No 7 de setembro, bolsonaristas estenderam uma bandeira dos EUA no mesmo local
Ato na Avenida Paulista, em São Paulo, contra anistia e a "PEC da Blindagem" 21/09/2025 REUTERS/Amanda Perobelli (Foto: Amanda Perobelli / REUTERS)
Manifestantes que participam do ato contra a PEC da Blindagem e a anistia aos golpistas do 8 de janeiro estenderam uma grande bandeira do Brasil na Avenida Paulista, em São Paulo. A iniciativa é uma resposta aos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que utilizaram um bandeirão dos Estados Unidos durante as manifestações no dia 7 de setembro.
☆ PEC da Blindagem e críticas no Congresso
Na última terça-feira (16.set.2025), a Câmara dos Deputados aprovou a PEC nº 3 de 2021, apelidada de PEC da Blindagem. A proposta restringe a prisão de parlamentares a casos de crimes inafiançáveis e submete a manutenção de prisões à decisão da própria Casa em até 24 horas. Também amplia o foro privilegiado para presidentes de partidos com representação no Congresso.
O texto ainda precisa passar pelo Senado, onde enfrenta resistência. O senador Alessandro Vieira (MDB-SE), relator da proposta, já anunciou que seu parecer será pela rejeição. “Minha posição sobre o tema é pública e o relatório será pela rejeição, demostrando tecnicamente os enormes prejuízos que essa proposta pode causar aos brasileiros”, afirmou. O presidente da CCJ, Otto Alencar (PSD-BA), também se posicionou contra, classificando a medida como um retrocesso. O MDB, em nota oficial, chamou a PEC de “impunidade absoluta”.
☆ Projeto de anistia em debate
Outro ponto central das mobilizações foi a tramitação do projeto de lei da anistia, aprovado em regime de urgência pela Câmara em 17 de setembro. O relator, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), indicou que não deve propor perdão total a Jair Bolsonaro e outros condenados, mas avalia sugerir redução de penas.
Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão pelo STF por tentativa de golpe, em decisão de 11 de setembro. Desde agosto, cumpre prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, por determinação cautelar do Supremo. A medida foi motivada pela suspeita de obstrução de julgamento, com atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos em campanha por sanções contra autoridades brasileiras.
☆ Pressão internacional e reação popular
O governo de Donald Trump aumentou a tensão ao anunciar tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, alegando perseguição política contra seu aliado Bolsonaro. O presidente norte-americano chegou a pedir que o julgamento do ex-presidente fosse interrompido “imediatamente”, mas o Supremo manteve o processo e confirmou a condenação.
Diante desse cenário, os atos do último domingo mobilizaram milhares de pessoas em diversas cidades. Em São Paulo, a presença da bandeira nacional na Paulista simbolizou, segundo os organizadores, a defesa da soberania diante das sanções externas e das tentativas internas de minar a democracia.
Já em 7 de setembro, a direita havia reunido 48,8 mil pessoas na mesma avenida para pedir a anistia de Bolsonaro.
Fonte: Brasil 247
Nenhum comentário:
Postar um comentário