Anúncio da Petrobras também animou economistas
Luiz Inácio Lula da Silva, conta de energia e alimentos (Foto: UESLEI MARCELINO / REUTERS I DIVULGAÇÃO I PIXABAY)
Investidores e economistas ficaram satisfeitos com a redução de 14 centavos no preço da gasolina anunciada pela Petrobras e a queda na expectativa de inflação no Boletim Focus, pesquisa de mercado do Banco Central. A informação sobre a maneira como o mercado financeiro interpretou as estatísticas foi divulgada nesta terça-feira (21) pela coluna de Amanda Klein.
De acordo com as previsões do mercado financeiro, a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu de 4,72% para 4,70% este ano. Para 2026, a projeção da inflação também diminuiu, de 4,28% para 4,27%. Para 2027 e 2028, as previsões são de 3,83% e 3,6%, respectivamente. O centro da meta para 2025 é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Sócio e economista-sênior da Tendências Consultoria, Silvio Campos Neto entendeu que aumentou a hipótese de a inflação terminar o ano no teto da meta de 4,5%. "Nós estamos com 4,8% (de projeção) para este ano, mas devemos revisar um pouco para baixo. Assim, aumentam as chances de ficar no limite da meta, ainda que não se possa afirmar com muita clareza".
"Para o Copom, o foco está em 2026 e 2027, cuja melhoria ainda depende de um maior esfriamento da atividade e do mercado de trabalho. Esperamos o início da queda de juros em janeiro, com risco de ficar para março. Os juros devem cair até 12,5% no ano que vem (hoje Selic está em 15%)", arremata.
Economista da XP, Alexandre Maluf vê o IPCA abaixo de 4,5% em breve. "Estamos oficialmente com projeção de 4,7%, mas na nossa planilha já temos 4,57%. Vamos esperar o IPCA-15 de outubro (que sai na sexta) para atualizar".
⊛ Setores e suas influências na inflação
O economista da XP afirmou que o principal risco de alta para a inflação vem dos serviços - que estão rodando acima do teto da meta, em 6,8% em 12 meses - e dos estímulos fiscais dos governos federal e estaduais em ano eleitoral. "Já temos um mercado de trabalho robusto. Quando aumentam os gastos sobre uma base com ociosidade baixa, isso se reverte em inflação", diz.
Os alimentos são o principal fator de queda inflacionária, porque são ajudados pela supersafra e a redução dos preços das commodities. Outro fator determinante é o dólar. "Para 2026, a previsão é de safra grande e clima favorável, com normalização do preço do café", comenta.
A inflação de alimentos no domicílio acumula alta de 1,7% de janeiro a setembro de 2025. No mesmo período do ano passado, era o dobro: 3,8%, segundo o IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
⊛ PIB e projeções cambiais
O Boletim Focus divulgado nesta semana apontou uma leve melhora na estimativa de crescimento da economia brasileira para 2025. A projeção das instituições financeiras passou de 2,16% para 2,17%. Para 2026, a expectativa de avanço do Produto Interno Bruto (PIB) permanece em 1,8%, enquanto para 2027 e 2028 as previsões são de 1,82% e 2%, respectivamente.
O desempenho recente da atividade econômica sustenta parte desse otimismo. No segundo trimestre de 2025, o PIB registrou alta de 0,4%, impulsionado sobretudo pelos setores de serviços e indústria. Em 2024, o indicador fechou com crescimento de 3,4%, marcando o quarto ano consecutivo de expansão e o melhor resultado desde 2021, quando a economia brasileira avançou 4,8%.
Já em relação ao câmbio, o mercado estima que o dólar encerre 2025 cotado a R$ 5,45. Para o fim de 2026, a expectativa é de uma leve valorização, chegando a R$ 5,50.
Fonte: Brasil 247 com informações da coluna da jornalista Amanda Klein, no UOL
Nenhum comentário:
Postar um comentário