Líder do PT afirma que só a prisão de Bolsonaro e a derrota da anistia podem impedir a repetição de crimes contra a democracia
Lindbergh Farias | Jair Bolsonaro (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados | REUTERS/Bernadett Szabo)
O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do PT na Câmara dos Deputados, voltou a defender a responsabilização criminal de Jair Bolsonaro (PL), já condenado por liderar uma organização criminosa que tentou dar um golpe de Estado. Em postagem feita neste sábado (13), o parlamentar citou o editorial do jornal O Estado de S. Paulo, publicado sob o título “Bolsonaro, um cadáver insepulto”, para reforçar que a Justiça precisa impor punições concretas ao ex-mandatário.
“O editorial do Estadão de hoje, intitulado ‘Bolsonaro, um cadáver insepulto’, mostra que Jair Bolsonaro já foi derrotado nas urnas e agora também na Justiça. Mas não devemos enterrar o passado golpista: é preciso cumprir e executar as penas para que o ciclo de impunidade se encerre”, escreveu Lindbergh.
O deputado defendeu que não basta a derrota eleitoral e judicial de Bolsonaro. Para ele, é fundamental garantir que não haja anistia nem perdão para os crimes cometidos contra a democracia brasileira.
“E isso só acontecerá quando ele for preso e sepultarmos também a ideia de anistia. Como aconteceu agora, pagamos o preço por termos deixado impunes os crimes da ditadura militar. Ustra, Heleno, Bolsonaro: todos são fantasmas do passado que rondam o presente quando a justiça falha”, afirmou.
O líder do PT na Câmara ecoou a avaliação do Estadão ao chamar Bolsonaro de “cadáver político insepulto”: um personagem já derrotado, mas que ainda atua para “desmoralizar a democracia”.
Para o parlamentar, qualquer tentativa de reabilitação política de Bolsonaro por meio de anistia seria um ataque direto às instituições democráticas. “Bolsonaro é, como disse o Estadão, um cadáver político insepulto: condenado, derrotado, mas ainda tentando desmoralizar a democracia. Permitir sua reabilitação, por anistia ou perdão, seria vilipendiar a maior conquista civilizatória da sociedade brasileira”, concluiu Lindbergh.
Editorial do Estadão
O editorial citado pelo parlamentar foi publicado pelo Estadão neste sábado. Segundo o texto, a derrota de Bolsonaro nas urnas em 2022 e na Justiça não elimina sua influência negativa na vida política brasileira. O jornal o descreve como um “cadáver político insepulto”, que, mesmo enfraquecido, inspira seus aliados a criar crises institucionais com o objetivo de desmoralizar a democracia.
O Estadão adverte que a proposta de anistia em discussão no Congresso seria um “erro terrível”, pois abriria caminho para novos conflitos entre os Poderes e poderia paralisar o país. O jornal ressalta que a anistia é inconstitucional e, caso fosse aprovada, acabaria vetada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e, em seguida, questionada no Supremo Tribunal Federal (STF), gerando uma crise institucional ainda mais grave.
Para o veículo, o afastamento definitivo de Bolsonaro é essencial não apenas para preservar a democracia, mas também para permitir que outros partidos construam uma oposição responsável e republicana ao governo federal. O editorial afirma que Bolsonaro sempre desprezou a vida partidária e usou a política em benefício próprio e de sua família, sem compromisso com a sociedade.
Na avaliação do Estadão, anistiar Bolsonaro e seus aliados significaria vilipendiar a maior conquista democrática do país desde 1988 e colocar em risco a estabilidade institucional. O jornal conclui que, diante de sua trajetória marcada por ataques às instituições, Bolsonaro deve ser visto como uma linha divisória: de um lado, os democratas; de outro, aqueles que se associam a um personagem condenado “pelas urnas, pela Justiça e pela História”.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Estado de S. Paulo
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