode deixar sua residência. Um auxiliar que convive com Bolsonaro declarou: “Ele já se referia às medidas que o proibiram de deixar Brasília e de sair de casa após às 19h e aos fins de semana como prisão”. Agora, com a nova decisão do STF, Bolsonaro está impedido de sair de casa a qualquer hora do dia, o que, para seus aliados, agravaria ainda mais seu estado emocional.

A estratégia de mostrar Bolsonaro como alguém fragilizado, vulnerável e emocionalmente afetado parece seguir o mesmo roteiro adotado após a derrota nas eleições de 2022, quando também circularam versões sobre um suposto estado depressivo do ex-presidente. À época, o discurso do silêncio, do luto e do isolamento serviu de escudo para evitar enfrentamentos diretos com a Justiça e com a derrota política sofrida nas urnas.

Agora, diante da prisão domiciliar, aliados reforçam a imagem de alguém “desanimado” e sem condições de ficar sozinho. Mais de um correligionário afirmou que os horários mais difíceis são depois das 19h — versão que reforça o tom dramático atribuído à nova decisão de Moraes.

A insistência nesse tipo de construção narrativa, centrada na fragilidade emocional de Bolsonaro, tem sido uma constante nos círculos bolsonaristas quando confrontados por decisões judiciais. Ao invés de enfrentarem o mérito das investigações — que envolvem tentativa de golpe de Estado —, seus aliados optam por estratégias de comoção, na tentativa de desviar o foco da gravidade dos crimes investigados.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Moraes pede resposta política de Lula às sanções de Trump e freia ação judicial nos EUA

Ministro do STF diz que governo deve agir politicamente contra Trump antes de recorrer à Justiça americana

        Luiz Inácio Lula da Silva (à esq.) e Alexandre de Moraes (Foto: ABR)

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes solicitou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que o governo brasileiro não entre, ao menos por ora, com uma ação na Justiça dos Estados Unidos contra as sanções impostas por Donald Trump, presidente norte-americano, no âmbito da chamada Lei Magnitsky.

A informação foi publicada por Malu Gaspar, do jornal O Globo, e diz respeito à conversa ocorrida durante um jantar oferecido por Lula a Moraes, no Palácio do Planalto. Estavam presentes também outros cinco ministros do STF — Gilmar Mendes, Luís Roberto Barroso, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Edson Fachin — além de dois ministros do governo. Segundo os relatos, Moraes defendeu que o Palácio do Planalto adote, inicialmente, uma postura política, e não jurídica, como resposta ao que considera uma ofensiva de natureza igualmente política por parte de Trump.

“Não se trata de uma negociação porque não há o que se negociar em decisões do Judiciário. Mas ele avalia que Trump colocou a questão de forma política e o governo Lula precisa responder da mesma forma, defendendo a soberania nacional e, por extensão, o Supremo e seus ministros”, disse à reportagem um interlocutor de Moraes, em condição de anonimato.

O ministro sugeriu que as sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos — incluindo o cancelamento de vistos e outras punições no âmbito da Lei Magnitsky — sejam tratadas de forma prioritária em manifestações oficiais do Itamaraty. Ele também defendeu que as ações brasileiras enfatizem a proteção da soberania e a independência dos poderes, em especial o Supremo Tribunal Federal.

Durante o encontro, Lula se mostrou receptivo à argumentação e assegurou que o governo seguirá a orientação do ministro. Até o momento, a estratégia do Planalto vinha sendo tratar separadamente o impacto do tarifaço e os desdobramentos jurídicos relacionados a Jair Bolsonaro (PL), buscando isolar o componente ideológico das decisões da Casa Branca.

No entanto, segundo fontes presentes no jantar, Moraes deixou claro que espera uma resposta firme do governo brasileiro à atitude de Trump, não apenas como sinal político interno, mas também como defesa das instituições brasileiras perante o cenário internacional.

