Mais de 95% dos alunos de cursos a distância estudam em instituições particulares
Brasil tem mais alunos na graduação a distância do que em cursos presenciais pela primeira vez (Foto: Divulgação)
Pela primeira vez na história, o Brasil tem mais estudantes matriculados em cursos de graduação a distância do que em graduações presenciais. Dados do Censo do Ensino Superior 2024, divulgados nesta segunda-feira (22) pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), mostram que 5,18 milhões de universitários – o equivalente a 50,75% do total de 10,22 milhões de alunos – estão no ensino superior EAD, contra 5,04 milhões na modalidade presencial. As informações são da Folha de S.Paulo.
O levantamento revela que o crescimento do ensino remoto não se limita às novas matrículas: mais de dois terços (67%) dos ingressantes em 2024 optaram por cursos a distância, o que representa 3,34 milhões de novos alunos. Já as graduações presenciais receberam apenas 1,66 milhão de estudantes (33%). Desde 2014, as matrículas em cursos presenciais caíram 30%, enquanto o número de ingressantes no EAD disparou 360% no mesmo período.
Mais de 95% dos alunos de cursos a distância estudam em instituições particulares. Quatro estados concentram 88% das faculdades que oferecem EAD: Paraná, São Paulo, Santa Catarina e Rio de Janeiro. A expansão foi impulsionada especialmente por um decreto de 2018, no governo Michel Temer (MDB), que flexibilizou a criação de polos e eliminou a exigência de autorização prévia do MEC. Em 2019, um ano após a mudança, o país registrou aumento de 43% no número de novos cursos, que saltaram de 3.177 para 4.529. Em 2024, já são 11.297 cursos a distância ativos.
Apesar da liderança inédita, o avanço do EAD mostra sinais de desaceleração. Entre 2023 e 2024, o crescimento das matrículas foi de 5,6%, ritmo menor do que os 13,4% registrados no ano anterior. Especialistas apontam que a tendência reflete tanto um processo natural de estabilização quanto as medidas recentes do Ministério da Educação para regular a modalidade. Em maio, o governo federal publicou um decreto que restringe a oferta de cursos totalmente online em áreas como saúde e licenciaturas, criando a modalidade semipresencial. Ficou proibido o EAD em graduações de medicina, direito, odontologia, enfermagem e psicologia.
Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo
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