quinta-feira, 18 de setembro de 2025

Felipe Nunes, da Quaest, aponta possibilidade de reeleição de Lula no 1º turno em 2026

Diretor do instituto destaca que fragmentação da direita pode abrir caminho para vitória de Lula ainda na primeira rodada

    Felipe Nunes e Lula (Foto: Reprodução/Youtube | Ricardo Stuckert/PR)

Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quinta-feira (18) mostra que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece com chances de vencer as eleições de 2026 já no primeiro turno, indica o diretor do instituto, Felipe Nunes. O levantamento ouviu 2.004 eleitores em todo o país, tem margem de erro de dois pontos percentuais e nível de confiança de 95%.

Segundo Nunes, nas simulações em que a direita lança múltiplos candidatos, Lula atinge entre 40% e 43% das intenções de voto. “Nos cenários em que a direita radical lança Eduardo Bolsonaro ao lado de outro nome da oposição, Lula passa a ter chances de vencer já no 1º turno”, escreveu o cientista político em postagem nas redes sociais.

⊛ Fragmentação da oposição favorece Lula

No primeiro turno, Lula aparece com percentuais entre 32% e 35%. Jair Bolsonaro, inelegível, chega a 24%. Entre os outros nomes mais competitivos estão Michelle Bolsonaro (18%) e Tarcísio de Freitas (17%). Eduardo Bolsonaro, segundo a pesquisa, seria o menos viável do clã, com apenas 14%.

Em cenários simulados com dois representantes da direita, os percentuais se confirmam:

  ● Lula chega a 40% contra 20% de Tarcísio e 16% de Eduardo Bolsonaro;
  ● Quando Eduardo é testado com Ratinho Júnior, Lula soma 40%, contra 37% dos adversários juntos;
   ● Na disputa com Eduardo e Romeu Zema, Lula registra 42%, ante 34% da soma dos rivais;
  ● Já contra Eduardo e Ronaldo Caiado, o presidente marca 43%, contra 33% da dupla.

Esses números mostram que a pulverização de candidaturas da oposição pode reduzir as chances de união e abrir espaço para vitória lulista logo na primeira rodada.

⊛ Cenários de segundo turno

Felipe Nunes destacou que o nome mais competitivo contra Lula é Ciro Gomes (PDT), que mesmo assim ficaria sete pontos atrás no segundo turno. Em seguida aparecem Tarcísio de Freitas, com desvantagem de oito pontos, e Ratinho Júnior, com 12 pontos de diferença. Jair Bolsonaro surge apenas em quarto lugar, com 13 pontos de distância, o mesmo patamar de Romeu Zema.

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e Ronaldo Caiado aparecem logo depois, ambos a 15 pontos de Lula. Eduardo Bolsonaro teria uma desvantagem de 18 pontos e Eduardo Leite, de 19.

⊛ Estabilidade nas disputas

De acordo com Nunes, os números mostram estabilidade na corrida presidencial. “Olhando para o histórico de simulações de 2º turno, é possível observar estabilidade na disputa entre Lula (43%) e Tarcísio (35%)”, destacou. Situação semelhante ocorre nos cenários com Zema e Caiado, em que a diferença para o presidente se manteve praticamente a mesma ao longo dos últimos meses.

⊛ Crescimento da rejeição bolsonarista

A pesquisa também mostra crescimento da rejeição a Jair Bolsonaro e sua família. O ex-presidente saltou de 57% para 64% de rejeição em setembro. Eduardo Bolsonaro, por sua vez, passou de 57% para 68%. Michelle também viu a rejeição aumentar, de 51% para 61%.

Enquanto isso, Lula se mantém estável com 52% de rejeição, Tarcísio com 40%, Caiado com 32% e Zema com 33%. No subgrupo de eleitores independentes — aqueles que não se identificam nem com Lula nem com Bolsonaro — as rejeições também são elevadas: Bolsonaro tem 80%, Eduardo 75% e Michelle 67%.

⊛ Resistência à reeleição de Lula e sucessão bolsonarista

Apesar da liderança, 59% dos eleitores afirmam que Lula não deveria se candidatar à reeleição em 2026. Em um cenário alternativo, nomes como Geraldo Alckmin (9%), Simone Tebet (6%) e Fernando Haddad (5%) aparecem como opções para sucedê-lo.

Já no campo bolsonarista, 76% defendem que Jair Bolsonaro abra mão de sua candidatura e apoie outro nome, diante da sua inelegibilidade. Entre os potenciais substitutos, Tarcísio de Freitas lidera com 15%, seguido por Ratinho Júnior (9%) e Michelle Bolsonaro (5%).

⊛ O medo da volta de Bolsonaro

Outro dado relevante do levantamento diz respeito às percepções de risco: 49% dos entrevistados afirmam ter mais medo do retorno de Bolsonaro ao Planalto do que da continuidade de Lula na presidência (41%). Essa diferença reforça a rejeição ao ex-presidente como fator determinante na configuração eleitoral de 2026.

A análise de Felipe Nunes consolida a leitura de que Lula segue em posição de vantagem diante da fragmentação da oposição e da alta rejeição ao bolsonarismo, elementos que podem até abrir caminho para uma vitória já no primeiro turno.

Fonte: Brasil 247

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