O chanceler Mauro Vieira já iniciou esse movimento. Nesta segunda-feira (4), durante discurso a uma plateia de diplomatas, criticou duramente a tentativa de “conluio” entre brasileiros e forças estrangeiras para atacar a ordem democrática. Segundo ele, “amantes confessos da intervenção estrangeira não terão êxito em sua tentativa de subverter a ordem democrática e constitucional”.

Nos próximos dias, é aguardado um novo pronunciamento público do presidente Lula reforçando a defesa da soberania nacional, com menções explícitas ao STF e à rejeição à ingerência internacional. O objetivo, como apontado por Moraes e apoiado por seus colegas de Corte, é que a resposta do governo seja contundente e institucional, antes de recorrer a qualquer ação judicial nos tribunais norte-americanos.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Tendência do STF é condenar Bolsonaro a prisão em regime fechado

Possibilidade de prender ex-presidente em regime fechado se fortalece após sanções de Trump

             Jair Bolsonaro e presídio federal de segurança máxima (Foto: Reuters | Agência Brasil )

A possibilidade de o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) cumprir pena em casa, sob prisão domiciliar, foi praticamente descartada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo informações da jornalista Mônica Bergamo, publicadas na Folha de S.Paulo nesta segunda-feira (4), ministros da Corte avaliam que, caso Bolsonaro seja condenado na ação penal que investiga a tentativa de golpe de Estado, ele deverá iniciar o cumprimento da pena diretamente em regime fechado.

Até recentemente, a prisão domiciliar era aventada por alguns magistrados como uma forma de reduzir o impacto institucional da prisão de um ex-presidente da República. No entanto, o cenário se alterou substancialmente nos últimos dias, sobretudo após a pressão exercida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

A movimentação internacional foi intensificada com o envolvimento direto de Eduardo Bolsonaro, deputado federal e filho do ex-presidente, que atuou em apoio às medidas anunciadas por Trump. A combinação desses fatores foi interpretada como ingerência externa e acirrou os ânimos no STF, contribuindo para enterrar de vez a hipótese de prisão domiciliar.

Na segunda-feira (4), o ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro após sua participação, por telefone, em manifestações que pediam o impeachment do próprio Moraes. Contudo, a medida é provisória. Com a possível condenação, o ex-presidente deve ser imediatamente transferido para um presídio.

Bolsonaro é acusado de cinco crimes distintos relacionados à trama golpista de janeiro de 2023 e pode ser condenado a uma pena que varia de 12 anos e 6 meses a 43 anos de prisão. De acordo com a legislação brasileira, penas superiores a 8 anos obrigam o início do cumprimento em regime fechado. O regime semiaberto só se aplica a penas de até 8 anos, e o aberto, para penas de até 4 anos.

Apesar disso, o Código Penal prevê exceções que podem justificar a concessão da prisão domiciliar, como idade avançada ou problemas graves de saúde. Bolsonaro completou 70 anos e possui sequelas da facada sofrida em 2018, mas leva uma vida ativa e normal. A situação, portanto, não é automaticamente favorável a um benefício.

Ao contrário do ex-presidente Fernando Collor, que recebeu autorização para cumprir pena em casa por sofrer de Parkinson e transtorno bipolar, Bolsonaro não apresenta, até o momento, enfermidade grave que sustente tal decisão.

Para que o benefício fosse concedido, seria necessária uma decisão discricionária dos ministros do STF, levando em conta critérios subjetivos.

Advogados de outros réus envolvidos na tentativa de golpe também acreditam que o Supremo será rigoroso, com penas duras e concessão mínima de benefícios. O clima no Judiciário é de tolerância zero com os ataques às instituições democráticas, especialmente após a escalada de tensão alimentada por líderes da extrema direita nacional e internacional.

A expectativa é de que o julgamento avance nos próximos meses, consolidando a responsabilização de Bolsonaro e de outros envolvidos na tentativa de subverter a ordem constitucional. A decisão do STF também será um recado ao exterior: o Brasil não aceitará chantagens políticas nem pressões que atentem contra sua soberania institucional.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Carlos Bolsonaro passa mal após prisão domiciliar de Jair Bolsonaro e se interna em hospital

Vereador do Rio precisou de atendimento cardiológico após decisão de Alexandre de Moraes que impôs prisão domiciliar ao ex-presidente

      Carlos Bolsonaro (Foto: Divulgação)

O vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL) passou mal nesta segunda-feira (4) após receber a notícia da prisão domiciliar de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo informações da Folha de S.Paulo, o parlamentar precisou de atendimento cardiológico em um hospital na Barra da Tijuca, no Rio, durante a noite.

