segunda-feira, 2 de junho de 2025

Quem é o vereador bolsonarista preso por manter criança como escrava sexual


Thiago Bitencourt Ianhes Barbosa, preso por estupro de vulnerável e armazenamento de material de abuso sexual infantil. Foto: reprodução

O médico bolsonarista Thiago Bitencourt Ianhes Barbosa, de 39 anos, vereador pelo Partido Liberal (PL) em Canarana (MT), foi preso no último sábado (31) acusado de estupro de vulnerável e armazenamento de material de abuso sexual infantil. A prisão revelou detalhes chocantes sobre os crimes e colocou em evidência a trajetória do político, que acumulava patrimônio de quase R$ 1 milhão e histórico judicial conturbado.

Eleito em 2024 com 509 votos na cidade com cerca de 25 mil habitantes, Thiago declarou à Justiça Eleitoral possuir dois veículos (R$ 390 mil), uma motocicleta (R$ 93 mil), um terreno (R$ 150 mil) e R$ 300 mil em dinheiro. Sua campanha teve apenas dois doadores: o próprio PL, que contribuiu com R$ 40 mil, e uma pessoa física, que doou R$ 2,4 mil.

Formado em Medicina pela Universidade de Cuiabá em 2009, atuava na rede pública de Canarana sem especialização registrada no CRM-MT. O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) revela que Thiago já foi processado por injúria, difamação e abandono de cargo, com uma condenação de 1 mês e 10 dias de prisão (convertida em multa), posteriormente anulada em recurso.

Thiago Bitencourt Ianhes Barbosa, vereador preso por estupro de menores, e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: reprodução

Crime de pedofilia


A operação policial que levou à prisão do vereador foi deflagrada após denúncias de abuso contra uma criança de dois anos. Durante buscas em sua residência e consultórios, a Polícia Civil encontrou:

– Vídeos de exploração sexual infantil, supostamente produzidos e comercializados por Thiago;
– Roupas infantis femininas (incluindo macacão, touca e sapatos rosas);
– Brinquedos sexuais (consolos, cintas, algemas);
– Roupas íntimas adultas.

Itens infantis encontrados na casa do bolsonarista. Foto: reprodução
“Parte desse material teria sido produzido, armazenado e divulgado pelo próprio suspeito”, afirmou o delegado Flávio Leonardo Santana, responsável pelo caso.

Os detalhes revelados pelas investigações são ainda mais perturbadores. Segundo a polícia, Thiago mantinha uma adolescente de 15 anos em situação de “escravidão sexual” desde que ela tinha 12 anos e a utilizava para aliciar outras vítimas, incluindo uma criança de apenas dois anos.

O delegado destacou que o acusado se aproveitava de sua profissão médica para se aproximar de vítimas em situação de vulnerabilidade. “Há fortes indícios de que o suspeito utilizava a adolescente como instrumento para abusar sexualmente de uma criança de apenas dois anos de idade”, afirmou Santana.

Diante da gravidade das acusações, o Partido Liberal (PL) anunciou nesta segunda-feira (2) o afastamento temporário do vereador. Em nota oficial, o partido afirmou que “repudia veementemente as alegações e crimes atribuídos ao vereador”, determinando a suspensão de sua filiação partidária.

Enquanto isso, o Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) e a Câmara Municipal de Canarana optaram por não se manifestar sobre o caso.

Fonte: DCM

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