quarta-feira, 24 de setembro de 2025

ONU registra Trump assistindo ao discurso de Lula antes do “abraço” e “química incrível”


       ONU divulga foto de Trump assistindo discurso de Lula. Foto: Divulgação

A Assembleia Geral da ONU, realizada nesta terça-feira (23) em Nova York, ganhou destaque com a divulgação de uma imagem em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aparece assistindo ao discurso de abertura feito pelo presidente Lula. O registro foi publicado pela própria ONU e simboliza um raro momento de atenção direta de Trump ao líder brasileiro.

Em sua fala, Lula direcionou críticas ao mandatário estadunidense. O petista afirmou que ataques ao Judiciário brasileiro são “inaceitáveis” e que não haverá espaço para “falsos patriotas” ou para a anistia de envolvidos em atos contra a democracia. Ele também reforçou que soberania e democracia no Brasil são “inegociáveis”, lembrando a condenação de Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.

O discurso ainda incluiu defesa da regulação das redes sociais, apontadas por Lula como instrumento de manipulação e disseminação de ódio. Ao abordar o cenário internacional, o presidente condenou as ações de Israel contra o Hamas e declarou que “nada justifica o genocídio em curso em Gaza”, chamando a atenção dos presentes para a urgência de medidas humanitárias.

Lula também convidou os líderes mundiais a comparecerem à COP30, marcada para 2025 em Belém (PA), reforçando que o combate às mudanças climáticas exige compromissos globais e ações conjuntas para frear o aquecimento do planeta.


Em seu próprio discurso, Trump voltou a mencionar o Brasil. Ele acusou o país de “interferir nos direitos e liberdades” de cidadãos estadunidenses por meio de censura, repressão, uso político de instituições e corrupção judicial. Apesar do tom duro, o presidente norte-americano afirmou ter tido “uma química excelente” com Lula, descrevendo-o como “um cara muito agradável”.


O comentário surpreendeu analistas, já que é incomum ouvir elogios de Trump a autoridades brasileiras no atual cenário de tensão diplomática. Para o comentarista Marcelo Lins, da GloboNews, “o relato está na boca de Trump, mas ele é uma figura tão errática que é de fato possível ele ter gostado de Lula”.

Vitelio Brustolin, professor de Relações Internacionais da UFF e pesquisador de Harvard, destacou que a fala pode sinalizar uma abertura, mas não necessariamente indica que Trump adotará postura conciliatória com o governo brasileiro.

O Brasil manteve a tradição de abrir os debates da Assembleia Geral, que neste ano chegou à sua 80ª edição. O tema escolhido foi “Melhor juntos: 80 anos e mais em prol da paz, do desenvolvimento e dos direitos humanos”. O encontro reuniu líderes dos 193 países membros, cada um com direito a apresentar sua visão sobre os principais desafios globais da atualidade.

Fonte: DCM

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