A medida foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que entendeu que Bolsonaro descumpriu ordens judiciais ao aparecer em vídeos exibidos por apoiadores durante manifestações no domingo (3). O ex-presidente estava proibido de usar redes sociais, inclusive por meio de terceiros. Moraes determinou ainda que a prisão domiciliar proíbe visitas, exceto de advogados ou pessoas previamente autorizadas nos autos, além do uso de celulares. O ministro alertou que o descumprimento dessas condições poderá resultar na decretação da prisão preventiva.

Contexto da decisão e manifestações

Bolsonaro, que já estava submetido a medidas cautelares, não compareceu pessoalmente aos atos de seus apoiadores devido às restrições impostas pelo STF. Segundo Moraes, havia risco de fuga, especialmente diante da atuação de seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), em articulações com autoridades nos Estados Unidos.

No domingo, durante manifestação no Rio de Janeiro, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) realizou uma ligação com o pai e transmitiu o áudio ao vivo para os manifestantes. O ex-presidente limitou-se a afirmar: "obrigado a todos. É pela nossa liberdade, nosso futuro, nosso Brasil. Sempre estaremos juntos". O vídeo foi publicado nas redes sociais do senador, mas posteriormente apagado por recomendação dos advogados de Bolsonaro.

A ausência do ex-presidente nos atos de domingo e a divulgação do vídeo foram determinantes para que Moraes reforçasse as restrições e decretasse a prisão domiciliar. A medida simboliza um novo capítulo no histórico de confrontos entre Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal, com impactos diretos sobre o cenário político e sobre o futuro da família Bolsonaro, que segue mobilizada em meio à pressão judicial e à disputa eleitoral de 2026.

Fonte: Brasil  247 com informações da Folha de S. Paulo

Maioria apoia prisão domiciliar de Bolsonaro, mas divisão é acirrada nas redes, diz Quaest

Pesquisa indica que 53% das menções foram favoráveis ao decreto de Alexandre de Moraes e 47% se posicionaram contra a decisão

     Bolsonaro com sua tornozeleira (Foto: Divulgação)

A repercussão da decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (PL), gerou forte polarização nas redes sociais. De acordo com levantamento realizado pela Quaest, 53% das menções foram favoráveis à medida, enquanto 47% manifestaram oposição.

Segundo o Estado de S. Paulo, os dados foram coletados até as 21h de segunda-feira (4). O volume total de publicações sobre o tema ultrapassou 1,16 milhão de menções, com uma média de 51 mil interações por hora e mais de 401 mil autores únicos. Além da predominância de manifestações favoráveis, essas postagens também se destacaram por um maior grau de engajamento e dispersão entre os perfis, o que, segundo a Quaest, revela uma dinâmica mais espontânea e orgânica.

A decisão de Moraes foi motivada pelo reiterado descumprimento de medidas cautelares impostas a Bolsonaro no âmbito das investigações que tramitam no STF. Desde 18 de julho, ele está sujeito a restrições, como a proibição de uso de redes sociais — inclusive por meio de intermediários. No entanto, no domingo (3), ele apareceu em um vídeo publicado no perfil de seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). A postagem foi removida pouco depois. Dias antes, Bolsonaro também havia violado a medida ao discursar pessoalmente para apoiadores na Câmara dos Deputados.

Os dados revelam não apenas o impacto do episódio na esfera digital, mas também a crescente atenção pública às decisões judiciais que envolvem figuras de destaque do cenário político. A pesquisa da Quaest indica que, embora a sociedade permaneça dividida quanto às sanções impostas ao ex-presidente, há uma ligeira maioria que apoia as ações do Supremo Tribunal Federal.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Estado de S. Paulo